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A surpreendente história do assobio ‘fiu-fiu’ – e por que ele pode estar prestes a ser aposentado

FRANÇA ESTÁ DEBATENDO LEI QUE MULTARÁ EM 90 EUROS (R$ 360) QUEM FOR FLAGRADO FAZENDO “FIU-FIU”; NA RUA, COMO PARTE DOS ESFORÇOS PARA COMBATER O ASSÉDIO SEXUAL (FOTO: GETTY IMAGES VIA BBC)

Você pode não ter visto o filme Uma Aventura na Martinica – produção americana de 1944, protagonizada por Humphrey Bogart e Lauren Bacall -, mas talvez conheça sua cena mais famosa. Começa com uma troca de farpas entre o casal até que Bacall de repente se inclina e beija Bogart.

“Por que você fez isso?”, pergunta Bogart, com um sorriso idiota no rosto. “Queria ver se eu ia gostar”, dispara Bacall.

Ela então se levanta para sair e diz:

“Você sabe que não precisa fingir para mim, Steve”.

“Você não precisa dizer nada, não precisa fazer nada…. Ah, talvez só assobiar.”

Em seguida, ela abre a porta e se vira para ele como se tivesse lembrado de algo:

“Você sabe assobiar, não sabe, Steve? Basta juntar os lábios e soprar.”

A cena é inesquecível. E química do casal, arrebatadora – eles começaram um relacionamento no set de filmagem e se casaram pouco depois da estreia do filme. Mas também deve ficar na história por outro motivo: o que Bogart faz na sequência. Ele, de fato, junta os lábios e sopra – na verdade, assobia um “fiu-fiu” – duas notas que em 70 anos deixaram de ser uma tendência para se tornar, indiscutivelmente, o som mais ofensivo do planeta.

A França, por exemplo, está debatendo a adoção de uma lei que multará em 90 euros (R$ 360) quem for flagrado fazendo “fiu-fiu” na rua, como parte dos esforços para combater o assédio sexual (ainda não foi definido, no entanto, como a polícia implementaria essa medida). Um político britânico pede, da mesma forma, que a prática seja reprimida e combatida no Reino Unido.

Se você procurar por “fiu-fiu” ou “assobio” no Twitter, logo vai se deparar com uma série de reclamações de mulheres. Elas destacam a intimidação e o medo gerado por esse tipo de atitude, um exemplo óbvio de assédio em espaços públicos.

De fato, o polêmico “fiu-fiu” – tão ouvido pelas mulheres ao passar na frente de uma obra – parece estar com os dias contados.

Mas como foi que esse assobio ficou tão carregado de significado? E de que forma deixou ser uma prática banal para virar algo que choca? Surpreendentemente, sua história nunca havia sido contada.

Lobo em pele de cordeiro

Ao pesquisar a origem do assobio na internet, uma das teorias que aparece remete aos marinheiros. Enquanto estavam no mar, eles costumavam gritar palavras de ordem uns para os outros. Mas durante as tempestades, se comunicavam por meio de apitos – eram os únicos sons que podiam ser ouvidos além das ondas. Um deles soava como um “fiu-fiu”. E, segundo reza a lenda, os marinheiros começaram a usá-lo para avisar as mulheres quando chegavam à costa.

Só há um problema com essa hipótese: não é verdadeira, pelo menos de acordo com historiadores da Marinha Real Britânica e do Museu Marítimo Nacional. Os porta-vozes de ambas instituições disseram nunca ter ouvido falar nessa teoria. E consideram extremamente improvável que os marinheiros adotassem em terra um “chamado” usado para situações difíceis e assustadoras em alto-mar. Ainda mais para flertar com as mulheres.

Então de onde vem o “fiu-fiu”? A pista está no próprio nome usado para designar esse tipo de assobio em inglês: wolf-whistle (“assobio do lobo”, em tradução literal).

“Minha teoria vem de uma conversa com um velho pastor”, diz John Lucas, autor do livro A Brief History of Whistling (“Uma Breve História do Assobio”, em tradução livre).

