Por interino
Movimentos sociais de esquerda organizaram, nesta quinta-feira (19), atos contra o governo do presidente interino Michel Temer, que assumiu há uma semana depois do afastamento de Dilma Rousseff.
Os protestos foram, segundo os organizadores, uma “missa de sétimo dia da democracia”.
No começo da noite, alunos da Faculdade de Direito da USP acenderam velas e fizeram um enterro simbólico da Constituição Federal, com direito a caixão, terra e flores, no Largo de São Francisco, região central de São Paulo. Eles afirmam que o impeachment seria um golpe porque não há crime de responsabilidade, como prevê a Carta.
Os manifestantes gritaram palavras de ordem contra Temer. Além de professores da instituição, discursaram representantes da CMP (Central de Movimentos Populares), da Uneafro (União de Núcleos de Educação Popular para Negras e Negros) e da Marcha Mundial das Mulheres.
De acordo com o estudante Diego Pandullo, um dos organizadores do protesto, o ato foi organizado porque há representantes da faculdade, nas palavras dele, “capitaneando o golpe”.
Autores do pedido de impeachment, Janaína Paschoal e Miguel Reale Junior, além do novo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, são professores da instituição. O próprio Michel Temer, além de Hélio Bicudo, também autor do pedido de deposição, estudaram na faculdade.
“O processo do impeachment foi uma farsa, por isso a gente achou importante fazer esse enterro. A São Francisco não é só golpe. Vamos seguir em luta”, afirma Pandullo.
Mais cedo, a CMP organizou também um ato em frente à sede paulista da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), que se posicionou a favor da destituição da presidente afastada.
Lá, os manifestantes rasgaram papéis que representavam títulos de eleitor e a Constituição Federal. Além disso, jogaram na lixeira exemplares do livro “Elementos do Direito Constitucional”, escrito pelo presidente interino.
“Estamos fazendo o que eles fizeram [ao aprovar o pedido de impeachment]: rasgando a Constituição”, afirma Raimundo Bonfim, coordenador da CMP. “Michel Temer montou uma quadrilha em seu ministério”.
Clair Helena, do Movimento de Moradia Missionária Cidade Ademar, afirma que o novo governo já deu sinais de que não vai respeitar os grupos que lutam por moradia ao revogar a construção de 11.250 unidades do Minha Casa, Minha Vida, na terça (17). “Nós vamos para cima, não vamos respeitar esse governo. O povo não vai se envergar”, afirma.
Nelson Che, do Movimento de Moradia da Região Centro, concorda. “Não vamos recuar, não vamos ter medo. Não aceitamos esse golpe”, diz.
Folha Press
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