Política

‘Talvez Bolsonaro não tenha noção do que está fazendo’, diz Collor

FOTO: MARCOS OLIVEIRA/AGÊNCIA SENADO

Com a experiência de quem sofreu um processo de impeachment em 1992, o ex-presidente Fernando Collor considera que o presidente Jair Bolsonaro tem adotado em seu governo um rumo negativo, que pode lhe colocar em “palpos de aranha” (apuros). Na sua leitura, o atual ocupante do Palácio do Planalto parece não ter “noção” do que está fazendo, ao manter o discurso radicalizado de campanha.

“Cabe ao Presidente da República abrandar as paixões e procurar unir o país em torno de propostas em favor da nação. E isso nós não estamos vendo acontecer. Nós estamos vendo, ao contrário, é um aprofundamento desse abismo que existe na sociedade brasileira, porque o tom do governo é fortemente ideológico, carregado na questão ideológica”, disse em entrevista à BBC News Brasil.

Collor, que foi derrubado após perder apoio do Congresso em meio a uma forte crise econômica e a uma série de denúncias de corrupção, feitas inclusive por seu irmão Pedro Collor, diz que Bolsonaro enfrentará “muita dificuldade” se não construir uma base parlamentar.

“Não havendo um trabalho para essa reaglutinação da sociedade brasileira, e uma preocupação no sentido de se construir uma maioria parlamentar que dê sustentação ao governo, sem dúvida esse governo está em palpos de aranha (apuros). Estará vivendo momentos de muita dificuldade”, prevê.

“Talvez (Bolsonaro não tenha adotado esse caminho ainda) porque ele não tenha noção do que está fazendo”, pondera ainda.

Collor entrou na política como prefeito de Maceió, nomeado pela Ditadura Militar em 1979, após negociações realizadas por seu pai, o então senador Arnon Melo. Embora tenha se beneficiado com o regime, o hoje senador pelo Pros critica a falta de eleições na época e condena as falas de Bolsonaro exaltando a tortura e a morte de opositores pelas ditaduras na América do Sul, como no caso do pai da ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet.

“Eu tenho que lamentar e torcer para que ele não faça do relacionamento com outros chefes de Estado um palco de brigas, mas de paz, entendimento, diálogo. Sem fazer declarações tão cruéis quanto essa”, disse.

Collor, que assim como Bolsonaro se elegeu presidente em forte polarização com o PT e sua maior liderança, Luiz Inácio Lula da Silva, diz que hoje se arrepende da agressividade da campanha de 1989. Na ocasião, levou para o programa eleitoral Miriam Cordeiro, ex-mulher de Lula que o acusava de ter oferecido dinheiro para que abortasse um filho dos dois.

“Me arrependo. Poderia ter sido uma campanha num outro nível, mas os ânimos estavam muito acirrados. Não que isso sirva de desculpa, mas era um cenário que favorecia esse tipo de contenda”, lamentou.

Confira a seguir a entrevista.

BBC News Brasil – Desde o início do governo, o presidente Bolsonaro tem demitido ou perdido aliados que às vezes o contrariam. É um risco para um presidente acabar isolado, fechado em seu círculo de confiança?

Fernando Collor – Claro, mas o exercício do poder é fundamentalmente solitário no sistema presidencialista. É algo que angustia muito. Há que se fazer um esforço grande, indispensável, para sair desse enclausuramento e se relacionar de uma forma mais oferecida, mais pungente até.

BBC News Brasil – O presidente Bolsonaro foi eleito com discurso muito radicalizado e mantém esse tom. Falta ao governo um discurso mais construtivo e agregador?

Collor – Sem dúvida. Um presidente da República, quando sai de uma eleição, sempre enfrenta uma sociedade dividida. Como essa última campanha foi muito ideologizada, isso rachou a sociedade brasileira. Cabe ao presidente da República abrandar as paixões e procurar unir o país em torno de propostas em favor da nação. E isso nós não estamos vendo acontecer. Nós estamos vendo, ao contrário, é um aprofundamento desse abismo que existe na sociedade brasileira, porque o tom do governo é fortemente ideológico, carregado na questão ideológica.

BBC News Brasil – E onde esse aprofundamento pode dar?

Collor – Não havendo um trabalho para essa reaglutinação da sociedade brasileira, e, ao lado disso, se não houver uma preocupação no sentido de se construir uma maioria parlamentar que dê sustentação ao governo, sem dúvida esse governo está em palpos de aranha (apuros). Estará vivendo momentos de muita dificuldade.

BBC News Brasil – Por que interessaria ao presidente fazer isso então?

Collor – Talvez porque ele não tenha noção do que está fazendo. Se ele tiver noção exata do que está fazendo, das consequências em se continuando nessa linha, o que disso pode advir, eu acho que ele mudaria de postura e seu entendimento sobre o momento que o Brasil está vivendo.

BBC News Brasil – Há uma série de notícias sobre o empenho do Planalto em conseguir votos no Senado para aprovar a indicação de Eduardo Bolsonaro como embaixador em Washington, inclusive negociações envolvendo cargos no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). O senhor foi procurado pelo Eduardo? Recebeu alguma proposta?

Collor – Encontrei e ele manifestou o desejo de aceitar a indicação, mas não pediu apoio, voto. Veio apenas mostrar as credenciais que julga ter para ocupar o cargo.

BBC News Brasil – Essas credenciais são suficientes?

Collor – A decisão do presidente da República constitucionalmente cabe a ele, de indicar quem lhe aprouver para a posição. Mas acho que é uma decisão que deveria ter sido pensada com mais cuidado, porque as credenciais de ser uma pessoa que transita bem na órbita familiar do presidente norte-americano (Donald Trump) talvez não sejam suficientes para a posição de embaixador.

BBC News Brasil – Nada garante que Donald Trump vá ser reeleito, pode haver um presidente (do partido) Democrata a partir de 2021. O excesso de proximidade com a família Trump pode ser um aspecto negativo para a aprovação da indicação?

Collor – Claro, um embaixador tem que ser apartidário ao assumir seu posto. Tem que estar ali defendendo os interesses do Brasil (enfatiza o nome do país). Ele deve ter relações com todas as correntes políticas que estão dominando o cenário daquele país. Se eventualmente esse governo não vier a ser reconduzido e chegar um democrata, ele não terá condições de permanecer lá.

BBC News Brasil – Mesmo apoiadores do governo criticam a escolha de Eduardo para embaixador, como a deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP). Por que o senhor não se manifesta contrariamente?

Collor – Meu voto eu já o tenho, eu não declino (revelo) meu voto. Minha posição é um pouco diferente, embora não me torne melhor ou pior que nenhum dos companheiros senadores, mas é que eu sou o único ex-presidente investido de um mandato. Então, eu devo, por obrigação dessa minha posição, não ser uma pessoa que cause algum tipo de trepidação nas relações institucionais entre o Legislativo e o Executivo. Tenho que exercer um papel de moderação.

BBC News Brasil – O seu governo também nomeou familiares para cargos importantes. Seu cunhado Marcos Coimbra era Secretário-geral da Presidência da República. O senhor também indicou seu primo Marco Aurélio Mello para o STF. Isso não contraria o princípio do republicanismo? O seu governo nesse sentido se aproxima do governo Bolsonaro?

