Economia

IPCA: inflação oficial sobe 0,26% em julho, abaixo do esperado

Foto: Ilustrativa

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,26% em julho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (12). No acumulado de 2025, a inflação soma 3,26% e, em 12 meses, 5,23%.

Os números vieram abaixo das projeções do mercado. A mediana das estimativas de economistas consultados pela Reuters apontava taxa mensal de 0,37% em julho, e 5,33% para o acumulado de 12 meses.

A inflação, no entanto, permanece acima da meta do Banco Central que é de até 4,5% em 12 meses, já considerando a tolerância máxima.

A energia elétrica residencial voltou a ser o principal impacto individual no índice, com contribuição de 0,12 ponto percentual. No ano, o item acumula alta de 10,18%, maior variação para o período janeiro a julho desde 2018, segundo o IBGE. Em julho, o custo foi pressionado pela manutenção da bandeira tarifária vermelha patamar 1 e por reajustes em concessionárias de São Paulo (10,56%), Curitiba (2,47%) e Porto Alegre (1,48%). Sem a influência da energia, o IPCA teria ficado em 0,15%.

O grupo Habitação subiu 0,91% no mês, com impacto de 0,14 p.p., também refletindo reajustes na taxa de água e esgoto em Salvador, Brasília e Rio Branco.

As passagens aéreas tiveram alta de 19,92% e foram o segundo maior impacto individual do mês (0,10 p.p.), ajudando a elevar a inflação do grupo Transportes de 0,27% em junho para 0,35% em julho. O segmento também foi influenciado por mudanças tarifárias no transporte público de Brasília, Belém e Curitiba. Combustíveis caíram 0,64%, registrando recuos em etanol, óleo diesel, gasolina e gás veicular.

O grupo Despesas pessoais subiu 0,76%, impulsionado pela alta de 11,17% nos jogos de azar, terceiro maior impacto individual (0,05 p.p.) no índice geral.

Pelo lado das quedas, o grupo Alimentação e Bebidas recuou 0,27%, segunda queda seguida, puxada por itens como batata-inglesa (-20,27%), cebola (-13,26%) e arroz (-2,89%). Já a alimentação fora do domicílio acelerou de 0,46% para 0,87%, influenciada pelo período de férias. Vestuário também registrou queda (-0,54%), com recuos na roupa feminina e masculina.

No recorte regional, São Paulo apresentou a maior variação (0,46%) devido à energia elétrica e às passagens aéreas, enquanto Campo Grande teve deflação de 0,19%, influenciada por quedas na batata-inglesa e na energia elétrica.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) avançou 0,21% em julho, acumulando alta de 3,30% no ano e 5,13% em 12 meses.

InfoMoney

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Economia

EUA são melhor mercado para Brasil, diz presidente da Apex

Foto: Divulgação

O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Jorge Viana, afirmou na segunda-feira (11) que, embora a China seja o maior destino das exportações brasileiras, os Estados Unidos representam o “melhor mercado” para o país. A declaração foi feita durante a abertura do Congresso Brasileiro do Agronegócio, realizado em São Paulo e promovido pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e pela B3, segundo informações do Valor Econômico.

Viana explicou que o diferencial norte-americano está na pauta de exportação mais diversificada, o que amplia as oportunidades para empresas brasileiras. “Nossa pauta é muito diversificada. Essa diversidade é grande e significa que a gente tem uma presença forte de empresas do nosso país que exportam para os Estados Unidos”, afirmou.

Questões econômicas e políticas no comércio com os EUA
O dirigente da Apex observou que, se as negociações sobre o tarifaço imposto pelos EUA às exportações brasileiras se limitassem à esfera econômica, o diálogo seria mais simples. “Mas as discussões carregam questões políticas difíceis de enfrentar”, disse, sem fazer referência direta ao contexto envolvendo o presidente norte-americano Donald Trump, que já citou a situação de Jair Bolsonaro (PL) como justificativa para sanções econômicas contra o Brasil.

Viana defendeu uma estratégia conjunta para proteger os produtos brasileiros e sugeriu que itens como alimentos — especialmente aqueles que os americanos não produzem, como o café — sejam excluídos das tarifas. Ele lembrou que o café brasileiro não foi contemplado nas exceções apresentadas pelo governo Trump. “Dá para ter aliados lá [nos EUA], dá para reunir setores empresariais lá, e, de acordo com o interesse deles, eles vão nos livrar de algumas dessas situações que afetam nosso comércio”, destacou.

Valor Econômico

Opinião dos leitores

  1. Um grande produtor de café na América Latina é a Colômbia e, está em plena expansão a exportação desse produto para o EUA e com uma vantagem, o café Colombiano é bem mais barato que o brasileiro.

  2. Esse Viana é um petista do Acre.
    Mas falou a verdade, faz o seguinte, manda Lula chupar jaboticaba que da tudo certo.

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Economia

Governo e setor imobiliário discutem nova solução para financiar moradias

Foto: Ilustração gerada por inteligência artificial

Enquanto o governo federal estuda a possibilidade de acabar com o direcionamento da poupança ao financiamento imobiliário como uma solução para aumentar a disponibilidade de crédito para moradias no Brasil, o setor privado tem ressalva à proposta e sugere alternativa a este modelo.

Segundo apuração da CNN, há uma reunião marcada para segunda-feira (11) entre membros do Ministério da Fazenda e representantes do setor imobiliário para debater o tema.

Hoje, 65% dos recursos captados pelos bancos da poupança precisam ser direcionados ao crédito imobiliário; 15% estão livres para operações mais rentáveis; e 20% ficam com o BC (Banco Central) na forma de compulsório.

