Opinião

Não podemos mais errar no combate à desinformação (fake news) – Por Herval Sampaio

Foto: Pedro França/Agência Senado

Por Herval Sampaio*

Em 2018 o Brasil conheceu de forma sistêmica o fenômeno que ocorrera dois anos antes, em 2016, no Reino Unido e nos Estados Unidos: a disseminação massiva e coordenada de fake news no processo eleitoral. Nosso país passou, naquele ano, por uma quebra de paradigmas que, nos anos seguintes, mostrou ter encontrado aderência social para se instalar e permanecer, causando tantos males à nossa democracia.

Feita a rápida contextualização do problema, chegamos a 2024, e embora o pleito deste ano tenha encerrado há pouco, algo, infelizmente, não cessou com o fim do Segundo Turno: os erros das pesquisas eleitorais para muito além das margens. Essa constatação, que não é novidade, está ancorada em dezenas de exemplos ocorridos ao longo desta quadra eleitoral por todas as partes do Brasil, e em especial no Rio Grande do Norte, Estado no qual moramos e nos orgulhamos, mas os dados a serem discorridos nos entristece e ao mesmo tempo nos fortalece no combate a esse direcionamento criminoso que alguns têm feito e com a mesma intensidade tem de ser reprimido e expurgado do nosso processo eleitoral.

A partir de um projeto desenvolvido em parceria com alguns pesquisadores, de monitoramento das pesquisas registradas desde 1 de janeiro até 20 de outubro, lastreado pelas bases de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), produzimos um estudo que reúne vasto acervo de informações que corroboram a premissa de que as pesquisas eleitorais tornaram-se um instrumento de desinformação (fake news) em massa, como modus operandi de partidos e políticos para lograr êxito nas disputas municipais, a saber: crescimento vertiginoso e atípico dos gastos com pesquisas, da quantidade delas, do preço médio, do número de institutos e do perfil dos contratantes, por vezes incompatível com o faturamento destes, dados irrefutáveis que merecem uma investigação muito rigorosa e criteriosa.

O primeiro dado que merece atenção diz respeito ao aumento dos gastos registrados no Brasil, comparando-se 2016 com 2024: foram R$ 71 milhões há 8 anos, e agora romperam a casa dos R$ 171 milhões. Ou seja, as 14,8 mil pesquisas registradas nesta eleição custaram R$ 100 milhões a mais. Isso implica dizer que o valor médio de cada levantamento cresceu de R$ 7,9 mil (2016) para R$ 11,5 mil (2024).

No Rio Grande do Norte, há números que chamam mais atenção sobre vários aspectos. O primeiro deles é o volume de recursos gastos com pesquisas registradas: R$ 5,3 milhões em 2024. Isso equivale a 8 vezes o que foi gasto na eleição de 2016 no estado (R$ 679 mil) – apenas em Natal, as cifras passaram de R$ 1,6 milhão agora, contra R$ 239 mil em 2016, com aumento de quase 7 vezes.

Quanto ao volume de levantamentos registrados, foram 744 neste ano, contra apenas 144 em 2016. Aumento de 600 pesquisas ou 416%. Isso fez com que o Estado ocupasse o 8º entre os 26 estados com mais pesquisas divulgadas, e 3 cidades aparecem entre as 30 do Brasil: Natal (4º, com 101), Parnamirim (23º, com 37) e São Gonçalo (30º, com 32). E Natal teve o crescimento mais vertiginoso, passando de apenas 15 em 2016 para 101 em 2024. Importante enfatizar, que no nosso estudo só consideramos as registradas no TSE. As chamadas “pesquisas internas”, realizadas pelas campanhas dos candidatos, é quase impossível no momento, de elaborar qualquer diagnóstico pela dificuldade na captação dos dados devido o seu caráter restrito aos contratantes/pagantes.