Collor – Pode haver semelhanças, mas há diferenças. No caso do Marco Aurélio ele havia sido preterido em duas outras oportunidades pelo fato de ser primo do então governador de Alagoas (Collor se refere a si próprio), que fazia dura oposição ao governo federal (do presidente José Sarney). Então, em parte por isso, e pela qualificação dele, achei que devia fazer essa indicação, para fazer justiça a ele.

Com relação ao Marcos, se eu tivesse uma atitude de nepotismo, eu o indicaria ministro das Relações Exteriores, porque ele tinha uma carreira diplomática, estava como embaixador do Brasil em Atenas. Veio para cá no período da campanha eleitoral (de 1989), e eu achei por bem convidá-lo para fazer parte do gabinete civil do meu governo.

BBC News Brasil – O presidente Bolsonaro ignorou a lista tríplice elaborada pelo Ministério Público Federal para o cargo de Procurador-Geral da República, mecanismo visto pela categoria como meio de garantir a autonomia da instituição. O senhor vai votar a favor da indicação de Augusto Aras para PGR?

Collor – O voto é reservado e secreto. Mas eu digo o seguinte, ele escolher fora da lista tríplice está perfeitamente de acordo com o que diz a Constituição. A lista tríplice foi uma criação do governo Lula, atendendo ao corporativismo do Ministério Público, que é muito forte. Não há porque haver sobressaltos agora. Tanto que a reação que ocorreu dentro do Ministério Público contra o nome indicado (por Bolsonaro) foi minúscula, sem repercussão maior. Resta-nos torcer que seja um bom procurador.

BBC News Brasil – É natural que um presidente procure um procurador-geral que seja alinhado com a pauta que ele defende?

Collor – O presidente da República que teria dito em uma entrevista informal: “eu quero alguém que esteja alinhado comigo”. Mas eu não acredito que tenha chegado a ocorrer em uma conversa entre os dois. Pelo menos isso não passa pela minha cabeça, uma conversa como essa. O Ministério Público é independente, isso está na Constituição, e tem que ser respeitado como instituição independente.

BBC News Brasil – O cargo de procurador-geral da República ganhou muita força em tempos de Lava Jato, e o senhor teve embates públicos com então procurador-geral Rodrigo Janot.

Collor – E antes dele como o ex-procurador (Roberto) Gurgel também.

BBC News Brasil – Uma das acusações que o senhor fazia ao Janot é que vazava informações sob segredo de Justiça. Agora, o site The Intercept Brasil revelou conversas atribuídas a procuradores da Lava Jato que indicam possíveis ações ilegais da força-tarefa. Qual sua avaliação?

Collor – Sobre a questão do Janot, é público e notório que existiram vazamentos, não adianta tapar o sol com a peneira. Esses diálogos que o The Intercept está colocando à luz do dia são conversas absolutamente não republicanas e reprováveis, no momento em que um juiz combina com uma das partes (a condução do caso). Então, essa investigação precisa ser aprofundada.

BBC News Brasil – Mas, por outro lado, em nenhum momento o conteúdo dessas mensagens aponta alguma manipulação de informação nas denúncias.

Collor – O simples fato da divulgação disso apresenta uma coisa muito mais séria que uma manipulação, é a intervenção direta do conluio de um juiz com o Ministério Público em desfavor de a, b ou c.

BBC News Brasil – Em uma das denúncias contra o senhor, o senhor acabou virando réu sob a acusação de integrar um esquema de corrupção dentro da BR Distribuidora. Os procuradores acusam o senhor de ter montado um esquema de propina que chegou a quase R$ 50 milhões em troca de apoio ao governo Dilma Rousseff. O que o senhor tem a dizer sobre essa acusação?

Collor – É completamente infundada e ficará demonstrada mais uma vez o equívoco do Ministério Público em oferecer essa denúncia. Essa denúncia é manipulada por obra desse, eu não tenho outra denominação melhor do que essa, desse canalha do Rodrigo Janot contra mim.

BBC News Brasil – Recentemente causou controvérsia uma fala do Carlos Bolsonaro, filho do presidente, de que “por vias democráticas a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos”. E o presidente Bolsonaro faz exaltações muito fortes da Ditadura Militar (1964-1985). Gostaria de saber sua leitura sobre isso já que o senhor foi prefeito de Maceió nomeado pelo regime militar em 1979, e integrou a Arena, que era o partido de sustentação da Ditadura Militar.

Collor – O PDS (partido que sucedeu a Arena), mas é a mesma coisa.

BBC News Brasil – O senhor reconhece que foi uma ditadura, que houve torturas?

Collor – O que digo sobre a declaração do filho do presidente Bolsonaro é que ele foi extremamente infeliz. Naturalmente quando ele publicou esse tuíte, o pai estava hospitalizado. O que eu espero como cidadão é que o pai, no momento em que tomar conhecimento desse tuíte, que ele faça sua profissão de fé pela democracia do Brasil.

BBC News Brasil – Ele já afirmou que Carlos Bolsonaro disse a verdade, que na democracia as coisas são mais lentas.

Collor – Perdeu uma oportunidade, no meu entender, de dizer que aquilo não tinha nada a ver com uma exaltação ou uma atitude saudosista do período militar. Deveria ter feito isso.

BBC News Brasil – Mas o presidente exalta a ditadura sempre que ele pode. O senhor teve uma ligação com esse regime, qual é a sua leitura hoje sobre a ditadura?

Collor – A minha leitura sobre a ditadura é que ela nunca é boa. Nós devemos perseverar no caminho da democracia. Foi um período da nossa história que não foi dos mais felizes, porque ao povo não foi dado o direito de eleger o seu mandatário. Mas por outro lado eu fui brindado pelo destino de ter sido o primeiro presidente eleito pelo voto popular depois do período militar. Então, se algum período presidencial representa a redemocratização do país foi a minha eleição como presidente da República.

BBC News Brasil – Por que o senhor esteve na base do regime militar?

Collor – Porque o meu pai participava do PDS, que apoiava o governo militar. Na época me foi pedido para que ajudasse a renovar os quadros do partido, porque a juventude estava muito voltada para o campo da oposição. E que eu então aceitasse a indicação para ser prefeito de Maceió. Mesmo contra minha vontade, não por ser uma solicitação de meu pai, mas por até momento eu não pensar em entrar na política, eu aceitei, mas com o compromisso de quando terminasse esse mandato de prefeito eu sairia do campo político. E por isso eu aceitei, mas logo depois pela mão do destino, contra minha vontade fui candidato a deputado, a governador. Mas a presidente não, essa foi uma decisão que eu tomei.

BBC News Brasil – Como assim contra a sua vontade?

Collor – Essa é uma história muito antiga. Dos 9 aos 16 anos, sempre estudei em colégio interno e católico, com comunhão em missas diárias. E meu pai dizia lá em casa: “Engraçado, Leda, todos os nossos filhos dão pra política, menos o Fernando. O Fernando é um místico”. Eu, sem saber do significado da palavra “místico”, fui ao dicionário e percebi pelo entendimento da palavra que ela não era um elogio. Eu não gostava de política. Quando, nos finais de semana, aparecia alguma reunião política em casa, eu me afastava. Tanto que, quando fiz 16 anos, eu fui ao meu pai e disse a ele que queria entrar no seminário, queria seguir a carreira religiosa e ser padre. Meu pai olhou para mim, perguntou: “Que idade você tem?”. Eu falei “16 anos”. E ele respondeu que quando eu fizesse 18 anos nós conversaríamos.

