O presidente-executivo da companhia aérea Azul, John Rodgerson, anunciou, nesta quinta-feira, a desistência da oferta pela compra de parte das operações da Avianca , e acusou as rivais Gol e Latam de agirem para evitar a concorrência da ponte aérea São Paulo-Rio de Janeiro, a mais cobiçada do país. A entrada da Latam e da Gol na disputa por fatias da Avianca é vista com preocupação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) .
— Nossa oferta não existe mais— disse Rodgerson a jornalistas, no Palácio dos Bandeirantes, logo após o anúncio da operação de novas rotas nas cidades paulistas de Araraquara e de Guarujá.
No mês passado, a Azul assinou um acordo não vinculante de US$ 105 milhões para compra de ativos da Avianca Brasil, incluindo slots em aeroportos e contratos de leasing de aviões da rival. No dia 5 deste mês, a Avianca Brasil conseguiu sinal verde de seus credores para colocar em prática seu plano de recuperação. Pela proposta, aprovada por 77% das empresas e fornecedores que têm créditos a receber da companhia, até o início do segundo semestre, a empresa fará uma grande venda de ativos para dar início ao pagamento de parte de sua dívida, que já soma R$ 2,8 bilhões.
— É uma pena o que os nossos concorrentes estão fazendo, tentando evitar a concorrência na ponte aérea partindo de Congonhas, porque quem vai sair perdendo é o consumidor — disse Rodgerson.
A Gol e a Latam Airlines Brasil, afiliada da Latam Airlines, disseram no começo do mês que fariam ofertas de pelo menos US$ 70 milhões por alguns ativos da Avianca Brasil, quarta maior companhia aérea do país e que pediu recuperação judicial em dezembro . A empresa, que deve perder mais oito aviões na segunda-feira, anunciou o cancelamento de 253 voos em dez dias , entre 12 e 22 de abril.
O GLOBO
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