Opinião

Não podemos mais errar no combate à desinformação (fake news) – Por Herval Sampaio

Foto: Pedro França/Agência Senado

Por Herval Sampaio*

Em 2018 o Brasil conheceu de forma sistêmica o fenômeno que ocorrera dois anos antes, em 2016, no Reino Unido e nos Estados Unidos: a disseminação massiva e coordenada de fake news no processo eleitoral. Nosso país passou, naquele ano, por uma quebra de paradigmas que, nos anos seguintes, mostrou ter encontrado aderência social para se instalar e permanecer, causando tantos males à nossa democracia.

Feita a rápida contextualização do problema, chegamos a 2024, e embora o pleito deste ano tenha encerrado há pouco, algo, infelizmente, não cessou com o fim do Segundo Turno: os erros das pesquisas eleitorais para muito além das margens. Essa constatação, que não é novidade, está ancorada em dezenas de exemplos ocorridos ao longo desta quadra eleitoral por todas as partes do Brasil, e em especial no Rio Grande do Norte, Estado no qual moramos e nos orgulhamos, mas os dados a serem discorridos nos entristece e ao mesmo tempo nos fortalece no combate a esse direcionamento criminoso que alguns têm feito e com a mesma intensidade tem de ser reprimido e expurgado do nosso processo eleitoral.

A partir de um projeto desenvolvido em parceria com alguns pesquisadores, de monitoramento das pesquisas registradas desde 1 de janeiro até 20 de outubro, lastreado pelas bases de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), produzimos um estudo que reúne vasto acervo de informações que corroboram a premissa de que as pesquisas eleitorais tornaram-se um instrumento de desinformação (fake news) em massa, como modus operandi de partidos e políticos para lograr êxito nas disputas municipais, a saber: crescimento vertiginoso e atípico dos gastos com pesquisas, da quantidade delas, do preço médio, do número de institutos e do perfil dos contratantes, por vezes incompatível com o faturamento destes, dados irrefutáveis que merecem uma investigação muito rigorosa e criteriosa.

O primeiro dado que merece atenção diz respeito ao aumento dos gastos registrados no Brasil, comparando-se 2016 com 2024: foram R$ 71 milhões há 8 anos, e agora romperam a casa dos R$ 171 milhões. Ou seja, as 14,8 mil pesquisas registradas nesta eleição custaram R$ 100 milhões a mais. Isso implica dizer que o valor médio de cada levantamento cresceu de R$ 7,9 mil (2016) para R$ 11,5 mil (2024).

No Rio Grande do Norte, há números que chamam mais atenção sobre vários aspectos. O primeiro deles é o volume de recursos gastos com pesquisas registradas: R$ 5,3 milhões em 2024. Isso equivale a 8 vezes o que foi gasto na eleição de 2016 no estado (R$ 679 mil) – apenas em Natal, as cifras passaram de R$ 1,6 milhão agora, contra R$ 239 mil em 2016, com aumento de quase 7 vezes.

Quanto ao volume de levantamentos registrados, foram 744 neste ano, contra apenas 144 em 2016. Aumento de 600 pesquisas ou 416%. Isso fez com que o Estado ocupasse o 8º entre os 26 estados com mais pesquisas divulgadas, e 3 cidades aparecem entre as 30 do Brasil: Natal (4º, com 101), Parnamirim (23º, com 37) e São Gonçalo (30º, com 32). E Natal teve o crescimento mais vertiginoso, passando de apenas 15 em 2016 para 101 em 2024. Importante enfatizar, que no nosso estudo só consideramos as registradas no TSE. As chamadas “pesquisas internas”, realizadas pelas campanhas dos candidatos, é quase impossível no momento, de elaborar qualquer diagnóstico pela dificuldade na captação dos dados devido o seu caráter restrito aos contratantes/pagantes.

No que diz respeito aos institutos que atuaram no Rio Grande do Norte, o número saltou de 11 em 2016 para 31 neste ano, redundando em crescimento de 181% no comparativo. Na capital potiguar, no mesmo período, passaram de 4 para 19, equivalente a quase 5 vezes mais. A explosão numérica aqui mencionada é assombrosa por si só!