“Ele era um cara muito experiente, treinava cães pastores e me mostrou diversos tipos de chamados, até que um soou exatamente como um ‘fiu-fiu’. Eu disse: ‘Isso é um pouco politicamente incorreto’! E ele respondeu: ‘Não, é apropriado, é da Albânia'”.

Segundo ele, em regiões montanhosas do sul da Europa, os pastores usaram, durante séculos, o assobio para avisar uns aos outros e a seus cães da presença de lobos. Colocavam dois ou três dedos na boca e, em seguida, sopravam as duas notas.

“É um assobio incrível, inacreditavelmente barulhento. Você poderia ouvir a milhas de distância”, diz Lucas.

Tanto a técnica quanto a melodia parecem ter sido batizadas de wolf-whistle.

Mas na década de 1930, esse assobio de duas notas começou a ser associado a um tipo completamente diferente de lobo – o predador sexual.

Lucas testemunhou seu primeiro “fiu-fiu” durante a Segunda Guerra Mundial, quando era criança. Havia muitos soldados americanos baseados perto de sua casa, na zona rural de Leicestershire, na Inglaterra. Ele e os colegas brincavam de seguir os militares pela vizinhança na esperança de conseguir um chiclete.

“Eles ficavam do lado de fora do saguão da igreja, do lado de fora dos bailes, e assobiavam para as mulheres quando elas entravam. Foi quando eu ouvi pela primeira vez. Agora, como passou dos criadores de ovelhas albaneses para os militares, eu não faço ideia”.

O momento da transição pode ser desconhecido, mas o que popularizou o “fiu-fiu” parece claro: foram os desenhos animados, especialmente os de autoria de Tex Avery, o lendário cartunista e animador americano que ajudou a criar personagens como Pernalonga e Patolino.

Avery foi um dos responsáveis pela transformação da indústria dócil dos desenhos animados em uma forma de arte anárquica e caótica, onde tudo era possível. O obituário do cartunista, publicado em 1980 pela revista Variety, deixa isso claro:

“Ele não tinha interesse em duplicar ou imitar a realidade. Em sua mente… quanto mais irreal, melhor. Na pior das hipóteses, seus filmes são estridentes e bobos. Na melhor das hipóteses, são incrivelmente engraçados. Em qualquer um dos casos, eles são diferentes de qualquer outro, feito antes ou depois.”

“Você quer saber por que Tex Avery era especial?”, indaga Pierre Floquet, autor do livro The Comic Language of Tex Avery (“A Linguagem Cômica de Tex Avery”, em tradução livre). “Você tem uma hora?”

Segundo ele, um dos personagens famosos de Avery era um lobo que assobiava. Ele aparece pela primeira vez em 1937, em uma versão de Chapeuzinho Vermelho, dirigida por Avery. No desenho, ele faz “fiu-fiu” para a personagem e, na sequência, a persegue pela cidade até levar uma martelada na cabeça. O público fica claramente feliz quando o lobo é atacado.

“A maior parte da imaginação ou criação de Avery vinha da observação de tendências sociais”, explica Floquet.

“Ele pegava as coisas e modificava, brincava com elas. Nos anos 1930, com os padrões morais da época, um homem mulherengo não era boa coisa. Apenas gradualmente passou a ter uma imagem mais positiva”.

A mudança é claramente percebida em A Ardente Chapeuzinho Vermelho, de 1943, desenho animado que remete ao clássico conto de fadas. O lobo agora é um cavalheiro da cidade de terno e cartola, que vai a uma boate onde vê Chapeuzinho cantando. Ela é tão sexy – preocupantemente, essa é a única palavra possível – que o lobo enlouquece. Ele assobia para ela. Pega uma máquina que faz “fiu-fiu” por ele. Grita. Bate na mesa. Sua língua sai da boca. Seus olhos saltam do rosto. Ele até começa a bater com um martelo na cabeça, como se estivesse tentando perder os sentidos.

É tão ridiculamente exagerado, e tão bem feito, que não surpreende que a cena tenha sido reproduzida diversas vezes desde então. Você pode encontrar paródias dela em filmes como O Máscara e Uma Cilada para Roger Rabbit, por exemplo.

