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Julgamento por tentativa de golpe pode ir ao plenário do STF em caso de discordância na 1ª Turma

Foto: Antonio Augusto/STF

Uma eventual condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados na Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) por tentativa de golpe pode acabar sendo rediscutida pelo plenário se houver discordância entre os integrantes da Turma.

Bolsonaro e ex-aliados viraram réus, mas podem questionar eventuais condenações. Se ao final da ação penal algum deles for condenado, é possível que a pena seja rediscutida no plenário do STF, formado pelos 11 ministros, se houver a divergência de ao menos dois integrantes da Turma sobre a condenação.

Esse recurso é chamado embargo infringente. “Se porventura os embargos forem admitidos, haverá nova distribuição para o julgamento entre ministros da outra Turma”, diz o advogado Renato Vieira, sócio do Kehdi Vieira Advogados. Ou seja, quem vai ficar responsável pelo caso será um ministro da Segunda Turma, que não faz parte do colegiado que analisa a denúncia contra Bolsonaro.

Até o momento, apenas Luiz Fux sinalizou que pode discordar de alguns pontos ao longo do julgamento. Ele foi o único dos membros da Primeira Turma que entendeu que o caso deveria ser julgado no plenário ou na primeira instância. Além disso, viu questões sobre a delação de Mauro Cid e sobre como se enquadram os crimes de tentativa de golpe e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

Debates devem ocorrer ao final do processo. Ainda precisam ser ouvidas as testemunhas, analisados os pedidos das defesas dos denunciados e também falarem os réus. Somente ao final de todas as etapas é que a Primeira Turma vai se debruçar sobre tudo o que foi trazido e decidir se condena ou não os réus.

O STF tem o entendimento de que casos podem ser levados ao plenário se dois ministros da Turma defenderem absolvição. Ministros definiram essa possibilidade ao analisar um recurso de Paulo Maluf, condenado por lavagem de dinheiro pela Segunda Turma do tribunal. Na ocasião, como havia sido condenado por unanimidade, os ministros rejeitaram o pedido para levar o caso ao plenário.

O próprio relator do caso, em tese, pode optar por enviar o caso para o plenário. Moraes, porém, preferiu manter o julgamento na Turma. Não há nenhum indicativo de que ele possa mudar de ideia. O regimento do STF também prevê que ministros das Turmas podem decidir enviar o caso para o plenário se forem provocados e entenderem, por maioria, que o processo deve ir ao plenário.

Em março de 2021, Edson Fachin decidiu levar para o plenário do STF sua decisão de anular as condenações de Lula na Lava Jato. A princípio, a decisão deveria ser analisada na Turma, mas, como relator do caso, ele optou por submeter sua decisão ao plenário. Ela foi chancelada pelos demais ministros.

Possibilidade de envio do caso ao plenário é pequena. Ministros da Primeira Turma demonstraram união ao rejeitar todos os recursos das defesas e abrir a ação penal contra Bolsonaro e outras sete pessoas.

UOL

Opinião dos leitores

  1. 👺Líder do PSB sugere indulto de Lula a quem foi ‘massa de manobra’ no 8/1 para frear pressão por anistia. (Folha de São Paulo)
    👉SABEM QUE JÁ PERDERAM A BRIGA PELA ANISTIA, AGORA QUEREM UMA SAÍDA, DANDO MÉRITO PARA O LARÁPIO. ESSES CANALHAS NÃO PERDEM A OPORTUNIDADE DE FAZER POLÍTICA COM A DESGRAÇA DOS OUTROS.