No que diz respeito aos institutos que atuaram no Rio Grande do Norte, o número saltou de 11 em 2016 para 31 neste ano, redundando em crescimento de 181% no comparativo. Na capital potiguar, no mesmo período, passaram de 4 para 19, equivalente a quase 5 vezes mais. A explosão numérica aqui mencionada é assombrosa por si só!

Com a elevada quantidade de institutos oferecendo serviços, criou-se um cenário no país inteiro, refletido de forma acentuada em solo potiguar, que nos parece ter desbordado na mercantilização das pesquisas, haja vista que o total de cidades do Estado que realizaram pesquisas subiu de 63 (2016) para 128 (2024), ou seja, mais do que dobraram.

Casos que ilustram o problema

A utilização de pesquisas como instrumento de desinformação tornou-se tão efetivo e presente nas eleições, que houve casos em que candidatos e partidos sentiram-se à vontade para, não apenas realizarem levantamentos, como fazê-los de forma pública, com registro oficial junto ao TSE, e compondo suas prestações de contas, sem qualquer constrangimento, e é nesta nódoa que para nós reside o problema.

No estado, tivemos candidatos a prefeito Coronel Ezequiel e São Bento do Trairí que contrataram, registraram e divulgaram pesquisas eleitorais ao longo da disputa. Houve também o caso de um partido (PSD) que contratou, registrou e deu publicidade a levantamentos onde seus candidatos concorriam, casos de Apodi, São Bento do Trairí e São Miguel do Gostoso.

Em outras cidades, houve candidatos que contrataram institutos de pesquisa com recursos de campanha, do fundo eleitoral, e esses institutos, mesmo diante do claro conflito ético, permaneceram publicando levantamentos na capital, casos da Consult, Exatus e Datavero, que no 1º turno tiveram suas projeções de véspera errando para além das margens de erro, inclusive na indicação de quais seriam os 2 candidatos a passarem ao 2º turno. Tais institutos obtiveram melhor desempenho no 2º turno, quando havia apenas 2 candidatos e a tendência de oscilação dentro das margens de erro é maior.

Também foi possível verificar situações, no mínimo, curiosas, como o fato de que ao menos 125 pesquisas registradas tiveram os institutos se autodeclarando como contratantes/pagantes dos trabalhos que eles próprios realizaram. É dizer que 1 a cada 5 serviços contratados foi ‘doado’. Inclusive apenas 2 institutos concentram a maioria desses 125 levantamentos. E esses dados ganham contornos mais chamativos quando se verifica que eles consumiram cerca de R$ 1,1 milhão. Ou seja, essas empresas vão na contramão a um princípio básico do capitalismo, a relação entre receitas e despesas, como forma de sobrevivência econômico-financeira.

Outro fato que chama atenção é que blogs, sites e portais foram responsáveis por R$ 2,5 milhões ou quase metade (47%) dos recursos que custearam as pesquisas, indicando uma representatividade desproporcional à fatia que ocupam do mercado publicitário potiguar. Tanto assim, que os veículos da mídia tradicional (TV e rádio) foram responsáveis por menos de 20% dos gastos, denotando também desproporcionalidade, neste caso inversa, da representatividade deles no mercado estadual. Tal fato nos faz se perguntar: o mercado dos blogs é tão virtuoso que permite investimento milionário? A pesquisa eleitoral é um “produto” rentável financeiramente capaz de tamanho gasto por seus proprietários?

Erros dos institutos

Para verificar o desempenho dos institutos é preciso utilizar um parâmetro justo e, no caso da eleição de 2024, no Rio Grande do Norte, o trabalho realizado por esses pesquisadores se valeu do comparativo entre os votos totais nas urnas e as intenções de votos estimuladas apontadas em cada levantamento, dentre aqueles realizados nos últimos 4 dias anteriores à eleição, particularmente do pleito das 6 cidades em que houve mais registros de pesquisas: Natal, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, São José de Mipibu e Apodi.

