Cultura

Festival Literário de Natal começa nesta quarta-feira na Ribeira; veja programação

Henfil, Ariano Suassuna e Zuenir Ventura são três personalidades que, em suas respectivas áreas, deixaram e ainda deixam uma contribuição grandiosa para a cultura brasileira e para o mundo. Da arte do traço, humor, ativismo, política e irreverência; ou da literatura, música e cultura popular e do Nordeste Armorial; e da crônica, ficção e jornalismo literário. Assim é também o movimento Tropicalista, pois seus protagonistas são referências multiculturais para várias gerações posteriores.

Estes quatros pilares norteiam muitas das discussões na edição 2017 do Festival Literário de Natal – FLIN, que será realizado entre os dias 08 e 11 de novembro, na praça Augusto Severo e Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão, na Ribeira.

Realizado pela Prefeitura de Natal. através da Secult/Funcarte, o FLIN nos abastece de novos debates e intelectuais de grande contribuição para a cultura brasileira. Seu conteúdo engloba as muitas vertentes do fazer literário, mas vai além ao refletir sobre trajetórias relevantes, localmente ou em âmbito nacional, como é o caso das mesas sobre Veríssimo de Melo, Nísia Floresta, Manoel Dantas, Frei Miguelinho e Woden Madruga.

E de emblemáticos como Tom Zé e José Carlos Capinan, que representam contribuições reais para a música, poesia e vanguardas brasileiras, assim como Marcelo Rubens Paiva (“Feliz Ano Velho”, “Bala na Agulha”, “Blecaute”, “Malu de Bicicleta”, “Não és tu, Brasil”) e Carla Camurati (“Carlota Joaquina”, “Irma Vap – o retorno”, “Copacabana”) se tornaram divisores de águas para a literatura e o cinema. E o cartunista Henfil, o artista que revolucionou com seu traço único e o humor, que agora será revisitado por Jaguar, André Dahmer, Claudio Oliveira e Ivan Consenza.

Visitar a obra e a trajetória de um autor com a presença do próprio homenageado é um momento singular, pois é a oportunidade de entender o contexto de cada livro ou personagem. E será assim com o jornalista e cronista Zuenir Ventura. Ele irá dialogar com seus interlocutores, nada menos que o escritor e jornalista Edney Silvestre e o filho Mauro Ventura, diretor de teatro e cinema e jornalista. Será o grande momento de pontuar a carreira e o caminhar deste autor militante na vida, no jornalismo e na literatura. Zuenir escreveu obras que misturam ficção e realidade, como “Não verás País Nenhum” (Global) que chegou a 27ª edição, “1968 – O Ano que Não Terminou”, “Cidade Partida”, “Inveja – Mal Secreto”, “Sagrada Família”, entre outros.

O mossoroense recém-empossado na Academia Brasileira de Letras, João Almino (“Enigmas da Primavera”, “Ideias para onde passar o fim do mundo” e “Entre Facas, Algodão”) estará pela primeira vez em uma mesa literária no FLIN, ao lado do também potiguar Humberto Hermenegildo (“Rastejo”, “Argueirinha”). Eles falarão sobre suas escritas e a relação entre ficção e memória. O poeta e ensaísta Antônio Cícero está de volta para falar sobre o “vale tudo da poesia”, ao lado de Nelson Ascher, tradutor e crítico literário e cinematográfico.

Assim como Zélia Duncan e Antônio Nóbrega – que além de participar de bate-papos sobre seus interesses literários (Ariano Suassuna e Hilda Hilst) – ainda vão apresentar shows musicais. Os dois se apresentam na quinta e sábado, respectivamente às 22h.

As irmãs Ana Miranda e Marlui Miranda abordaram temáticas mais recentes em seus trabalhos. Recém diplomada com o 2º lugar no Prêmio Jabuti 2017 pela biografia “Xica da Silva, a Princesa Negra” (Ed. Record), Ana Miranda tem sua carreira calcada em biografias e romances históricos, como “Boca do Inferno” (sobre Gregório de Matos e Padre Antônio Vieira), “Dias e Dias” (sobre Gonçalves Dias) e “A Última Quimera” (Sobre Augusto dos Anjos). Neste bate-papo falará sobre sua pesquisa que nos transporta para o Brasil do século 18: uma realidade de fidalgos e pés-rapados, de cantos africanos e rezas católicas, um quadro vivo e riquíssimo de detalhes do violento ciclo do diamante, por meio do qual Ana Miranda reconstrói a biografia de Xica da Silva, uma personagem que nos fascina há gerações.