  2. Esse é um crime terrível que o STF, quer fazer contra o ex.Presidente Bolsonaro, ele é um homem do bem, o que esse homem fez de errado?, se realmente essa invasão foi considerado um Golpe, porque não houve golpe, nem tentativa, o que houve foi uma invasão, por alguns seguidores de Bolsonaro, mas o Bolsonaro nem no Brasil estava em também não concordava com esse tipo de invasão, porque na realidade foi uma medica criminosa, com os danos provocados ao patrimônio da União, porém entre esses invasores haviam também gente do PT, que se aliaram ao pessoal de Bolsonaro tentando incriminá-lo.Porque se o Bolsonaro gostasse de vingança ele teria mandado os seus seguidores vingar da facada que levou, porém ele sofreu muito com esse ferimento, teve de usar bolsa de colostocomia, um coisa que leva muito sacrificio para quem usa, porque essa facada que ele levou, nada foi investigado, mas tudo indica que foi o PT que mandou, porque após o autor ser preso chegou meia dúzia de advogado para defende-lo, imagine uma pessoa que não tem recursos, poder pagar 6 advogados, caros, então esse Morais, deve ser um carrasco, um cara mal amado, que deseja levar suas frustações para as pessoas inocentes. Bolsonaro nada roubou do Brasil, diferente do governo Lula, que roubou bilhões da nação e todos seus auxiliares roubaram, mas no Brasil só quem tem vez e bandidos e traficantes, homens do bem são discriminados.Mas aposto que qualquer candidato que Bolsonaro apoiar ele ganhará de Lula que a sua moral está mais suja do que pau de galinheiro. Não entendo porque esse sujeito ainda está no poder, lembro-me de quem tirou Fernando Color do poder foi os garotos de caras pintadas, e cadê os homens de bem do Brasil, que não enxergam esse desmando que vem acontecendo desde que Lula assumiu o poder, gastos e mais gastos, não existem saúde perfeita no Pais, nem segurança e também Educação, onde nós estamos? Em um Brasil afundado.

    1. Os bandidos , corruptos e criminosos do pt e seus aloprados juntamente com bandidos politiqueiros, imprensa comprada e os escravizados por essa esquerda satânica e diabólica não consegue vê ou verem que estão na beira do abismo, não conseguem distinguir o bem do mal, perderam a razão da vida, tudo é relativo, marcha rápido para a destruição da vida e da liberdade da famílias, lamentável

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STF forma maioria e derruba liminar de Barroso que autorizava enfermeiros a atuar em aborto legal

Foto: TV Justiça/Reprodução

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou para derrubar a liminar do ministro Luís Roberto Barroso que afastou a possibilidade de punição criminal contra enfermeiros que atuam em procedimentos de aborto nos casos permitidos pela lei.

Na decisão, Barroso estabeleceu que órgãos públicos de saúde não podem dificultar a realização de procedimentos abortivos previstos pela legislação. Tratam-se dos seguintes casos: risco de vida da gestante, gravidez resultante de estupro e gravidez de feto anencefálico.

O ministro alegou que falta assistência e há proteção insuficiente que impede mulheres e meninas de acessarem um direito garantido há décadas.

Votaram contra a liminar de Barroso os ministros Gilmar Mendes, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Kassio Nunes Marques, André Mendonça e Alexandre de Moraes, formando a maioria.

Estadão Conteúdo

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Falso médico pagou R$ 5 mil por corpo de indigente para forjar própria morte e fugir da Justiça, diz MP

Foto: reprodução

Para fugir da condenação por homicídio e exercício ilegal da medicina, Fernando Henrique Guerrero — também identificado como Fernando Henrique Dardis – teria desembolsado ao menos R$ 5 mil para conseguir o corpo de um indigente para ser usado no falso enterro que arquitetou para si mesmo, em Guarulhos, na Grande São Paulo. A farsa foi possível, segundo investigação da Polícia Civil, com o provável auxílio de servidores públicos do município.

As apurações conduzidas pelo Ministério Público de Sorocaba, com auxílio da Polícia Civil e do Grupo que Investiga do Crime Organizado (Gaeco), ligado à Promotoria paulista (MPSP), apontam que agentes da Prefeitura de Guarulhos, especialmente vinculados ao serviço funerário e ao setor de controle de óbitos, teriam participado da liberação irregular desse corpo.

