O artigo abaixo, escrito com exclusividade pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, marca a estreia do canal de Opinião do UOL
Estranhos momentos os que estamos vivendo no Brasil. Há poucos dias os jornais publicaram a foto de um encontro no Palácio da Alvorada. De mãos dadas, a presidente e seu mentor posam vitoriosos, enquanto o presidente do PT e dois alegados chefes publicitários da futura campanha reeleitoral, embevecidos e sorridentes, antegozam futuros êxitos. Por que tanta alegria?
Será que, estando no poder central, eles não se dão conta do que vai pelas ruas, nem do que acontece no mundo? Não estariam a repetir a velha história de Maria Antonieta na Revolução Francesa? Não que eu esteja também a delirar. Bem sei que não há qualquer revolução à vista.
Mas a esdrúxula foto faz recordar o ânimo fútil da rainha, com os maiorais se deixando flagrar tão despreocupados, enquanto as pessoas estão, na realidade, assustadas. Assustadas com as sombrias perspectivas do futuro, temerosas da violência larvar de um povo que era tido como pacífico (não há dia sem ônibus queimados, nem sem pessoas amarradas apanhando dos que descreem da Justiça e querem fazê-la por conta própria), espantadas com a montanha de lixo jogada nas ruas pelos cariocas em um só dia de greve dos garis no Carnaval.
Só com muita imprevidência foi possível fazer-nos mergulhar na crise energética a que estamos embrulhados. As medidas governamentais quebraram, ao mesmo tempo, o caixa da Eletrobrás, destruíram as possibilidades do etanol, deixaram as hélices das eólicas paradas à espera de linhas transmissoras e, ainda por cima, reduziram quase à metade o valor das ações da Petrobras. Será que o petróleo era nosso e o pré-sal, por pura teimosia propagandista e incompetência, é deles?
Quanto desgoverno. E a perda continuada do poder de compra dos assalariados, que a inflação de 6% ao ano (na verdade bem mais) dilui, os truques de contabilidade criativa que não enganam ninguém e a inépcia administrativa que transforma em mera propaganda os projetos bombásticos?
O que dizer da receita garantida para o clientelismo e a inépcia assegurada por 30 partidos no Congresso e 39 ministérios?
Seria injusto, porém, atribuir esses males a uma só administração. Percebe-se um suceder de acontecimentos negativos levando-nos, neste estranho e preocupante momento, à beira de perder uma oportunidade histórica, a de consolidar uma democracia de verdade e permitir nos livrar da síndrome do baixo crescimento, que limita o bem-estar e impede o acesso ao primeiro mundo.
A situação é tão grave que é chegada a hora para o conjunto da “classe politica” assumir parcelas de responsabilidade sobre os rumos do Brasil. Por isso é tão chocante aquela foto de regozijo.
Os líderes governistas, em vez de exporem à nação com realismo as mazelas existentes e de apelar, quem sabe, a todos os brasileiros para se unirem nas questões fundamentais, só pensam em dividir a sociedade entre “nós” e “eles” para, apostando nesse pobre maniqueísmo político, vencer eleições e se manter no poder.
É hora, entretanto, para uma mudança da guarda, na esperança de que novos líderes, colados na escuta das ruas, tenham visão de estadistas, e não a de meros chefes de clã. É hora de renovação, da força dos jovens aliada à visão de grandeza construírem a política do amanhã.
FHC-UOL
Sérgio Nogueira, a grande obra desenvolvimentista do jajá durante sua gestão como governador do RN entre 90 e 94, foi parar a obra do canal do Pataxó no baixo Assú, iniciada por Geraldo e concluída depois do jajá por Gari. muito despeito.
Admirável, adorável a conduta do nosso eterno FHC, o homem que livrou nosso país da ameaça socialista, implantando um plano econômico digno da classe média. E nesta data de hoje, me bateu uma nostalgia sem precedentes… não sei se deve-se ao fato da estréia da coluna de Fernando, como noticiou o blogueiro, ou ao fato de aproximar-se a Marcha da Família, em 22 de março. De antemão, convoco os leitores para se fazerem presentes, pois lutar pela igualdade da família cristã é obrigação de todos. Ao colega Júlio Dalcin, apenas afirmo que é despeito, por não ter participado do governo do Grande Jajá nem ter tido a honra de contribuir para a gloriosa carreira de Rosalba.
"Novos líderes colados na escuta das ruas". Belíssima frase do FHC. Vamos lá, quem ele acha que seria esse novo líder? Aécio Neves? Eduardo Campos? Serra?
Poupe-nos!
Em 8 anos de governo FHC, quando ele escutou a voz das ruas? Peloo que eu saiba, a voz dos oprimidos vem do MST, dos Sem Teto e outros movimentos sociais. Quando esses tiveram voz em seu governo?
O que o PSDB fez em prol do Nordeste em 8 anos de mandato?
Faz-me rir FHC!
Palavras de FHC, presidente que deixava o povo morrer de fome. Sempre apoiado por rosa-DEM, e zé agripino
Como diria Riobaldo, personagem de Grande sertão: veredas:, obra maior de Guimarães Rosa "O senhor sabe: pão ou pães, é questão de opiniães…".