Diversos

Homens são alvo em SP de 93% dos casos de ‘Boa Noite, Cinderela’

Desnorteado, um consultor de tecnologia de 36 anos acordou em cima de um papelão em um galpão no Brás, sem celular, dinheiro, tênis, sem quase nada. A noite anterior havia começado em uma balada na Rua Augusta. “Em que momento doparam a minha bebida? Eu sinceramente não sei”, disse em depoimento ao G1.

Dados exclusivos obtidos pelo G1 mostram que, na cidade de São Paulo, 93% das vítimas do golpe “boa noite, Cinderela” são homens, e o objetivo do crime é roubar quem sofreu o golpe. Os números revelam ainda que os crimes estão concentrados na região central, no entorno de bares e casas noturnas.

As estatísticas são de janeiro de 2016 a agosto de 2017. Os dados são da Secretaria da Segurança Pública e foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação. Como o golpe não é tipificado criminalmente, a reportagem solicitou à pasta os boletins de ocorrência que fazem referência ao termo “boa noite, Cinderela” no histórico, parte do BO que conta como o crime ocorreu. A maior parte dos casos é registrada como roubo ou furto.

O caso com o consultor de tecnologia aconteceu em agosto deste ano. Ele estava em uma casa noturna quando começou a se sentir mal. “Meio mole, nunca havia ficado dessa forma, não era a sensação de estar bêbado”. Como se sentia cada vez pior, decidiu ir embora. “Minha visão começou a ficar turva e comecei a ter ânsia”.

Depois de sair da balada, ele tentou caminhar até um ponto de táxi na Rua Peixoto Gomide. “Não aguentando mais, sentei na calçada para vomitar e tudo começou a rodar e ficar embaçado, quando de repente uma pessoa chegou perto de mim, me levantou e me colocou dentro de um carro. Lembro de ter perguntando se era um táxi e a pessoa afirmou que sim. Quando entrei no suposto táxi, eu simplesmente apaguei e não lembro de mais nada”. Além dos danos materiais, fica o trauma de um golpe destes.

“Agora eu não tomo mais drinks, só bebidas lacradas que eu mesmo possa abrir”.

Os dados indicam ainda uma tendência que pode ajudar a explicar as motivações dos crimes. Para se ter uma ideia, os homens foram vítimas de 114 dos 123 boletins de ocorrência analisados (93% do total). Neles, quase todos os golpes resultaram em roubo ou furto. Há ainda dois casos em que, além do roubo, as vítimas foram estupradas.

Já entre as mulheres, vítimas menos frequentes deste crime (6% do total), o estupro é o resultado predominante para as vítimas. Foram sete registros de boletins de ocorrência feitos por mulheres e cinco delas (71%) sofreram estupro após o golpe.

Foto: (Arte G1)

Cada caso é único, mas as investigações policias indicam um padrão no golpe. O autor costuma ser uma pessoa atraente, que se aproxima para o flerte com a promessa de companhia para a noite. A abordagem inicial geralmente é feita em bares, baladas ou até mesmo na rua, mas o crime se concretiza fora dali. Muitas vezes a vítima leva o criminoso para sua própria casa, ou é levada para hotéis de baixo custo, sem controle de entrada e saída de hóspedes ou câmeras de segurança que funcionem.

É comum que os criminosos atuem em dupla. “Principalmente nos casos de vítima homem, por causa de uma eventual contenção física da vítima”, explica Júlio Cesar dos Santos Geraldo, delegado do 4º Distrito Policial, na Consolação, um dos lugares com mais registros na cidade.

Um dos casos investigados pela delegacia aconteceu no dia 9 de abril, na Rua Augusta. Um homem de 32 anos contou à polícia que estava em uma casa noturna, conheceu um rapaz e o levou para sua casa. Quando acordou, não se lembrava de nada e teve pertences roubados. Também na Augusta, cinco meses antes, um supervisor de 26 anos contou que havia saído com um rapaz quando teve um lapso e não se recorda de mais nada. O autor do crime o roubou e fez compras no valor de R$1.930 com seu cartão.

A substância usada deixa a vítima vulnerável, e, antes de “apagar”, muitas vezes ela acaba fornecendo informações pessoais sigilosas. “O autor do crime, com acesso a informações bancárias como a senha, levava o cartão para fazer compras ou saques fora do local onde a vítima está. Atualmente, nós começamos a receber a notícia de que o autor já traz consigo uma maquininha, dessas de crédito ou débito”, alerta o delegado.