Documentos do processo indicam que valores entre R$ 3 mil e R$ 8 mil foram negociados para viabilizar o esquema, mas a Polícia Civil chegou a registrar o valor de R$ 5 mil em relatório parcial como pagamento efetuado para o desvio do cadáver.

Comprando o cadáver

Segundo manifestação do MPSP, funcionários do Serviço Funerário Municipal e da Secretaria da Saúde de Guarulhos teriam sido acionados para “liberação de corpo não reclamado”.

“Funcionários […] teriam participado da liberação de um corpo não reclamado, mediante pagamento indevido, para que fosse utilizado na simulação do enterro de Fernando Henrique Guerrero. Há indícios de que a operação envolveu a supressão de registros do sistema de controle de óbitos e a expedição de certidão ideologicamente falsa”, diz trecho do processo.

Na esfera policial, relatório concluído pela Delegacia Seccional de Guarulhos acrescenta que:

“Ficou evidenciado que o corpo utilizado na cerimônia de sepultamento não correspondia ao de Fernando Henrique, mas sim a um cadáver de indigente retirado do serviço funerário municipal de forma irregular. Há fortes indícios de conluio entre servidores públicos e o réu, com intermediação de um funcionário terceirizado, pelo valor aproximado de R$ 5 mil”.

Conforme os pareceres policiais e da Promotoria, obtidos pela reportagem, o falso médico não apenas falsificou documentos – certidão de óbito, atestado médico, selo digital – mas também sustentou o golpe com pagamento a agentes públicos e usando o cadáver do indigente, como já afirmado acima.

A prefeitura afirmou ao Metrópoles, por meio de nota, que uma sindicância tramita na Corregedoria do município, que “colabora com as autoridades” desde o início das investigações do caso.

O governo municipal não informou quais eventuais medidas tomou ou irá adotar com relação aos funcionários, assim como para proteger o sistema de registros do serviço funerário.

Prisão e nova fase do processo

Em 24 de junho de 2025, Guerrero se entregou à polícia no 1º Distrito Policial de Guarulhos. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou, na ocasião, que ele compareceu à delegacia acompanhado de advogado, permanecendo à disposição da Justiça. Sua captura se deu após novo mandado de prisão decretado pelo Judiciário paulista, por força da descoberta da fraude da morte.

O juiz Emerson Tadeu Pires de Camargo, de Sorocaba, revogou qualquer reconhecimento sobre a morte, a qual havia sido admitida anteriormente com base na certidão forjada. Ele também determinou a reabertura do processo após a descoberta da certidão de óbito falsa; revogou o reconhecimento do óbito de Fernando Henrique Guerrero e expediu novo mandado de prisão preventiva contra o falso médico, em 2025.

O MPSP solicitou a instauração de investigação autônoma para apurar os crimes de falsidade ideológica, obstrução da Justiça, corrupção e vilipêndio de cadáver (crime de desrespeito a um corpo).

O Gaeco foi acionado para aprofundar as diligências sobre o envolvimento de servidores municipais e a rota do pagamento pelo corpo. O Metrópoles apurou que servidores municipais já estão sendo ouvidos e que há rastreamento bancário e telefônico para identificar quem intermediou esse pagamento entre o falso médico e os agentes públicos.

O caso tramita atualmente sob sigilo e com vigilância reforçada, por órgãos de controle, em decorrência da gravidade da acusação e do provável envolvimento institucional no desvio do cadáver.

Metrópoles

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Disputa pela sucessão de Messias na AGU envolve ao menos seis nomes internos

Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

A provável ida de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF) desencadeou uma corrida pela chefia da Advocacia-Geral da União (AGU). A disputa se concentra, em grande parte, entre integrantes da própria estrutura da instituição, enquanto o presidente Lula (PT) sinaliza que deve anunciar rapidamente o sucessor após a aposentadoria de Luís Roberto Barroso.