Ao final do primeiro turno, apenas 1 (TS2, em Mossoró) entre as 28 pesquisas avaliadas aproximou-se do resultado das urnas, dentro das margens de erro. Significa que apenas 3,5% das pesquisas tiveram desempenho certeiro, e no caso de Natal, apenas 1 instituto (AtlasIntel) acertou quais candidatos iriam ao 2º turno. Contraditoriamente, embora o instituto que mais se aproximou do resultado em Mossoró, foi o que trouxe o maior “erro médio” em Natal. Conforme o quadro abaixo, nenhum instituto conseguiu obter desempenho abaixo dos 3,5% de margem de erro:

Já no 2º turno ocorrido em Natal, embora tenham melhorado na precisão, os institutos realizaram 29 levantamentos entre 07/10 e 26/10, 11 dos quais divulgados nos últimos dias, e ainda assim, verificou-se uma oscilação com discrepâncias acentuadas, variando de maioria pró-Natália Bonavides em 1,5% e pró-Paulinho Freire em 20,5%, quando o resultado das urnas trouxe uma diferença de 10,1% em favor do candidato do União Brasil, como detalhado a seguir:

As estimativas capturadas pelos institutos Seta e Qualittá são simbólicos do problema, na medida em que apresentam cenários diametralmente opostos em vencedor e maioria, para muito além do razoável das margens de erro, merecendo, nosso sentir, uma investigação rigorosa como defendida, pois no mínimo é estranho imaginar que uma pesquisa que é científica, por excelência, apresente um disparate muito além das margens de erro, sem que se aponte nenhum fato excepcional justificador. Com a palavra o Ministério Público!

Sociedade unida é o caminho para resolver o problema

Nos parece que o universo das pesquisas eleitorais, ao seguir uma dinâmica quase que exclusivamente entregue à iniciativa privada, no caso do Brasil, criou ambiente propício à formação de um ciclo vicioso que envolve políticos, institutos e blogs/portais, envidados no propósito dos seus respectivos interesses individuais, a despeito do compromisso único e imaculável de expressar o pensamento coletivo em dado recorte temporal.

Dessa constatação, deriva a necessidade de que, de igual modo, a sociedade se mobilize para, a partir também de uma tríade (universidades, judiciários e mídia tradicional), se possa construir uma alternativa que permita entregar à população, quando dos pleitos bienais, pesquisas isentas, íntegras, permeadas da credibilidade e da expertise técnica da academia, conduzindo, nesse campo, ao protagonismo da ciência e não das fake news.

Isto não significa, em momento algum, sugerir o fim dos institutos privados. Ao contrário. Com isso, as empresas cuidariam de um nicho bem maior e afeto aos interesses de seus contraentes, que é o das pesquisas de consumo interno, que para atingirem seus escopos, nunca vai se permitir que a ciência não seja priorizada, já que os resultados servirão realmente para a campanha e eventual governo.

Para completar, sugere-se que ao final de cada eleição, as universidades publicariam um ranking de desempenho dos institutos, de acordo com o erro médio calculado a partir do comparativo entre intenção de votos estimulada e votos totais nas urnas, a servir como balizador da reputação de todos os que participaram do pleito, como uma espécie de agência de checagens como existe no combate às fake news.

Ao contrário de uma pesquisa cientificamente fundamentada por uma universidade respeitada, uma pesquisa eleitoral sem a devida transparência e quem sabe, manipulada e tendenciosa, pode influenciar no resultado de uma eleição e na democracia.

Ao fim e ao cabo, estamos chamando atenção para o problema e dando uma pequena contribuição ao debate público, tentando unir a academia e o judiciário para oferecer alternativas a contornar a gênese da questão, porque se atores sociais como o – TSE, as universidades públicas e a mídia tradicional, sem olvidar os blogs e demais atores da mídia social que não aceitem participar de farsas – não se unirem para implementar iniciativas concretas como as aqui sugeridas, correremos o risco de repetir em 2026 o processo de corrosão e fragilização da democracia de modo ainda mais agudo, institucionalizando-se via “pesquisas fake news” na nossa cara e sem pudor, violando vários atos normativos de uma vez só, inclusive a nova resolução do TSE de combate à desinformação. Feito o alerta!