Apesar de geralmente ser aplicado em bebidas alcoólicas, bebidas sem álcool também podem ser adulteradas, como aconteceu no dia 14 deste mês. Um professor de 51 anos foi abordado na Rua Marquês de Itu, no Centro, em frente a uma casa noturna. Ele foi com o homem para um hotel da região, que lhe ofereceu um refrigerante. O professor não quis, o criminoso mostrou uma faca e exigiu que ele ingerisse a bebida. A vítima, coagida, bebeu e perdeu os sentidos. Quando acordou, estava sem seus pertences: celular, anel, cordão, pulseira, relógio e R$150.

Segundo a polícia, o número de casos é maior do que os que foram registrados, porque a vítima destes casos muitas vezes sente vergonha por ter caído no golpe. Algumas alegam, por exemplo, que sofreram um assalto à mão armada. Há casos ainda de homens casados ou comprometidos que não querem registrar o encontro com outra pessoa.

Para evitar o crime, o delegado sugere que, em um primeiro encontro, a pessoa vá sempre em um local onde é conhecida. “Sem qualquer moralismo, as pessoas devem tomar cuidado em um primeiro encontro. Ela não deve, salvo se estiver muito segura pra isso, levá-la pra sua residência nem tão pouco pra um local escolhido pelo outro”. Se for o caso de um hotel, o policial disse que o ideal é que seja um local que tenha registro de entrada e saída, e que a pessoa faça questão de se registrar.

Onde o crime acontece?

A maior parte dos casos acontece na região central da cidade. A República é o bairro com mais registros (35), seguida da Consolação (11), Santo Amaro (10), Santa Cecília (8) e Pinheiros (8). Quando se analisa os locais, a maioria acontece em via pública (27), seguido de casa/apartamento (24), bar (18), hotel/motel (9) e boate (7). Do total de casos, 28 não foram informados o tipo de local.

O 77º DP, em Santa Cecília, e o 4º, na Consolação, lideram o número de golpes. Isso acontece por causa da dinâmica da vida noturna no Centro de São Paulo. As festas costumam começar na região da Rua Augusta, Largo do Arouche e Frei Caneca, área do 4º DP. Conforme a noite avança, muitos dos crimes se concretizam em hotéis de baixo custo nas ruas Bento Freitas e Rego Freitas, área do 77º.

(Foto: Arte G1)

Que substância é usada?

Mais de uma mistura pode ser usada para se aplicar o golpe. De acordo o psiquiatra Dartiu Xavier, é comum a associação de duas substâncias: calmantes indutores de sono somados com, ou quetamina (usada como anestésico), ou GHB (usado no tratamento de dependências), e até cocaína.

O calmante é o que causará o apagão de memória. Já a quetamina e o GHB, se estiverem em grandes quantidades, deixam a vítima muito vulnerável. “A pessoa não sabe quem é direto nem onde está”, explica Dartiu.

Essas substâncias só podem ser vendidas com receita médica. “Mas sabemos que existe um mercado paralelo dos remédios”, disse o psiquiatra.

Festas criam táticas para barrar golpe

A sensação de uma nova onda de golpes de “boa noite, Cinderela” fez com que um grupo de produtores de festas de São Paulo criassem táticas para tentar barrar o golpe.

O produtor Tiago Guiness, da festa Tenda, que acontece na casa noturna L’amour, disse que procurou encarar o problema “um pouco mais de frente”. No início deste ano ele fez uma campanha para alertar o público e criou um personagem, a “Cinderela esperta”, que “cuida do próprio copo e não aceita bebidas de estranhos”. O folder foi colado não só na festa, como distribuído para donos de clubes noturnos.

A preocupação dos produtores de festas aumentou depois da morte do produtor carioca Mateus Pagalidis, de 26 anos, que a polícia suspeita ter relação com o uso do “boa noite, Cinderela”. Após ficar dois dias desaparecido, ele foi encontrado morto no dia 5 de setembro, na Zona Norte da cidade. Antes de desaparecer, o produtor entrou em um táxi e dizia ter sido vítima de um golpe. Procurada sobre as investigações deste caso, a SSP informou que a polícia “aguarda o resultado dos laudos periciais”.