FESTIVAL DE VIOLEIROS E REPENTISTAS

Dentro do evento literário também acontece o Festival de Violeiros, com apresentações de cultura popular, poesia oral e shows com nomes como Ivanildo Vilanova, Raimundo Caetano, Amâncio Sobrinho e uma participação especial de Jessier Quirino. Presença também da Academia Norte-Riogradense de Literatura de Cordel e o espaço Estação do Cordel. Na sexta-feira, mais viola será entoada com o show de Os Nonatos, às 22h.

A parceria com o Sesc-RN complementa a programação com a participação de jovens autores, temas do universo digital, quadrinhos, ilustradores, cultura pop e a presença do teatro como elo elemento da literatura oral. Nos estandes das editoras Cooperativa Cultural da UFRN, Sebo Vermelho, Queima Bucha, Jovens Escribas. CJA, Academia Norte-riograndense de Letras estão programados vários lançamentos. O Flin também marca o retorno da revista Brouhaha, que passa a ser digital e interativa, um veículo de convergência de mídias.

PROGRAMAÇÃO DO FESTIVAL LITERÁRIO DE NATAL – FLIN 2017

QUARTA-FEIRA (08.11)

18h – Tenda Moacy Cirne
‘O Literário em Veríssimo de Melo’
Diógenes da Cunha Lima e Michelle Paulista

19h – Tenda dos autores
MESA 1: ‘Tropicália Lixo Lógico’
Com Tom Zé | André Vallias

20h – Tenda dos autores
Mesa 2: Tropicalismo: inserção & desdobramentos
José Carlos Capinan | Carlos de Souza
Participação Gereba Barreto

21h -Mesa 3 – O Escritor Militante
Com Zuenir Ventura | Mauro Ventura | Edney Silvestre

22h – Palco
Show musical de Tom Zé

QUINTA-FEIRA (09.11)

8h – Abertura do Espaço Sesc/Flin
8h às 9h – Contação de Histórias com Ivan Zigg- RJ
9h às 10h – Contação de Histórias de O Tapete Voador- PE
Com Mila Puntel (atriz e contadora de histórias) & a pernambucana Bruna Peixoto (musicista e contadora de histórias).
10h às 11h – Um livro para cada leitor: Kalliny Moura e Márcio Benjamin Mediação da jornalista e poeta Michele Ferret
13h às 14h – Contação de Histórias- Ivan Zigg- RJ
14h às 15h – Contação de Histórias- O Tapete Voador- PE
15h às 16h – Traço e rabisco, o que é isso? : Luiza de Souza-RN e Aureliano Medeiros-RN. Mediação de Michele Ferret RN

18h – Tenda Moacy Cirne
‘Nísia Floresta’
Com Diva Cunha e Nivaldete Ferreira

FESTIVAL DE VIOLEIROS

19h – Tenda dos Autores
Tema: ‘A poesia de Hilda Hilst, por Zélia Duncan”
Com Zélia Duncan

20h – Festival da viola
Apresentações de Sebastião Dias e Zé Carlos do Pajéu | Oliveira de panelas e Zé Viola | Ivanildo Vila nova e Raimundo Caetano | Valdir Teles e Severino Feito | Ismael pereira e Jonas Bezerra | .Aboiador Amâncio Sobrinho
Participação especial: Jessier Quirino – pocket show

22h – Show musical de Zélia Duncan

SEXTA-FEIRA (10.11)

8h as 9h – Contação de histórias Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare-RN
9h as 10h – Contação de histórias Companhia Pé de Baobá- PB
10h as 11h – Nerd e Otaku: diálogos de força: Gabriel Andrade-RN, Giovana Leandro-RN e Paulo Morais-RN. Mediação de Milena
Intervalo
13h as 14h – Contação de histórias Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare-RN
14h as 15h – Contação de histórias Companhia Pé de Baobá- PB
15h as 16h Mistura de versos: poesia, cordel e rap: Manoel Cavalcante-RN, Regina Azevedo-RN e Fábio Brazza- SP. Mediação de Carlos Fialho-RN
17h40 – Lançamento da Revista cultural digital #Brouhaha – 2017/01