A proposta estudada pelo governo é permitir a livre utilização dos recursos pelos bancos em operações rentáveis, com a contrapartida de as instituições concederem crédito imobiliário em montante equivalente ao captado. A informação foi revelada pela Folha de S. Paulo e confirmada pela CNN.

O setor privado vê a mudança como abrupta e teme danos ao sistema.

A proposta alternativa do segmento prevê manter o percentual do direcionamento da poupança em 65% e liberar gradualmente três quartos do que hoje é compulsório — equivalente a 15% do total da poupança.

Para garantir a segurança do sistema após a liberação do compulsório, a pedida é uma linha de redesconto.

Basicamente, caso um banco tenha escassez de capital, poderia recorrer a esta fonte, que teria juro equivalente ao da poupança, utilizando títulos públicos como garantia.

Atualmente o SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) acumula em torno de R$ 750 bilhões. Com a liberação de três quartos do compulsório, o crédito imobiliário ganharia um impulso em torno de R$ 115 bilhões.

O restante do valor do compulsório seria utilizado, na proposta do setor privado, para testar gradualmente o modelo em estudo pelo governo federal, em que há liberação do valor para captação com a contrapartida de concessão de crédito em igual montante.

CNN

Opinião dos leitores

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Economia

Exportações de produtos do RN crescem quase 43% em julho de 2025, aponta Sedec

Foto: Adriano Abreu

As exportações do Rio Grande do Norte somaram US$ 57,6 milhões em julho deste ano, o que representa alta de 42,9% em relação ao mesmo mês do ano passado (US$ 40,3 milhões). No acumulado de 2025 (janeiro a julho), no entanto, houve uma pequena retração de 3,6% em relação a igual período de 2024 – foram US$ 569,6 milhões em vendas para o exterior no ano passado, contra US$ 549 milhões nos sete primeiros meses deste ano.

Os dados constam no Boletim da balança comercial do estado, lançado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), que apontam, ainda, um crescimento de 13,5% na Balança Comercial potiguar – resultado da soma das exportações com as importações, no comparativo de janeiro a julho de cada ano.

Hugo Fonseca, secretário-adjunto da Sedec, avalia que o desempenho de julho se deu por conta de fatores como as preocupações em relação ao tarifaço de 50%, anunciado pelo governo de Donald Trump sobre os produtos brasileiros, mas também graças à diversificação da Balança Comercial do Estado.

Ele disse ser cedo para traçar um diagnóstico para os próximos meses, afirmando ser necessário aguardar os cenários que serão construídos a partir de agora – a taxação começou a valer na quarta-feira (6).

De acordo com o boletim da Sedec, o superávit da Balança Comercial do Estado ficou em US$ 20,3 milhões em julho, resultado da diferença entre as exportações (US$ 57,6 milhões) e importações (US$ 37,3 milhões). Somados os dois tipos de transação, foram movimentados US$ 94,6 milhões no mês passado. Dentre os principais produtos exportados, os destaques foram o óleo combustível, que liderou a pauta de vendas ao exterior, com US$ 25,3 milhões, seguido pelo bulhão dourado (US$ 11,7 milhões), açúcares de cana (US$ 2,1 milhões), mamões frescos (US$ 2 milhões) e sal marinho (US$ 1,8 milhão).

Tribuna do Norte

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Economia

Com tarifaço, estrangeiros retiram R$ 6,27 bilhões da Bolsa brasileira

Foto: Cris Faga/ via Getty Images

Julho foi um período tumultuado para os investidores estrangeiros na Bolsa brasileira (B3). De acordo com um levantamento da consultoria Elos Ayta, houve uma saída líquida de R$ 6,27 bilhões em recursos externos no mês passado, marcando o pior desempenho mensal desde abril de 2024, quando o saldo negativo foi de R$ 11,1 bilhões.

Apesar da debandada de julho, destaca a consultoria, o saldo do investimento estrangeiro na B3 segue positivo em 2025.

Até o fim do mês, o fluxo líquido acumula R$ 20,64 bilhões com IPOs (oferta pública inicial de ações) e follow-ons e R$ 20,08 bilhões sem considerar essas operações.

Metrópoles

Opinião dos leitores

  1. Isso é apenas o começo do FIM. O Brasil e nosso povo vai pagar um preço muito alto por ter esse corrupto como presidente e esse ministro ditador.

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Economia

União gasta R$ 1,7 bi com diárias e passagens no 1º semestre de 2025

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Os gastos da União com diárias e passagens somaram R$ 1,7 bilhão no 1º semestre de 2025, sob a Presidência de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Trata-se de uma alta de 8,5% na comparação com o mesmo período em 2024 (R$ 1,5 bilhão), em valores corrigidos pela inflação a preços de junho.

É o maior valor real para um 1º semestre desde 2014, no governo de Dilma Rousseff (PT): R$ 2,0 bilhões. A série histórica teve início em 2011.

Os dados são do Tesouro Nacional e estão disponíveis no relatório do resultado primário de junho de 2025.

Leia a trajetória dos gastos com diárias e passagens no 1º semestre desde 2011:

Foto: Poder 360

A União gastou R$ 1,0 bilhão com diárias no 1º semestre de 2025–crescimento de 8,7% ante 2024. As despesas com passagens e locomoção subiram 8,2% no mesmo período.

Lula 3 supera Bolsonaro

O custeio com viagens de janeiro a junho em 2023, em 2024 e em 2025 atingiu R$ 4,6 bilhões –é 46% maior do que o que foi pago durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) no 1º semestre de 2019 a 2022, com R$ 3,2 bilhões.