Produtores de festas em São Paulo se reuniram em setembro para discutir golpe (Foto: Reprodução/Facebook)

No dia seguinte em que o corpo do produtor foi encontrado, 6 de setembro, produtores de cerca de 20 festas se reuniram na República para discutir como evitar o golpe.
O grupo falou, por exemplo, sobre a importância de orientar toda a equipe da festa, desde os seguranças aos barmans.

A produtora da festa Voodoohop, Ana Mendes, era uma das presentes. Ao G1, ela disse que “estão todos atentos nas festas”. Ela conta que a festa já conta com seguranças à paisana que observam movimentações suspeitas durante os eventos.

Outra festa que também trabalha com seguranças à paisana é a Catuaba. O DJ do evento, Maurício Lima, disse que passou a ouvir mais sobre o crime há três meses. “E a gente já alerta no evento no Facebook: cuide dos seus pertences, cartões, celulares, cuidado com seu copo”.

G1

 

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Política

PSOL quer Boulos candidato ao Senado em 2026, apesar de desejo do governo

Foto: Maria Isabel Oliveira / 27-10-2024

O PSOL pressiona para que o ministro Guilherme Boulos (PSOL-SP), recém-nomeado para a Secretaria-Geral da Presidência, dispute o Senado em 2026. Apesar de o governo Lula esperar que ele permaneça no cargo até o fim do mandato, a legenda vê no deputado licenciado um nome forte para representar o partido em São Paulo. Pela lei eleitoral, ele teria até abril do próximo ano para deixar o posto, caso confirme a candidatura.

“É totalmente normal que a gente pense no nome do Boulos como um forte candidato para concorrer ao Senado no ano que vem. Ele já apareceu muito bem nas pesquisas, mas ainda é cedo para uma decisão definitiva”, afirmou a presidente nacional do PSOL, Paula Coradi. Boulos foi o deputado federal mais votado de São Paulo em 2022, com mais de 1 milhão de votos — o maior desempenho da história do partido no estado.

Sem ele na disputa, o PSOL busca alternativas para manter o desempenho nas urnas. Entre os cotados estão a deputada federal Erika Hilton, aposta no voto de opinião, e Natália Szermeta Boulos, esposa do ministro e dirigente do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), que ainda deve deliberar sobre o tema. Outros nomes como Ivan Valente, Sonia Guajajara, Luiz Erundina, Lucilene Cavalcante e Juliano Medeiros também são avaliados para fortalecer a bancada paulista.

Nos bastidores, petistas afirmam que Boulos aceitou o pedido de Lula para permanecer no governo, apostando na reeleição presidencial e em uma possível recondução ao cargo. Próximos ao ministro dizem ainda que ele não se adaptou à rotina parlamentar em Brasília, o que reforçaria a decisão de seguir no Executivo. Boulos já disputou o Planalto em 2018 e, nas eleições municipais de 2020 e 2024, chegou ao segundo turno em São Paulo, mas foi derrotado por Bruno Covas (PSDB) e Ricardo Nunes (MDB), respectivamente.

Com informações do O Globo

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Geral

Lula e Trump devem se reunir no domingo (26) durante cúpula na Malásia

Foto: Angela Weiss/AFP

Negociadores do Brasil e dos Estados Unidos agendaram para domingo (26) o aguardado encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, na Malásia. Ambos estarão no país para participar da Cúpula da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático), que ocorre entre os dias 26 e 28 de outubro. Lula embarcou nesta terça-feira (21) rumo à Ásia, onde também terá reuniões bilaterais com empresários e autoridades locais.

Apesar do agendamento, diplomatas brasileiros tratam o encontro com cautela, já que ainda não houve confirmação oficial por parte da Casa Branca. As duas equipes, no entanto, seguem atuando para viabilizar a reunião. Desde a breve conversa entre Lula e Trump na Assembleia-Geral da ONU, assessores do presidente defendem que um novo diálogo presencial ocorra em território neutro, evitando possíveis constrangimentos de uma visita ao Salão Oval, onde Trump costuma criar situações inesperadas diante das câmeras.

O encontro deve abordar questões comerciais, especialmente as negociações para reduzir as sobretaxas impostas pelos EUA sobre produtos brasileiros. A rodada de tratativas começou na semana passada, em reunião entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio — o primeiro contato direto entre os dois governos desde o reencontro entre Lula e Trump em Nova York.