18h – Tenda Moacy Cirne
“Conversas com Woden Madruga – 60 anos de jornalismo”
Com Tácito Costa, Franklin Jorge e Beatriz Madruga
Os convidados pontuarão a trajetória do decano do jornalismo potiguar, falando em jornalismo, política, cultura, cultura popular, memória, livros, amigos e cartas
19h – Tenda dos Autores
MESA 1: ‘romance: Ficção e Memória’
João Almino e Humberto Hermenegildo

20h – Tenda dos Autores
MESA 2: ‘Vale Tudo em Poesia?’
Antônio Cícero, Nelson Ascher e Vicente Serejo

21h – Lançamento de “Entre Facas, Algodão”, de João Almino
(Local: Estande da Cooperativa Cultural no FLIN)

21h10 – Tenda dos Autores
Mesa 3: Literatura e Cinema
Marcelo Rubens Paiva e Carla Camurati

22h – Palco
Show musical de “Os Nonatos”

SÁBADO (11.11)

18h – Tenda Moacy Cirne

“Frei Miguelinho e Manuel Dantas”
Com Edgar Dantas e Gustavo Sobral

19h – Tenda dos Autores
MESA 1: “Políticas Públicas para a Cultura Popular ”
Antônio Nobrega e Luiz Assunção

20h – Tenda dos Autores
MESA 2: “O Rebelde do Traço & Outros Traços”
Jaguar | André Dahmer | Claudio Oliveira | Ivan Consenza

21h – Tenda dos Autores
MESA 3: Xica da Silva, a Princesa Negra
Ana Miranda e Marlui Miranda

22h – Show: Antônio Nóbrega em
“Um Recital para Ariano Suassuna”

ESTANDES DAS EDITORAS

EDITORA SEBO VERMELHO
Lançamentos: “Vila Nova – Mito, Versos e Viola” e “Fabião das Queimadas – de Vaqueiro a Cantador” (Irani Medeiros)
Curta-metragem: “O recanto de Carmin” (dir.: Felipe Silva de Oliveira)

EDITORA QUEIMA BUCHA

Quinta-feira: “1927‑2017 – 90 Anos da Invasão de Lampião a Mossoró “, Livro de Literatura de Cordel (autor: Neto Braga)

Sexta-feira

“Uma história de fé e cura – Contada em prosa e em prece” (autora: Francisca Fernandes de Oliveira Gomes). Relato da autora, sobre a descoberta do câncer de mama em sua filha. Do tratamento à cura.

“Aves de arribação-Lendas e canções sertanejas” (Autor: José Leão – 2ª edição. Livro do poeta assuense, publicado originalmente em 1877. Com posfácio de Alexandre Alves

Sábado: “Espelho” – Poesia (Autora: Camila Paula)

 

 

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Geral

Discurso de Janja na COP30 é marcado por dados falsos sobre a Amazônia

 

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Vídeo: Reprodução/Instagram @janjalula

Durante participação em um evento paralelo da COP30, em Belém (PA), a primeira-dama Janja Lula da Silva fez um discurso marcado por imprecisões sobre a Amazônia. Em tom simbólico e político, Janja afirmou que a região seria o “coração do planeta”, com “quase 50 milhões de habitantes”, “400 povos indígenas” e “mais de 300 idiomas” — números que divergem dos dados oficiais.

Segundo o IBGE (2024), a Amazônia Legal reúne cerca de 30,1 milhões de habitantes, e não 50 milhões, como dito pela primeira-dama. Já o Censo 2022 aponta a existência de 305 etnias indígenas e 274 línguas em todo o território nacional — não apenas na região amazônica. O estado do Amazonas, por exemplo, tem população estimada em 4,3 milhões.

O discurso de Janja, feito em tom festivo, foi alvo de críticas de especialistas e ambientalistas, que apontaram uso político e falta de rigor técnico. Para analistas, o evento, que deveria ter foco nas políticas ambientais e na preservação da floresta, acabou sendo transformado em um ato de exaltação ao governo.

Durante a fala, a primeira-dama também destacou pautas de gênero e inclusão, defendendo maior participação de mulheres nas decisões ambientais. No entanto, o excesso de slogans e dados incorretos ofuscou a mensagem central, e o vídeo da fala rapidamente repercutiu nas redes sociais, gerando debates sobre a condução política da imagem do governo na COP30.

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Economia

Nenhum diretor indicado por Lula votou para cortar taxa Selic em 2025

Foto: Pablo Porciúncula/AFP

Nenhum dos sete diretores do Banco Central indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva votou pela redução da taxa básica de juros, a Selic, em 2025. Na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) realizada nesta quarta-feira (5), o colegiado decidiu manter os juros em 15% ao ano pela terceira vez consecutiva — decisão unânime entre os nove integrantes.