Quando eu tinha 17 anos, ele me tirou do colégio interno e me trouxe para Brasília para estudar no Ciem, que era um colégio de segundo grau fundado por Darcy Ribeiro quando reitor da UNB, e localizado dentro do campus universitário. Isso mudou completamente a minha vontade de ingressar no seminário e seguir o sacerdócio. Mudou completamente a minha vida. Quando veio a questão da prefeitura, eu disse: “Não quero”. Depois, deixei a prefeitura, meu pai estava doente, não podendo exercer seu mandato no Senado na plenitude. E minha mãe falou que eu deveria ser candidato porque nossa família não poderia ficar sem representante político. E apesar dos meus protestos lá fui eu ser candidato a deputado federal.

BBC News Brasil – Quando sua mãe disse que a família não poderia deixar de ter um representante político, é preciso lembrar que muitos cientistas políticos tratam essa tradição de famílias se perpetuarem no poder como paternalismo. Os interesses familiares estavam ameaçados na ausência de um representante político?

Collor – Não, é uma forma paternalista de se entender o mundo. E eu sou um fruto desse paternalismo, que hoje já não existe com tanta intensidade.

BBC News Brasil – Mas a família presidencial é hoje um exemplo disso. Bolsonaro está desde a redemocratização no Congresso, e colocou os filhos na política. Parece um pouco fora de moda, mas a família que está no poder do país é assim.

Collor – Não é nem fora de moda, é um costume que está de certa forma ultrapassado. Mas o que você fala é correto, esse exemplo se aplica muito bem ao paternalismo sim.

BBC News Brasil – Qual é o seu sentimento quando o senhor vê o presidente da República exaltando a tortura? Ele deu declarações desrespeitosas contra o pai do presidente da OAB (o desaparecido político Fernando Santa Cruz), contra o pai da ex-presidente do Chile, Michele Bachelet (morto pela ditadura de Augusto Pinochet).

Collor – Eu me sinto extremamente incomodado. Eu acho que essas declarações do presidente foram no mínimo apressadas. Para não dizer de extremo mau gosto, de extrema dureza para com os familiares daqueles que foram mortos em período de ditadura militar. Eu tenho que lamentar e aguardar, torcer para que ele não faça do relacionamento com outros chefes de Estado um palco de brigas, mas de paz, entendimento, diálogo. Sem fazer declarações tão cruéis quanto essa.

BBC News Brasil – O senhor derrotou Lula em 1989 e depois, ao longo dos anos, acabou se aproximando dele. Num evento em Palmeira dos Índios (Alagoas) em 2009, vocês se abraçaram. Hoje o senhor é senador pelo Pros e compõe um bloco com o PT no Senado. Quem mudou desde aquela eleição? O senhor, o PT?

Collor – Eu não mudei absolutamente nada. Continuo o mesmo social-liberal que eu era dantanho. Quem mudou, quem evoluiu, melhor dizendo, foi o Lula. Na primeira candidatura (vitoriosa) dele, ele assinou a Carta aos Brasileiros. Aquilo foi uma declaração de crença num processo liberal com consciência social, que é próprio do social liberalismo. Então, a minha agenda inaugurada em 1990 continua aí.

Tudo aquilo que eu lancei naquela época, lancei debaixo de protestos e mais protestos, como entreguista, como querendo vender o país ao capital estrangeiro, aquelas coisas completamente fora de propósito. Mas essas coisas que antes era quase proibido ser falado em público, hoje corriqueiramente se trata. Hoje estamos falando de privatizações.

BBC News Brasil – É curioso como aquela época (a eleição de 1989) parece voltar um pouco agora. O senhor se elegeu por um partido pequeno, como o Bolsonaro, com um discurso anticorrupção, tem dificuldades no Congresso, tem a mesma taxa de aprovação nos primeiros oito meses de governo, passearam de jet-ski para as câmeras, tem uma série de familiares envolvidos no governo. O senhor reconhece essas semelhanças? O presidente Bolsonaro pediu inclusive para as pessoas saírem na rua de verde e amarelo (como Collor em 1992, ocasião em que as pessoas reagiram vestindo preto).

Collor – Eu sei que, para mim, tudo isso é inédito. Tudo que eu fiz era inédito. Se alguém está copiando, é ele. Então, se há semelhanças, é ele que está buscando essas semelhanças, é ele que está gerando essas semelhanças. Não eu.

BBC News Brasil – Presidente, outra similaridade entre o seu governo e o atual é o que o senhor extinguiu a pasta da Cultura. O senhor acha que essa pasta não é relevante? Concorda com o que está sendo feito nessa área?

Collor – Não diga isso, que eu extingui a Cultura. Eu diminuí o número de ministérios. Nessa época eu dizia que queria ter em minha mesa de jantar lugares que desse para fazer reunião com meus ministros. Tive 12 ministros, dentre eles 3 militares (do Exército, Marinha e Aeronáutica). Não havia Ministério da Defesa. A Secretaria de Cultura (existia), e o grande legado meu para a área da Cultura, uma demonstração do apreço que eu tenho pela área, foi a Lei Rouanet (que permite a empresas patrocinar a cultura em troca de descontos em impostos).

E aí está há 30 anos, financiando toda a produção audiovisual desse país, recolhendo prêmios importantíssimos internacionais. Quando se fala em cultura, se fala em Lei Rouanet. Se ela é justa, se é injusta, isso é uma discussão que vem desde os primórdios. Por que não está se dando mais recursos para produções do Nordeste, concentrando isso no Centro-Sul. A discussão fica em torno disso. Foi um dos meus legados como presidente da República oferecer à cultura nacional a possibilidade de seu desenvolvimento.

BBC News Brasil – Mas nessa mesma época houve a extinção da Embrafilme, que também é muito lembrado pela cultura como outro legado de seu governo.

Collor – A Embrafilme era um instrumento que, esse sim, estava a serviço de um grupo muito pequeno de pessoas e com muita confusão interna. Então, em vez de termos um instrumento altamente subsidiado e que servia de cabide de emprego, nós fizemos com que esse subsídio fosse dado de outra forma (pela Lei Rouanet).

BBC News Brasil – A Ancine corre hoje um risco parecido. Também existe uma crítica presidencial como se houvesse um grupo que domina a produção com interesses morais, culturais… Além disso, a produção cinematográfica secou com o fim da Embrafilme.

Collor – Até que a lei (Rouanet) tomasse corpo. Mas a questão da Ancine é diferente. A Embrafilme é Empresa Brasileira de Filmes, empresa estatal criada para financiar filmes. A Ancine é uma agência reguladora, Agência Nacional de Cinema.

BBC News Brasil – É uma agência de fomento também.