Interlocutores do Planalto avaliam que a escolha de uma mulher para o comando da AGU pode ajudar a equilibrar as críticas à indicação de mais um homem para a Suprema Corte, caso Messias seja confirmado. Nessa linha, surgem como favoritas Anelize Almeida, procuradora-geral da Fazenda Nacional; Isadora Cartaxo, secretária-geral de Contencioso; Clarice Calixto, procuradora-Geral da União; e Adriana Venturini, procuradora-Geral Federal. Também aparecem nas conversas internas os nomes das procuradoras Manuelita Hermes e Maria Rosa Loula.

Anelize tem bom trânsito junto à equipe econômica, especialmente com o ministro Fernando Haddad. Isadora é responsável pelas ações da AGU no STF e mantém relação próxima com ministros da Corte. Clarice atuou em pastas estratégicas no governo Dilma e possui bom relacionamento com integrantes da gestão atual e com a primeira-dama, Janja. Adriana, por sua vez, é procuradora federal desde 2002 e acumula experiência perante tribunais superiores.

Do lado masculino, dois nomes ganham destaque: Flavio Roman, atual advogado-geral substituto e procurador do Banco Central, visto como sucessor natural; e André Dantas, Consultor-Geral da AGU. Apesar das apostas, Lula ainda não definiu o perfil desejado e foi pego de surpresa pelo anúncio antecipado da aposentadoria de Barroso, o que acelerou os debates internos.

Aliados do presidente sugerem que o futuro chefe da AGU tenha afinidade política para atuar na defesa do governo em temas sensíveis, inclusive nas negociações internacionais conduzidas por Lula. Lembram ainda que Messias conquistou espaço no núcleo decisório petista justamente por unir articulação jurídica e política, se tornando um dos principais conselheiros do Planalto. Por isso, também há quem defenda que Lula avalie nomes do grupo Prerrogativas, coordenado por Marco Aurélio Carvalho, para o posto.

Com informações da Folha de S.Paulo

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Mundo

Zelensky deixa Casa Branca sem garantias, mas aposta em Trump para cessar-fogo

Foto: Nathan Howard/Reuters

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, encerrou nesta sexta-feira (17) sua terceira visita à Casa Branca em 2025 sem obter compromissos concretos sobre o futuro da guerra contra a Rússia. Mesmo assim, declarou confiar na capacidade de Donald Trump para intermediar um cessar-fogo. Durante o encontro, Zelensky solicitou o envio de mísseis Tomahawk — armamento de longo alcance capaz de atingir até 880 km/h e transportar 450 kg de explosivos —, mas não recebeu sinal verde do governo americano.

As informações são da coluna do William Waack, da CNN. Trump disse preferir que o conflito chegue ao fim sem o uso dos Tomahawks, classificando-os como “muito poderosos” e afirmando que os EUA precisam manter parte do arsenal em território próprio. “Espero que consigamos acabar com o conflito sem pensar em Tomahawks. Acho que estamos bem próximos disso”, declarou. Zelensky, por sua vez, afirmou que Moscou está “assustada” com a possibilidade de Kiev obter os mísseis.

Na tentativa de aproveitar o momento de alta diplomática de Trump, após o cessar-fogo em Gaza, o líder ucraniano parabenizou o republicano e disse enxergar uma oportunidade para encerrar a guerra. “Acho que este é um momento propício para encerrar a guerra da Rússia contra a Ucrânia. Entendemos que Putin não está pronto, mas tenho confiança que podemos acabar com o conflito”, disse Zelensky.

Após a reunião, Trump sugeriu que a solução poderia passar por congelar as linhas de fronteira atuais, mantendo os territórios ocupados como estão. A declaração ocorreu um dia depois de uma ligação telefônica com Vladimir Putin, que também felicitou o americano pelo acordo no Oriente Médio. Trump e Putin devem se encontrar em breve em Budapeste, na Hungria — local simbólico, já que foi lá, em 1994, que a Ucrânia abriu mão de seu arsenal nuclear em troca de garantias de segurança que se mostraram insuficientes para evitar a invasão russa.

