Política

Pesquisa diz que 81% preferem quem não tem mandato

Por interino

Apesar de as pesquisas continuarem detectando um desejo de mudança, a oferta será inferior à demanda por renovação. Essa é a opinião de Renato Meirelles, coordenador do Instituto Locomotiva – que tem feito levantamentos sobre o comportamento dos eleitores.

Renato Meirelles, do Instituto Locomotiva Foto: FELIPE RAU/ESTADÃO

Em uma pesquisa que deve ser divulgada ainda nesta semana pelo instituto, 81% dos eleitores declararam preferir votar em quem hoje não exerce mandato. Apesar disso, a tendência não é a de renovação. “Esse número reflete a demanda eleitoral, mas ela não será representada. O que vai ser apresentado ao eleitor é uma nova roupagem dos políticos velhos. Em razão das regras eleitorais e dos recursos financeiros escassos, o eleitor não vai encontrar as opções de renovação”, disse Meirelles.

Não significa, com isso, dizer que novos nomes não serão eleitos. Historicamente, o índice de substituição de nomes no Congresso beira os 50%. “O que acontece não é uma renovação. Os eleitos são filhos, parentes ou apadrinhados daqueles que já estão no poder”, disse o cientista político Vitor Oliveira, da agência Pulso Público.

A realidade. A “ficha caiu” entre os grupos de renovação (que estão inseridos nos cursos de formação do RenovaBr e da Raps). O discurso já é mais cauteloso. “Essa é a nossa primeira eleição. O projeto é para dez anos”, disse o coordenador do Acredito, Zé Frederico. “O sistema construiu barreiras, mas esse é apenas o início de um processo”, afirmou o coordenador do Agora!, Leandro Machado.

Para o coordenador do Instituto Brasil@21, Pedro Henrique de Cristo, os movimentos “estão na fronteira de ser engolidos”. Para ele, é preciso coordenação e foco nas campanhas que realmente têm chance. Já para o coordenador do Livres, Paulo Gontijo, os partidos são impermeáveis à renovação. “O jogo é feito para não renovar. Temos o receio de servir para compor chapa e maximizar as chances de velhos políticos.”

A necessidade de cooperação e organização parece um ponto comum entre os grupos. Carlota Mingolla, de 36 anos, que já foi candidata a vice-prefeito de São Paulo pela Rede, na chapa de Ricardo Young, percebeu essa realidade e decidiu atuar para qualificar seus pares. “O caminho natural era que eu saísse candidata nessa eleição. Mas acabei desistindo. Acho que posso atuar melhor nos bastidores, propondo debates internos e trabalhando pelo fortalecimento das ideias, projetos e pela formação de lideranças.”

Estadão

Opinião dos leitores

  1. Além da falta de nomes com representatividade, os safados que já estão no poder, manipula para de um jeito ou de outro continuar mamando nas tetas da nação. Temos que não reeleger ninguém.

  2. O grande problema é que, de vereador a presidente da república, procuramos nomes íntegros e não encontramos, ou seja, não temos ninguém que nos represente.

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