Collor – Fomento em termos, mas é sobretudo uma agência reguladora. Hoje a discussão que se tem e que é algo perigoso, porque acredito que a liberdade de expressão é um direito inerente e faz parte das garantias coletivas e individuais, não pode haver interferência nem ideologia, seja ela de qual matiz for, para dizer se esse filme vai ser financiado ou não. O que deve ser visto é se o filme tem um valor artístico mínimo que seja, se corresponde aos padrões de exigibilidade para receber esse tipo de fomento. E isso me preocupa. O que está se falando agora em termos da Ancine é de mudar os métodos que estão norteando as ações da Ancine.

BBC News Brasil – Qual é o risco disso?

Collor – O risco disso é nós voltarmos a uma interferência direta na produção cultural do país com base em conceitos ideológicos. Isso significa uma censura e isso não temos como apoiar.

BBC News Brasil – Retomando a sua aproximação com Lula quando ele era presidente, isso não denota um pragmatismo das duas partes, já que ele tem uma popularidade enorme no Nordeste, da mesma forma que ele pode ter se beneficiado por sua popularidade em Alagoas?

Collor – Até poderia, mas não foi isso. Eu fui eleito (senador) em 2006 numa campanha que durou 28 dias. Quando cheguei aqui (a Brasília), já tinha uma noção de que o governo Lula caminhava para o centro, como caminhou. A questão da Carta aos Brasileiros vem de 2002. Isso já me causou uma certa impressão. Então, quando aqui cheguei (em Brasília), os jornalistas antes de virem a mim, já começavam a elucubrar que eu estava vindo para tocar fogo no país em oposição ao Lula. E eu disse que não vim para isso.

Eu sou um ex-presidente, investido de um mandato popular, tenho a consciência de que o programa do presidente Lula estava perfeitamente configurado naquilo que defendi em 1990. Não saindo dessa linha, eu estou de acordo e vou ficar na minha posição de neutralidade até que desfigure a minha agenda em função de ações que fossem tomadas por aquele governo.

BBC News Brasil – O senhor disse há alguns anos ter votado em Lula já contra Fernando Henrique Cardoso.

Collor – É verdade. Eu tinha votado no Lula na eleição de 94 e votei na eleição de 98.

BBC News Brasil – Antes da Carta aos Brasileiros, portanto. Não queria um governo de FHC?

Collor – Eu não via em Fernando Henrique, e isso pesa muito para mim na avaliação, que é uma consciência social, uma preocupação social. E isso eu percebia que o Lula tinha e tem.

BBC News Brasil – O senhor se arrepende do nível de agressividade a que chegou a eleição de 89, ter levado uma ex-mulher do Lula a um programa para afirmar que ele havia sugerido um aborto?

Collor – Me arrependo. Espero que o Lula tenha se arrependido também de tudo que ele me acusou durante a campanha. As pessoas se lembram desse episódio, mas não se lembram do que ele falava. Mas sim, me arrependo. Poderia ter sido uma campanha num outro nível, mas os ânimos estavam muito acirrados. Não que isso sirva de desculpa, mas era um cenário que favorecia esse tipo de contenda.

BBC News Brasil – O ex-presidente Temer afirmou em entrevista ao programa Roda Viva que ele “jamais apoiou o golpe”. Houve um golpe parlamentar para derrubar a então presidente Dilma Rousseff?

Collor – (Risos). Não acho que tenha sido golpe. Acho que foi um processo político de perda de apoio popular e apoio sobretudo parlamentar. E isso vem dentro ao encontro do que eu falei antes: num sistema presidencialista, se um presidente da República não consegue construir maioria de apoio parlamentar, ele não consegue governar. Então é uma questão política.

BBC News Brasil – Então, nesse sentido, o senhor reconhece que seu impeachment não foi ilegítimo ou ilegal.

Collor – Não, ele foi um processo ilegítimo. Eu fui afastado da Presidência. Depois foi marcado o julgamento pelo Senado, transformado em tribunal. No momento dessa reunião, eu apresentei a minha carta renunciando à Presidência da República. Então, não tinha mais presidente para ser julgado.

BBC News Brasil – Avaliou-se que o senhor estava fugindo do julgamento.

Collor – Mas não é avaliação. A renúncia é um ato unilateral, não cabe nenhuma interpretação se está fugindo, se está ficando, se está voando. O Senado tinha que deixar de ser um tribunal e eu não perderia meus oito anos de direitos políticos como forma de pena suplementar imposta. No impeachment (da presidente Dilma) eles dividiram (a votação sobre cassação do mandato e sobre perda dos direitos políticos). Não lhe foi imposta a perda dos direitos políticos. São dois pesos, duas medidas.

BBC News Brasil – Hoje é dado na política que a relação do Executivo com o Congresso se dá ou por um toma-lá-dá-cá ou nada. Que alternativas restam?

Collor – Um diálogo, um projeto de país. Chamar para conversar em torno de algo palpável, um projeto que a população perceba que tenha começo, meio e fim, com consequências de ordem prática na vida e no cotidiano de cada um.

BBC News Brasil – O senhor vê isso neste governo?

Collor – Eu vejo que falta isso a esse governo. Há ausência de um projeto de país.

BBC News Brasil – É possível um diálogo sem envolver cargos, pastas e estatais?

Collor – O que se coloca no toma-lá-dá-cá é que eu preciso desse cargo para acomodar aliados e tal. Essa é uma prática que, vista sob essa ótica, é reprovável, mas vista sob a ótica do parlamentarismo…. Eu sou parlamentarista. Eu acho que o sistema presidencialista é a carroça da política brasileira. No parlamentarismo, que é um sistema de governo mais transparente, um partido majoritário elege X deputados, mas não o suficiente para obter a maioria. Então vai procurar outros partidos para fazer maioria. Então, na Itália houve uma reunião de partidos antípodas (em agosto, para barrar a extrema-direita). Aí o partido minoritário que está sendo procurado diz: “Muito bem, eu faço parte do governo, mas a minha bandeira que eu venho defendendo é isso e eu preciso de um espaço no ministério tal e qual”. E assim é constituído.

No presidencialismo, isso pode ser feito com muito menos visibilidade, mas pode ser feito com visibilidade necessária para se mostrar que não há esse toma-lá-dá-cá pejorativo. Tem um partido aqui que tem pessoas que vêm se dedicando à questão da saúde, tem apresentado projetos e tal. O governo que vai ser formado chama esse partido e diz: “Olha, tô aqui com o Ministério da Saúde e eu quero que vocês me tragam três nomes com esse perfil, assim e assado, para eu escolher um para ser ministro, se aceitarem esse ministério”. E assim que pode ser feito, sem um toma-lá-dá-cá. Quando existe isso é ruim, é deletério. Nós temos que fazer o possível para evitar. Então tem que haver um meio-termo para se construir uma base parlamentar em torno de um projeto de país.

BBC News Brasil – O senhor defende o parlamentarismo, mas no Brasil a população já rejeitou essa hipótese em plebiscito e a gente vê que nem sempre o parlamentarismo é sinônimo de estabilidade política, a exemplo da própria Itália, com sua troca constante de governo.

Collor – Pelo contrário, há estabilidade política absoluta. A Itália em um ano teve quase dez governos.

BBC News Brasil – Isso iria funcionar no Brasil?