Embora ainda não exista decisão sobre a diminuição imediata das tarifas de 50%, a conversa entre os chanceleres foi vista como positiva, sinalizando boa vontade de ambas as partes para um acordo. Em comunicado conjunto, os governos destacaram que as discussões foram “muito positivas” e ocorreram em clima de cooperação. A avaliação é de que as tratativas avançam em tom mais pragmático, sem interferência de temas políticos que vinham travando o diálogo comercial.

Com informações da Folha de S.Paulo

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Geral

Alcolumbre desconversa sobre possível indicação de Messias ao STF

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), evitou se comprometer ao ser questionado sobre a possível indicação do ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal (STF). “O ‘se’ é muito complicado. Se o cara estiver morto, ele está vivo. Se o cara está vivo, ele está morto”, respondeu o senador nesta terça-feira (21), fugindo de uma resposta direta.

Jorge Messias é apontado como o principal favorito para ocupar a vaga deixada por Luís Roberto Barroso, que antecipou sua aposentadoria da Corte. A escolha do novo ministro é prerrogativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas depende de aprovação do Senado após a indicação oficial.

Nos bastidores, outro nome que ganha força é o do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado e aliado de Alcolumbre. Segundo o líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA), o senador amapaense teria se reunido com Lula recentemente para defender a escolha de Pacheco.

Enquanto a decisão não sai, o presidente Lula embarcou nesta terça-feira (21) para uma viagem à Ásia, sem oficializar o nome que pretende indicar ao STF. A agenda inclui encontros com empresários e autoridades da Indonésia, além da participação na 47ª Cúpula da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), na Malásia.

Com informações da CNN Brasil

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Mundo

Trump exige US$ 230 milhões do governo dos EUA por “perseguição” do FBI e do Departamento de Justiça

Foto: Reprodução

O ex-presidente Donald Trump não está para brincadeira: ele está cobrando US$ 230 milhões do governo federal dos EUA, alegando que foi alvo de investigações ilegais do FBI e do Departamento de Justiça. A ação sem precedentes abre um conflito ético gigante, já que o governo que deve decidir sobre o pagamento é o mesmo que ele comandou.

Trump apresentou queixas administrativas – um passo que geralmente antecede processos judiciais – alegando que seus direitos foram violados. Entre os alvos estão investigações sobre a interferência russa em 2016, supostas conexões com sua campanha e, mais recentemente, a revista do FBI em Mar-a-Lago, sua residência e clube na Flórida, em busca de documentos confidenciais. Ele acusa ainda o Departamento de Justiça de processá-lo de forma maliciosa após deixar o cargo.

A reclamação de Trump cita nomes de peso: Merrick Garland, então procurador-geral; Christopher Wray, diretor do FBI; e Jack Smith, procurador especial que investigava o ex-presidente. Segundo Trump, eles cometeram “assédio” para tentar influenciar resultados eleitorais – uma acusação que coloca em xeque a credibilidade de investigações políticas do governo.

Especialistas alertam que o caso levanta problemas éticos enormes, já que as queixas são analisadas pelos mesmos órgãos que ele acusa. Se a reclamação for rejeitada, Trump ainda poderia levar o caso à Justiça, mas por enquanto, está negociando diretamente com quem está dentro do Departamento de Justiça.

 

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Judiciário

STF reabre investigação contra Valdemar Costa Neto por trama golpista do PL: “bizarro” é pouco, critica Moraes

Foto: Reprodução

A Primeira Turma do STF decidiu, por 4 a 1, reabrir a investigação sobre o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, no inquérito que apura a chamada trama golpista. A medida atende a pedido do ministro Alexandre de Moraes, que apontou elementos para investigar crimes de organização criminosa e tentativa de abolição do Estado democrático de Direito.

O caso está ligado ao relatório produzido pelo presidente do instituto contratado pelo PL, Carlos Rocha, sobre supostas fraudes nas urnas eletrônicas. Esse documento foi usado pelo partido para questionar o resultado das eleições de 2022 no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ação que Moraes chamou de “uma das coisas mais bizarras” que a Justiça Eleitoral já recebeu. Rocha já foi condenado a sete anos e seis meses de reclusão em regime semiaberto.

Valdemar ainda não foi denunciado, conforme informações do Uol. Ele foi indiciado pela Polícia Federal por apoiar e financiar os questionamentos ao sistema eleitoral, mas a Procuradoria-Geral da República (PGR) não encontrou provas suficientes até agora. A reabertura do inquérito permitirá que a PGR avalie se há elementos novos para incluir o presidente do PL na investigação ou se serão necessárias diligências extras.

