Educação

Cinco anos após pandemia fechar escolas, prejuízos ainda são sentidos pelos alunos

Foto: Minervino Junior/CB/D.A Press

Em março de 2020, escolas e famílias foram surpreendidas com a ordem de suspensão das aulas presenciais por tempo indeterminado. De forma inédita, escolas do mundo todo foram fechadas para evitar o avanço do contágio por um novo vírus. Quase cinco anos depois, os estudantes brasileiros ainda convivem com os prejuízos dessa situação.

Um dos países que ficaram mais tempo com as escolas fechadas, o Brasil registrou queda nos principais indicadores de desempenho escolar. Mas especialistas apontam que o maior prejuízo acumulado no período é também o mais difícil de ser quantificado e recuperado, que foram aqueles no desenvolvimento de habilidades sociais, emocionais e até mesmo motoras.

Professores de educação infantil, por exemplo, relatam que as crianças que chegaram em 2024 na pré-escola (que são aquelas que nasceram no meio da pandemia e passaram os primeiros meses de vida em isolamento) apresentaram muitas vezes um comportamento diferente do habitual para alunos dessa idade. Muitas delas tinham dificuldade para brincar sem ajuda de adultos, para subir em brinquedos ou apresentavam atrasos na fala.

“Não temos estudos que sejam capazes de evidenciar ou dados que tragam de forma precisa os prejuízos para as crianças, mas eles são evidentes para quem trabalha com as crianças em sala de aula”, diz Marina Fragata, diretora de políticas públicas da FMCSV (Fundação Maria Cecília Souto Vidigal).

A fundação, que trabalha com primeira infância, conduziu um estudo em parceria com o Lapope (Laboratório de Pesquisa em Oportunidades Educacionais) da UFRJ, para investigar o impacto da pandemia no desenvolvimento das crianças.

O estudo comparou dados de habilidades das crianças que estão no 2º ano da pré-escola (com 5 anos de idade) entre os anos de 2019 e 2022. Nele, os pesquisadores identificaram perdas no desenvolvimento em linguagem, matemática e habilidades sociais e motoras.

As crianças que entraram na pré-escola em 2020 e 2021, ou seja, aquelas que tiveram menos tempo de aulas presenciais, apresentavam um déficit de aproximadamente dez meses de aprendizado em linguagem e de 11 meses de aprendizado em matemática. Esses alunos estão hoje no 4º e no 5º ano do fundamental e, sem que tenham recebido atividades consistentes de recuperação, podem ter carregado esses prejuízos até agora.

“As crianças na pandemia se desenvolveram num ritmo mais lento, carregando déficits em relação a crianças que não vivenciaram o período pandêmico. É um prejuízo que poderia ser resolvido com um programa forte de recuperação, mais tempo de aula, mas, infelizmente, sabemos que principalmente as crianças mais pobres não tiveram essa oportunidade”, diz Fragata.

Luana Santos, professora do anos iniciais do fundamental (do 1º ao 5º ano) na rede municipal de São Paulo, conta que os prejuízos são sentidos de formas diferentes em sala de aula.

“Sinto que as crianças chegam com mais dificuldade em aprender do que em anos anteriores, mas o mais desafiador é que elas parecem mais imaturas. Não conseguem seguir atividades simples da aula, como copiar algo da lousa ou escrever dentro da linha do caderno”, diz a docente, de 42 anos, que dá aula há 18.

Ela também relata que as crianças se frustram por não conseguirem fazer as atividades e acabam ficando estressadas e desmotivadas. “Depois da pandemia, eu precisei adaptar as lições, propondo coisas mais simples. Até com as mais velhas, muitas vezes as atividades são para ajudá-las a se familiarizar a segurar o lápis, desenhar dentro da linha. Elas não desenvolveram a coordenação motora fina na educação infantil.”

Para as educadoras, além do período afastadas da escola, as crianças também passaram a usar celular por mais tempo, e cada vez mais cedo, o que afetou o desenvolvimento. Pesquisas mostram que o uso excessivo de telas por crianças pequenas atrapalha a coordenação motora, a capacidade de concentração e pode até mesmo deixá-las mais agressivas.