Com a elevada quantidade de institutos oferecendo serviços, criou-se um cenário no país inteiro, refletido de forma acentuada em solo potiguar, que nos parece ter desbordado na mercantilização das pesquisas, haja vista que o total de cidades do Estado que realizaram pesquisas subiu de 63 (2016) para 128 (2024), ou seja, mais do que dobraram.

Casos que ilustram o problema

A utilização de pesquisas como instrumento de desinformação tornou-se tão efetivo e presente nas eleições, que houve casos em que candidatos e partidos sentiram-se à vontade para, não apenas realizarem levantamentos, como fazê-los de forma pública, com registro oficial junto ao TSE, e compondo suas prestações de contas, sem qualquer constrangimento, e é nesta nódoa que para nós reside o problema.

No estado, tivemos candidatos a prefeito Coronel Ezequiel e São Bento do Trairí que contrataram, registraram e divulgaram pesquisas eleitorais ao longo da disputa. Houve também o caso de um partido (PSD) que contratou, registrou e deu publicidade a levantamentos onde seus candidatos concorriam, casos de Apodi, São Bento do Trairí e São Miguel do Gostoso.

Em outras cidades, houve candidatos que contrataram institutos de pesquisa com recursos de campanha, do fundo eleitoral, e esses institutos, mesmo diante do claro conflito ético, permaneceram publicando levantamentos na capital, casos da Consult, Exatus e Datavero, que no 1º turno tiveram suas projeções de véspera errando para além das margens de erro, inclusive na indicação de quais seriam os 2 candidatos a passarem ao 2º turno. Tais institutos obtiveram melhor desempenho no 2º turno, quando havia apenas 2 candidatos e a tendência de oscilação dentro das margens de erro é maior.

Também foi possível verificar situações, no mínimo, curiosas, como o fato de que ao menos 125 pesquisas registradas tiveram os institutos se autodeclarando como contratantes/pagantes dos trabalhos que eles próprios realizaram. É dizer que 1 a cada 5 serviços contratados foi ‘doado’. Inclusive apenas 2 institutos concentram a maioria desses 125 levantamentos. E esses dados ganham contornos mais chamativos quando se verifica que eles consumiram cerca de R$ 1,1 milhão. Ou seja, essas empresas vão na contramão a um princípio básico do capitalismo, a relação entre receitas e despesas, como forma de sobrevivência econômico-financeira.

Outro fato que chama atenção é que blogs, sites e portais foram responsáveis por R$ 2,5 milhões ou quase metade (47%) dos recursos que custearam as pesquisas, indicando uma representatividade desproporcional à fatia que ocupam do mercado publicitário potiguar. Tanto assim, que os veículos da mídia tradicional (TV e rádio) foram responsáveis por menos de 20% dos gastos, denotando também desproporcionalidade, neste caso inversa, da representatividade deles no mercado estadual. Tal fato nos faz se perguntar: o mercado dos blogs é tão virtuoso que permite investimento milionário? A pesquisa eleitoral é um “produto” rentável financeiramente capaz de tamanho gasto por seus proprietários?

Erros dos institutos

Para verificar o desempenho dos institutos é preciso utilizar um parâmetro justo e, no caso da eleição de 2024, no Rio Grande do Norte, o trabalho realizado por esses pesquisadores se valeu do comparativo entre os votos totais nas urnas e as intenções de votos estimuladas apontadas em cada levantamento, dentre aqueles realizados nos últimos 4 dias anteriores à eleição, particularmente do pleito das 6 cidades em que houve mais registros de pesquisas: Natal, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, São José de Mipibu e Apodi.