Collor – Desculpe, mas o termo instabilidade não pode ser usado para o parlamentarismo. Se há um sistema de governo que traga estabilidade a um país, este é o parlamentarismo. Fruto de um burocracia profissionalizada. Não tem essa miríade de cargos públicos, e cada vez que um governo chega (no Brasil) são 27 mil cargos que têm que ser preenchidos. Isso é que está errado. É isso que causa instabilidade política no país. Porque a máquina estatal para.

No parlamentarismo, não. Em função de uma burocracia estável, toda ela concursada, que lá chegou pelo mérito e desempenho, tanto faz a briga do governo. Como na Inglaterra, na Itália, que continuam trabalhando. Deixa lá os políticos resolverem esse negócio, essa bagunça que eles criaram. Deixa para lá. O país vai continuar funcionando. Então, o parlamentarismo é sinônimo de estabilidade política para qualquer país.

BBC News Brasil – O senhor acha que as emissoras de TV e rádio nas quais a sua família tem sociedade beneficiaram sua carreira política?

Collor – É uma coisa interessante. Porque a televisão, que é o instrumento principal, a gente pouco pode dela se valer porque sempre houve um controle muito grande nos afiliados da Rede Globo em relação ao noticiário político. As rádios, o jornal, pode ter, sim, influenciado alguma coisa, mas fundamentalmente o que lá em Alagoas funcionava e, não sei ainda, continua funcionando é o contato pessoal, é a capacidade do candidato de se relacionar com seu eleitorado, com sua população, com as pessoas.

Dizem que essa fase de comício já passou, agora é tudo internet, é isso, é aquilo. Rede social sem dúvida é importante, mas nada substitui o contato pessoal. Lá em Alagoas, a população precisa desse contato pessoal. E para isso eu sempre tive disponibilidade e gosto para oferecer. Então talvez por isso. E talvez esse seja um dos motivos pelos quais eu tenha sido eleito tantas vezes.

BBC News Brasil – O controle de um grupo de comunicação por uma família de políticos não prejudica a disputa e a renovação política? E ela não é uma afronta à Constituição? Há uma decisão judicial de primeira instância que revoga a concessão, que entraria em vigor caso transite em julgado.

Collor – Mas e se não for? Eu torço para que não seja. Não é contrário à renovação uma família ter meios de comunicação. No meu caso foi o contrário. Porque eu fui o deputado federal mais votado no Estado de Alagoas e um dos mais jovens do Brasil. Fui o presidente da República mais jovem das Américas. Até hoje. Então, as empresas de comunicação nossas não impediram a renovação porque eu fui a própria renovação em todos esses escalões que eu ocupei na política.

BBC

 

 

Opinião dos leitores

  1. Esse não é a pessoa mais indicada pra dar conselhos.
    Tá doido, por articulação no senado.
    Na Câmara o presidente da casa Rodrigo já conseguiu milhões em emendas, pros, deputados trocarem por votos nas eleições. Vão chegar alegando, o discurso é sempre o mesmo.

  2. Um caso clássico do "sujo falando do mal-lavado". Que pena que a maioria dos brasileiros idolatra políticos canalhas como os que nós temos.

  3. Esse ex-presidente é outro que também deveria estar emitindo opiniões do mesmo lugar de Lula, Temer e Dilma: da cadeia!

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Presidente da Câmara Dr. César Maia reúne mais de duas mil crianças na 5ª edição do Dia das Crianças da Rua Nova

O presidente da Câmara Municipal de Parnamirim, Dr. César Maia, promoveu na tarde deste sábado (1º) a 5ª edição do Dia das Crianças da Rua Nova, um evento já tradicional no bairro e que reuniu mais de duas mil crianças em uma tarde de muita alegria e confraternização.

A programação contou com sorteio de bicicletas, brinquedos, lanche, atividades lúdicas e uma animada apresentação da Patrulha Canina, que encantou o público infantil. O evento teve como objetivo proporcionar momentos de lazer, entretenimento e convivência comunitária em um ambiente seguro e acolhedor.

Segundo o presidente Dr. César Maia, a iniciativa é uma forma de valorizar a infância e reforçar o compromisso com as comunidades de Parnamirim.

“É sempre uma alegria reunir as crianças e as famílias da Rua Nova para um dia de diversão e carinho. Essa é uma data muito especial para todos nós”, destacou.

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Geral

PESQUISA GENIAL/QUAEST: Aprovação do governador Cláudio Castro sobe 10 pontos após megaoperação no RJ


Foto: Rafael Wallace/PMERJ/PCERJ

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), viu aprovação subir de 43% para 53% após a megaoperação policial contra a facção Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da capital fluminense. Já a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oscilou dentro da margem de erro.

Os números foram divulgados neste domingo (2/11) e correspondem ao levantamento mais recente do instituto Quaest, que coletou dados nos dias 30 e 31 de outubro, logo após a operação que ocorreu no dia 28 de outubro.

A melhora da avaliação de Castro é na comparação mensal com agosto. Naquele mês, a desaprovação era de 41% e oscilou para 40%, dentro da margem de erro. O governador, porém, conseguiu converter indecisos a seu favor. Em agosto, 16% não conseguia responder se aprovava ou desaprovava o chefe do Executivo fluminense. Em outubro, o número caiu para 7 pontos percentuais.

Segundo o cientista político Felipe Nunes, coordenador da pesquisa, o crescimento expressivo da aprovação de Castro se deve ao motivo de que a maioria dos cidadãos fluminense acreditam que a megaoperação foi ordenada para combater a facção criminosa e não para ganho de dividendos políticos.

De acordo com a pesquisa, 54% disse que o motivo da incursão no território do CV foi “combater o crime organizado”, enquanto 40% disse que a megaoperação visava “fazer uma ação para ganhar popularidade”, 2% apontaram “outro motivo” e 4% não souberam responder.

A Quaest ouviu 1,5 mil pessoas no estado do Rio de Janeiro. O nível de confiabilidade da pesquisa é de 95% e a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Parte dos números foi divulgado no sábado (1ª/11), mostrando que 64% aprovou a operação.

Metrópoles

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Cinco anos após lei, Saúde não tem registros de reembolso ao SUS de agressores de mulheres

Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasíli

Cinco anos depois de sancionada a lei nº 13.871/2019, que obriga os agressores de mulheres a pagarem pelos atendimentos das vítimas no SUS (Sistema Único de Saúde), o Ministério da Saúde “não possui registros de valores que tenham sido ressarcidos” e que comprovem a efetividade da norma legal.

O posicionamento foi recebido em resposta a pedido via Lei de Acesso à Informação feito pelo R7. No documento, a pasta explicou que os procedimentos realizados em vítimas de violência doméstica são pagos conforme Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do Sistema Único de Saúde.

Segundo o ministério, todas as vezes em que os serviços têm ciência de casos de violência, os profissionais devem fazer a notificação compulsória de violência contra à mulher. Em 2024, por exemplo, pelo menos 292 mil procedimentos foram feitos em mulheres vítimas de violência.

Questionado sobre a falta de efetividade da Lei nº 13.871/2019, o Ministério da Saúde disse que os ressarcimentos dos valores previstos na legislação “devem ser destinados ao fundo de saúde do ente federado responsável pelo atendimento, estado e/ou município, e não ao fundo da União”.