“Por isso, essa iniciativa que está começando no país, de proibir o uso de celular nas escolas, é tão importante. Esse uso já acontecia, mas se intensificou muito durante a pandemia, especialmente nesses primeiros anos de vida, trazendo impactos até hoje”, diz Fragata.

Ex-diretora Global de Educação do Banco Mundial, Cláudia Costin destaca que o período de fechamento das escola prejudicou o desenvolvimento socioemocional de crianças e adolescentes trazendo impactos graves vistos até hoje na saúde mental dos estudantes.

“A escola não desenvolve apenas experiências cognitivas, mas ensina uma série de competências para a vida em sociedade. O período prolongado sem aulas presenciais prejudicou exatamente esse aspecto, e as crianças e adolescentes ainda sofrem com isso, têm dificuldade de resolver conflitos comuns para a idade, de lidar com frustração, de comunicar o que sentem”, diz.

Para ela, as melhores estratégias para enfrentar o impacto na saúde mental dos alunos são o fomento do ensino em tempo integral e a proibição ao uso de celular nas escolas —políticas que foram adotadas, ainda que tardiamente e em ritmo aquém do necessário.

“A estratégia de enfrentamento está correta, o diagnóstico da situação está posto e sabemos como podemos reduzir os prejuízos, mas precisamos que essas ações sejam desenvolvidas de forma mais rápida e que atinjam logo mais crianças e adolescentes. Não podemos perder ainda mais tempo.”

Folhapress

Opinião dos leitores

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VÍDEO: Veja momento em que Marina Silva se retira de comissão após discutir com senador

Imagem: TV Senado

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, se retirou de audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado Federal, nesta terça-feira (27/5), após bate-boca e se sentir desrespeitada por parlamentares.

“Como eu estou convidada como ministra, ou ele [o senador Plínio Valério (PSDB-AM)] me pede desculpas ou eu vou me retirar. Se como ministra ele não me respeita, eu vou me retirar”, ameaçou, momentos antes deixar a comissão.

Após ela se retirar, o presidente do colegiado Marcos Rogério (PL-RO) anunciou que, na próxima sessão da comissão, será pautada a convocação da ministra. Ou seja: ela será obrigada a comparecer. Mariana esteve no colegiado nesta terça como convidada.

Marina se retirou após provocação e Plínio Valério, que disse que ela, como mulher, merece respeito, mas que não merece respeito como ministra. “Ao olhar para a senhora, eu estou vendo uma ministra e não estou falando com uma mulher”, afirmou.

“Por que o senhor não me respeita como ministra? O senhor que disse que queria me enforcar”, questionou Marina Silva.

O episódio citado pela ministra do Meio Ambiente ocorreu em março deste ano. Na ocasião, durante evento no Amazonas, Plínio Valério disse: “A Marina esteve na CPI das ONGs por seis horas e dez minutos. Imagine o que é tolerar a Marina seis horas e dez minutos sem enforcá-la”, disse.

Metrópoles

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Delegado da PF vai ao STF prestar depoimento como testemunha e descobre que é investigado

Plenário da Primeira Turma do STF, responsável por julgar ação da suposta trama golpista | Rosinei Coutinho/Divulgação/STF

O delegado da Polícia Federal Caio Rodrigo Pelim disse desconhecer ser alvo de investigação no caso das blitze feitas pela PFR (Polícia Rodoviária Federal). Ele prestou depoimento ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta terça-feira (27) como testemunha indicada pela defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Antes do início, no entanto, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que ele é investigado.

“Desconheço qualquer investigação contra a minha pessoa”, disse depois de o fato ser discutido entre o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, o PGR e a defesa de Torres. Pelim era diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal em 2022 e demonstrou incômodo diante da situação.

Pelim foi a quarta testemunha a ser chamada. No momento em que começaria a audiência, Gonet pediu a contradita da participação dele, ou seja, questionou a presença dele, já que, como investigado, ele não é obrigado a se comprometer a dizer a verdade pelo direito de não se autoincriminar.

“Gostaria de apresentar a contradita desta testemunha, porque ele figura como indiciária na PET 11552, sobre restrição ao direito de voto”, disse.