Ao final do primeiro turno, apenas 1 (TS2, em Mossoró) entre as 28 pesquisas avaliadas aproximou-se do resultado das urnas, dentro das margens de erro. Significa que apenas 3,5% das pesquisas tiveram desempenho certeiro, e no caso de Natal, apenas 1 instituto (AtlasIntel) acertou quais candidatos iriam ao 2º turno. Contraditoriamente, embora o instituto que mais se aproximou do resultado em Mossoró, foi o que trouxe o maior “erro médio” em Natal. Conforme o quadro abaixo, nenhum instituto conseguiu obter desempenho abaixo dos 3,5% de margem de erro:

Já no 2º turno ocorrido em Natal, embora tenham melhorado na precisão, os institutos realizaram 29 levantamentos entre 07/10 e 26/10, 11 dos quais divulgados nos últimos dias, e ainda assim, verificou-se uma oscilação com discrepâncias acentuadas, variando de maioria pró-Natália Bonavides em 1,5% e pró-Paulinho Freire em 20,5%, quando o resultado das urnas trouxe uma diferença de 10,1% em favor do candidato do União Brasil, como detalhado a seguir:

As estimativas capturadas pelos institutos Seta e Qualittá são simbólicos do problema, na medida em que apresentam cenários diametralmente opostos em vencedor e maioria, para muito além do razoável das margens de erro, merecendo, nosso sentir, uma investigação rigorosa como defendida, pois no mínimo é estranho imaginar que uma pesquisa que é científica, por excelência, apresente um disparate muito além das margens de erro, sem que se aponte nenhum fato excepcional justificador. Com a palavra o Ministério Público!

Sociedade unida é o caminho para resolver o problema

Nos parece que o universo das pesquisas eleitorais, ao seguir uma dinâmica quase que exclusivamente entregue à iniciativa privada, no caso do Brasil, criou ambiente propício à formação de um ciclo vicioso que envolve políticos, institutos e blogs/portais, envidados no propósito dos seus respectivos interesses individuais, a despeito do compromisso único e imaculável de expressar o pensamento coletivo em dado recorte temporal.

Dessa constatação, deriva a necessidade de que, de igual modo, a sociedade se mobilize para, a partir também de uma tríade (universidades, judiciários e mídia tradicional), se possa construir uma alternativa que permita entregar à população, quando dos pleitos bienais, pesquisas isentas, íntegras, permeadas da credibilidade e da expertise técnica da academia, conduzindo, nesse campo, ao protagonismo da ciência e não das fake news.

Isto não significa, em momento algum, sugerir o fim dos institutos privados. Ao contrário. Com isso, as empresas cuidariam de um nicho bem maior e afeto aos interesses de seus contraentes, que é o das pesquisas de consumo interno, que para atingirem seus escopos, nunca vai se permitir que a ciência não seja priorizada, já que os resultados servirão realmente para a campanha e eventual governo.

Para completar, sugere-se que ao final de cada eleição, as universidades publicariam um ranking de desempenho dos institutos, de acordo com o erro médio calculado a partir do comparativo entre intenção de votos estimulada e votos totais nas urnas, a servir como balizador da reputação de todos os que participaram do pleito, como uma espécie de agência de checagens como existe no combate às fake news.

Ao contrário de uma pesquisa cientificamente fundamentada por uma universidade respeitada, uma pesquisa eleitoral sem a devida transparência e quem sabe, manipulada e tendenciosa, pode influenciar no resultado de uma eleição e na democracia.

Ao fim e ao cabo, estamos chamando atenção para o problema e dando uma pequena contribuição ao debate público, tentando unir a academia e o judiciário para oferecer alternativas a contornar a gênese da questão, porque se atores sociais como o – TSE, as universidades públicas e a mídia tradicional, sem olvidar os blogs e demais atores da mídia social que não aceitem participar de farsas – não se unirem para implementar iniciativas concretas como as aqui sugeridas, correremos o risco de repetir em 2026 o processo de corrosão e fragilização da democracia de modo ainda mais agudo, institucionalizando-se via “pesquisas fake news” na nossa cara e sem pudor, violando vários atos normativos de uma vez só, inclusive a nova resolução do TSE de combate à desinformação. Feito o alerta!

*José Herval Sampaio Júnior é Juiz de Direito TJ/RN, Doutor em Direito Constitucional pela UFPR e Professor do Curso de Direito da UERN.