Após o posicionamento da pasta, a reportagem do R7 entrou em contato com diversas secretarias de saúde estaduais. Até a publicação desta nota, três já haviam respondido e informaram não ter esse tipo de dados: Secretaria de Saúde do DF, de Goiás e de São Paulo.

Em 2024, o gasto em atendimento de mulheres vítimas de violência doméstica chegou a R$ 88,6 mil. Este ano, até agosto, o montante estava em R$ 65,3 mil. O maior gasto, desde 2020, foi contabilizado em 2023, com o valor de R$ 156,1 mil.

O que diz o Ministério da Saúde?

Em nota oficial, o ministério reforçou o compromisso no enfrentamento à violência contra as mulheres, “com foco no cuidado integral, na reconstrução da autonomia e na ampliação do acesso a serviços especializados no SUS”.

“Entre as iniciativas, destacam-se o atendimento odontológico gratuito para mulheres vítimas de violência doméstica, que garante reconstrução dentária pelo SUS, e a expansão das Salas Lilás, espaços localizados em unidades de urgência e emergência que oferecem acolhimento humanizado, escuta qualificada e atendimento multiprofissional às mulheres em situação de violência. Essas salas garantem sigilo, segurança e o encaminhamento adequado para os demais serviços da rede de proteção”, disse.

A nota também citava o “Novo PAC – Saúde da Mulher” que prevê investimentos na ampliação da infraestrutura e dos serviços voltados à saúde feminina, com prioridade para o cuidado integral das vítimas de violência.

“Em relação à Lei nº 13.871/2019, que prevê o ressarcimento ao SUS pelos custos de atendimentos decorrentes de violência doméstica e familiar, o Ministério informa que os valores devem ser destinados ao fundo de saúde do ente federado responsável pelo atendimento, estado e/ou município, e não ao fundo da União. A pasta ressalta que a norma reconhece a violência contra a mulher como um dano coletivo, que deve ser enfrentado de forma integrada entre os Poderes e esferas de governo, com foco na prevenção, acolhimento e reabilitação das vítimas”, explica.

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Apenas eleitores de esquerda rejeitam mais do que aprovam megaoperação no Rio, mostra pesquisa Genial/Quaest

Foto: MAURO PIMENTEL/AFP

A megaoperação contra o Comando Vermelho nesta semana, deflagrada nos complexos da Penha e do Alemão, foi mais rejeitada somente entre eleitores de esquerda, mostram dados da pesquisa Genial/Quaest.

Ao todo, a ação foi bem vista por 64% da população do estado, enquanto 27% a desaprovaram. O levantamento, contudo, mostrou que a percepção sobre o episódio variou entre grupos políticos distintos.

A ampla maioria dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), eleitores de direita não bolsonaristas e aqueles que se descrevem como “independentes” aprovam a megaoperação.

Já entre lulistas e outros eleitores de esquerda, os índices de desaprovação superaram a aprovação.

Apoio por perfil político

  • Bolsonaristas: 93% aprovam a megaoperação

  • Direita não bolsonarista: 92% aprovam

  • Independentes: 61% aprovam

Em contrapartida:

  • Lulistas: 59% desaprovam a megaoperação

  • Esquerda não lulista: 70% desaprovam

O levantamento reforça que quanto mais à direita o eleitor, maior o apoio à ação policial. Entre os eleitores de esquerda, a maioria considera a operação excessiva ou injustificada.

Percepção após a operação policial

Ao serem questionados sobre ações policiais em comunidades, 73% afirmaram que a polícia deveria continuar a realizar operações do tipo, e somente 22% se colocaram contra a ideia. Já ao serem perguntados sobre como os agentes deveriam se portar, 50% disseram que a primeira reação policial deveria ser tentar prender o suspeito sem disparar a arma, enquanto 45% defenderam que seria preciso “atirar logo de cara”.

A pesquisa foi feita presencialmente com 1.500 eleitores do Rio de Janeiro, entre 30 e 31 de outubro, com margem de erro de 3 pontos percentuais e nível de confiança de 95%.

Com informações de O Globo

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Mais de 25 mil pessoas participaram das celebrações do Dia da Lembrança nos cemitérios Morada da Paz no Rio Grande do Norte

Celebrações religiosas, flores, mensagens e gestos simbólicos marcaram o fim de semana de homenagens; programação segue até o fim do dia deste domingo

O Morada da Paz encerra neste domingo, 2 de novembro, mais uma edição do Dia da Lembrança, com uma programação marcada por emoção, espiritualidade e gestos simbólicos de homenagem.
Entre a sexta-feira e este domingo, mais de 25 mil pessoas passaram pelos cemitérios do grupo no Rio Grande do Norte, nas unidades de Emaús e São José de Mipibu, em um dos fins de semana mais significativos do calendário do Morada.

Durante as celebrações, o público participou de missas, cultos ecumênicos, palestras espíritas e apresentações musicais, que proporcionaram momentos de serenidade e conexão.

Em Emaús, a missa das 8h foi marcada por um momento especial: uma homenagem ao fundador do Grupo Morada, Eduardo Vila, falecido neste ano. A cerimônia reuniu familiares, colaboradores e visitantes em uma celebração de fé e gratidão pela trajetória e legado do empresário.

“O Dia da Lembrança é uma data em que o amor e a memória se encontram. Este ano, além de homenagearmos aqueles que partiram, também celebramos a vida e o legado de quem construiu a história do Morada com tanto propósito”, destacou Eliza Fonseca, gerente de marketing do Grupo Morada.

Gestos simbólicos de homenagem e afeto

Além das celebrações religiosas, o público expressou suas homenagens de diversas formas.

Muitas famílias aproveitaram o domingo para levar flores aos jazigos, reunir-se em orações particulares e deixar mensagens de saudade nos espaços criados especialmente para o momento.

Dois gestos simbólicos se destacaram neste ano: o Diário da Vida e os tanzakus. Distribuído gratuitamente, o Diário da Vida é um caderno de escrita afetiva que convida as pessoas a registrarem lembranças e sentimentos sobre quem partiu — uma forma de transformar o luto em expressão e presença.

Já os tanzakus — pequenas faixas coloridas inspiradas em tradições orientais — foram disponibilizados para que visitantes escrevessem mensagens de amor, saudade e gratidão. As faixas foram fixadas em uma estrutura simbólica no cemitério, formando um painel coletivo de memória que emocionou quem passou pelos espaços.

Essas ações integram a campanha anual Ecos: Memórias que ressoam, criada pelo Grupo Morada para reforçar a importância da memória como elo permanente entre as pessoas.

Um espaço de fé e acolhimento

As unidades do Morada da Paz receberam decoração especial, música instrumental ao vivo, apoio de floricultura especializada, além de pontos de acolhimento e orientação distribuídos por toda a área dos cemitérios.

A programação segue até o fim do dia deste domingo, com missa, culto evangélico e palestra espírita, encerrando o ciclo de celebrações em um ambiente de fé, respeito e amor.

“Cada homenagem, seja uma flor, uma mensagem ou uma lembrança escrita, representa o quanto as histórias continuam vivas. O Morada da Paz tem como propósito acolher essas emoções e oferecer um espaço onde a saudade pode se transformar em presença”, reforça Eliza Fonseca.