Desde o início do ano, o Copom se reuniu sete vezes, e em todas as ocasiões houve consenso entre os diretores para manter ou elevar o patamar da taxa. A Selic acumulou alta de 12,25% para 15% ao longo de 2025, mesmo após o governo Lula ter conquistado maioria nas cadeiras do BC em janeiro. O presidente indicou nomes como Gabriel Galípolo, Ailton Aquino, Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira, entre outros.

A posição firme do Copom contrasta com o discurso do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que defende espaço para cortes e considera os juros atuais “insustentáveis”. Haddad afirmou recentemente que, se integrasse o comitê, teria votado por reduzir a Selic. Mesmo assim, poupou críticas diretas a Galípolo, justificando que o novo presidente do BC ainda enfrenta reflexos da transição de gestão iniciada no fim de 2024.

Galípolo, por sua vez, tem defendido a manutenção da Selic elevada por um “período prolongado”, alegando necessidade de estabilidade e previsibilidade. Ele elogiou a convivência com o ex-presidente Roberto Campos Neto, classificando a troca de comando no BC como “exemplar”. Com mais duas indicações previstas para 2025, Lula completará a substituição dos diretores herdados do governo Jair Bolsonaro, consolidando a sua maioria na autoridade monetária.

Com informações do Poder 360

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Política

Vitória de socialista em Nova York inspira ala do PT que quer Lula mais à esquerda em 2026

Foto: Mark Schiefelbein/AP

A eleição de Zohran Mamdani como novo prefeito de Nova York empolgou setores do PT, que veem na vitória do socialista um sinal de que é possível reconquistar o eleitorado com pautas mais à esquerda. No partido, cresce a pressão para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva adote, nas próximas disputas, um discurso mais ideológico e menos voltado ao centro político.

Mamdani venceu defendendo congelamento de aluguéis, passe livre no transporte municipal e creches universais — propostas consideradas radicais nos Estados Unidos. A estratégia, na avaliação de dirigentes petistas, mostrou que posições firmes podem mobilizar os jovens e setores populares, algo que o PT teria deixado de lado ao buscar moderação em eleições recentes.

O senador Humberto Costa, secretário de Relações Internacionais do partido, disse que o resultado reforça a importância de o PT “recuperar a utopia socialista”. Já o deputado Rui Falcão, ex-presidente da sigla, defende que o partido volte a falar abertamente de suas pautas históricas. “Se não se diferenciar, o PT perde a juventude e votos”, afirmou.

Petistas também querem estudar a estratégia de comunicação de Mamdani, que mesclou radicalismo programático com linguagem leve e empática. O novo prefeito, nascido em Uganda e de origem indiana, tornou-se o primeiro muçulmano a comandar Nova York e um dos mais jovens da história da cidade.

Com informações do Estadão

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Geral

Secretário de Segurança diz que facções não podem ser tratadas como terroristas: “Não têm viés político”

Foto: reprodução/Agência Brasil

O secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, afirmou nesta quarta-feira (5) que as facções criminosas brasileiras não se enquadram no conceito de terrorismo, por não possuírem motivação política, religiosa ou étnica. A declaração reforça o posicionamento do governo federal contra o projeto que busca equiparar facções a grupos terroristas.

Sarrubbo defendeu que o PL Antifacção, proposto pelo governo, não deve ser apensado ao texto do deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), que prevê essa equiparação. Segundo ele, além de não contribuir no combate ao crime, a medida poderia expor o Brasil a riscos diplomáticos, já que classificações desse tipo podem gerar sanções internacionais e embargos financeiros.

“Trabalhamos com cooperação internacional, e para isso não precisamos declarar as nossas facções como terroristas”, afirmou o secretário. “Isso só serve para nos deixar vulneráveis em relação a países estrangeiros e a organizações internacionais.”

Sarrubbo destacou ainda que o projeto do governo, que trata de novos tipos penais e medidas cautelares, foi elaborado com a participação da sociedade civil e das forças de segurança, e deve tramitar de forma independente. Ele também comentou a instalação da CPI do Crime Organizado, dizendo que a comissão pode ser positiva se ajudar a aperfeiçoar as estratégias contra facções e milícias.