Com informações da CNN

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Gleisi afasta risco de derrota de Messias no Senado, mas base admite incertezas

Foto: Gil Ferreira/SRI

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, demonstrou confiança na aprovação de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal (STF), minimizando a possibilidade de o Senado rejeitar a indicação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Gleisi destacou que, historicamente, o Congresso nunca recusou um nome indicado por Lula. “A indicação é uma prerrogativa exclusiva do presidente. Não acho que o Senado vai interferir nisso”, afirmou.

A informação é da coluna do Igor Gadelha, do portal Metrópoles. Messias foi escolhido para ocupar a vaga deixada pelo ministro Luís Roberto Barroso, que se aposentará do STF neste sábado (18). A indicação foi revelada na quinta-feira (16) e deve ser formalizada nos próximos dias, quando o nome do advogado-geral da União será encaminhado ao Senado para sabatina.

Apesar do tom confiante do Planalto, integrantes da própria base aliada reconhecem que o governo ainda não tem os 41 votos necessários para aprovar a indicação. A resistência parte, sobretudo, da oposição e de setores do Centrão, que preferiam ver o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), indicado para a vaga.

Após a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o nome de Messias será submetido ao plenário da Casa. O Palácio do Planalto trabalha para consolidar apoios nos próximos dias e evitar surpresas na votação.

Com informações do Metrópoles

Opinião dos leitores

  1. Isto posto, diante de tanta confiança, coloque em votação na próxima semana, o nome do senhor “Bessias”, aquele da nomeação fake da Dilma pra proteger o chefe da quadrilha.

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Estudo aponta que quase todos os membros do MP receberam acima do teto em 2024

Foto: Reprodução

Um levantamento da Transparência Brasil revelou que cerca de 98% dos 11,7 mil integrantes do Ministério Público, distribuídos em 25 unidades da federação, receberam remunerações acima do teto constitucional ao longo de 2024. O grupo inclui promotores e procuradores estaduais e federais, e o cálculo não considerou gratificação natalina, terço de férias nem valores retroativos.

Segundo a entidade, o pagamento de supersalários é uma prática generalizada em praticamente todo o país. Em dez estados — entre eles Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Amazonas e Goiás — todos os membros do MP receberam valores acima do limite legal. Em outros quatro (Amapá, Pernambuco, Sergipe e Espírito Santo), apenas um servidor em cada estado ficou abaixo do teto. A média mais alta foi registrada no MP do Rio de Janeiro, com contracheques que chegaram a R$ 76,2 mil mensais.

O teto constitucional corresponde ao subsídio dos ministros do Supremo Tribunal Federal, atualmente em R$ 46.366,19 por mês, e inclui salários, gratificações e benefícios remuneratórios. No entanto, auxílios como alimentação e transporte ficam de fora do cálculo, abrindo brechas para complementações expressivas. Apenas no ano passado, o total pago além do teto somou R$ 2,3 bilhões, sendo que 77% dos membros ultrapassaram o limite em mais de R$ 100 mil.

Entre os principais adicionais usados para inflar os salários estão os chamados “penduricalhos” por acúmulo de funções — como gratificações por exercício cumulativo ou licença-compensatória — que representaram R$ 687,4 milhões no período. Além disso, outros R$ 1,4 bilhão foram pagos sem identificação clara da natureza das rubricas, devido à falta de transparência nos contracheques, o que equivale a 31% do total adicional.

A Transparência Brasil defende a criação de mecanismos legais mais rigorosos para conter os supersalários no sistema de Justiça. A entidade alerta que o Projeto de Lei 2.721/21, aprovado na Câmara e atualmente no Senado, não enfrenta o problema e, na prática, amplia privilégios. Santa Catarina e Mato Grosso do Sul não foram incluídos na análise por omitirem dados detalhados dos membros do MP.