As restrições a viagens e a queda nos deslocamentos por causa da pandemia resultaram em uma queda nas despesas nos 6 primeiros meses de 2020 (R$ 622,1 milhões) e de 2021 (R$ 457,2 milhões). Houve alta de 100,6% em 2022 em relação ao ano anterior.

Foto: Poder 360

Há 38 ministérios ante 23 no governo de Bolsonaro. São mais gastos com viagens e hospedagens para ministros e auxiliares.

Houve um crescimento das despesas com diárias e passagens aéreas sob Lula, o que denota uma indisposição em cortar gastos no governo do petista.

Poder 360

Opinião dos leitores

  1. Não sou bolsonarista, mas o que esse PT quer é isso: para eles tudo pode, um luxo só. Agora para o povão e o pobre, apenas cesta básica. Covardes!

  2. Essa grana dava para recuperar e reconstruir as rodovias todas do RN.
    Inclusive a duplicação de cajupiranga a tibau do sul, via pirangir, búzios tabatinga, barreta.
    Já pensou a explosão do Turismo?
    Mais não.
    Preferem passear com o nosso dinheiro.
    Lula é um irresponsável.

  3. Os pé redondo cria do Luladrão, ainda defende esse bandido…bandido defende bandido

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Economia

Banco do Brasil perde R$ 7,7 bi em valor de mercado em 1 dia

Foto: REUTERS

O BB (Banco do Brasil) registrou nesta sexta-feira (1º) uma perda de R$ 7,7 bilhões em valor de mercado. As ações ordinárias (BBAS3) recuaram 6,85% no fechamento –estão cotadas a R$ 18,35 cada.

A instituição encerrou a semana com valor de R$ 104,75 bilhões. É o menor patamar desde 16 de janeiro de 2023, quando o banco era avaliado em R$ 101,62 bilhões. Os dados são de Einar Rivero, da consultoria Elos Ayta.

Trata-se da maior desvalorização diária em 2 anos. O pico do valor de mercado do BB se deu em 6 de fevereiro de 2024, quando o banco era avaliado em R$ 170,09 bilhões. De lá para cá, houve uma queda acumulada de R$ 65,34 bilhões.

“O recuo das ações do Banco do Brasil nesta semana acende um sinal de alerta sobre a confiança do mercado em relação à instituição, e, em sentido mais amplo, ao setor bancário tradicional. O retorno ao nível de valor de mercado observado no início de 2023 mostra que o banco está, aos olhos do mercado, praticamente no ponto de partida após quase dois anos de volatilidade”, afirma Einar.

Analistas do mercado financeiro projetam ganhos mais modestos para o Banco do Brasil no 2º trimestre de 2025. O BTG Pactual publicou um relatório nesta 6ª feira (1º.ago) em que revisou para baixo em 23% o lucro líquido que o BB terá –agora, estima R$ 5 bilhões.

Poder 360

Opinião dos leitores

  1. O Brasil não aguenta mais quatro anos de governo do PT, o Brasil tem respirar ares novos, se livrar de Bolsonaro e do PT..

  2. Não tem uma notícia boa nesse maldito governo….É uma quebradeira atrás da outra ….Que o diga os Correios….Meu Deus!!!

    1. Uma terra ARRAZADA com esses individuos INDIGNOS no comando da Nação Brasileira e em conluio com os outros poderes. Rui Barbosa disse tudo sobre a CORRUPÇÃO no Brasil. Uma vergonha, muitissimos BANDIDOS em toda parte.

    2. O grande problema é que o brasileiro gosta desse saudosismo…Rui Barbosa, Enéias carneiro, fulano e cicrano. Daqui uns 20 anos vão estar relembrando que Bolsonaro estava certo!

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Economia

Trump adia início de tarifas no Brasil e no mundo; mercados reagem

Foto: REUTERS/Issei Kato/File Photo

Após repetir reiteradamente que o dia 1º de agosto seria o prazo final e inadiável para aplicação do tarifaço, o governo dos Estados Unidos jogou para semana que vem a data em que entrarão em vigor tarifas recíprocas reajustadas por Donald Trump.

Em ordem executiva assinada nesta quinta-feira (31), o republicano impôs alíquotas que variam de 10% a 41% a dezenas de países. O decreto pontua que as taxas entram em vigor sete dias após sua publicação, no dia 7 de agosto, próxima quinta-feira.

O Brasil aparece na lista com uma alíquota recíproca de 10%. Na véspera, quarta-feira (30), o republicano confirmou, já considerando esta taxa base, que iria subir em 40 pontos percentuais a tarifa aplicada contra os importados brasileiros, totalizando 50%.

O decreto desta quinta trata de reajustar as tarifas anunciadas pelo republicano em 2 de abril, que ficou conhecido como Dia da Libertação.

Uma semana mais tarde, porém, Trump anunciou uma pausa de 90 dias ao tarifaço para que os EUA pudessem negociar com seus parceiros comerciais.

O período foi marcado por uma escalada de tensão com a China; o vai e vem de tarifas contra o México e Canadá; acordos vagarosos com o Japão e a União Europeia; e ameaças a países que adotassem posturas anti-americanas, segundo Trump.

A princípio, o tarifaço voltaria a vigorar em sua plena magnitude no começo de julho. Naquela época, o republicano começou a sinalizar o andamento de algumas tratativas, novamente adiando a entrada em vigor das alíquotas.

Impacto nos mercados globais

Como todo episódio de instabilidade provocado pela guerra comercial de Trump, este também abalou com o movimento dos mercados.

Na Ásia, por volta das 23h de Brasília, o índice acionário japonês Nikkei 225 recuava 0,43%. Na Coreia do Sul, o Kospi abriu em queda de 1,08%. Já o Hang Seng, de Hong Kong, caía 0,12%; enquanto o SSE Composite Index, de Shangai, tinha baixa de 0,08%. Em Taiwan, o mercado caiu mais de 1% durante a abertura.