A animação foi considerada tão sexual que supostamente teve problemas com os censores da época. E provavelmente só foi autorizada a ser exibida porque a Segunda Guerra Mundial ainda estava em curso, e os militares dos EUA queriam desenhos como esse.

“Se você aumentasse a libido dos soldados com um desenho animado, eles ficariam frustrados. E se ficassem frustrados, ficariam agressivos e seriam melhores soldados”, explica Floquet.

“Eu não estou brincando! Era mais ou menos isso que os comissários do Exército diriam que esperavam com os desenhos”.

A animação teria sido assistida por quase todos os soldados – e pela maioria dos garotos americanos. Se eles não faziam “fiu-fiu” até aquele momento, logo começaram. E parece que imediatamente após a exibição do desenho, o assobio estava por toda parte.

De acordo com o Dicionário de Oxford, a primeira menção ao termo wolf-whistle em um jornal veio em 1944. E a prática passa a ser retratada não só em Uma Aventura na Martinica, mas em inúmeros outros filmes, incluindo o drama noir Alma em Suplício.

Diversão inocente?

Logo após a guerra, você podia até comprar o The Original Hollywood Wolf Whistle, um dispositivo que se conectava ao carro e fazia “fiu-fiu” para quem passava na rua.

A participação mais notória do assobio na história, porém, acontece uma década depois. Em 28 de agosto de 1955, Emmett Till, um afro-americano de 14 anos, foi linchado no Mississippi alguns dias após supostamente ter feito “fiu-fiu” para uma mulher branca em uma mercearia.

Ele foi sequestrado, espancado até ficar desfigurado e baleado. Seu corpo foi jogado em um rio, com uma lâmina de ventilador amarrada em volta do pescoço com arame farpado para puxá-lo ao fundo.

A mãe do jovem insistiu em deixar o caixão aberto no velório, para que o mundo pudesse ver exatamente o horror que havia acontecido. A morte de Emmett se tornou um grito de guerra para o movimento pelos direitos civis nos EUA.

A popularidade do assobio não durou muito.

A ascensão do feminismo começou a miná-lo na década de 1970. Segundo Lucas, as pessoas perceberam que era “humilhante e bastante desagradável”.

“Minha esposa ouviu um ‘fiu-fiu’ de um operário em uma obra (uma vez). Ela foi até ele e perguntou que diabos estava fazendo.”

No fim dos anos 1970, Lucas foi nomeado professor de inglês na Universidade de Loughborough, na Inglaterra. E conta que algumas de suas alunas gritavam com homens que assobiavam para elas: “Meu ursinho de pelúcia pode assobiar mais alto que isso!”.

Assim que começou a entrar em decadência na sociedade, o “fiu-fiu” também perdeu força no cinema, embora ainda apareça de vez em quando na telona. Em Grease – Nos Tempos da Brilhantina, o assobio ajuda a criar o clima sexy da década de 1950; em Legalmente Loira, é usado para fazer uma piada rápida (“Me sinto à vontade usando jargão jurídico na vida cotidiana. [Homem faz fiu-fiu]. Objeção!”).

Mas o atual debate em torno do movimento #metoo pode jogar de vez uma pá de cal na prática. Se o assobio for retratado em filmes a partir de agora, deve ser apenas com sentido negativo.

Se você é daqueles que celebra sua derrocada ou acredita que “os politicamente corretos enlouqueceram”, talvez dependa um pouco da geração a que você pertence. Quem foi criado nos anos 1950 ou 1960, quando o “fiu-fiu” era considerado uma diversão inocente, pode se esforçar para ver de outra forma. Mas se você cresceu enxergando o assobio como assédio, é difícil não encará-lo como tal.

Uma pessoa que está triste com sua aposentadoria é Sheila Harrod, de 74 anos, ex-campeã mundial de assobios. Ela pode assobiar como uma cantora de ópera ou imitar cantos de pássaros – e já se apresentou em redes de rádio e televisão para milhares de pessoas em todo o mundo.

“Eu aprendi a assobiar fazendo isso na rua”, conta.

“O único que eu sabia fazer era o “fiu-fiu”. Eu costumava colocar dois dedos na boca e assobiar. Quanto mais alto, melhor.”