*José Herval Sampaio Júnior é Juiz de Direito TJ/RN, Doutor em Direito Constitucional pela UFPR e Professor do Curso de Direito da UERN.

Opinião dos leitores

  1. Esse magnifico trabalho do Doutor José Herval Sampaio Júnior, deveria se tornar a bussola para que as autoridades brasileiras e os politico se debrucem, em busca não só do aperfeiçoamento mas da moralização dessa ferramenta desagregadora da nossa DEMOCRACIA, usada como uma verdadeira banca de negócios nas campanhas eleitorais. Vale ressaltar que grande parte do seu efeito negativo, foram os mais de 33.000.000 (21,2%) de abstenção em todo o Brasil e 150.000 (26%) em Natal, no Segundo turno

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Mundo

VÍDEO: Inferno em arranha-céus de Hong Kong: 44 mortos e quase 300 desaparecidos

Imagens: Reprodução/@bombeiroscivisbrasileiros

Um incêndio de proporções históricas atinge um conjunto de arranha-céus em Tai Po, Hong Kong, desde a manhã desta quarta-feira (26), deixando pelo menos 44 mortos e quase 300 pessoas desaparecidas.

O fogo consumiu sete prédios de 31 andares cada, em um complexo com quase 2 mil apartamentos e mais de 4,6 mil moradores, incluindo explosões, fumaça densa e calor extremo. Entre as vítimas está um bombeiro que trabalhava no resgate.

As chamas se espalharam com velocidade impressionante devido a andaimes de bambu usados nas reformas — técnica tradicional da região que facilita a propagação do fogo.

Hong Kong não enfrentava um incêndio de nível cinco, o mais grave, há quase 20 anos. Equipes de mais de 700 bombeiros atuam ininterruptamente para controlar a situação e resgatar moradores.

A tragédia evidencia a crise de moradia local: prédios superlotados, apartamentos minúsculos chamados pelos moradores de “caixões” e condições precárias.

“Para muitas pessoas, isso aqui é uma casa. Não sou claustrofóbico, mas a sensação é horrível”, relatou o correspondente Rodrigo Carvalho, que esteve na região para cobrir a crise habitacional em outubro.

As autoridades já prenderam três pessoas suspeitas de provocar o incêndio acidentalmente e abriram investigação para apurar as causas.

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Judiciário

Toffoli trava ações de passageiros contra aéreas e deixa consumidor no ar

Foto: Gustavo Moreno/STF

O ministro Dias Toffoli, do STF, decidiu suspender em todo o Brasil todas as ações que pedem indenização por atraso ou cancelamento de voos quando as empresas alegam “força maior”, como mau tempo. Na prática, quem está com processo aberto contra companhias aéreas vai ter de esperar — e sem previsão de quando a Corte vai bater o martelo.

A decisão nasceu de um caso da Azul, condenada no Rio de Janeiro por danos morais e materiais após atrasar e alterar o voo de um passageiro. Toffoli alegou que o setor enfrenta uma enxurrada de ações e decisões conflitantes, o que, segundo ele, gera “insegurança jurídica”. Por isso, mandou paralisar tudo até que o STF decida se as companhias podem ou não ser responsabilizadas nesses casos.

O problema é que a decisão favorece diretamente as empresas, que seguem operando normalmente, enquanto os consumidores continuam no prejuízo — e sem saber quando (ou se) verão alguma indenização. A Corte não informou prazo para julgar o tema, o que significa que a novela deve se arrastar por meses.

Para quem vive na vida real, principalmente no Nordeste, onde atrasos e cancelamentos são rotina em períodos de chuva, a decisão cai como mais um presente do Judiciário para as grandes empresas — e mais um atraso para o passageiro brasileiro.