Enquanto isso, no mercado futuro, antes da abertura das negociações, o Stoxx 600, da Europa, recuava 0,75%; e as bolsas norte-americanas tinham queda de 0,11% (Dow Jones) a 0,21% (Nasdaq).

CNN

Opinião dos leitores

  1. Já pode dizer que Trump amarelou, arregou e deu pra trás covardemente? Ou vamos deixar isso para quando ele isentar mais produtos em 7 de agosto?

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Economia

Tarifaço de Trump entra na semana decisiva e perspectiva de acordo com os EUA fica mais distante

Foto: Wilton Junior/Estadão e Evan Vucci/AP Photo

O Brasil entra esta semana em um período decisivo, que pode mudar para pior o rumo de sua economia – pelo menos no curto prazo. Está prevista para entrar em vigor na sexta-feira, 1º de agosto, a tarifa de 50% prometida pelo presidente americano, Donald Trump, para todos os produtos brasileiros vendidos para o mercado americano. E, pelo menos até o momento, não há o menor sinal de que esse movimento poderá ser revertido ou adiado.

As tentativas do governo brasileiro de negociar com os EUA, encabeçadas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, têm se mostrado infrutíferas. Na semana passada, Alckmin disse ter tido no sábado, 19, uma conversa de 50 minutos com o secretário de Comércio americano, Howard Lutnick. “Nós conversamos com o governo norte-americano, tivemos uma conversa com o secretário de Comércio, longa, colocando todos os pontos e destacando o interesse do Brasil na negociação, e destacando que o presidente Lula tem orientado negociação, não ter contaminação política nem ideológica”.

Mas o próprio presidente Lula parece não ter muita esperança de uma reversão da cobrança até o dia 1º. Na sexta-feira, 24, disse que o vice-presidente liga todos os dias para conversar sobre a tarifa, mas que ninguém responde. “Ninguém pode dizer que o Alckmin não quer conversar. Todo dia ele liga para alguém, e ninguém quer conversar com ele”, disse Lula.

Neste domingo, 27, Howard Lutnick afirmou que as tarifas, previstas para começar em 1º de agosto, não serão adiadas. “Sem mais períodos de carência”, afirmou, em entrevista, à Fox News. Mesmo assim, Lutnick afirmou que, quando as taxas começarem, os países ainda poderão falar com o governo americano. “O presidente está definitivamente disposto a negociar e conversar com as grandes economias, com certeza”.

Brasil tem a maior taxa

O prazo de 1º de agosto não é exclusivo para o Brasil. É a data dada por Trump para subir as tarifas para dezenas de países que não conseguirem fechar um acordo a tempo. Mas é no Brasil onde a tarifa será mais alta – nenhum outro país terá a taxa de 50%.

Alguns países já haviam conseguido fechar acordos com Trump, evitando o “mal maior”: Reino Unido, Vietnã, Indonésia, Filipinas e Japão. Neste domingo, 27, foi a vez de União Europeia também finalizar um acerto com o governo americano, com uma tarifa básica de 15% – a ameaça de Trump era elevar a taxa para 30%.

No caso brasileiro, porém, as negociações se tornam um pouco mais complicadas pelo viés político que tomaram. Quando anunciou que taxaria os produtos brasileiros, Trump condicionou a reversão da decisão ao fim do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF, que o presidente americano disse ser uma “caça às bruxas”.

“Não estou enxergando um caminho no curto prazo para poder reduzir essas tarifas”, disse o diretor para as Américas da consultoria Eurasia, Christopher Garman. “Nós estamos num embate, e o problema é que o presidente Trump se enxerga no drama do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nós precisamos lembrar que o Trump se sentiu vítima de uma caça às bruxas de medidas judiciais. Ele se sentiu censurado. Ele enxerga o movimento progressista Democrata como uma ameaça à democracia. Então, quando ele vê o drama do entorno da família Bolsonaro e as queixas da direita brasileira, o Trump encontra respaldo.”

Para Garman, o melhor cenário para o Brasil, nesse caso, é receber as tarifas e não retaliar. Ao longo do tempo, avalia, pode ser que as empresas e o governo brasileiro consigam algum espaço para aliviar o cenário. “O impacto das tarifas globais tende a chegar ao bolso do consumidor através de mais inflação. Portanto, a Casa Branca pode ficar mais passível de aceitar tarifas menores”, afirma.

O economista André Perfeito, por sua vez, diz que o acordo entre União Europeia e Estados Unidos anunciado neste domingo traz ainda mais pessimismo para a situação do Brasil na busca de uma solução para a questão da tarifa de 50%. “O Brasil está definitivamente isolado e as tarifas ganham ares de sanção que buscam restabelecer a América como quintal dos EUA”, disse.

Para o economista, o acordo aponta para a perspectiva de que os EUA não permitirão que o Brasil se alie de maneira individual a blocos ou projetos que não sejam do interesse de Washington, o que, para Perfeito, “cria uma novidade política que há muito tempo não se via”. Ele considera que a revista The Economist apontou corretamente, em sua edição da semana passada, que o que ocorre com o Brasil só pode ser comparado ao período da Guerra Fria.

Estadão

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Economia

EUA e União Europeia anunciam acordo tarifário

O presidente dos EUA, Donald Trump, aperta a mão da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em Turnberry, Escócia (27/07/2025 Foto: REUTERS/Evelyn Hockstein)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou hoje um acordo comercial com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Segundo ele, foi definida uma tarifa geral de 15%.