Opinião dos leitores

  1. Esse magnifico trabalho do Doutor José Herval Sampaio Júnior, deveria se tornar a bussola para que as autoridades brasileiras e os politico se debrucem, em busca não só do aperfeiçoamento mas da moralização dessa ferramenta desagregadora da nossa DEMOCRACIA, usada como uma verdadeira banca de negócios nas campanhas eleitorais. Vale ressaltar que grande parte do seu efeito negativo, foram os mais de 33.000.000 (21,2%) de abstenção em todo o Brasil e 150.000 (26%) em Natal, no Segundo turno

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Política

Pesquisa revela sólida aprovação à gestão Felipe Menezes em Lajes/RN e consolidado apoio popular à nova dinâmica administrativa

Foto: Divulgação

Dados recentes de uma pesquisa de opinião pública indicam um robusto índice de aprovação à administração do Prefeito Felipe Menezes em Lajes/RN, sinalizando um notável engajamento da população com a atual gestão municipal.

O levantamento da Cenpop Pesquisas, aponta uma aprovação geral de 67,63% para a gestão do Prefeito Felipe Menezes, um patamar que reflete o reconhecimento da comunidade ao trabalho desenvolvido e à execução de projetos e políticas públicas. Em contrapartida, a desaprovação registrou 24,17%, com 9,20% dos entrevistados sem se manifestar.

Um dos pilares dessa alta aprovação reside na área da saúde. A abertura da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) obteve uma expressiva aprovação de 85,59% da população. Este dado ressalta a percepção positiva da comunidade quanto à melhoria no acesso e na qualidade dos serviços de urgência e emergência, consolidando a UPA como um marco fundamental para a saúde pública local.

Os resultados desta pesquisa não apenas atestam a eficácia das ações implementadas, mas também sublinham uma redefinição no cenário político local. Os altos índices de aprovação conquistados pela atual administração marcam um distanciamento significativo de ciclos políticos anteriores, historicamente pautados por diferentes percepções populares.

A adesão massiva da população aos projetos e à condução da gestão de Felipe Menezes evidencia uma clara opção por um modelo transparente, focado em entregas e na proximidade com o cidadão, traduzindo-se em um apoio popular que demonstra uma nova era de participação e confiança na administração pública de Lajes.

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Polícia

Entre anabolizantes e apostilas: a “filha de ouro” que comprou o CNU

Foto: Reprodução

O sonho de se tornar auditora fiscal do trabalho custou R$ 400 mil à família de Larissa de Oliveira Neves (foto em destaque), 25 anos, e terminou em escândalo. Enquanto deveria estar estudando para o curso de formação em Brasília, a jovem trocava mensagens com o pai sobre a venda de anabolizantes.

A descoberta foi feita pela Polícia Federal, que investiga o esquema de fraudes no Concurso Nacional Unificado (CNU), revelado na Operação Escolha Errada, deflagrada na última semana.

As conversas mostram que, entre abril e maio deste ano, Larissa recebeu de Antônio Limeira das Neves, seu pai, uma lista de substâncias anabolizantes e correlatas para comercializar. Ela demonstrou interesse imediato e perguntou os preços, no mesmo período em que deveria estar focada nas provas eliminatórias do curso de formação.

Larissa nasceu em São Paulo e trabalhava como agente de segurança penitenciária, assim como o pai. Em 2024, decidiu fraudar o CNU para garantir o cargo de auditora fiscal, com salário inicial de R$ 22,9 mil. O esquema foi organizado por Wanderlan Limeira, tio da jovem, ex-policial militar com histórico criminal e apontado pela PF como líder da quadrilha.

Sem o dinheiro à vista, a família vendeu imóveis e um Honda Civic vermelho para quitar a fraude. Mensagens obtidas pela PF mostram Larissa negociando com o pai “desconto” no preço e combinando o envio do gabarito. Em 18 de agosto de 2024, ela fez a prova em Patos (PB) e obteve resultado idêntico ao de outros integrantes do grupo, algo estatisticamente impossível.

A PF descobriu que Larissa também fraudou o curso de formação, com ajuda de Lais Giselly Nunes de Araújo, advogada e conhecida como a “candidata gênio”. Durante o curso, Larissa chegou a comprar apostilas para “simular” dedicação, enquanto recebia respostas e negociava anabolizantes com o pai.