Sobre o Morada da Paz

O Morada da Paz é referência no Nordeste em acolhimento e serviços funerários, com unidades no Rio Grande do Norte, Pernambuco e Paraíba. O Grupo Morada reúne as marcas Morada da Paz, Morada da Paz Essencial e Morada da Paz Pet, e atua com o propósito de oferecer cuidado, respeito e continuidade às famílias em todos os momentos do ciclo da vida.

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ANIVERSÁRIO: Deputado Tomba recebe “Parabéns Pra Você” ao som do Grafith diante de cerca de 20 mil pessoas em Santa Cruz

Diante de um público de cerca de 20 mil pessoas, o deputado estadual Tomba Farias recebeu o “parabéns pra você”, ao som da banda Grafith, durante a comemoração do seu aniversário realizado neste sábado, dia 01, na Vila de Todos, em Santa Cruz. A festa encerrou-se já dia claro da manhã de domingo, com a participação de políticos estaduais, como os deputados federais Robinson Farias e Benes Leocádio, o deputado estadual Luiz Eduardo, a vereadora natalense Camila Araújo, o presidente da Femurn, Babá Pereira e o presidente do PL de Natal, Coronel Hélio, além de uma expressiva presença de prefeitos e vereadores de várias regiões do Rio Grande do Norte.

A festa, que acontece há 23 anos, e teve a edição 2025 considerada a maior de todos os anos, contou com um enorme aparato de infraestrutura, como segurança, assistência de saúde, brigada de incêndio e dezenas de banheiros químicos à disposição dos participantes. Caravanas de vários municípios do Trairi e de outras regiões do estado, compareceram ao evento que além da banda Grafith, teve a participação da cantora Michele Andrade e da banda Circuito Musical.

Ao subir no palco, a cantora Michele Andrade também cantou parabéns para o deputado Tomba Farias e agradeceu pelo título de cidadania potiguar que lhe foi concedido pelo parlamentar.

Tomba Farias agradeceu as homenagens recebidas: “Gratidão pela vida, família, amigos e minha da querida cidade de Santa Cruz. Vivencio na noite de hoje uma verdadeira demonstração de carinho e amizade. Em nosso aniversário renovamos um novo tempo, ampliamos os desejos do melhor para Santa Cruz e nosso querido Rio Grande do Norte”, destacou.

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CNBB pede ao STF nulidade de votos de Weber e Barroso a favor da descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação

Foto: Cristiano Mariz

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) a anulação dos votos dos ministros Rosa Weber e Luís Roberto Barroso no julgamento que discute a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação.

A entidade, contrária à medida, atua como amicus curiae no processo — ou seja, como parte interessada com direito a contribuir no debate.

Entenda o caso

Em setembro de 2023, pouco antes de se aposentar, Rosa Weber, então presidente e relatora do processo, votou a favor da descriminalização em sessão virtual que ela mesma marcou.

Logo em seguida, Barroso pediu destaque para o plenário físico, o que interrompeu o julgamento, iniciado em 2017.

Dois anos depois, com Edson Fachin na presidência, Barroso repetiu o gesto de Rosa Weber e também votou a favor da descriminalização. O placar atual é de 2 a 0 pela liberação do aborto.

Argumentos da CNBB

A CNBB questiona a validade dos dois votos e afirma que houve “nulidades insanáveis” no processo. Segundo a entidade:

  • O pedido de destaque de Barroso pode ter sido feito antes do voto de Weber, o que anularia a sessão virtual.

  • Não houve tempo hábil para as partes, incluindo a própria CNBB, apresentarem suas sustentações, configurando cerceamento de defesa.

  • O ato de Barroso, que retirou o destaque e pediu nova sessão virtual, não tem previsão regimental.

“A cronologia revela um conjunto de nulidades que maculam o julgamento”, afirma a CNBB no documento.

Situação atual

O caso segue sem avanço desde 2023. Com a aposentadoria de Rosa Weber e, mais recentemente, de Barroso, a relatoria passou para Flávio Dino, que não pode votar por ter assumido a cadeira após o início do julgamento. A ação continua sem previsão de retomada no plenário físico.

Com informações CNN Brasil

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PAPO DE FOGÃO: Confira as receitas de Espaguete com ragu à Bolonhesa, Risoto de Polvo e a tradicional Raivinha de Caicó

ESPAGUETE COM RAGU À BOLONHESA
Para 4 pessoas

Ingredientes:
300g de carne moída bovina
150g de carne moída suína (barriga)
200g de molho de tomate
50g talo de salsão
50g cebola branca
50g cenoura
Caldo de legumes a gosto
Sal fino a gosto
Pimenta do reino a gosto
Azeite extra virgem de oliva a gosto
1 pcte de espaguete grano duro

Modo de preparo:
Em uma panela prepare o caldo de legumes.
Pique a cebola, a cenoura e os talos de salsão.
Numa panela, coloque o azeite, leve ao fogo baixo, adicione a cebola e refogue até ficar transparente.
Junte a cenoura e o salsão e refogue por mais 5 minutos.
Aumente o fogo e acrescente toda a carne, tempere com sal e pimenta e mexa até selar a carne.
Abaixe o fogo, junte o molho de tomate e deixe cozinhar por no mínimo 3 horas, com a tampa entreaberta, mexendo de vez em quando.
O fogo deve estar sempre muito baixo para o molho não queimar.
Durante o cozimento, quando necessário, acrescente um pouco do caldo de legumes quente para o molho não secar.
Coloque a massa para cozinhar. Quando a massa estiver al dente, reserve 3 conchas da água do cozimento, escorra a massa e coloque na frigideira com parte do ragu de carne.
Acrescente a água do cozimento e misture bem.
Coloque mais um pouco do ragu e sirva em seguida.

Tempo de preparo: 10 min
Tempo de cozimento: 3h15

RISOTO DE POLVO AO POMODORO
Ingredientes:
Para 4 pessoas

Ingredientes:
400 g de arroz arbóreo ou carnaroli
1 polvo de aproximadamente 1 kg
2 dentes de alho
50 g de cebola branca
Molho de tomate a gosto
Sal fino e pimenta do reino a gosto
Salsinha a gosto
Caldo de legumes a gosto
Meio copo de vinho branco

Modo de preparo:
Limpe o polvo, retire toda a parte interior da cabeça, com um corte retire os olhos, vire o polvo e retire o bico ao centro dos tentáculos.
Coloque o polvo debaixo de água corrente e esfregue até eliminar o extrato viscoso que cobre o polvo.
Em uma panela prepare o caldo de legumes e reserve.
Pique a cebola e o alho.
Em uma panela, com fogo baixo, aqueça um pouco de azeite e adicione o alho, quando começar a dourar adicione a cebola e refogue até ficar transparente.
Aumente o fogo, adicione o polvo, o molho de tomate até cobri-lo totalmente e tempere com sal e pimenta do reino.
Quando ferver, abaixe o fogo e deixe cozinhando por aproximadamente 1 hora.
De tempo em tempo insira um garfo na base dos tentáculos para verificar o cozimento, quando não tiver que fazer força para colocar e tirar o garfo, o polvo estará pronto.
Retire o polvo, corte em pedaços e reserve.
Deixe o caldo de legumes e o molho do polvo fervendo com fogo baixo.
Aqueça um pouco de azeite em uma panela, adicione o arroz e com fogo alto mexa o arroz sem parar, para evitar que grude no fundo da panela.
Mexa por aproximadamente 1 ou 2 minutos, até as extremidades do arroz ficarem mais claras, quase transparentes.
Adicione o vinho branco e continue mexendo até não sentir mais o cheiro alcoólico.
Coloque o fogo médio e acrescente uma concha de caldo de legumes e uma concha de molho do polvo, até chegar no nível do arroz.
Mexa o arroz com frequência para soltar seu amido e não queimar. Acrescente o caldo e o molho conforme o risoto for secando.
O risoto quando pronto deve ficar sem líquido e cremoso.
Desligue o fogo, prove, ajuste de sal e pimenta, acrescente 2 colheres de manteiga gelada, um fio de azeite, a salsinha picada e o polvo.
Misture até derreter completamente a manteiga.
Seu risoto está pronto!