A defesa de Torres rebateu e afirmou que ele não é indiciado pela PF, mas apenas foi ouvido no caso e que o inquérito já teria sido encerrado.

Moraes manteve o depoimento dele, mas disse que a apuração foi prorrogada a pedido da PGR, a titular da ação penal. De acordo com o relator, a testemunha teria, então, direito ao silêncio.

“Na verdade, a Pet 11552 não encerrou suas finalidades. Foi dado um último prazo. Então as investigações prosseguem. Vislumbro aqui que o depoente é investigado e é citado em vários depoimentos de testemunhas e outros investigados.

Então, da mesma forma, eu já aviso ao depoente que ele tem direito ao silencio e à não autoincriminação, pode se recusar a responder qualquer indagação”, disse.

Folhapress

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Abin alertou na véspera sobre 8 de Janeiro, diz ex-diretor

Foto: Hugo Barreto/ Metrópoles

O ex-diretor-adjunto da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Saulo Moura da Cunha afirmou nesta 3ª feira (27.mai.2025) que enviou alertas sobre o 8 de Janeiro aos órgãos de inteligência federal de 2 a 7 de janeiro de 2023. Segundo Cunha, os avisos se tornaram mais contundentes no dia anterior aos atos extremistas.

“Eu diria que no dia 7 já tínhamos pelo menos informações de que a manifestação seria de médio para grande porte. Apenas no final do dia 7 chegaram os números da ANTT [Agência Nacional de Transportes Terrestres] dos ônibus”, declarou em depoimento ao STF (Supremo Tribunal Federal) na ação por tentativa de golpe de Estado. Cunha foi indicado como testemunha do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

Segundo Cunha, que assumiu a agência de inteligência em 1º de janeiro de 2023, a chegada dos ônibus na noite do dia 7 coincidiu com a intensificação de manifestações nas redes sociais. O ex-diretor afirmou que muitos posts indicavam que haveria uma convocação para invadir e depredar os prédios públicos.

Cunha também informou que, na manhã seguinte, uma assembleia entre os manifestantes no quartel-general do Exército em Brasília decidiu que caminharia para a Esplanada a partir das 13h. Ele disse que tinha a informação de que os manifestantes no local tinham acesso a armas e faziam discursos violentos.

De acordo com Cunha, todas as informações foram repassadas ao governo federal a partir de relatórios. Declarou, porém, que a Abin não foi informada por órgãos federais sobre os acampamentos.

“No governo de transição, encaminhamos relatórios sobre as manifestações extremistas não só em Brasília, mas também em outros acampamentos de grande porte, como no Rio de Janeiro”, declarou.

DEPOIMENTOS

A 1ª Turma do STF começou a ouvir em 19 de maio os depoimentos das testemunhas indicadas pelo núcleo crucial da tentativa de golpe. Segundo a PGR, o grupo teria sido o responsável por liderar a organização criminosa.

Depuseram nesta 3ª feira (27.mai) as testemunhas de Anderson Torres:

  • Braulio do Carmo Vieira
  • Luiz Flávio Zampronha
  • Djairlon Henrique Moura
  • Caio Rodrigo Pelim
  • Saulo Moura da Cunha

Os depoimentos das testemunhas de Torres continuarão durante a tarde. As oitivas devem ser finalizadas até 2 de junho. Nesta semana, também falarão as testemunhas indicadas por Jair Bolsonaro, pelo ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e pelo general Walter Braga Netto.

Poder 360

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Mutirões causaram complicações e perda de visão em 222 pessoas no país

Foto: Tony Winston/Agência Saúde DF

Entre 2022 e 2025, pelo menos 222 pessoas sofreram complicações oculares após se submeterem a procedimentos cirúrgicos em mutirões oftalmológicos realizados no Brasil. Desse total, 20% dos pacientes perderam a visão em um ou nos dois olhos. Os dados são do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).

O levantamento, de acordo com a entidade, foi feito a partir de relatos de eventos adversos em escala publicados pela imprensa. “Revela a gravidade do desrespeito aos critérios mínimos de segurança necessários para que atividades desse tipo sejam realizadas”.