A negociação foi firmada após negociação marcada para a tarde deste domingo (27) em Turnberry, na Escócia. A decisão acontece antes da vigência da tarifa mais alta, de 30%, que valeria a partir de 1º de agosto.

Também foi definido que o bloco comprará US$ 750 bilhões em energia e investirá US$ 600 bilhões a mais do que o investimento atual em equipamentos militares e na abertura de países para o comércio com tarifa zero.

A estrutura do acordo foi definida depois de Trump citar que os Estados Unidos e a União Europeia têm um dos ” maiores déficits comerciais ” e não conseguiram chegar a um acordo no prazo anterior de Trump, 9 de julho.

Em uma entrevista coletiva antes das negociações, Von der Leyen disse a Trump que ele é “conhecido como um negociador e negociador duro”.

Trump reafirmou que as cartas tarifárias enviadas a outros parceiros comerciais dos EUA que não conseguiram fechar um acordo enfrentarão novas tarifas na sexta-feira, com exceção das tarifas sobre aço e alumínio. “A maioria dos acordos, exceto aço e alumínio, dos quais recebemos tarifas de 50%”, disse ele.

Mais cedo no domingo, o Secretário de Comércio, Howard Lutnick, afirmou que não haveria mais prorrogações ou períodos de carência após 1º de agosto, mas que as “grandes economias” podem continuar as negociações comerciais com os Estados Unidos. Lutnick está na Escócia com Trump para negociações comerciais com a UE.

“Em 1º de agosto, as tarifas serão definidas. Elas entrarão em vigor”, disse Lutnick em uma aparição no “Fox News Sunday”.

CNN Brasil

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Economia

Aperto no Orçamento multiplica uso de brechas para gastar fora das regras

Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

A situação de aperto nas contas públicas tem tido o efeito colateral de multiplicar o uso de brechas para gastar fora das regras fiscais ou até mesmo do Orçamento, com efeitos negativos sobre a priorização de recursos públicos, a transparência e o endividamento do país.

O emprego desses expedientes perpassa diferentes gestões, embora economistas vejam indícios de intensificação da estratégia durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os instrumentos são variados e envolvem o uso do setor privado para bancar ações de responsabilidade do governo, a criação de instituições para fugir do teto de gastos, a execução de políticas públicas por meio de fundos e a flexibilização de regras fiscais para excluir despesas.

O limite para os gastos públicos e o avanço das despesas obrigatórias sobre o espaço disponível (muitas vezes devido a resistências políticas em fazer mudanças ou reformas) são o pano de fundo para esse movimento.

Segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional), pelo menos 55 países adotam uma regra que limita despesas, que traz previsibilidade sobre a trajetória fiscal, mas também impõe desafios.

“A regra de despesa tem esse defeito: você gera um desvio finalístico importante. Se um órgão gerar muita arrecadação própria, ele não pode reverter isso [em gastos] porque está limitado pela despesa”, diz o economista Manoel Pires, coordenador do Centro de Política Fiscal e Orçamento Público do FGV Ibre.

Segundo ele, a situação gera dois problemas: desincentiva a melhor gestão desses ativos e induz a criação de subterfúgios para executar políticas fora do Orçamento.

A realização dos chamados investimentos cruzados é um exemplo de subterfúgio, ao delegar ao setor privado a execução de despesas que caberiam à União. Isso já foi feito em leilões de concessão ou privatização, quando o governo abriu mão de uma receita para não precisar colocar mais uma despesa no Orçamento.

No leilão da tecnologia 5G, em 2021, o governo reduziu os valores de outorga em troca do compromisso dos vencedores de investir R$ 3,1 bilhões na conectividade das escolas. A aplicação dos recursos é definida por um grupo técnico presidido por um representante da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), sem passar pelo Orçamento.

Em 2024, o TCU (Tribunal de Contas da União) apontou falta de clareza sobre metas, critérios, beneficiários e atendimento às prioridades legais. Também criticou a demora para a prestação de contas dos estados contemplados pelos repasses, prevista só para 2027. Procurada, a Anatel não respondeu.

Na privatização da Eletrobras, concluída em 2022, a empresa firmou um compromisso de aplicar R$ 8,75 bilhões ao longo de dez anos na revitalização de bacias de rios e na redução do custo da energia na Amazônia Legal. Até agora, foram aportados R$ 2,8 bilhões, já considerando a correção anual dos valores pela inflação.

A aplicação dos recursos é decidida por três comitês, dois deles presididos pelo MIDR (Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional) e outro pelo MME (Ministério de Minas e Energia). As informações sobre projetos e execução não são centralizadas. Além disso, o número de ações selecionadas é maior do que o daquelas que possuem os custos discriminados em portais públicos.

Folha de S.Paulo

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Economia

Prazo encerrado: Produtos embarcados agora só chegarão aos EUA depois da data prevista do tarifaço

Foto: Fábio Vieira/Estadão

A menos de uma semana do dia anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a entrada em vigor da tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, os exportadores já não têm mais tempo de fazer seus embarques antes da data, 1º de agosto. Especialistas em comércio exterior e empresários do setor de trading ouvidos pelo Estadão afirmam que as exportações brasileiras levam em média pouco mais de 20 dias para chegar aos EUA.

Os produtos são taxados quando apresentados nas alfândegas com um formulário de importação com detalhes sobre sua origem, similar à declaração alfandegária para a entrada de pessoas físicas nos EUA. A única forma de itens que ainda não deixaram o Brasil escaparem da cobrança nessa semana seria por meio de transporte aéreo, utilizado apenas para exportações de alto valor agregado — de tecnologia, artigos de luxo ou metais preciosos —, de menor volume ou nos casos de vendas de aeronaves, em que o próprio meio de transporte é vendido.