Moraes criticou duramente a postura do PL, que tentou contestar todas as urnas e acabou multado em R$ 22 milhões por litigância de má-fé. “Bizarro é pouco para definir essa ação do partido na Justiça Eleitoral”, disse, lembrando que o tribunal manteve a multa e rejeitou os recursos do PL.

O pedido formal será enviado à PGR. Caso a investigação avance contra Valdemar, ele poderá responder pelos crimes de organização criminosa e tentativa de abolição do Estado democrático de Direito.

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Mundo

Maduro transforma venezuelanos em espiões: novo app manda população vigiar vizinhos 24h por dia

Foto: Reprodução

O ditador Nicolás Maduro ordenou a criação de um aplicativo para que a população reporte “tudo o que vê e tudo o que ouve”, alegando que a medida ajudará a proteger a Venezuela de supostas ameaças externas. A ordem foi dada durante evento público transmitido pela TV estatal VTV, com ênfase na participação da milícia bolivariana e da Força Armada Nacional Bolivariana.

O sistema, chamado VenApp, já existia desde 2022 para denúncias de falhas em serviços públicos, mas agora será usado para monitorar cidadãos. Maduro exaltou o papel do povo como “olhos do Estado”, reforçando o controle social em um país já marcado pela repressão política e pelo autoritarismo.

Críticos e organizações internacionais alertam que o app pode ser usado para perseguição e intimidação. Em 2024, após eleições questionadas, o VenApp foi denunciado pela Anistia Internacional por permitir que simpatizantes do governo delatassem opositores, prática considerada violação de direitos humanos. O regime nega os abusos, afirmando que os detidos eram criminosos ou agitadores.

A oposição, que reivindica vitória nas eleições com Edmundo González, teme que o aplicativo amplie a vigilância e a repressão contra cidadãos contrários ao governo. Maduro, por sua vez, promove a ferramenta como “instrumento de paz e segurança”, transformando o próprio povo em informantes do regime.

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Geral

VÍDEO: Com R$ 27 milhões, Paulinho Freire moderniza coleta de resíduos com 35 caminhões novos

Imagens: Divugação/PMN

A Prefeitura do Natal deu, nesta terça-feira (21), um passo firme na limpeza urbana: 35 caminhões novos começaram a reforçar a coleta de resíduos na cidade. A entrega, realizada no estacionamento do Ginásio Nélio Dias, na Zona Norte, faz parte de um investimento de R$ 27 milhões, dentro de um total de R$ 50 milhões destinados à modernização da frota da Urbana.

São 30 caminhões compactadores e 5 microcompactadores, veículos maiores que reduzem viagens e agilizam a coleta. O objetivo é claro: mais eficiência, menos lixo acumulado e menos emissão de gases poluentes. Para quem vive em Natal, isso significa ruas mais limpas e operação mais rápida em toda a cidade.

Além dos caminhões, a Urbana recebeu reforço com trituradores de podas, caçambas, retroescavadeiras, tratores roçadeiras e carros-pipa, ferramentas que ajudam a manter ruas e áreas de grande circulação limpas e organizadas. A ação também fortalece a sustentabilidade e prepara a cidade para novas modalidades de coleta e ecopontos de reciclagem.

Para o prefeito Paulinho Freire, a entrega é resultado de uma gestão séria e comprometida com a população. “Modernizar só traz benefícios. É importante que a população mantenha parceria com a Urbana para conservar nossa cidade limpa”, afirmou. O presidente da Urbana, Alvamar Vale, reforçou: “Essa frota representa um marco para Natal. Paulinho Freire mostra dedicação real com o bem-estar da população”.

 

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Saúde

Fecomércio e UFRN vão testar bebidas em Natal para detectar metanol: sigilo e imparcialidade garantidos

Foto: Cedida/SP

A Fecomércio-RN anunciou nesta terça-feira (21) um esquema inédito para colocar fim ao risco de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas vendidas em Natal e no resto do estado. A ação, em parceria com a UFRN, vai testar destilados de supermercados, atacadistas e distribuidoras de forma totalmente sigilosa e técnica.