Um dos episódios recentes envolvendo mutirões de atendimento oftalmológico foi registrado em Campina Grande, no agreste da Paraíba, no dia 15 deste. Segundo o CBO, após injeções de medicações intraoculares, mais de 30 pacientes apresentaram infecção.

“Eles estão sendo atendidos e tratados com cirurgias, mas há alto risco de perda visual”, informou o conselho.

A CBO reforça a importância de que sejam observados os cuidados preconizados por autoridades sanitárias em todas as fases do processo de planejamento de um mutirão – desde a proposição até após a conclusão, monitorando eventuais efeitos adversos.

“Para a entidade, esse cuidado é fator determinante para que os atendimentos gerem os efeitos desejados sem expor os pacientes a riscos evitáveis.”

Outros casos
Problemas semelhantes ao registrado em Campina Grande foram notificados em diversos estados ao longo dos últimos anos. Em 2022, em Rondônia, um mutirão que realizou 140 cirurgias acabou resultando em 40 casos de infecção.

No Amapá, em 2023, de 141 procedimentos realizados em uma iniciativa semelhante, 104 apresentaram complicações.

No ano passado, na capital paraense, 22 de 40 pacientes submetidos às cirurgias oftalmológicas enfrentaram problemas, enquanto no município de Parelhas (RN), uma falha nos procedimentos de higienização e esterilização de equipamentos cirúrgicos levou à contaminação de 15 dos 48 atendidos no local.

No início de 2025, veio a público o caso de 12 doze pacientes que perderam a visão por conta de complicações decorrentes após um mutirão para cirurgia de cataratas na cidade de Taquaritinga, no interior de São Paulo.

Os atendimentos foram realizados em setembro do ano passado, quando 23 pacientes passaram pelo serviço, sendo que pouco mais da metade desenvolveu complicações. O Ministério Público de São Paulo (MPSP) instaurou procedimento para investigar o caso.

Guia
Em outubro do ano passado, o CBO disponibilizou a gestores públicos e privados, profissionais de saúde e população em geral o Guia de Mutirões de Cirurgia Oftalmológica.

A publicação traz uma série de orientações, desde a organização do mutirão até os cuidados pós-operatórios. O texto foi elaborado com base em protocolos clínicos e normas aprovadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Orientações
No intuito de evitar eventos adversos graves em meio a tratamentos cirúrgicos, o CBO recomenda que o atendimento oftalmológico em regime de mutirão seja realizado, prioritariamente, em estabelecimentos com histórico de prestação desse tipo de serviço.

“O conselho lembra que, durante a realização dos mutirões, cabe às vigilâncias sanitárias (de municípios ou estados) fazerem o monitoramento das atividades para assegurar que todas as exigências técnicas e operacionais sejam cumpridas.”

Em relação à execução dos procedimentos clínicos e cirúrgicos, a entidade classifica como imprescindível que eles sejam realizados por médicos com Registro de Qualificação de Especialista (RQE) em oftalmologia.

Por fim, após a realização dos procedimentos cirúrgicos, a orientação é que os pacientes sejam acompanhados por até 30 dias pela equipe responsável, “sendo obrigatória a comunicação imediata à vigilância sanitária de eventos adversos e, em caso de infecção, que o mutirão seja interrompido até que haja apuração das causas e tomadas as providências cabíveis”.

Fonte: Agência Brasil

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Moraes é “tirano de beira de estrada”, diz Eduardo Bolsonaro

Congressista disse que ficará nos EUA em busca de "justas punições" para o Ministro do STF Alexandre de Moraes e a Polícia FederalFoto: reprodução/Revista Timeline

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta 3ª feira (27.mai.2025) que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes é um “tirano de beira de estrada que envergonha a Justiça”. A declaração foi feita depois de Moraes determinar o depoimento do seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como parte da investigação sobre a atuação do congressista nos Estados Unidos.

“A transformação do Estado brasileiro em uma organização criminosa está quase completa. Todas as sistemáticas violações dos direitos humanos universais só deixam a coisa toda mais clara, internacionalmente. Em breve, vocês irão pagar pelos seus crimes”, escreveu o congressista no X.

