R$ 3.706,44 foi o valor suficiente em março “para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência”.
O cálculo do salário mínimo “necessário” é feito mensalmente há 24 anos pela Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) com base no valor da cesta básica mais cara.
Atualmente, é a do Rio de Janeiro (R$ 441,19) seguida por São Paulo (R$ 437,84), Porto Alegre (R$ 434,70) e Florianópolis (R$ 426,79). As mais baratas são de Salvador (R$ 322,88) e Aracaju (R$ 339,77).
O cálculo de R$ 3.706,44 em março representa alta em relação aos R$ 3.682,67 de fevereiro, mas estão abaixo dos R$ 3.752,65 de janeiro e dos R$ 3.673,09 de março de 2017.
O valor do salário mínimo “suficiente” atual é 3,88 vezes mais alto do que o salário mínimo em vigor, que é de 954 reais.
Reajustes
De acordo com a lei atual, o salário mínimo é reajustado todo ano pela variação do INPC (inflação para população de baixa renda) no ano anterior, acrescido da taxa de crescimento real do PIB dois anos antes (se houver crescimento).
A política acaba em 2019, quando haverá um novo aumento real já que a economia cresceu 1% em 2017.
Mas a manutenção da atual política de valorização pode ter efeitos negativos sobre o mercado de trabalho, disse o diretor do Banco Mundial para o Brasil, Martin Raiser, em passagem recente pelo país.
O mínimo brasileiro corresponde a 70% da renda mediana do País. Nos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), essa relação gira entre os 40% e 50%.
Consequências
Em um vídeo, o economista Carlos Eduardo Gonçalves explica quais seriam as consequências práticas se o salário mínimo saltasse bruscamente para o patamar calculado pelo Dieese:
“O que vai acontecer com a pessoa hoje empregada que ganha um salário baixo? (…) Você acha que elas vão continuar todas empregadas ganhando R$ 3.700 ou elas vão ser mandadas emboras porque a contribuição delas pro produto final da empresa não vale esses R$ 3.700?”.
Exame
Um Relatório do Institute of Economic and Social Research (um instituto da Fundação Hans Böckler, ligada à Confederação dos Sindicatos Alemães), de autoria de Malte Lübker e Thorsten Schulten, mostra que o salário mínimo no Brasil por hora, para valores de 1º de janeiro de 2018, é um dos menores do mundo, como mostra o gráfico abaixo. Para esse indicador, o Brasil tem valores mais baixos que grande parte da Europa e o vizinho Argentina, mas perde para alguns países da Europa Oriental, como Sérvia e Ucrânia.
FONTE: https://fpabramo.org.br/2018/03/09/brasil-tem-um-dos-mais-baixos-salarios-minimos-do-mundo/
Péssimo mesmo. Mas o que faz salários altos é um bom nível de produtividade.
No Brasil isso é baixíssimo, o que é imbricado com um péssimo ambiente para negócios.
Salários não sobem (a ponto de se sustentarem) por canetadas de burocratas.