Foto: José Cruz/Agência Brasil
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, inicia nesta semana uma nova rodada de reuniões com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e líderes partidários da base e do Centrão para medir o tamanho do apoio ao governo e tentar reorganizar a articulação política. A ministra pretende se reunir com representantes do MDB, PSD, Podemos, PP, União Brasil e Republicanos, partidos que mantêm cargos na Esplanada, mas vêm demonstrando divisão em votações recentes.
O governo busca recompor sua base após a derrota com a derrubada da MP 1303, que tratava do IOF. Desde então, aliados do Centrão foram exonerados de cargos federais, o que aumentou a tensão política. Agora, Gleisi tenta reconstruir pontes e negocia redistribuição de cargos e revisão de demissões, condicionando a retomada de espaços à fidelidade em votações-chave. Nos bastidores, integrantes do Planalto avaliam que a estratégia surtiu efeito, já que deputados que haviam se afastado do governo agora buscam reaproximação e novas indicações.
Na avaliação de Gleisi, a recomposição é essencial para garantir apoio a projetos econômicos prioritários e para o desenho de estratégias eleitorais visando 2026. Um dos exemplos de conciliação ocorreu com o PP, que manteve sua cota no Ministério dos Esportes após acordo que garantiu a permanência de André Fufuca sem punições internas.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, reconheceu que a relação entre o governo e o Congresso “ainda tem muito a melhorar” e cobrou liberação de emendas e ajustes na articulação política. Ele prometeu votar ainda nesta semana o projeto de corte de gastos do Executivo, enquanto o Planalto planeja reenviar o conteúdo da MP 1303 em dois projetos de lei e uma nova medida provisória, com foco na tributação de apostas esportivas, fintechs e juros sobre capital próprio — pontos que devem gerar resistência no plenário.
Com informações do G1
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