O congressista também fez uma série de críticas ao inquérito, como o fato de o pedido ter partido da Procuradoria-Geral da República, que seria um dos alvos da atuação da sua atuação nos EUA. Para Eduardo, isso a impediria de atuar no caso.

“O Ministério Público e a magistratura têm o dever legal de se declararem suspeitos ou impedidos. É óbvio o impedimento de um procurador e juiz que se dizem ‘alvo’ das medidas pretendidas pelo ‘investigado’”, declarou.

Eduardo afirmou que agiu sob a jurisdição norte-americana, não cabendo a atuação de Moraes. “Todos meus atos foram praticados na jurisdição americana, solicitando medidas legais sob essa jurisdição. Mais uma vez a trupe de Moraes invade essa jurisdição e avoca para si o direito de punir pessoas que agem sob sua proteção e regulação”, declarou.

Moraes abriu na 2ª feira (26.mai) um inquérito contra Eduardo Bolsonaro. A decisão se deu após pedido de investigação feito pela PGR para apurar a atuação do deputado licenciado nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras.

O pedido da procuradoria se dá em resposta à representação criminal protocolada pelo deputado Lindbergh Farias (RJ), líder do PT na Câmara. No documento, Gonet cita publicações em redes sociais e entrevistas dadas à imprensa por Eduardo Bolsonaro.

Eduardo está afastado da Câmara dos Deputados desde março, quando foi morar nos EUA. Em entrevistas e publicações nas redes sociais, fala sobre os “abusos” cometidos por Moraes e articula sanções junto ao congresso norte-americano contra o magistrado.

Poder 360

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Marina Silva bate boca com senadores e abandona sessão

Foto: Rogério Cassimiro/MMA

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, abandonou, nesta terça-feira (27), a sessão da Comissão de Infraestrutura do Senado após bater boca com o senador Plínio Valério (PSDB-AM).

Marina convidada na semana passada pela comissão para falar sobre a criação de unidade de conservação marinha na Margem Equatorial, região de interesse para a exploração de petróleo.

Momentos antes de discutir com o líder do PSDB no Senado, a ministra havia se desentendido com o presidente da comissão, senador Marcos Rogério (PL-RO).

A altercação com Valério, no entanto, iniciou-se assim que o senador passou a fazer uso da palavra para inquiri-la. “Ministra, que bom reencontrá-la. E ao olhar para a senhora, eu estou vendo uma ministra. Eu não estou falando com a mulher. Eu tô falando com a ministra”, começou o parlamentar.

Ainda com o microfone desligado, Marina rebateu: “Eu sou as duas coisas. O senhor está falando com as duas coisas.”

Foi então que Valério declarou: “Porque a mulher merece respeito, a ministra, não”. Imediatamente, a fala do tucano despertou reações dos colegas, que pediram pela manutenção do respeito na Casa.

A seguir, a ministra relembrou uma afirmação de Valério que, em março, disse ter vontade de enforcá-la. À época, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), saiu em defesa de Marina e classificou a declaração como “muito infeliz”.

“O senhor que diz que queria me enforcar. Foi o senhor que disse que queria me enforcar”, relembrou Marina.

O presidente da comissão tentou pacificar a situação, mas não teve sucesso. A ministra insistiu em rememorar a frase de Valério, e Marcos Rogério a acusou de estar provocando o senador.

“Como eu estou convidada como ministra, ou ele [Plínio Valério] me pede desculpas, ou eu vou me retirar. Se como ministra ele não me respeita, eu vou me retirar. O senhor me peça desculpas e eu permaneço. Se não pede desculpas, eu vou me retirar”, exigiu Marina.

Valério tentou se explicar, disse que não tinha “nada contra mulher”, mas não convenceu a ministra, que seguiu cobrando um pedido de desculpas.

“Vocês me convidaram como ministra, têm que me respeitar. Eu me retiro porque não fui convidada por ser mulher”, comunicou Marina, que se levantou para deixar a audiência.

Conforme a ministra caminhava em direção à saída, Valério ironizou: “Tá com medo de mim, ministra?”

