Neste sábado (24) é Dia de São João e Tistu, o Menino do Dedo Verde, vai entrar na brincadeira para manter a tradição nordestina e convidou um trio para animar o “Arraiá do Tistu”, que vai acontecer às 16 horas, no Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte. O projeto “Tistu, que bicho é esse?” será especial, mas vai ter contação de histórias, brincadeiras, troca de livros usados e sorteio de brindes. Depois, a animação junina fica por conta do grupo Canários do Litoral.
O Projeto “Tistu, que bicho é esse?” é de incentivo à leitura e acontece uma vez por mês no Parque da Cidade. É coordenado pelo ator Josivan Alves, que faz uma releitura do clássico “O menino do Dedo Verde”, escrito pelo francês Maurice Druon.
O deputado federal Pastor Henrique Vieira (PSol-RJ) apresentou um projeto de lei que propõe a criação do Programa de Prevenção à Censura à Arte e Cultura. A iniciativa busca impedir que artistas periféricos, especialmente ligados ao funk, rap e trap, sejam barrados de editais públicos e contratações por parte do Estado.
Na justificativa do projeto, o parlamentar cita nominalmente os funkeiros Poze do Rodo e Oruam como exemplos de jovens negros que, segundo ele, enfrentaram situações de risco associadas ao crime, mas que encontraram na arte uma forma de superação e transformação social.
“Oruam e Poze do Rodo, por exemplo, jovens negros vindos de comunidades do Rio de Janeiro, são referência para a juventude negra favelada através de sua arte”, argumenta Henrique Vieira na proposta.
O projeto proíbe que órgãos públicos avaliem o mérito das composições artísticas como critério para liberação de recursos e contratações. Segundo o texto, a análise deve se restringir a aspectos técnicos e legais, garantindo liberdade de expressão e combate à censura velada.
Deputado aponta “movimentação racista”
Vieira escreveu ainda que o samba foi alvo de repressão no século XX e que o funk e o trap são os alvos atuais. Ele critica o que chama de “movimentação racista” que tenta vetar artistas de ritmos populares sob justificativa de que suas letras fazem apologia ao crime.
“Vejo traços de uma criminalização de uma cultura onde uma sociedade estruturalmente racista, que romantiza e idealiza uma produção branca e elitista, criminaliza a produção preta e e da favela. Trata-se menos da letra da música e mais do território onde vivem [Oruam e MC Poze do Rodo] e a cor deles. O argumento nunca é exatamente por conta do ritmo ou da letra exatamente, mas sempre está associado ao crime e a apologia ao crime”, sustentou o deputado à coluna.
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, participou em maio de seis eventos organizados ou financiados por empresários com interesses em processos que correm no tribunal.
A intensificação das agendas do ministro levanta discussões sobre a proximidade de juízes com partes envolvidas em ações no Supremo. A corte tem defendido a presença dos ministros nos eventos sob o argumento de manter diálogo com todos.
Em nota, o STF afirmou que Barroso conversa com advogados, indígenas, empresários rurais, jornalistas e outros segmentos da sociedade. No início desta semana, ele visitou o Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga (AL).
“Em eventos de empresários, por exemplo, há inclusive interesses contrários por parte deles em relação ao STF. Dialogar com as partes de um processo não gera conflito de interesses.”
As discussões sobre a participação de ministros do Supremo em eventos privados de empresas com interesses em processos na corte foram retomadas após Barroso participar de um jantar beneficente promovido pelo CEO do iFood, Diego Barreto, em maio.
Um dos vídeos gravados no evento mostra o presidente do STF cantando ao microfone ao lado do empresário, em um dos momentos de descontração do jantar.
O evento foi realizado para a arrecadação de recursos da iniciativa privada em apoio a programa do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) de ação afirmativa para ingresso na magistratura, por meio do qual são oferecidas bolsas a candidatos negros e indígenas.
“No Brasil existem duas grandes categorias de pessoas: as que fazem alguma coisa e as que têm razão. Portanto, a gente tem que continuar fazendo e deixar parado as que têm razão e precisam vender jornal falando bobagem”, disse o ministro dias depois.
Diego Barreto, CEO do iFood, afirmou, em nota enviada à Folha, “que o jantar beneficente foi uma iniciativa pessoal”, organizada a pedido dos líderes do Programa de Ação Afirmativa para Ingresso na Magistratura, criado em 2024 pelo CNJ e a Fundação Getúlio Vargas, em parceria com a Universidade Zumbi dos Palmares, e conta com o apoio de diversas empresas.
“Contou com a presença de 60 participantes, entre eles magistrados, jornalistas, educadores, ONGs, estudantes, juristas, startups e outros apoiadores do Programa”, disse no comunicado.
O iFood é um dos interessados em uma ação no Supremo que discute a existência de vínculo empregatício entre motoristas de aplicativo e a empresa administradora da plataforma digital.
O caso chegou ao STF como um recurso apresentado pela Uber. A empresa diz existir mais de 10 mil processos sobre o tema na Justiça do Trabalho. O processo no Supremo teria o objetivo de definir uma interpretação que sirva para todos os casos.