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Política

PAE: Prefeito Allyson lança programa inédito com 5 mil bolsas mensais para alunos de Mossoró

Foto: Divulgação 

O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, lançou nesta quinta-feira (09), edital do Programa de Apoio ao Estudante (PAE), com oferta de 5 mil bolsas mensais para estudantes do 1º ao 9º da Rede Municipal de Ensino. O programa é o feito na história da educação de Mossoró.

As inscrições poderão ser feitas de 14 a 31 de outubro pelo site https://mossorocidadeeducacao.mossoro.rn.gov.br/programas-e-projetos.

Os estudantes que participarem do programa receberão R$ 200 por mês nos meses letivos e a bolsa prêmio no valor de R$ 300 nos meses de julho e janeiro, desde que atinjam boa nota na escola.

Para participar do programa, os estudantes devem cursar do 1º ao 9º ano, em vulnerabilidade socioeconômica comprovada via CadÚnico, ter carteira de vacinação atualizada, participarem das avaliações e aprendizagem, eventos escolares e atividades complementares e ter frequência média anual superior a 85%.

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Geral

María Corina se diz “chocada” após ganhar Prêmio Nobel da Paz

Foto: Reprodução

A líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, disse nesta sexta-feira (10) que está chocada após vencer o Prêmio Nobel da Paz de 2025, durante uma ligação telefônica com Edmundo Gonzalez, ex-líder da oposição venezuelana.

Segundo o comitê, Machado recebeu a premiação por promover os direitos democráticos e combater a ditadura.

Durante a conversa, ela também pôde ser ouvido dizendo a Gonzalez que “não conseguia acreditar”.

“Estamos todos chocados de alegria. Este é um grande sucesso, um grande sucesso”, respondeu Gonzalez.

Machado, uma engenheira industrial de 58 anos que vive escondida, foi impedida em 2024 pela justiça venezuelana de concorrer à presidência e, assim, desafiar o presidente Nicolás Maduro, que está no poder desde 2013.

Ela então se dedicou à campanha para seu substituto, o ex-embaixador Gonzalez, atraindo multidões que às vezes chegavam a milhares de pessoas em atos na Venezuela, de acordo com participantes e imagens capturadas pela mídia.

Mas vários membros do círculo íntimo de Machado enfrentaram prisão, incluindo seu chefe de segurança na época da campanha, e seis membros de sua equipe se refugiaram na embaixada da Argentina depois que promotores emitiram mandados de prisão.

CNN

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Política

Agora é lei: Ceará-Mirim valoriza o queijo artesanal e o produtor local

Foto: Divulgação

Ceará-Mirim deu um passo importante na valorização da agricultura familiar e da economia rural com a Lei Municipal nº 2.353, de 23 de setembro de 2025, que regulamenta a produção e comercialização de queijos artesanais de leite cru no município.

A nova legislação, sancionada pelo prefeito Antônio Henrique, estabelece regras específicas que vão desde as condições sanitárias das propriedades rurais até as boas práticas de ordenha, fabricação, maturação e transporte, garantindo qualidade, segurança alimentar e valorização da tradição local.

O texto define ainda o que é considerado queijo artesanal, o conceito de queijeira e os critérios técnicos para certificação e registro junto ao Serviço de Inspeção Municipal, assegurando a origem e a rastreabilidade dos produtos.

Entre os principais pontos, a lei determina que as propriedades produtoras devem estar livres de tuberculose e brucelose, manter controle rigoroso da qualidade do leite e seguir padrões de higiene e maturação conforme as normas federais e estaduais.

Com essa iniciativa, Ceará-Mirim se consolida como referência na valorização da produção artesanal, fortalecendo o setor agropecuário, estimulando o empreendedorismo rural e garantindo ao consumidor um produto de excelência, com identidade cultural e valor agregado.

“Nosso objetivo é apoiar os pequenos produtores, valorizando a tradição local e garantindo que o queijo artesanal de Ceará-Mirim seja sinônimo de qualidade e segurança. É mais um passo importante na construção de um município que alia desenvolvimento e responsabilidade”, destacou o prefeito Antônio Henrique.

A Lei nº 2.353/2025 também prevê fiscalização permanente e capacitação contínua dos produtores, reforçando o papel do poder público na organização, modernização e fortalecimento do setor agropecuário.