Com informações da CNN

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Entidade investigada pela CPI do INSS repassou R$ 176 milhões a empresas ligadas à própria cúpula

Foto: Rafaela Araújo/Folhapress

A Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB), uma das entidades investigadas pela CPI do INSS, movimentou R$ 176 milhões em repasses para empresas controladas por dirigentes e ex-dirigentes da organização. Os dados constam de um relatório sigiloso do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), elaborado a pedido dos parlamentares e obtido pela Folha. Entre os beneficiários estão companhias de familiares e de ex-presidentes da Amar Brasil, todas criadas em datas próximas à obtenção de autorização para realizar descontos em aposentadorias e pensões do INSS.

Segundo registros da Receita Federal e da Junta Comercial de São Paulo, ao menos quatro dessas empresas foram abertas entre dezembro de 2022 e os primeiros meses de 2023 — período que coincide com o início dos convênios da entidade com a Previdência. As sedes de parte dessas consultorias estão localizadas no mesmo andar de um prédio em Barueri (SP). No intervalo entre novembro de 2022 e abril de 2025, a Amar Brasil recebeu R$ 324,6 milhões do INSS e, paralelamente, direcionou grandes quantias para empresas de pessoas próximas à direção.

Entre os repasses, destacam-se R$ 83 milhões enviados a firmas de Felipe Macedo Gomes, ex-presidente da entidade, e de Américo Monte Jr., filho do atual presidente, Américo Monte. Outras três empresas, ligadas a Anderson Cordeiro de Vasconcelos, José Branco Garcia e João Carlos Camargo Jr. — sócios de Gomes e Monte Jr. em outra companhia — receberam R$ 92,8 milhões no mesmo período. Todas as beneficiárias têm como atividade principal a prestação de serviços de consultoria em gestão empresarial.

Os valores movimentados chamaram a atenção dos órgãos de controle porque as empresas foram criadas logo após a Amar Brasil conseguir autorização para realizar descontos nos benefícios do INSS, em agosto de 2022. A AMJ Security, de Monte Jr., por exemplo, foi fundada em dezembro daquele ano e recebeu R$ 38,2 milhões. A EMJC Serviços, de Gomes, foi aberta um dia antes e recebeu R$ 44,9 milhões. Já a ADV Serviços, de Vasconcelos, foi constituída na mesma data e obteve R$ 40 milhões. Outras duas companhias, MKT Connection Group e JBG Serviços de Apoio Administrativo, receberam R$ 24,4 milhões e R$ 28,5 milhões, respectivamente.

A defesa de Monte Jr., Gomes e Vasconcelos, por meio do advogado Rogério Cury, afirmou que todas as atividades foram realizadas “com ética, transparência e profissionalismo” e que os valores foram declarados às autoridades competentes. A reportagem tentou contato com Américo Monte, José Branco Garcia, João Carlos Camargo Jr. e a Amar Brasil, mas não obteve resposta. As investigações da CPI e da Polícia Federal indicam que entidades como a Amar Brasil realizaram descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas. Relatórios da CGU também questionam a capacidade operacional da entidade, que chegou a ficar um ano sem funcionários e não possui filiais registradas.

Com informações da Folha de S.Paulo

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Lula pretende alertar Trump sobre risco de desestabilização regional com ação militar na Venezuela

Foto: Angela Weiss/AFP via Getty Images

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva planeja transmitir um recado direto a Donald Trump em uma reunião presencial que está em preparação: uma ofensiva militar dos Estados Unidos contra a Venezuela poderia desencadear uma onda de instabilidade política e fortalecer o crime organizado em toda a América Latina. Segundo um alto funcionário do governo brasileiro, Lula pretende frisar que qualquer ataque ao território venezuelano teria consequências para além das fronteiras do país governado por Nicolás Maduro, afetando diretamente a segurança regional.

Na conversa, Lula também deve questionar a lógica de uma intervenção para promover “mudança de regime” em Caracas, sustentando que a estratégia pode produzir efeitos contrários aos que Trump alega buscar. A preocupação cresceu após o presidente americano confirmar, na quarta-feira (15), que autorizou a CIA a conduzir operações secretas com o objetivo de derrubar Maduro. Além disso, os EUA deslocaram navios de guerra para o mar do Caribe e afirmam ter atacado embarcações venezuelanas classificadas como narcoterroristas.