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Geral

Carnatal esgota três blocos e confirma “Dia D” com vendas para edição histórica

Foto: Divulgação

A menos de 10 dias dias de seu início, o Carnatal já esgotou abadás de três blocos e confirma o sucesso da sua edição que promete ser histórica.

Na noite desta quarta-feira (26), foi confirmado que não há mais abadás à venda dos blocos Vumbora Sábado (Bell Marques), Largadinho (Claudia Leitte) e Euforia (Ivete Sangalo).

Mas para quem ainda não garantiu seu acesso aos outros blocos ou ao Camarote Skol, a organização do Carnatal anuncia que no sábado (29) vai realizar o “Dia D”, evento com oportunidades de compra além de ações promocionais pra envolver ainda mais o público no clima de Carnatal.

O “Dia D” acontece na Central do Carnatal, no Natal Shopping, e tem tudo pra repetir o sucesso da Black Carnatal, encerrada na semana passada.

Sobre o Carnatal

A 34ª edição do evento acontece de 5 a 7 de dezembro, no Largo e Arena das Dunas, com 16 atrações, 36 horas de festa para mais de 125 mil pessoas. A Cidade Carnatal conta com grandes marcas patrocinadoras: Elo, PicPay, Esportes da Sorte, Alares, Natal Shopping e Pernod.

A Cidade Carnatal é uma iniciativa da Clap Entretenimento, Vybbe e RB entretenimentos. Mais informações @carnatal. Ingressos pelo site https://www.evenyx.com/.

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Política

Vereadora Brisa Bracchi, em ataque de fúria, tenta impedir sessão e agride verbalmente o presidente Eriko Jácome

Foto: Reprodução

Durante a sessão ordinária desta quarta-feira (26), a vereadora Brisa Bracchi protagonizou um ataque verbal contra o presidente da Câmara Municipal de Natal, Eriko Jácome, em uma tentativa de pressioná-lo a não realizar a sessão que deu início ao novo processo de cassação envolvendo seu mandato.

Em um claro ataque de fúria, Brisa afirmou que, caso a sessão ocorresse, o presidente seria “o pior da história”. Em seguida, após o presidente relatar o ocorrido, a vereadora pediu direito de resposta e tentou reformular sua fala, alegando que se referia à reação da população de Natal, numa tentativa explícita de constranger, recuar e impedir o andamento natural dos trabalhos legislativos. A vereadora ainda tentou atribuir ao presidente poderes que ele não possui, insinuando que Eriko Jácome poderia intervir politicamente para barrar o processo.

De forma tranquila e firme, o presidente respondeu, deixando claro que não usaria sua posição para manipular, interromper ou interferir em qualquer procedimento legislativo. “Não farei uso da Presidência para manipular processos. Respeito a cadeira e o voto de cada vereador. Sou um vereador como qualquer outro e sempre me sujeitarei ao plenário”, afirmou.

A vereadora Samanda Alves também se manifestou, ao sentar-se ao lado do presidente, insinuando que ele teria influência sobre processos internos, como o de cassação de mandatos. A afirmação foi igualmente rebatida por Eriko, que reforçou que nenhum parlamentar será manipulado e que a Mesa Diretora não aceita ataques pessoais, tentativas de distorção ou qualquer forma de desacato.

“Não interfiro e jamais interferirei no voto de nenhum vereador desta Casa. Cada parlamentar está aqui pelo direito que recebeu do povo”, concluiu.

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Política

Hugo Motta monta superbloco e deixa PT e PL falando sozinhos na Câmara

Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

No meio do fogo cruzado com o governo Lula e com a oposição bolsonarista, o presidente da Câmara, Hugo Motta, decidiu jogar pesado. Ele articulou um superbloco com 275 deputados, juntando centrão e partidos médios, e deixou PT e PL do lado de fora — totalmente isolados no tabuleiro político de Brasília.