O produtor rural e presidente do EmpreLeite — Associação dos Empreendedores de Leite, Marinho Neto, também destacou a importância da iniciativa:

“A lei do queijo artesanal aprovada por Ceará-Mirim não só beneficia o município, como também teve um cuidado e um olhar para todo o Rio Grande do Norte. Vários outros municípios vão ter Ceará-Mirim como exemplo para legalizar suas queijeiras. O prefeito entendeu a necessidade de o município abraçar a ideia da legalização municipal das queijeiras artesanais”, ressaltou.

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Mundo

María Corina, opositora de Nicolás Maduro, vence Prêmio Nobel da Paz

Foto: Jesus Vargas/Getty Images

A líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, foi anunciada como vencedora do Prêmio Nobel da Paz nesta sexta-feira (10). O Comitê Norueguês do Nobel reconheceu o trabalho de Machado “na promoção dos direitos democráticos para o povo da Venezuela e na busca de uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”.

Segundo o comitê, a política venezuelana ajudou a “manter a chama da democracia acesa em meio a uma escuridão crescente”, destacando seu esforço contínuo em meio à crise política e social no país.

O Prêmio Nobel da Paz, que concede cerca de 11 milhões de coroas suecas — aproximadamente US$ 1,2 milhão —, será entregue em Oslo no dia 10 de dezembro, data do aniversário da morte de Alfred Nobel, fundador da premiação.

O anúncio deste ano concentrou a atenção na Venezuela, em contraste com as especulações sobre o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que não foi premiado devido a ações consideradas incompatíveis com os princípios de paz do comitê.

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Geral

CGU aponta uso de CNHs vencidas em esquema de descontos indevidos de aposentados

Foto: Leonardo Pains – Ascom/CGU

Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) aponta que a União Brasileira dos Aposentados e Pensionistas (Unibap) apresentou fichas de filiação contendo carteiras de habilitação vencidas para justificar descontos em benefícios previdenciários de aposentados e pensionistas. Segundo o órgão, os documentos indicam possíveis “fraudes, vício de consentimento ou uso indevido de dados pessoais”. A defesa da entidade nega irregularidades.

A apuração teve origem em fiscalização do INSS, que foi analisada posteriormente pela CGU. O processo foi aberto após aumento expressivo de filiações e dezenas de reclamações de beneficiários alegando descontos não autorizados em seus proventos. Entre dezembro de 2023 e 2024, o INSS solicitou à Unibap a apresentação de 86 fichas de filiação para verificar a regularidade das autorizações.

De acordo com o relatório, muitas das CNHs apresentadas estavam vencidas desde 2019, embora as supostas filiações tenham ocorrido a partir de 2021, levantando suspeitas de fraude. Em um exemplo, um beneficiário filiou-se em junho de 2022 e, menos de 30 dias depois, registrou reclamação alegando não ter autorizado o desconto, o que, segundo a CGU, indica “fortes indícios de fraude ou uso indevido de dados pessoais”.

O documento reforça que o uso de CNHs vencidas e a rápida contestação dos descontos por parte de aposentados contribuem para a suspeita de autorizações fraudulentas, dentro do contexto da Operação Sem Desconto, que investiga o esquema nacional de descontos irregulares em aposentadorias e pensões.

Segundo a CGU, “esse cenário indica, com razoável grau de probabilidade, a possível obtenção ilícita de dados pessoais e o preenchimento fraudulento das fichas de filiação, comprometendo a legalidade, a veracidade e a integridade dos documentos apresentados”.

Opinião dos leitores

  1. Por isso que o PT e Lula querem acabar com as autos Escolas. Assim fica mais fácil a gatunagem e dificulta as investigações.

  2. A turma do Luizinho Nove Dedos voltou a cena do crime com sangue nos olhos e mais audaciosos como nunca, oh turma pra gostar do que é alheio.

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Mundo

Congresso do Peru derruba a presidente Dina Boluarte, em votação relâmpago

Foto: Ernesto BENAVIDES / AFP

O Congresso do Peru derrubou a presidente Dina Boluarte nesta sexta-feira (10) em uma votação relâmpago, motivada por uma crise de segurança e pela crescente onda de escândalos que cercava a mandatária. Com 118 votos favoráveis, a chefe de Estado, que assumiu em dezembro de 2022, foi afastada do cargo.