No entanto, no primeiro semestre deste ano, foram por via aérea para os Estados Unidos apenas 12,2% das exportações brasileiras, o equivalente a US$ 2,4 bilhões do total de US$ 20 bilhões vendidos. A grande maioria das vendas trafegou por transporte marítimo, contabilizando US$ 17,3 bilhões, ou 86,6% do total, segundo a Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil).

Os pontos de saída principais do Brasil são os portos de:

  • Santos/SP (33,6% das exportações para os EUA no primeiro semestre)
  • Itaguaí/RJ (9%)
  • Rio de Janeiro/RJ (7,8%)
  • Vitória/ES (7,6%)
  • São Francisco do Sul/SC (4,4%)

Deles saem produtos como minérios, aço, petróleo, calçados e sucos. Apenas na sexta posição aparece o Aeroporto de Guarulhos.

O tempo de transporte das exportações brasileiras por via naval varia bastante, entre 15 e 35 dias, dependendo dos portos de origem e de chegada. Mas, como atualmente a maior parte das mercadorias para os EUA vai para a Costa Leste, eles levam, em média, de 20 a 25 dias de viagem, segundo o professor de relações internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) José Luiz Pimenta.

“Com o anúncio do tarifaço, várias empresas com mercadorias a serem vendidas estão segurando as exportações, por que, uma vez entrada em vigor a tarifa, imediatamente, se passa a pagar a taxa no momento de internalização do produto”, diz. “Aquilo que já está em águas e vai chegar antes do dia 1º segue, mas o que seria embarcado esses dias não deve chegar a tempo, por conta do prazo logístico e a rota. Já estamos no período de risco para esses embarques.”

Não há certeza se os produtos brasileiros começarão a serem taxados no início de agosto ou se as negociações do governo brasileiro podem fazer as tarifas baixarem, serem adiadas ou eliminadas. Mas as empresas, tanto do lado dos exportadores brasileiros quanto dos importadores americanos, não querem correr o risco de que as mercadorias entrem nos EUA com a taxa de 50% em vigor.

Produtos como o aço, que com ferro é o segundo item mais vendido na pauta exportadora para os EUA, costumam ser levados para o centro-norte do país, como a cidade de Detroit, polo automotivo americano. Dessa forma, entram no território americano, principalmente pelo porto de Nova York. Já produtos agrícolas, como o suco de laranja, vão principalmente para a Flórida, no porto de Miami.

O empresário Carlos Campos Jr, CEO e cofundador da empresas de importações e exportações Target Trading, em atividade há 28 anos, estima em um período médio de trânsito de 18 a 25 dias dos produtos brasileiros para os principais portos de destino americano na Costa Leste, que são Nova York, Miami, Savannah, na Georgia, e Houston, no Texas, que recebe os navios por meio de um canal vindo do Golfo do México.

Já produtos voltados para o mercado consumidor próximo da Costa Oeste americana chegam principalmente em Los Angeles, e o período de trânsito costuma ficar entre 25 e 30 dias, eventualmente levando até 35 dias.

“Temos cargas já embarcadas em trânsito. Dependendo de quando foi o embarque, elas podem chegar antes de as tarifas entrarem em vigor”, afirma Campos. Para as que chegarem depois, a solução deve ser torcer para um adiamento das tarifas ou recorrer a armazéns alfandegados.

Estadão

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Economia

Empresas brasileiras recorrem a férias coletivas e paralisações temporárias para minimizar impactos de tarifaço de Trump

Foto: Reprodução/TV Globo

Empresas brasileiras de diferentes setores que exportam para os Estados Unidos tiveram impactos nas atividades. Férias coletivas e paralisações temporárias têm sido as soluções encontradas pelos empresários brasileiros para enfrentar o “tarifaço de Trump”. Uma maneira de se organizar para tentar evitar mais prejuízos.

O ferro gusa está entre os produtos mais exportados pelo Brasil para os Estados Unidos. Em 2025, até junho, foram mais de US$ 600 milhões. O serviço de manutenção da fundição vai até domingo (27), quando o forno será paralisado.

O operador de sistemas de abastecimento, Carlos Alberto Souza também vai sair de férias, mas não acha que vai conseguir relaxar. “Quando é uma férias programadas você administra as coisas: posso viajar, posso pescar, posso passear com esposa, com filhos, mas uma férias assim, a gente tem que ficar em casa mesmo aguardando”.

Essa é só uma das siderúrgicas de Minas Gerais que estão paralisando a produção de ferro gusa – usado como matéria prima na produção de aço e ferro fundido para a indústria e a construção civil. O motivo é a mudança tarifária anunciada por Donald Trump, que entra em vigor em 1° agosto.

Em Mato Grosso do Sul, a carne que iria para os Estados Unidos, está sendo direcionada pra outros mercados. Como: China, Sudeste Asiático e Oriente Médio O sindicato que representa os produtores de carne, no estado, informou que a tarifa de 50% do governo americano torna inviável a continuidade das exportações.

Uma empresa, em Santa Catarina, exporta produtos feitos de madeira. São 65 contêineres sendo enviados todos os meses para os Estados Unidos. E pela primeira vez, em 60 anos, decidiu conceder férias coletivas para os colaboradores por tempo indeterminado por falta de comprador.

g1

Opinião dos leitores

  1. Acho que nessa guerra, perdemos todos, o nosso presidente está de calças arriada, com aquela bundinha linda esperando o grosso, vc que sobrevive de bolsa família vai gemer.