Se não fosse pelo “fiu-fiu”, Harrod jamais teria viajado o mundo assobiando.

“Você não ouve mais porque as pessoas têm medo de serem acusadas de assédio sexual”, avalia.

“É uma vergonha. Eu sempre pensei nisso como uma ousadia para alegrar o dia. Se faziam comigo, eu costumava assobiar duas vezes mais alto. Sempre acabava com uma risada.”

“E não me importaria de ouvir um “fiu-fiu” agora na minha idade”, finaliza.

Época, via BBC

Opinião dos leitores

  1. Em toda minha vida nunca vivenciei tantas imbecilidades juntas,pqp daqui a pouco até falar vai ser proibido !!!

    1. Só tá bom pra os viados, dão em cima de todo mundo, crianças, adolescente e adultos. Pior que pra ele, nada é assédio.

    2. Verdade. Tenho medo do dia em que a boiolagem vai passar a ser obrigatória sob pena daquele que se recusar a praticá-la ser acusado de homofobia. kkkkkkkkkk

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Brasil

Moraes dá 24h para defesa de Bolsonaro explicar descumprimento de cautelar, sob pena de prisão imediata

Foto: reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (21/7) que os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestem esclarecimentos, em até 24 horas, sobre o suposto descumprimento de medidas cautelares pelo ex-mandatário.

Na decisão, Moraes advertiu que, caso a defesa não se manifeste no prazo estipulado, poderá decretar imediatamente a prisão de Bolsonaro, conforme prevê o artigo 312, §1º, do Código de Processo Penal.

A Procuradoria-Geral da República foi notificada sobre a decisão.

Metrópoles

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Brasil

Moraes bloqueia contas e Pix de Eduardo Bolsonaro

Foto: reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), bloqueou as contas do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) nesta segunda, 21.

Segundo o portal Metrópoles, o parlamentar tentou realizar duas transferências via Pix, mas não conseguiu concluir as operações bancárias.

O Antagonista

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Brasil

VÍDEO: Lula diz que guerra tarifária começa quando ele responder Trump

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta segunda-feira (21/7), que a guerra tarifaria entre o Brasil e os Estados Unidos vai começar quando ele responder o presidente norte-americano, Donald Trump.

O petista está em Santiago, capital do Chile, para participar da Reunião de Alto Nível “Democracia Sempre”, que também conta com os chefes de Estado do Uruguai, Colômbia e Espanha.

“Nós não estamos numa guerra tarifária. Guerra tarifária vai começar na hora que eu der resposta ao Trump, se não mudar de opinião. Porque as condições que o Trump impôs não foram condições adequadas. Ninguém pode, sabe, ameaçar um partido com uma decisão judicial. Quem sou eu pra tomar a decisão diante da Suprema Corte?”, disse Lula.

O chefe do Palácio do Planalto desembarcou em território chileno acompanhado dos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais).

O primeiro compromisso de Lula foi um jantar oferecido pelo presidente do Chile, Gabriel Boric, no Ministério das Relações Exteriores do país. O presidente do Uruguai, Yamandú Orsi, também participou.

Metrópoles

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Brasil

VÍDEO: Nikolas sobre última decisão de Moraes contra Bolsonaro: “Preocupante”

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmou nesta segunda-feira (21/7) que a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de proibir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de usar redes sociais, o que inclui transmissões, retransmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer plataforma, inclusive de terceiros, é “preocupante e não contribui para a nossa democracia”.

“O que mais nos preocupa é a nossa liberdade, porque se um ex-presidente está sendo cerceado de falar, por que nós cidadãos comuns não seremos cerceados também? Então, é preocupante, não acho que isso contribui para a nossa democracia e quem defender isso, me prove como impedir uma pessoa de dar entrevista contribui para a gente ter uma democracia mais forte”, afirmou Nikolas.

Com Metrópoles

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Brasil

VÍDEO: Bolsonaro mostra a tornozeleira em ida à Câmara: ‘Máxima humilhação’

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve na Câmara dos Deputados nesta segunda-feira (21) e mostrou a tornozeleira eletrônica que passou a usar por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Em discurso aos apoiadores, Bolsonaro classificou a medida como uma “humilhação”.