CNN Brasil

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VÍDEO: Mulheres brigam por roupa de R$ 10 em inauguração de loja e viralizam

Duas mulheres acabaram protagonizando uma briga dentro de uma loja de roupas no bairro Tupi, na região Norte de Belo Horizonte, no último sábado (24/05). No entanto, o mais surpreendente é o valor da peça pelo qual as duas estavam brigando, R$ 10.

A confusão ocorreu durante a inauguração de uma unidade de uma conhecida rede local de moda popular, famosa por comercializar todas as peças pelo mesmo valor. Logo nas primeiras horas da manhã, a movimentação já era intensa. Imagens divulgadas pela própria loja mostram uma fila que dobrava o quarteirão da rua Furquim Werneck, onde o novo ponto foi aberto.

Em meio à correria por ofertas, e as peças boas, uma cliente teria retirado um short da cesta de compras de outra consumidora, o que deu início a confusão.

Quem estava presente começou a grava a briga e logo o vídeo foi parar nas redes sociais. Nas cenas, é possível ver uma mulher empurrando a outra, e trocando puxões de cabelo. Uma funcionária tenta intervir enquanto uma das envolvidas grita: “Ela vai pegar meu short”.

O Tempo

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Geral

VÍDEO: Personal confundida com trans é impedida de usar banheiro de academia em PE

A personal trainer e fisiculturista Kely Moraes, de 45 anos, foi confundida com uma mulher trans e impedida de usar o banheiro feminino em uma academia no bairro de Boa Viagem, na zona sul do Recife, nesta segunda-feira (26).

O constrangimento, que foi seguido de violência verbal, começou quando Kely foi surpreendida por uma aluna da academia, que tentou impedir seu acesso ao banheiro feminino, afirmando que ela não poderia usar aquele espaço.

“Eu nem estava acreditando que aquilo estava acontecendo. Achei que ela estava brincando. Eu já tinha ido ao banheiro e estava descendo a escada. Ela passou por mim, parou no meio do caminho e disse que eu não poderia entrar no banheiro, naquele banheiro”, conta Kely.

A personal contou ter ficado sem entender e diz que se aproximou da aluna para questioná-la sobre o motivo de não poder usar aquele banheiro. “Ela disse: porque você não pode. Ali não é o seu lugar. Ali não é banheiro pra homem”.

Durante a confusão, um homem que acompanhava a mulher também tentou impedir o acesso da personal ao banheiro e deu continuidade às agressões. Parte da cena foi filmada e o vídeo circula nas redes sociais.

Na gravação, uma aluna grávida sai em defesa de Kely. “Mostra a sua identidade, Kely, pra provar a ele também. Tu é ridículo. Ela é mulher”, afirma.

O homem continua: “Num tem um banheiro pra ela. Num tem um banheiro lá embaixo pra ela”. Kely então questiona: “Tem um banheiro lá embaixo pra quem?”. O homem responde: “Pra você”. Ao que Kely rebate: “Eu sou o quê?”. E o homem afirma: “Mulher inclusa. É inclusivo lá embaixo.”

O homem então reforça o bloqueio da personal ao banheiro.

Kely contou que não é a primeira vez que enfrenta olhares e comentários preconceituosos por causa do porte físico, mas afirma que, dessa vez, foi o episódio mais grave. “Eu tô aqui impressionada, porque, em nenhum momento, ela titubeou em pedir desculpas ou em achar que estava errada. Ela falou com tanta convicção o que eu era, que, se brincasse, eu mesma acreditava naquilo. Tu tá entendendo? Como também tiveram pessoas que estavam ao redor e acreditaram e mandaram eu me calar”, lembrou Kely.

A profissional afirmou que, após a confusão, a academia abriu um procedimento interno para apurar as circunstâncias da ocorrência. A vítima registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Boa Viagem. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil como crime de injúria e constrangimento ilegal.

Além da denúncia formal, Kely decidiu tornar público o episódio nas redes sociais, onde recebeu apoio de centenas de pessoas. “Eu não tenho que provar nada pra ninguém. Eu sou uma pessoa digna do meu trabalho. Estudei pra isso. Tô no lugar onde Deus me colocou. E por que eu não posso ir ao banheiro?”, questionou Kely.

A personal pretende entrar na Justiça contra o homem e a mulher envolvidos na confusão. Os dois ainda não foram localizados pela reportagem. A CNN tenta contato com a academia.

