Imagem: reprodução/Twitter
O presidente Jair Bolsonaro assinou decretos que autorizam a convocação de 625 policiais federais e 625 policiais rodoviários federais, em mais um aceno a sua base eleitoral. O anúncio foi feito nesta quarta-feira, nas redes sociais do ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres.
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Conforme prometido, Presidente @jairbolsonaro assinou hoje decreto que autoriza a convocação de mais 625 guerreiros e guerreiras para a @policiafederal e para a @PRFBrasil ! É o @JusticaGovBR se fortalecendo para combater, ainda mais, o crime! #VamosEmFrente 🇧🇷 pic.twitter.com/qFQfA9TGFi— Anderson Torres (@andersongtorres) May 25, 2022
— O reconhecimento é importante, e a gente espera, no momento certo, garantir, materialmente até, o reconhecimento aos policiais federais e aos policiais rodoviários federais — afirmou o presidente, fazendo referência à promessa de reajustes salariais às carreiras, com reserva de R$ 1,7 bilhão no Orçamento deste ano.
No início do mês, Bolsonaro anunciou a convocação de outros 1.250 agentes para PF e PRF, que ingressariam no curso de formação das carreiras. Com isso, o número de chamamentos chega a 2,5 mil, entre as duas forças — 500 a mais do prometido pelo presidente no começo de maio.
O Globo
Entenda o caso: As policias da União, PF , PRF e Depen, são carreiras de Estado nível superior, quem há mais de 20 anos mantém seu enquadramento, atribuições e remuneratório comparável aos cargos de ensino médio. Desde o início do Governo Bolsonaro que as Carreiras Policiais negociavam com o Presidente a Reestruturação dos cargos a fim de garantir o reenquadramento funcional, em especial o DEPEN cuja carreira dos seus Policiais penais ainda não possui uma lei que defina com a exatidão necessária temas específicos, tanto que até o seu diretor geral é de livre nomeação. Em um governo que se diz de direita e que fala muito em meritocracia e especialmente de um deputado que virou presidente falando aos quatro cantos da sociedade que gosta de polícia, odeia bandidos, não percebia-se momento mais oportuno para o atendimento das necessidades ligadas aos quadros dos seus servidores. Assim, houve por parte das instituições e servidores o compromisso com o presidente da república em viabilizar estes ajustes até o fim do seu mandato, em troca, digamos assim, baseado na linha da meritocracia, os servidores entregaram excelentes resultados ligados à segurança pública. Estes resultados são os presidente usa em suas mídias sociais e vende como resposta à nomeação de mais servidores. O problema foi que seguiram-se revezes sobre revezes durante o governo de Bolsonaro. Primeiro na reforma da previdência, as pensões a aposentadorias foram afetadas gravemente, foram tirados direitos ligados a lesões e mortes durante a atividade policial, as pensões das viúvas, dos órfão e aposentados caíram em regras ligadas a fatores redutores que oneravam em mais de 50% as reduções, além do aumento do desconto nas contribuições o que provocou um fenômeno único, os policias civis da União, estão recebendo menos que no primeiro dia de governo de Bolsonaro. como não houve aumento de salário e o desconto previdenciário aumentou, o recebido final líquido diminuiu!! depois o Governo propôs o congelamento das progressões de carreira durante a pandemia, a progressão é o aumento de nível que dá uma pequena correção anual se o policial passar na sua avaliação anual de desempenho. foi uma luta no congresso para conseguir reverter essa crueldade. Por fim, agora, o governo de Bolsonaro está negando a reestruturação das carreiras, que foi o que expliquei lá no começo, apoiada por ele. É importante entender que essa reestruturação já está com o dinheiro reservado na Loa ( lei de diretrizes orçamentárias) e os projetos de lei da reestruturação estão prontos e tramitados no ministério da justiça e no ministério da economia. O governo tem alegado que vai haver greve dos demais servidores se não der aumento para todos, o curioso é que o governo já sabia que isso poderia ocorrer, pq a linha adota do Paulo Guedes passa pela destruição das carreiras do serviço público, mesmo aquelas que já possuem regras de avaliação de desempenho, como os policiais. Desta forma o presidente se apequenou e descumpriu suas promessas de campanha com a segurança pública, Dai fica o recado. Bolsonaro merece mesmo confiança? Será que a segurança pública vai mesmo se manter empenhada diante da quebra do discursos da meritocracia tão defendida pelos direitistas de plantão. Vendo casos concretos como este percebe-se que o discurso de meritocracia no serviço público não existe, é apenas mais uma promessa de campanha que serve para iludir eleitores. Continue confiando quem quiser.
Quando virar filme eu vejo. 🙂
E outro favelado bergnaldo desapareceu?
Parabéns pela lucidez, objetividade e sensatez