O bloco, confirmado por aliados e revelado inicialmente pela Folha, reúne União Brasil, PP, PSD, Republicanos, MDB, PSDB, Cidadania e Podemos. É o maior agrupamento da Câmara e nasce para blindar Hugo e dar força às pautas que ele pretende tocar, muitas delas em choque direto com o Planalto.

O movimento escancara o desgaste da relação de Hugo com o governo Lula, que esperava apoio mais firme do presidente da Câmara, e também com o PL, que rompeu após disputas internas e pressão do bolsonarismo. Os dois partidos chegaram a marchar juntos na eleição de Hugo em fevereiro, mas pularam fora depois dos atritos.

Com o novo bloco, o centrão volta a mandar no Congresso e assume o papel de fiel da balança — enquanto o PT perde espaço e o PL fica reduzido ao discurso, sem o mesmo peso na prática. No fim das contas, Hugo deixa claro que quem comanda o ritmo da Câmara é ele, e não o Planalto.

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Geral

Audiência de custódia não muda nada: STF mantém Bolsonaro e generais na prisão

Foto: Reprodução/CNN

O STF decidiu, nesta quarta-feira (26), manter a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, um dia depois de declarar o trânsito em julgado — ou seja, quando não cabe mais recurso — do processo que condenou o ex-chefe do Planalto por “trama golpista”. A sessão ocorreu por videoconferência e confirmou também a prisão de Anderson Torres, do almirante Almir Garnier e dos generais Paulo Sérgio, Heleno e Braga Netto.

Bolsonaro começou a cumprir a pena de 27 anos e 3 meses de prisão em regime fechado, na Superintendência da PF, em Brasília. A condenação reúne acusações como “organização criminosa”, “golpe de Estado” e “dano qualificado”, termos amplos que vêm sendo usados pelo STF desde o 8 de Janeiro.

A permanência do ex-presidente na PF já vinha sendo articulada desde sábado (22), quando Moraes decretou a prisão preventiva após alegar risco de fuga.

O caso ganhou mais um capítulo quando Bolsonaro foi acusado de violar a tornozeleira eletrônica — ele afirmou que apenas encostou um ferro de solda no equipamento “por curiosidade”.

Antes disso, o ex-presidente estava em prisão domiciliar por outro processo que investiga suposta coação à Justiça. Agora, com o trânsito em julgado, não há mais possibilidade de recurso dentro do próprio STF.

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Mundo

Tiroteio a uma quadra da Casa Branca põe EUA em alerta laranja

Foto: Pixabay

Dois membros da Guarda Nacional dos EUA morreram após serem baleados em um tiroteio a poucos metros da Casa Branca, nesta quarta-feira (26). O governador da Virgínia Ocidental, Patrick Morrisey, confirmou as mortes, enquanto a polícia de Washington prendeu um suspeito. Segundo fontes da segurança, os militares ainda trocaram tiros antes de serem atingidos.

O ataque ocorreu por volta das 14h15 (horário local), quando testemunhas ouviram dois disparos e viram pessoas correndo desesperadas. Uma delas relatou ter visto agentes do Serviço Secreto perseguindo um homem de moletom com capuz, bem no coração de Washington — hoje ocupada por tropas da Guarda Nacional enviadas pelo presidente Donald Trump para reforçar a segurança e combater o avanço do crime violento.

Trump, que está na Flórida por causa do feriado de Ação de Graças, classificou o suspeito como “animal” e afirmou que ele está gravemente ferido. O presidente prometeu que o autor do ataque “pagará um preço muito alto”.

O ataque colocou a Casa Branca em alerta laranja, nível que indica alto risco e mobiliza o Serviço Secreto para evacuar áreas sensíveis, embora sem impor o lockdown total — que chegou a ser decretado mais cedo. O secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, anunciou que Trump pediu o envio de mais 500 soldados da Guarda Nacional à Washington.