José Jerí, de 38 anos e atual presidente do Congresso, foi empossado como novo presidente do país em cerimônia realizada ainda nesta manhã. Ele ficará no cargo até julho de 2026, enquanto o Peru se prepara para realizar eleições gerais em abril do próximo ano. Jerí pertence ao partido conservador Somos Peru e passa a integrar o grupo dos chefes de Estado mais jovens do mundo.

Boluarte enfrentou desde sua posse uma série de protestos reprimidos com violência, que deixaram dezenas de mortos, além de processos por suposto abandono de cargo e envolvimento no escândalo “Rolexgate”, após a revelação de joias de luxo não declaradas. Sem partido próprio e sem apoio popular, sua gestão ficou marcada por crises constantes e pelo avanço do crime organizado.

O novo presidente, Jerí, prometeu adotar uma postura dura contra a criminalidade e a insegurança, principal crítica à ex-presidente. Em seu discurso no Congresso, declarou que “o principal inimigo está lá fora, nas ruas, nas gangues criminosas. Como inimigos, devemos declarar guerra a eles”.

Com a destituição, Boluarte perde o foro privilegiado e poderá ser processada e eventualmente condenada. O Peru, desde 2016, já teve sete presidentes, incluindo Boluarte, com três destituídos pelo Congresso e outros dois que renunciaram antes de sofrer impeachment.

Opinião dos leitores

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Geral

É amanhã a festa 50TINHAS no Bar 294

Foto: Divulgação

A 5a Edição da 50tinhas será no dia 11 de outubro às 17h no Bar 294, na Avenida Deodoro, em Petrópolis. O evento promete ser uma grande festa com atrações como:

  • Sueldo Soares
  • Vitrola Livre (DJ Maurílio Jordan)
  • Diogo das Virgens

Além da música e da boa bebida, o 50tinhas oferecerá uma experiência gastronômica com petiscos e caldos regionais, além de comidas de boteco.
A 5ª edição da festa, consolidada como sucesso de público, tem a frente esse ano, o idealizador Carlos Sérgio Moura, em parceria com Diogo das Virgens e Tinho Medeiros.

Garanta sua senha em um desses locais:

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Geral

Preço de passagem a R$ 8 mil faz governo adiar missão na Amazônia antes da COP30

Foto: André Borges – EFE

O governo federal foi obrigado a adiar um evento internacional que apresentaria o pirarucu como modelo de sustentabilidade global, por causa do preço das passagens aéreas, que chegaram a ultrapassar R$ 8.000. A “Missão Pré-COP30 – Manejo Sustentável do Pirarucu” estava prevista para acontecer no fim de outubro, no Amazonas.

Coordenada pelos ministérios da Pesca, da Ciência e pelo Instituto Mamirauá, a ação reuniria autoridades brasileiras, diplomatas e pesquisadores estrangeiros para mostrar, em campo, o trabalho de comunidades ribeirinhas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, referência mundial no manejo do peixe símbolo da Amazônia.

A ideia era destacar como o pirarucu saiu da beira da extinção para uma exploração controlada, gerando renda a centenas de famílias e fortalecendo cadeias produtivas rastreáveis e certificadas. O objetivo era projetar o Brasil como liderança em bioeconomia durante a COP30, que será realizada em Belém, em novembro de 2025.

Segundo o MPA, o fim do acordo de codeshare entre Azul e Gol fez o valor das passagens no trecho Brasília–Tefé saltar de R$ 1.700 para mais de R$ 8.000, além de aumentar o tempo de viagem de 5 para até 18 horas. Com isso, a missão ficou inviável logisticamente, já que não havia orçamento público para custear os deslocamentos dos convidados.

Diante do impasse, o governo e o Instituto Mamirauá decidiram adiar a ação para 2026. Hoje, a única forma alternativa de chegar a Tefé sem avião é por barco, em viagens que duram ao menos 12 horas.

Opinião dos leitores

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