    1. Luiz, Lula chamou João Paulo Cunha, o deputado petista do mensalão, para retornar à política.
      É muita sacanagem…

  2. Vão lá, patriots, peçam tarifas, supliquem por sanções ao seu proprio pais. Bando de alienados.

    1. Alienados são aqueles que seguem defendendo os ABUSOS que estão ocorrendo no país e pensam que o MUNDO INTEIRO não estar enxergando.
      Pensam que podem rasgar a CONSTITUIÇÃO e os princípios mais básicos do direito sem qualquer consequência.
      A conta um dia chega.

    2. Tenho dúvidas estarrecedoras, vamos mobilizar os aposentados, formas um exército, colocar vc com jumenta oficial, vc vai relinchar e levar a glória ornada com um bandeira vermelha, o sangue vai correr e vcs vão terminar chorando, bando de babacas .

    3. Tem que taxar mesmo, até a Venezuela tá taxando. Tem alguém falando do Maduro? Tem que acabar com esse protótipo de ditadura no Brasil, enquanto ainda é protótipo.

  3. Mato Grosso e Santa Catarina: dois estados bolsonaristas que vão perder milhares de empregos…🤣🤣🤣
    Bota pra lascar, laranjão
    🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣

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Economia

Venezuela passa a taxar produtos brasileiros que eram isentos, dizem exportadores

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Exportadores brasileiros foram surpreendidos pela cobrança, por parte da Venezuela, de uma taxa de importação que até então era isenta para produtos do Brasil que entram no país. Empresas de Roraima, Estado que destina 70% de suas exportações para o território venezuelano, com o qual faz fronteira, foram as principais impactadas, de acordo com grupos empresariais.

Segundo a Câmara Venezuelana Brasileira de Comércio e Indústria de Roraima, a cobrança começou a ser feita no dia 18 de julho. O Brasil tem um acordo bilateral com a ditadura chavista que isenta a cobrança da taxa de importação ad valorem (cobrada sobre o valor do item) de produtos que entram no país com certificado de origem.

O Ministério das Relações Exteriores disse estar acompanhando, em coordenação com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), os relatos de dificuldades enfrentadas por exportadores brasileiros.

“A Embaixada do Brasil em Caracas está apurando, junto às autoridades venezuelanas responsáveis, elementos para esclarecer a natureza da situação, com vistas à normalização da fluidez no comércio bilateral, regido pelo Acordo de Complementação Econômica nº 69 (ACE 69), que veda a cobrança de imposto de importação entre os dois países“, afirmou o Itamaraty.

Cada produto tem um grau de isenção, que chega a ser total em alguns casos. Com o fim da isenção, houve cobrança de uma taxa de 40% para produtos como açúcar e margarina; a farinha de trigo foi taxada em 20%, segundo a instituição de exportadores.

A cobrança, que até então era isenta, é feita a empresas venezuelanas após a taxação de 1% pelos serviços aduaneiros e de 16% do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que é o imposto sobre bens e serviços da Venezuela.

“O impacto é terrível. Os impostos são cobrados em cascata e aí fica inviável. Nesse caso, sofremos todos porque a demanda da Venezuela por produtos alimentícios tem sido constante”, disse o presidente da entidade empresarial, Eduardo Oestreicher, ao Estadão.

Segundo ele, ainda não há explicações técnicas nem políticas para a taxação. O imposto é é pago pela empresa da Venezuela, que pode recorrer a mercados com preços mais competitivos, como Colômbia, México e Turquia, o que preocupa os empresários brasileiros.

Em 2024, o comércio entre o Brasil e a Venezuela atingiu US$ 1,6 bilhão, sendo US$ 1,2 bilhão em exportações brasileiras – o que representa 0,4% do total exportado pelo país naquele ano, diz o Itamaraty na nota.

Em nota, a Federação das Indústrias do Estado de Roraima afirma que já iniciou investigações internas para apurar as causas do ocorrido. ”Paralelamente, estamos em contato direto com autoridades competentes tanto da Venezuela quanto do Brasil, buscando esclarecimentos detalhados e soluções ágeis para normalizar o fluxo comercial bilateral”, diz o texto.

Já a Secretaria de Planejamento do governo de Roraima afirmou que acompanha com preocupação as informações sobre a elevação da alíquota do imposto do governo venezuelano que atinge diretamente produtos de origem brasileira exportados pelo Estado.

“A Venezuela é atualmente o principal parceiro comercial de exportações do Estado, sendo responsável por mais de 70% da movimentação externa registrada nos últimos anos. Qualquer medida que encareça os produtos brasileiros no mercado venezuelano afeta significativamente a competitividade das nossas mercadorias”, diz a nota.

O governo estadual diz ainda que está em contato com o Ministério das Relações Exteriores, o Ministério da Fazenda e demais autoridades federais, “buscando esclarecimentos e alternativas diplomáticas para preservar o equilíbrio da relação comercial entre os dois países”.

Estadão

Opinião dos leitores

  1. Isso é uma Jogada Política que tá sendo Negociado porque a Diferença do Dinheiro, é Devedido para Eles,

  2. A CULPA É DO BOZO.
    KKKKKKKK.
    A CULPA É DO EDUARDO BOLSONARO.
    A CULPA É DO TRUMP.
    Hihihihihihi…
    Desgoverno total se instalou no Brasil.

  3. Oxente,o companheiro Maduro taxando o NINE dedos,ninguém da patota não diz nada 😳.Há entendi,entre os companheiros tá podendo tudo,sob as bençãos da Nossa Senhoras das TOGAS.

  4. Esse ditadorzinho safado, devia era pagar o que deve ao Brasil, além de estarmos sustentando refugiados deste canalha que aportaram no Brasil fugindo desse sanguinario cretino.