Com informações da Folha de S.Paulo

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Geral

Gleisi articula com Hugo Motta para frear projeto que classifica facções como terroristas

Foto: Gil Ferreira/SRI

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, iniciou uma ofensiva política para impedir o avanço do projeto de lei que pretende equiparar facções criminosas a organizações terroristas. A proposta vem ganhando força na Câmara dos Deputados, mas o governo tenta conter sua tramitação por considerar o texto excessivamente amplo e de risco político.

Segundo apuração da coluna do Igor Gadelha, do Metrópoles, Gleisi ligou na quarta-feira (5) para o líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), e para outros dirigentes partidários, pedindo que o texto não fosse votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A movimentação surtiu efeito: Motta conversou com o presidente da Câmara e com o chefe da CCJ, Paulo Azi (União-BA), que concordou em adiar a análise da proposta.

Paulo Azi confirmou que, por enquanto, o projeto ficará parado. “Não podemos pautar nas próximas semanas, porque a Câmara vai funcionar de forma remota. E não dá para tratar desse assunto sem uma discussão”, disse o deputado. Segundo ele, o presidente da Câmara ainda avaliará o rito da proposta e se ela será apensada a outro texto de interesse do governo.

O governo federal já havia deixado claro seu posicionamento contrário. Em visita recente ao Congresso, Gleisi declarou que o Executivo é “terminantemente contra” a equiparação de facções a grupos terroristas, defendendo que o combate ao crime organizado ocorra dentro das leis já existentes e sem ampliar o conceito de terrorismo.

Com informações do Metrópoles

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Geral

Câmara acelera projeto que derruba resolução sobre aborto em casos de violência sexual

Foto: Wilton Junior/Estadão

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (5), regime de urgência para o projeto que susta uma resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda). O texto do conselho trata do atendimento a vítimas de violência sexual e garante o acesso de crianças e adolescentes à informação sobre a possibilidade de aborto legal. A votação terminou com 313 votos a favor, 119 contrários e uma abstenção, permitindo que o projeto avance de forma acelerada.

A resolução do Conanda autoriza a realização do aborto sem a necessidade de boletim de ocorrência ou autorização judicial, além de considerar discriminatória a recusa de médicos em realizar o procedimento com base na descrença no relato da vítima. O projeto que busca anular a medida foi apresentado pela deputada Chris Tonietto (PL-RJ), conhecida por sua militância contra o aborto, e conta com forte apoio das bancadas evangélica e católica.

O relator da proposta, Luiz Gastão (PSD-CE), presidente da Frente Parlamentar Católica, classificou a resolução como “uma afronta ao direito de acesso do nascituro ao Judiciário” e afirmou que o texto “protege o estuprador”. Para ele, o Conanda “extrapolou os limites legais e o bom senso” ao dispensar a autorização judicial. Deputados da bancada religiosa demonstraram preocupação com a possibilidade de hospitais confessionais serem obrigados a realizar o procedimento.

Por outro lado, parlamentares de esquerda criticaram duramente o projeto, afirmando que ele representa um retrocesso na proteção às vítimas. “É uma proposta cruel contra meninas que sofreram estupro”, disse a deputada Maria do Rosário (PT-RS). Já o presidente da Frente Parlamentar Evangélica, Eli Borges (PL-TO), reforçou o discurso contrário ao aborto: “Se a mãe não quer, arrume um jeito de adotar, mas nunca assassinar criança no ventre da mãe”.

Com informações do Estadão

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Política

Gilmar Mendes critica politização do combate ao crime e descarta nova lei antiterrorismo

Foto: CNN Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou nesta quarta-feira (5), durante o 1º Fórum de Buenos Aires, que não há necessidade de uma nova lei antiterrorismo no Brasil. Para ele, o debate sobre o tema está sendo conduzido com “excesso de politização”, e o enfrentamento à criminalidade deve ocorrer dentro dos limites da institucionalidade.

Gilmar ressaltou que o Judiciário já desempenha papel ativo no combate ao crime organizado, especialmente na transferência de presos perigosos, mas admitiu falhas no cumprimento de ordens judiciais, sobretudo no Rio de Janeiro. O ministro também destacou a importância da visita recente de Alexandre de Moraes ao estado, classificando a iniciativa como um passo relevante para reforçar a integração entre Judiciário, Ministério Público e governos locais.