Tempo de preparo: 15 min
Tempo de cozimento: 1h20

DICA RÁPIDA

RAIVINHA

Ingredientes:
500g polvilho azedo
300g de margarina
250g de açúcar
1 xícara de manteiga de garrafa
120ml de leite de coco
3 ovos
1 pitada de sal
Manteiga para untar a forma

Modo de preparo:
Coloque a margarina, em temperatura ambiente, numa vasilha, acrescente o açúcar, os ovos e bata na batedeira ou com um batedor até ficar em ponto de creme.
Acrescente o polvilho e misture levemente até incorporar tudo.
Vá acrescentando o leite de coco aos poucos e misturando levemente.
Acrescente a metade da manteiga da terra, misture bem e deixe a massa descansar, coberta, de um dia para o outro.
Após esse tempo, divida a massa em pedaços, coloque a outra parte da manteiga da terra e misture bem.
Sove a massa por 5 minutos sobre uma bancada, até ficar bem lisa.
Faça as bolinhas no formato que você preferir.
Unte uma assadeira/placa, coloque as raivinhas e leve ao forno preaquecido a 130 graus por 20 minutos.
Retire do forno e sirva quente ou guarde pra servir com um café.

Tempo de preparo: 12h
Tempo de cozimento: 20 min

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Geral

VÍDEO: Adolescente é apreendida com drogas em Mãe Luíza

Uma adolescente apreendida com drogas mobilizou equipe da Força Tática do 1º Batalhão da Polícia Militar nesse sábado (1), no bairro de Mãe Luiza, Zona Leste de Natal. A jovem, de 17 anos, foi flagrada portando uma bolsa com drogas.

Durante o patrulhamento, os militares perceberam a atitude suspeita da menor e decidiram realizar a abordagem. Ao revistarem a bolsa, encontraram drogas embaladas e prontas para venda. Diante do flagrante, a adolescente foi conduzida à Delegacia de Plantão.

Ponta Negra News

Opinião dos leitores

  1. Coitadinha! Mais uma vítima da sociedade sendo perseguida só porque é pobre e mora na periferia.

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Segurança

‘TERRITÓRIO FANTASMA’: Expulsas por facções, 30 famílias deixam para trás casas com móveis e abandonam vila na Grande Fortaleza

Foto: g1 CE

Uma vila na cidade de Pacatuba, Região Metropolitana de Fortaleza, tornou-se um “território fantasma” após cerca de 30 famílias serem expulsas por facções criminosas. Casas trancadas, móveis deixados para trás e pichações cobertas por tinta revelam o abandono e o medo dos moradores.

Disputa entre facções

A região conhecida como Jacarezal foi palco de confronto entre o Comando Vermelho (CV) e o Terceiro Comando Puro (TCP), que assumiu o controle após a Guardiões do Estado (GDE) perder domínio local.
A disputa se intensificou em setembro, com tiroteios, ações policiais e o assassinato de um morador que resistiu a sair, culminando no esvaziamento completo da vila.

Contexto da guerra das facções

O Jacarezal era controlado pela GDE e abrigava pontos de tráfico. No início de setembro, pichações do CV começaram a aparecer nas casas.

Em 15 de setembro, o CV comemorou com fogos de artifício o domínio de novas áreas. No dia seguinte, a GDE anunciou aliança com o TCP, e as marcas do CV foram substituídas por pichações do TCP.
Poucos dias depois, os confrontos se agravaram e, na madrugada de 22 de setembro, um morador foi morto por desobedecer a uma ordem de saída. Três dias depois, a comunidade estava completamente vazia.

Vila abandonada

O local, situado na Avenida Senador Carlos Jereissati, abrigava pequenas lojas, uma barbearia e até uma igreja evangélica. Hoje, as portas estão trancadas com cadeados, animais circulam pelas ruas e a sujeira toma conta.

A reportagem do g1 que esteve no local encontrou casas intactas por dentro, algumas com utensílios e roupas deixados às pressas.

Facção fez pichações por cima de símbolos de outra facção na comunidade Jacarezal, em Pacatuba (CE) — Foto: g1 CEFacção fez pichações por cima de símbolos de outra facção na comunidade Jacarezal, em Pacatuba (CE) — Foto: g1 CE

Depoimentos dos moradores

Moradores das redondezas relatam medo constante e restrições de circulação. Entrar na vila é proibido pela polícia, e quem tenta buscar pertences é impedido.

“Tem gente que vem pegar suas coisas e não consegue. A região está muito perigosa.”

“Depois das 21h, ninguém mais passa a pé.”

“Mataram um senhor que não quis sair. Vivemos com o coração na mão.”

Vila de casas na comunidade Jacarezal, em Pacatuba (CE), ficou vazia após moradores serem expulsos por facção — Foto: TV Verdes MaresVila de casas na comunidade Jacarezal, em Pacatuba (CE), ficou vazia após moradores serem expulsos por facção — Foto: TV Verdes Mares

Falta de segurança e resposta das autoridades

A população denuncia ausência de policiamento efetivo. Durante visita da reportagem, nenhuma equipe da PM estava no local. Segundo moradores, as viaturas só aparecem à noite.

A Polícia Militar afirma ter reforçado o patrulhamento, a Polícia Civil investiga as ameaças e o Ministério Público acompanha o caso.

A Prefeitura de Pacatuba disse que não foi formalmente procurada, mas promete ações para melhorar a segurança.

Histórico de expulsões no Ceará

Casos de expulsões em massa por facções ocorrem no Ceará desde 2015, em bairros da capital e do interior.

A Defensoria Pública registra centenas de ocorrências, mas mantém os dados recentes sob sigilo.
Especialistas apontam que o Jacarezal é estratégico, por ficar próximo à CE-060, rota que conecta várias cidades, o que explica o interesse das facções.

Com informações de g1

Opinião dos leitores

  1. Esses meninos são apenas jovens trabalhadores oprimidos pela sociedade,não fazem nada de errado,são as vítimas desses humildes moradores opressores.

  2. Aguardando deitado o pronunciamento dos esquedopatas e dos “direitos dos manos”… Será que até 2030 eles irão se pronunciar sobre os que essas famílias estão sofrendo ou irão fazer que nem o Luladrão que diz que os marginais são vítimas dessas famílias?

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