“Não roubei os cofres públicos, não desviei recurso público, não matei ninguém, não trafiquei ninguém. Isso aqui é um símbolo da máxima humilhação em nosso país. Uma pessoa inocente. Covardia o que estão fazendo com um ex-presidente da República. Nós vamos enfrentar a tudo e a todos. O que vale para mim é a lei de Deus”, declarou.

A tornozeleira foi determinada após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontou risco de fuga do país e intimidação a ministros do STF, da PGR e da Polícia Federal.

Bolsonaro é réu por uma tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O ministro Alexandre de Moraes determinou a aplicação da tornozeleira após pedido da PGR, que entendeu que o ex-presidente age para atrapalhar as investigações.

Tumulto e deputado ferido

A visita terminou em tumulto. Na saída do encontro entre Bolsonaro e deputados da base bolsonarista, houve confusão em um dos corredores da Câmara. Uma mesa de vidro foi quebrada, e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) ficou com o rosto ferido, segundo relato da deputada Caroline de Toni (PL-SC).

Ainda não está claro se Nikolas se feriu com os cacos da mesa ou em outro momento da confusão. Ele sofreu um pequeno corte logo abaixo do olho.

O pedido da PGR

No documento enviado ao STF, a PGR afirmou que Bolsonaro e o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro atuaram para intimidar autoridades brasileiras e buscar sanções internacionais contra membros do STF, da PGR e da PF. O órgão afirmou ainda que Bolsonaro transferiu R$ 2 milhões ao filho, que estava no exterior promovendo ações consideradas obstrutivas.

Com isso, o procurador-geral Paulo Gonet Branco pediu:

Tornozeleira eletrônica;
Proibição de entrada em embaixadas estrangeiras;
Proibição de contato com embaixadores.
O relator do caso é o ministro Alexandre de Moraes.

Fonte: g1

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Geral

Justiça mantém condenação de empresário que espancou ex-miss RN após churrasco

Foto: reprodução

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), por meio da Câmara Criminal, manteve por unanimidade a condenação do empresário Paulo Eduardo Gomes de Melo pelo crime de lesão corporal praticada contra a ex-companheira e empresária Vanessa Gurgel, miss RN 1993, em contexto de violência doméstica. A decisão rejeitou o recurso apresentado pela defesa, que alegava inépcia da denúncia e legítima defesa.

A apelação criminal (nº 0805724-25.2023.8.20.5300), originária da Vara Única de São José do Campestre, foi relatada pelo desembargador Saraiva Sobrinho, com revisão do desembargador Glauber Rêgo e voto do desembargador Ricardo Procópio.

Segundo a denúncia do Ministério Público, os fatos ocorreram em 7 de outubro de 2023, dentro de um veículo estacionado na zona rural de Serra de São Bento/RN, onde o réu teria agredido a então companheira, Vanessa Gurgel, com socos e chutes na cabeça, causando hematomas, escoriações e a fratura de um dente. A vítima afirmou ainda que foi necessária assistência médica e odontológica após as agressões.

A defesa alegou nulidade da denúncia e sustentou que o réu teria agido em legítima defesa. No entanto, o relator afastou ambas as teses, destacando que a denúncia atendeu aos requisitos legais do art. 41 do Código de Processo Penal e que a tese de legítima defesa não foi comprovada.

Para o relator, a palavra da vítima teve alto valor probatório, por ser coerente, detalhada e compatível com os laudos médicos e odontológicos, as fotografias das lesões e os depoimentos das testemunhas, incluindo agentes da polícia militar e o delegado responsável pelo atendimento da ocorrência. Os policiais relataram que a vítima estava visivelmente machucada e abalada, enquanto o réu apresentava arranhões compatíveis com tentativas de defesa.

Além disso, o tribunal considerou que o acusado já havia sido denunciado pela vítima em situação semelhante cerca de um ano antes, reforçando o padrão de violência doméstica.