Uso de banheiros por pessoas transgenêros

O Brasil não possui uma legislação específica sobre o direito ao uso de banheiros por pessoas transgênero.

Em setembro de 2024, o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou a análise de um recurso em que uma mulher transexual pedia indenização por ter sido impedida de usar o banheiro feminino de um shopping.

Por 8 a 3, a Corte entendeu que não havia questão constitucional discutida no processo.

A decisão foi tomada por essa questão processual e não analisou o mérito do caso – se há ou não o direito da pessoa trans usar o banheiro de acordo com sua percepção de gênero, e não conforme o seu sexo biológico.

Entidades que representam a população transgênero demandam o direito dessas pessoas de utilizar o banheiro correspondente ao gênero com o qual se identificam, e não aquele que foi designado no momento do nascimento em decorrência do corpo sexual.

CNN Brasil

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Geral

Ex-diretor da PRF admite operações de fiscalização nas estradas em 2022, mas nega viés político

Foto: reprodução/GloboNews

O ex-diretor de Operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Djairlon Henrique Moura disse ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira, 27, que as operações do grupo no dia do segundo turno da eleição presidencial, em outubro de 2022, ocorreram para verificar a condição dos carros e dos transportadores, mas não impediram o fluxo de veículos de transporte durante a data.

Djairlon também confirmou a existência de uma operação da PRF para monitorar o transporte de pessoas da região Centro-Oeste e Sudeste para o Nordeste nos dias antes da eleição, mas negou que houve um direcionamento para afetar eleitores nordestinos.

Ele minimizou o impacto das operações do dia 31 de outubro de 2022. “Mais de 60% dos veículos fiscalizados não demoraram mais que 15 minutos para liberá-los”, disse. Segundo ele, o foco era verificar “as condições do veículo e do condutor”.

A audiência desta terça-feira faz parte da ação penal contra o chamado “núcleo crucial” da tentativa de golpe de Estado, composta pelo ex-presidente Jair Bolsonaro(PL) e outros sete réus. Todos os ouvidos são testemunhas do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

O ex-diretor da PRF confirmou ter participado de uma reunião no dia 19 de outubro de 2022 em que, segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) foi tratado de um “policiamento direcionado” que seria executado no segundo turno.

A denúncia traz uma conversa em um grupo de WhatsApp em que a ex-diretora de inteligência de Ministério da Justiça Marília de Alencar afirma que nessa reunião Anderson Torres foi “isento p.. nenhuma” e “meteu logo um 22”, em referência ao número de urna de Jair Bolsonaro. Djairlon negou a existência de um policiamento direcionado ou de alguma manifestação parcial do ex-ministro.

Antes da oitiva, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, contestou o depoimento, já que o próprio Djairlon é indiciado em inquérito que investiga as blitze ocorridas no dia do segundo turno.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, lembrou por três vezes durante a audiência que o testemunho do ex-diretor da PRF sobre esse episódio não teria valor já que ele poderia mentir na condição de investigado.

Gonet também contestou a participação de Caio Rodrigo Pelim, que foi diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal na reta final do governo Bolsonaro.

Segundo o procurador-geral, ele é investigado nesse mesmo inquérito. Pelim e a defesa de Torres se disseram “surpresos” por não saberem disso.

Pelim, assim como Djairlon, participou da reunião do dia 19 de outubro de 2022 e disse que “pelo que presenciou” não houve algum policiamento direcionado ou teor político naquela reunião

Um relatório produzido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) e encaminhado à Polícia Federal (PF) aponta indícios de que as blitze feitas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no segundo turno das eleições presidenciais podem ter atrasado a chegada dos eleitores aos locais de votação.

Na época, Silvinei Vasques, aliado de Bolsonaro estava à frente da instituição e as operações se concentraram principalmente no Nordeste, região em que Luiz Inácio Lula da Silva costuma ter maior votação. Vasques foi preso preventivamente em agosto de 2023 em decorrência da investigação e foi solto depois de um ano, com a obrigação de usar tornozeleira eletrônica.

Estadão Conteúdo

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Geral

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