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Economia

Contas externas têm maior deficit para junho em 11 anos

Foto: Reprodução

As contas externas do Brasil registraram deficit de US$ 5,1 bilhões em junho. Esse foi o maior saldo negativo para o mês desde 2014, quando somou US$ 5,4 bilhões. O BC (Banco Central) divulgou o resultado nesta 6ª feira (25.jul.2025).

O saldo negativo aumentou 52,3% em relação a junho de 2024, quando totalizou US$ 3,4 bilhões. A autoridade monetária calcula mensalmente as transações correntes do setor externo no Brasil. Considera o saldo da balança comercial (exportações e importações), os serviços adquiridos por brasileiros no exterior e a movimentação financeira da renda, como remessa de juros, lucros e dividendos para outros países.

Segundo o Banco Central, o resultado negativo foi puxado pelo deficit maior na conta de renda primária. O saldo negativo aumentou de US$ 4,9 bilhões em junho de 2024 para US$ 6,2 bilhões em junho de 2025.

A balança comercial teve superavit de US$ 5,4 bilhões no mês. Caiu US$ 374 milhões em relação a junho de 2024 (US$ 5,7 bilhões).

Já os serviços tiveram deficit de US$ 4,5 bilhões em junho ante US$ 4,4 bilhões do mesmo mês do ano passado.

No acumulado de 12 meses, o deficit em transações correntes somou US$ 73,1 bilhões, o que corresponde a 3,42% do PIB (Produto Interno Bruto). Era de US$ 71,4 bilhões (3,35% do PIB) em maio e de US$ 28, bilhões (1,28% do PIB) em junho de 2024.

Poder 360

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Economia

Com peso valorizado, Brasil amplia vendas para a Argentina, inclusive de carnes

Foto: Luis Robayo/AFP

Enquanto o Brasil trava uma guerra com o governo dos Estados Unidos para evitar a alta de tarifas de importação, a Argentina aumentou em 55,4% a compra de produtos brasileiros no primeiro semestre de 2025, totalizando US$ 9,1 bilhões.

De janeiro a junho, os brasileiros venderam aos vizinhos do sul, principalmente, veículos de passageiros (21,6%), autopeças e acessórios (9,7%) e veículos para transporte de mercadorias (6,4%).

Mas mesmo em produtos tradicionais do país, como a carne bovina, a entrada de itens brasileiros escalou: era de cerca de US$ 1 milhão no primeiro semestre do ano passado e passou a US$ 22,9 milhões em igual período deste ano.

Os dados são do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), parte deles compilada pela Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes).

No caso da carne, em volume, a participação do produto brasileiro no mercado vizinho ainda é pequena e não ameaça a produção local. A carne bovina fresca, refrigerada ou congelada equivale a 0,25% de toda a cesta de exportações.

Parte das compras foi feita por frigoríficos estrangeiros que operam no país, e a carne sempre foi importada por eles, mas era usada principalmente na composição de produtos processados, como hambúrgueres. Em 2025, um percentual da importação passou a ser destinado também a cortes, de acordo com representantes do setor na Argentina.

“É algo insólito, no país da carne e do churrasco, agora estamos importando esse tipo de alimento do nosso vizinho Brasil”, diz um apresentador do canal de TV Crónica, em um programa de maio. “É mais barato importar do que produzir aqui.”

Segundo a imprensa local, em cidades da Patagônia, no sul do país, o quilo da carne brasileira em março chegava a 9.000 pesos argentinos, enquanto a carne argentina custava 22 mil.

“Dependendo do supermercado, a gente encontra pão fatiado brasileiro ou leite uruguaio por preços melhores do que os locais”, conta a dona de casa Nérida Arsas, 69, moradora de Buenos Aires.

Do outro lado do balcão, no primeiro semestre, os brasileiros compraram US$ 6,2 bilhões em produtos argentinos (alta de 1,6%), o que levou a balança a um superávit de US$ 3 bilhões a favor do Brasil. E não é que as relações entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o argentino Javier Milei tenham ficado mais calorosas.

De forma geral, a Argentina passou a comprar bem mais do exterior em 2025. Apenas no primeiro trimestre, as importações chegaram a 32% do PIB (Produto Interno Bruto), a maior porcentagem em 135 anos, de acordo com um relatório da consultoria Argendata. Esse cálculo também inclui os gastos de viagens de turistas no exterior.

O documento aponta alguns principais fatores para esse movimento, como a abertura comercial, com a redução de tarifas e desregulamentações, o que facilitou a entrada de produtos estrangeiros. Isso foi percebido das compras em sites de e-commerce estrangeiros ao setor de autopeças.

A valorização do peso argentino em relação ao dólar também tornou os bens importados mais acessíveis, além de aumentar o turismo ao exterior, inclusive as viagens de curta duração para compras em cidades de fronteira, por exemplo, com Brasil, Chile e Paraguai. Além disso, a queda da inflação tornou mais previsível os contratos de compra de insumos e bens importados.

O economista Santiago Bulat, professor da IAE Business School e sócio-diretor da Invecq Consultoria, pondera que a venda de produtos importados pela Argentina vinha de um patamar muito baixo em 2024, na fase mais dura do choque provocado pelas medidas de Milei.

“As importações caíram significativamente no ano passado, as empresas ainda tinham muitas dívidas de importações antigas e a atividade econômica cresceu fortemente nos primeiros meses deste ano, embora agora pareça estar mais estagnada”, diz. Ele acrescenta que em julho o nível de importações vem diminuindo.

Ainda assim, a taxa de câmbio, que, ganhou alguma competitividade nas últimas semanas, permanece em um patamar baixo e acessível, complementa Bulat. “E, com a abertura feita pelo governo, setores como têxtil, eletrodomésticos e automotivo, entre outros, estão competindo com produtos do exterior.”

Folha de S.Paulo

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