“O relato da vítima foi claro, firme e em consonância com todo o conjunto probatório. As lesões apresentadas por ela não se coadunam com a versão apresentada pelo réu, que não trouxe elementos concretos que comprovem a alegada agressão injusta por parte da vítima”, destacou o desembargador Saraiva Sobrinho em seu voto.

A sentença de primeiro grau, que fixou a pena de 1 ano de reclusão em regime aberto, foi integralmente mantida. O voto do relator foi acompanhado pelos demais membros da Câmara Criminal.

Justiça Potiguar

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Mundo

Ucrânia deixa Brasil sem embaixador após insatisfações com Lula

Foto: reprodução

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, decidiu não indicar um embaixador para a representação diplomática ucraniana em Brasília. A informação foi confirmada ao Metrópoles por fontes ligadas a chancelaria do país nesta segunda-feira (21/7).

Rusgas entre Brasil e Ucrânia

-Desde o início do governo Lula 3, o Brasil é alvo de críticas por parte da Ucrânia.

-Para o governo de Volodymyr Zelensky, gestos e falas do líder brasileiro são vistos como posicionamentos pró-Rússia.

-A situação entre os dois países escalou após Lula viajar à Rússia, no início de maio, para participar das comemorações do 80º aniversário do Dia da Vitória em Moscou.

-Na época, o governo ucraniano recusou ao menos duas tentativas de conversas telefônicas entre Lula e Zelensky.

-A tentativa de reaproximação de Lula com Zelensky foi vista por Kiev como um gesto de “cinismo”, com o objetivo de “mascarar” um possível novo sinal positivo a Putin.

-A diplomacia brasileira, no entanto, nega qualquer crise na relação entre os dois países. Fontes ouvidas pelo Metrópoles afirmam que o diálogo, a nível diplomático, funciona bem. O que o governo do Brasil tem buscado, acrescentaram, é o resgate da diplomacia presidencial entre Lula e Zelensky — que praticamente não têm diálogos desde o último ano.

-Na última cúpula do G7, no Canadá, um encontro entre os dois presidentes chegou a ser anunciado. A reunião, porém, não aconteceu devido a problemas de agenda.

Mais cedo, o líder ucraniano informou que se reuniu com o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha. No encontro, o nome de 16 novos embaixadores ucranianos foram definidos.

Sem um chefe desde o início de junho, quando o diplomata Andrii Melnyk deixou o posto em Brasília para assumir um cargo na Organização das Nações Unidas (ONU), a embaixada da Ucrânia no Brasil continuará sem embaixador.

A decisão surge após o governo da Ucrânia mostrar insatisfação com alguns posicionamentos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vistos como favoráveis à Rússia.

No mundo diplomático, manter uma embaixada sem um embaixador é visto como um sinal de descontentamento de um país em relação a nação que recebe a missão diplomática.

Mais cedo, o líder ucraniano informou que se reuniu com o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha. No encontro, o nome de 16 novos embaixadores ucranianos foram definidos.

Sem um chefe desde o início de junho, quando o diplomata Andrii Melnyk deixou o posto em Brasília para assumir um cargo na Organização das Nações Unidas (ONU), a embaixada da Ucrânia no Brasil continuará sem embaixador.

A decisão surge após o governo da Ucrânia mostrar insatisfação com alguns posicionamentos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vistos como favoráveis à Rússia.

Metrópoles 

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Política

PT pede ao STF preventiva de Eduardo Bolsonaro

Foto: reprodução

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), protocolou nesta segunda-feira, 21, uma petição ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo a reavaliação de medidas cautelares contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), incluindo a possibilidade de decretação de prisão preventiva do filho do ex-presidente da República.

O parlamentar é investigado no Inquérito 4995, que apura ataques às instituições democráticas por meio de atuação do deputado federal nos Estados Unidos.

Na petição, Lindbergh argumenta que uma transmissão ao vivo feita por Eduardo Bolsonaro no dia 20 de julho representa “grave violação à autoridade da jurisdição” e constitui ameaça direta a agentes da Polícia Federal que participaram de diligências autorizadas pelo STF na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Durante a live, o deputado do PL declarou: “Vai lá, coleguinha, cachorrinho da Polícia Federal… se eu ficar sabendo quem é você, eu vou me mexer aqui”. A fala foi classificada por Lindbergh como “covarde tentativa de intimidação” pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, que afirmou que o episódio será formalmente comunicado ao Supremo.