Ainda não há definição sobre local e data do encontro entre os dois líderes, que conversaram nos bastidores da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, e iniciaram tratativas para uma reunião bilateral. O governo brasileiro tem interesse em que a reunião aconteça ainda em 2025, de preferência antes que pressões políticas internas — como as do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) — possam dificultar a aproximação. A expectativa é de que os dois discutam também tarifas e sanções impostas aos produtos brasileiros.

Uma das possibilidades é que a reunião ocorra paralelamente ao encontro da Asean, na Malásia, nos dias 26 ou 27 de outubro. Caso as agendas não coincidam, um plano alternativo é um encontro durante a Cúpula das Américas, marcada para o início de dezembro em Punta Cana, na República Dominicana. A participação de Trump ainda é incerta. O evento, no entanto, é visto com cautela pelo Itamaraty, já que o governo dominicano, sob pressão de Washington, excluiu Cuba, Venezuela e Nicarágua da lista de convidados — decisão que levou o presidente colombiano, Gustavo Petro, a anunciar boicote.

O Brasil tem defendido a busca por uma solução diplomática para a crise venezuelana. Em telefonema recente, Lula apresentou essa posição a Trump e reafirmou que não vê na oposição liderada por María Corina Machado — laureada com o Prêmio Nobel da Paz — força política suficiente para substituir o regime chavista. A avaliação do Planalto é que, sem uma alternativa sólida, uma intervenção externa apenas aprofundaria o cenário de instabilidade e poderia ter reflexos em toda a região.

Com informações da Folha de S.Paulo

Opinião dos leitores

  1. Vamos direto ao ponto, Lula, o defensor de terroristas e de ditadores, tá querendo dá um migué no Galeguinho dos olhos azuis pra proteger o ditador sanguinário Nicolás Maduro, Lula é bem pago pelos ditadores pra isso.

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Ex-deputado George Santos deixa prisão após perdão de Trump nos EUA

Foto: Julia Demaree

O ex-deputado norte-americano George Santos, filho de imigrantes brasileiros, foi solto na madrugada deste sábado (18) após receber perdão presidencial de Donald Trump. A decisão foi oficializada por ordem executiva assinada pelo presidente, que determinava a libertação imediata do político, preso desde julho. A saída de Santos da Instituição Correcional Federal de Fairton, em Nova Jérsei, foi confirmada por seu advogado, Joseph Murray, à Associated Press e a veículos de imprensa dos Estados Unidos.

Condenado a sete anos de prisão por fraude e falsidade ideológica, Santos havia iniciado o cumprimento da pena em regime federal. Segundo o advogado, ele deixou o presídio por volta da meia-noite (horário de Brasília) e foi recebido por familiares na porta da unidade. “Uma grande injustiça foi corrigida. Deus abençoe Donald J. Trump, o maior presidente da história dos Estados Unidos”, declarou Murray em nota divulgada nas redes sociais do ex-deputado.

Trump justificou o perdão afirmando que Santos havia sido submetido a tratamento severo e chegou a passar longos períodos em confinamento solitário. “George era visto como um fora da lei, mas há muitos outros que não cumprem sentenças tão duras. Assinei sua libertação imediata. Boa sorte, George, e tenha uma ótima vida”, escreveu o presidente em sua rede social.

A carreira política de Santos ruiu rapidamente após revelações de que havia mentido sobre seu currículo e enganado doadores de campanha. Ele admitiu ter cometido fraude eletrônica e usado a identidade de pelo menos dez pessoas, incluindo familiares, para financiar sua eleição em 2022. O republicano cumpriu pouco mais de um ano de mandato antes de ser expulso da Câmara em 2023, além de se comprometer judicialmente a pagar cerca de US$ 580 mil em multas.