Nesta terça-feira (25), o presidente havia feito um discurso dizendo: “Washignton é uma cidade totalmente segura”.

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Política

VÍDEO: SINCERÃO: Vereador da comissão contra Brisa assume que segue “quem garantir reeleição”

Imagens: Reprodução/98 FM Natal

Escolhido por sorteio para compor a nova Comissão Especial Processante que vai conduzir outro processo de cassação da vereadora Brisa Bracchi, o vereador Tárcio de Eudiane não fez média e escancarou sua lógica política: “Eu vou pra onde eu vou me reeleger. Pronto.” A vaga seria do vereador Luciano Nascimento, sorteado antes, mas ele recusou.

Sem rodeios, Tárcio deixou claro que não segue partido nem bandeira ideológica. “Eu não defendo partido político nenhum, zero, zero partido político. Eu vou para onde eu vou me reeleger. Pronto. Eu não minto para ninguém, pô. Eu sou verdadeiro e tenho a minha opinião própria”, afirmou.

O vereador justificou sua “versatilidade” dizendo que isso facilita articulações de emendas e o trânsito com a gestão municipal — comandada pelo prefeito Paulinho Freire — e até com o Governo do Estado, mesmo com a administração Fátima Bezerra vivendo crise e desgaste. “Se a governadora Fátima pedir minha ajuda para tentar ajudar o Estado que está quebrado, estou lá. Se o prefeito Paulinho me pedir, eu estou lá”, disse.

Tárcio ainda explicou por que, segundo ele, não vale a pena afrontar quem está no poder: “Vai no governo e ser oposição no governo, não consegue nem um copo d’água”. Em meio ao novo processo contra a petista, a fala expõe — sem filtros — o cálculo eleitoral por trás dos movimentos na Casa.

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Saúde

Reposição hormonal em foco: InMED reúne três especialistas para debate ao vivo hoje (26)

Foto: Divulgação

O InMED Podcast recebe nesta terça-feira (26), às 19h, três especialistas para um debate direto, esclarecedor e baseado em evidências sobre Terapia de Reposição Hormonal, tema que movimenta consultórios, divide opiniões e desperta dúvidas em mulheres, homens e profissionais de saúde.

A mesa contará com a ginecologista e obstetra Dra. Almerinda Fernandes de Queiroz (CRM 1848/RQE 1860), o hematologista Dr. Cláudio Macedo (CRM 3815/RQE 1127) e o mastologista Dr. Luiz Murillo Lopes de Britto (CRM 3077/RQE 5718), que irão discutir riscos, benefícios, indicações, contraindicações e como a ciência tem evoluído nas últimas décadas no acompanhamento hormonal.

A transmissão é ao vivo — aberta ao público — e o convite está feito: uma conversa franca, técnica e necessária para quem busca informação de qualidade sobre saúde e longevidade. Não perca: www.youtube.com/@associacaomedicadorn

 

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Geral

Orgulho do RN: ESIG Group dispara no ranking e vira uma das melhores empresas para se trabalhar no país

Foto: Divulgação

Reconhecimento nacional em destaque! 🏆 O ESIG Group, empresa potiguar com mais de 14 anos de atuação, acaba de ser novamente certificado pelo Great Place to Work (GPTW), entrando mais uma vez entre as Melhores Empresas de TI para Trabalhar no Brasil.

Na premiação realizada esta semana, em São Paulo, a companhia conquistou a 30ª posição no ranking de Tecnologia, subindo 21 colocações em relação ao ano anterior — um salto que reforça o compromisso do grupo com a valorização de pessoas, um bom clima organizacional e práticas modernas de gestão.

O resultado mostra, na prática, que investir em cultura, ambiente saudável e cuidado com o time gera impacto real e sustentável.

Siga acompanhando as empresas do grupo que continuam transformando o setor de tecnologia no país: @esig.group @esigsoftware @quark.tec.


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