Ao comentar a megaoperação policial no Rio de Janeiro, Gilmar defendeu cautela nas análises e disse que o caso está sendo investigado. Ele aproveitou para criticar a ausência de UPPs e políticas públicas permanentes nas comunidades, observando que, sem presença contínua do Estado, novas operações acabam se tornando inevitáveis.

Apesar de reconhecer que o país enfrenta um momento “difícil”, o ministro afirmou confiar na capacidade das instituições brasileiras de responder a ameaças à democracia. “Resolvemos problemas sérios durante o governo Bolsonaro e teremos condições de enfrentar os desafios atuais”, declarou.

Com informações da CNN Brasil

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Geral

Coronel que pacificou o Alemão defende classificar facções como terroristas: “São micropaíses dentro do Brasil”

Foto: Reprodução/Instagram

O coronel do Exército Fernando Montenegro, que comandou a operação de pacificação nos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, em 2010, defendeu nesta quarta-feira (5) que as facções criminosas sejam classificadas como grupos terroristas. Em entrevista à 98 FM Natal, o militar disse que a mudança traria mais poder legal e estratégico para o Estado no combate ao crime organizado.

Segundo ele, a medida permitiria penas mais duras, menos benefícios aos criminosos e colocaria os casos sob competência federal, abrindo caminho para atuação direta das Forças Armadas, ABIN e órgãos de inteligência. “É uma questão de coragem política. As facções já agem como terroristas há muito tempo”.

Montenegro também revelou que o narcotráfico hoje representa só 10% a 15% dos lucros dessas organizações, que expandiram o negócio para comércio, imóveis e serviços clandestinos. Ele explicou que as facções controlam comunidades como micropaíses, onde o Estado perdeu o poder. “Eles cobram impostos, controlam energia, segurança e até o voto. Quem manda é a facção, não a lei”.

O coronel contou ainda que, durante a ocupação do Alemão, 80% das denúncias vinham de moradores pedindo para o Exército ficar, mostrando apoio silencioso por medo das represálias. Para ele, enfrentar o problema exige ação conjunta entre polícia, inteligência e políticas sociais, mas, acima de tudo, vontade política para chamar o problema pelo nome certo: terrorismo.

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Política

Allyson desmente vereador e nega retaliação: ‘Nunca exigi apoio de ninguém’

Foto: Edilberto Barros/CMM

O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra rebateu com firmeza as declarações feitas por um vereador que o acusou de impor apoio político dentro da base aliada. Segundo o gestor, a acusação “falta com a verdade e busca apenas criar factoides políticos”.

Allyson afirmou que nunca condicionou apoio a nenhum parlamentar e destacou que sua base reúne vereadores que apoiam diferentes deputados estaduais e federais, o que sempre foi respeitado pela gestão.

O prefeito também revelou que o vereador rompido teria feito pedidos pessoais para permanecer na base governista — solicitações que não foram atendidas pela administração. A saída, segundo ele, partiu por iniciativa do próprio vereador.

Allyson reforçou ainda o apoio total à pré-candidatura da deputada federal Nina Souza em Mossoró e disse que qualquer informação contrária a isso é falsa. “A verdade é que o nosso grupo político está unido e firme. O resto é invenção de quem quer holofote”.

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Política

Lula comemora isenção do IR até R$ 5 mil e chama medida de “vitória da justiça social”

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Lula celebrou nesta quarta-feira (5) a aprovação, por unanimidade no Senado, do projeto que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil por mês. O texto, relatado por Renan Calheiros, também reduz a cobrança para quem recebe até R$ 7.350 e foi apresentado pelo governo como um passo rumo à “justiça tributária”.

Lula classificou o dia como “histórico” e disse que o país avança para um sistema “mais equilibrado”, que “reconhece o esforço de quem ajuda a construir o Brasil”. Ele agradeceu aos líderes do Congresso e partidos que aprovaram a proposta por unanimidade tanto na Câmara quanto no Senado.

Segundo o governo, 15 milhões de brasileiros devem ser beneficiados a partir de 2026, enquanto 141 mil contribuintes de alta renda pagarão mais, com alíquota de até 10% sobre dividendos. A mudança, segundo Lula, corrige “distorções históricas” e alivia o peso sobre trabalhadores assalariados.

A medida ainda precisa da sanção presidencial, prevista para depois da viagem internacional de Lula, entre 10 e 11 de novembro. Encerrando o discurso, o presidente exaltou a aprovação: “Uma vitória da democracia e da justiça social. É o Governo do Brasil do lado do povo brasileiro.”

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