Segundo o diretor executivo da Fecomércio, Laumir Barreto, todas as amostras serão codificadas. “O laboratório não sabe qual bebida está analisando. Só trabalha com códigos. Assim garantimos um resultado totalmente imparcial”, explicou. A iniciativa protege consumidores e empresários sérios, evitando que marcas sejam acusadas injustamente.

O acordo técnico, assinado na segunda-feira (20), prevê o uso do Laboratório de Combustíveis e Lubrificantes da UFRN (LCL-UFRN), equipado com cromatografia a gás — tecnologia de ponta usada para detectar até pequenas quantidades de metanol. É a primeira vez que o método será aplicado em bebidas alcoólicas no RN, embora seja rotina no monitoramento de combustíveis.

A coleta ficará a cargo da Fecomércio, que vai lacrar e codificar cada garrafa antes do envio ao laboratório. “É um processo pensado com critério técnico e transparência total”, garante Barreto. O objetivo é claro: segurança para quem consome e justiça para quem produz legalmente.

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Geral

STF condena militares e aliados de Bolsonaro na ‘trama das fake news’ por 4×1

Foto: Gustavo Moreno/STF

O STF concluiu nesta terça-feira (21) a condenação de todos os réus do núcleo 4 da chamada “trama das fake news”. A maioria dos condenados é formada por militares e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusados de questionar falhas no sistema eleitoral. O placar final foi 4 a 1, com o presidente da Primeira Turma, Flávio Dino, seguindo integralmente o voto de Alexandre de Moraes.

A única exceção foi Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, engenheiro e presidente do Instituto Voto Legal, condenado apenas por organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Apesar das acusações graves, muitos apontam que o STF transformou patriotas em “criminosos de Estado”.

Entre os condenados estão o major expulso Ailton Gonçalves Barros, que discutiu golpe com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o major da reserva Ângelo Denicoli, ligado a estratégias de descredibilização das urnas; e o subtenente Giancarlo Rodrigues, acusado de usar sistemas da Abin para espalhar informações sobre supostas fraudes.

Também figuram o tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida, que em áudio defendeu “sair das quatro linhas da Constituição” para proteger o país; o coronel Reginaldo Vieira de Abreu, investigado por planejar atentados contra Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes; e o agente da PF Marcelo Bormevet, acusado de atuar como núcleo paralelo da Abin. O STF, mais uma vez, mira patriotas que questionam irregularidades, transformando dissidência em crime.

STF define penas

O julgamento agora avança para definir as penas. Os réus respondem por crimes como organização criminosa armada, golpe de Estado e danos ao patrimônio público, acusações usadas pelo Supremo para atacar opositores do governo Lula e do PT.

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Economia

Governo Fátima antecipa 50% do ICMS e sufoca empresas potiguares: setor produtivo vê “bomba tributária” em plena crise

Foto: Reprodução

O Governo do RN voltou a apertar o cerco contra quem ainda gera emprego e renda no Estado. A Secretaria Estadual de Fazenda (SEFAZ-RN) publicou a Portaria nº 1.065/2025, determinando que empresas beneficiadas pelo PROEDI, atacadistas e centrais de distribuição terão que antecipar 50% do valor do ICMS devido no mês anterior.

Na prática, a decisão — que vale já para outubro de 2025 — obriga as empresas a pagar metade do imposto antes mesmo de vender os produtos, com prazo até 28 de outubro para recolher a antecipação. O complemento deve ser quitado até 15 de novembro. O débito será lançado automaticamente no extrato fiscal de cada contribuinte, e quem não pagar dentro do prazo enfrentará multas e juros pesados.

O governo de Fátima Bezerra (PT) alega que a medida é “excepcional”, mas empresários e contadores afirmam que a antecipação é um verdadeiro golpe no caixa das empresas, especialmente em um momento de retração nas vendas e aumento de custos. “Querem matar de vez quem ainda resiste no Rio Grande do Norte”, reclamou um empresário do setor atacadista.

O PROEDI, que nasceu como programa de incentivo industrial, agora virou dor de cabeça para os próprios beneficiados. Muitos afirmam que a cobrança antecipada anula o benefício fiscal, reduzindo o capital de giro e colocando em risco empregos e investimentos.

Enquanto o governo federal de Lula segue aumentando impostos e o governo estadual do PT aperta o setor produtivo, empresários potiguares pedem socorro e cobram medidas que realmente incentivem o desenvolvimento, em vez de asfixiar quem trabalha e movimenta a economia.

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