Antes da sentença, Santos enviou uma carta à Justiça pedindo desculpas pelos crimes e classificando como “excessiva” a pena solicitada pelos promotores. Ele havia se tornado símbolo de ascensão meteórica no Partido Republicano ao conquistar um distrito tradicionalmente democrata em Nova York, mas as investigações expuseram contradições sobre sua vida pessoal e profissional. Apesar das polêmicas, manteve apoio de parte da base trumpista, o que acabou sendo decisivo para a concessão do perdão.

Com informações do G1

Opinião dos leitores

  1. Se fosse aqui no Brasil, os ministros do STF revogava e não aceitava o perdão, fizeram isso com o ex Deputado Daniel Silveira.

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Voto de Barroso a favor de aborto e dobradinha com Gilmar causam desconforto no STF

Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

A decisão de Luís Roberto Barroso de votar pela descriminalização do aborto antes de deixar o Supremo Tribunal Federal (STF) provocou surpresa e desconforto entre ministros. Embora sua posição sobre o tema fosse conhecida, havia expectativa de que ele encerrasse sua trajetória na Corte sem se manifestar no julgamento da ADPF 442, que trata da interrupção voluntária da gravidez até a 12ª semana. Barroso formalizou o voto na sexta-feira (17), em sessão virtual extraordinária solicitada ao presidente Edson Fachin — pedido que foi recebido pela imprensa antes mesmo de chegar a alguns colegas.

Até a véspera, Barroso mantinha indefinido se participaria do julgamento. Na noite de quinta (16), decidiu não apenas votar, mas também conceder duas liminares em ações herdadas de Fachin no início de outubro. Nas decisões, autorizou enfermeiros e técnicos de enfermagem a auxiliarem em procedimentos de aborto legal sem risco de punição, suspendendo processos administrativos e penais relacionados. A medida confronta o artigo 128 do Código Penal, que reserva a prática exclusivamente a médicos, e vai de encontro à posição do Conselho Federal de Medicina, contrário à ampliação do acesso a outros profissionais.

A forma como o voto foi articulado também teve peso político dentro do tribunal. Barroso comunicou apenas a poucos ministros, entre eles Gilmar Mendes — com quem protagonizou embates públicos no passado. Apesar disso, ambos firmaram uma estratégia conjunta: após o registro do voto no plenário virtual, Gilmar pediu destaque, interrompendo o julgamento, como combinado. Em paralelo, ele abriu divergência em relação à liminar sobre os profissionais de enfermagem, sendo seguido por Cristiano Zanin, Flávio Dino, Kassio Nunes Marques e André Mendonça, que se posicionaram sem apresentar votos escritos.

Nos bastidores, o gesto foi interpretado como parte do legado pessoal de Barroso. Caso não tivesse votado, seu sucessor herdaria tanto a relatoria das ações quanto a prerrogativa de se manifestar no mérito da ADPF 442. O nome mais cotado para a vaga é o advogado-geral da União, Jorge Messias, que é evangélico — fator que, segundo aliados do ex-ministro, pesou no cálculo político. Ainda assim, a avaliação majoritária é de que prevaleceu um componente biográfico: defensor histórico dos direitos reprodutivos, Barroso quis assegurar que sua posição ficasse registrada no tema que considera de grande relevância social.

Sua atuação nesse campo vem de longa data. Antes de ingressar no STF, participou como advogado do caso que autorizou o aborto em casos de anencefalia, em 2012. Já como ministro, foi um dos votos determinantes em 2016, na Primeira Turma, ao entender que a prática não configura crime até o terceiro mês de gestação — decisão que impulsionou movimentos feministas a apresentarem a ADPF 442 em 2017. A sexta-feira foi marcada por intensa mobilização nas redes sociais para pressionar Barroso, coroada pelo pedido de sessão extraordinária. A abertura da votação demorou cinco horas para ser confirmada por Fachin, que registrou preferir o debate no plenário presencial.

Com informações da Folha de S.Paulo

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