Foto: Magnus Nascimento
A investigação sobre o que levou à troca de pacientes em um transplante de rim realizado no Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol) em Natal, deverá ser concluída em 60 dias, segundo previsão da própria unidade. O caso ocorreu há cerca de um mês e, segundo o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte (Cremern), que acompanha os desdobramentos, “o equívoco foi comunicado às autoridades competentes – Huol e Anvisa – no último dia 13”. Nesta quarta-feira (24), o hospital informou que o paciente está estável, internado em um leito de enfermaria da unidade.
O Huol não confirmou quando tomou ciência do ocorrido nem quando, de fato, aconteceu o erro. Mas afirmou que apura o caso com rigor. “Todas as providências cabíveis foram imediatamente adotadas, incluindo a notificação junto aos órgãos competentes, o acompanhamento clínico integral do paciente, suporte psicológico a familiares e a abertura de processo interno para apurar responsavelmente toda a cadeia de eventos relacionados a este transplante, com previsão de conclusão em 60 dias”, disse o hospital por meio de nota.
A unidade destacou que “desde 1998, o Huol é referência no Rio Grande do Norte e no Brasil em transplantes de rim e de córnea, tendo realizado 854 procedimentos ao longo de sua trajetória, com uma equipe qualificada em tratamentos de alta complexidade”. A reportagem procurou a Agência Nacional de vigilância Sanitária (Anvisa), mas não houve retorno até o fechamento desta edição. Segundo o Cremern, o paciente que recebeu o rim incompatível apresentou rejeição, necessitou ser reoperado para retida do órgão, teve o pós-operatório superado em UTI e atualmente encontra-se na enfermaria.
Em nota, o Conselho pontuou que “acompanha o caso com atenção, reafirma a importância do cumprimento rigoroso dos protocolos de segurança do paciente e em especial para transplantes. Destaca-se que falhas institucionais devem ser investigadas de forma imediata e transparente, visando o aprimoramento contínuo dos processos assistenciais e a proteção da saúde dos pacientes”, pontuou o Cremern, frisando que a questão não está relacionada ao que é considerado erro médico.
“Foi algo que envolveu a administração do processo de transplante”, disse o Conselho. Segundo informações veiculadas, o erro teria ocorrido porque havia dois pacientes na fila de espera para transplante renal com nomes parecidos. O receptor errado foi convocado para a cirurgia e acabou recebendo o órgão, que não era compatível com o tipo sanguíneo dele. Depois do procedimento, o paciente sofreu reações e foi para a UTI.
Após as reações, o órgão foi retirado, mas não pôde ser reaproveitado pelo destinatário correto. O Huol, no entanto, não detalhou como o equívoco teria ocorrido. O processo de doação de órgãos no estado passa pela Central de Transplantes do Rio Grande do Norte. A reportagem tentou contato com Rogéria Medeiros, da Central, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.
Tribuna do Norte
Desde quando atua não tem nenhum relevância nesse caso, não é desculpa aceitável, o conselho que dou é falar a verdade e, criar protocolos pra que essa falha não volte a acontecer.