Para o líder petista, a conduta de Eduardo Bolsonaro se insere em um padrão de “reiteradas tentativas de sabotar a persecução penal”, caracterizando crimes como coação no curso do processo e obstrução de justiça. “A mera tentativa de restringir, por meio de ameaça, a atuação de agentes da lei já consuma o delito”, sustenta.

O documento também destaca que a intimidação a servidores públicos não deve ser tratada como simples expressão de opinião, sobretudo quando parte de um agente político. “Não se trata de episódio isolado”, afirma Lindbergh. “Eduardo Bolsonaro permanece em campanha internacional contra o sistema de justiça brasileiro, com apoio de autoridades estrangeiras e discurso de viés golpista.”

Com base no artigo 312 do Código de Processo Penal, o deputado petista defende que o STF considere o episódio como novo elemento para justificar medidas mais severas, como a prisão preventiva, com o objetivo de preservar a instrução criminal e garantir a aplicação da lei penal. Também solicita a oitiva do parlamentar sobre o caso e que o Ministério Público Federal seja notificado para eventual denúncia complementar.

O Antagonista

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Geral

Moraes reforça que Bolsonaro não pode usar redes de forma direta e indireta

Foto: Ton Molina/STF

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), publicou, nesta segunda-feira (21), um despacho em que reforça a proibição para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usar as redes sociais de forma direta ou indireta.

O esclarecimento vem após o ex-presidente cancelar uma entrevista ao portal Metrópoles, que seria transmitida no YouTube e no X.

O documento foi adicionado ao processo em que Bolsonaro responde por integrar o que seria um plano golpista contra o resultado da eleição de 2022, poucas horas após o cancelamento da entrevista. O ex-presidente também é investigado em um inquérito por obstrução de Justiça e ataque à soberania nacional.

“A medida cautelar de proibição de utilização de redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros, imposta a Jair Messias Bolsonaro inclui, obviamente, as transmissões, retransmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer das plataformas das redes sociais de terceiros, não podendo o investigado se valer desses meios para burlar a medida, sob pena de imediata revogação e decretação da prisão, nos termos do art. 312, § 1º, do CPP”, afirmou o ministro no despacho.

O portal Metrópoles informou que o cancelamento foi justificado por parte de Bolsonaro por temer ser preso em razão do descumprimento das medidas cautelares.

Medidas cautelares

Bolsonaro foi alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal na última sexta-feira (18), em operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes.

Desde então, o ex-presidente está sob uso de tornozeleira eletrônica e deverá cumprir com recolhimento domiciliar entre 19h e 7h, de segunda a sexta-feira, e em tempo integral aos finais de semana e feriados.

Ele também não pode usar as redes sociais, nem manter contato com o filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos alegando buscar sanções americanas contra Moraes e o STF.

A Primeira Turma do STF já tem maioria para referendar a decisão de Moraes. O julgamento se encerra nesta segunda e falta somente o voto do ministro Luiz Fux.

CNN

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Geral

Moraes manda investigar compra e venda de dólares com lucro de até 50% no dia do tarifaço de Trump

Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decretou, nesta segunda-feira, 21, a abertura de um inquérito da Policia Federal para investigar suspeitas de uso de informações privilegiadas que teriam resultado em lucros de 25% a 50% em operações de compra e venda de dólares no dia em que o presidente dos EUA Donald Trump anunciou tarifaço contra o Brasil.

A decisão atende pedido da advogado-geral da União, ministro Jorge Messias. Na quinta-feira, 18, ele protocolou no STF uma manifestação em que sustenta indícios de que ‘transações de câmbio ocorreram em volume significativo e horas antes do anúncio oficial das novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, o que sugere possível utilização de informações privilegiadas (insider trading) por pessoas físicas ou jurídicas, supostamente com acesso prévio e indevido a decisões ou dados econômicos de alto impacto’.

Estadão – Fausto Macedo

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