A agenda de eventos privados de Barroso ficou cheia em maio por causa de uma viagem a Nova York, nos Estados Unidos, na semana do dia 12. Foram três compromissos em território norte-americano.
Um deles, organizado pelo jornal Valor Econômico, tinha como patrocinador master a JBS, dos irmãos Wesley e Joesley Batista. Os dois não estavam entre os palestrantes, mas Wesley acompanhou o evento. A empresa, maior processadora de carne do mundo, tem ações no Supremo sobre temas diversos.
Boa parte dos processos surgiu como desdobramento da Operação Lava Jato. A empresa foi implicada na investigação da força-tarefa de Curitiba.
Em um dos processos no Supremo, o ministro Dias Toffoli suspendeu o pagamento da multa de R$ 10,3 bilhões aplicada à empresa no acordo de leniência firmado com a CGU (Controladoria-Geral da União) no âmbito da Operação Greenfield, de 2017.
Em outro caso, Toffoli decidiu trancar na última semana um inquérito da Polícia Federal que investigava suposto crime de difamação cometido pelo diretor jurídico da empresa contra o procurador Anselmo Henrique Cordeiro Lopes. Procurada, a JBS não se manifestou.
O presidente do Supremo ainda participou de eventos organizados pela Lide Brasil e pela revista Veja, em Nova York. Os dois eventos somam 30 patrocinadores e apoiadores, entre eles dois também com processos no Supremo.
A lista de eventos com participação de Barroso em maio contou com duas palestras feitas pelo ministro, em Brasília, sobre inteligência artificial. O presidente do Supremo lançou um livro no último ano sobre o tema.
Uma das cerimônias ocorreu no início do mês na casa de Fernando Cavalcanti, então vice-presidente da Nelson Wilians Advogados. O advogado foi afastado do cargo no fim do mês passado. O grupo representa dezenas de clientes no Supremo.
O evento contou com a participação do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e políticos e empresários envolvidos na política local de Brasília, sem grande relevância nacional.
O escritório de advocacia é parte ativa em ao menos sete processos em tramitação no STF —todos são reclamações que pedem a derrubada de decisões da Justiça do Trabalho reconhecendo vínculo empregatício entre ex-funcionários e a empresa.
A Nelson Wilians Advogados recebeu decisões favoráveis em todos os processos. Em nota, o escritório disse que não organizou nem financiou o evento, promovido pela revista GPS na casa do empresário. “Iniciativas de natureza pessoal não se confundem com a atuação institucional do escritório”, disse.
O último evento foi organizado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), na segunda-feira (26). A confederação está envolvida em cerca de 30 processos no Supremo.
Em uma das ações, ela pede que o tribunal derrube uma regra que estabelece cobrança adicional a empresas para financiar aposentadoria especial de empregados que tiveram a saúde prejudicada pelo ruído excessivo no ambiente de trabalho.
A CNI disse, em nota, que diversas autoridades foram chamadas para a cerimônia em comemoração ao Dia da Indústria.
“O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal, foi convidado a dar uma palestra sobre Inteligência Artificial, tema de interesse da sociedade em geral, no evento do Dia da Indústria, realizado na sede da Confederação Nacional da Indústria, em Brasília, no último dia 26”, afirmou.
O Brasil registrou aumento de 92% no desmatamento da Amazônia em maio de 2025 em relação a maio de 2024. A alta está diretamente relacionada às mudanças climáticas e aos incêndios que atingiram o país no segundo semestre de 2024, de acordo com o secretário-executivo e ministro substituto João Paulo Capobianco. “A Amazônia tem sofrido de forma particularmente intensa e impressionante”, afirmou em coletiva para divulgação dos dados.
Alta do desmatamento na Amazônia em relação ao mesmo período de 2024. Segundo dados do Deter, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), foram desmatados 960 quilômetros quadrados em maio de 2025 no bioma, contra 500 quilômetros quadrados em 2024, uma alta de 92%. De agosto de 2024 a maio de 2025, a alta foi menor, de 9,1%, em relação ao período anterior.
Pela primeira vez o MMA (Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática) incluiu dados do impacto das queimadas no desmatamento da Amazônia. Os dados do Deter mostram que 51% da área desmatada na Amazônia resulta das queimadas que atingiram o bioma no último ano. “Esse número não é desmatamento ocorrido em maio, mas uma floresta que chega agora como floresta colapsada”, explicou o ministro, lembrando que a maior parte dos incêndios ocorreu no segundo semestre de 2024.
Mudança na trajetória histórica. Os dados mostram uma nova realidade devido às mudanças climáticas. O foco dos levantamentos sempre foi na remoção das florestas, o chamado corte raso, porque os índices de fogo e mineração não tinham impacto tão relevante, explicou Capobianco. “Agora isso mudou”, completou. No intervalo entre agosto de 2023 a maio de 2024, a área de floresta nativa queimada foi de 10%. Já entre agosto de 2024 e maio de 2025, o número saltou para 23,7%.
Cadê o Macron, Greta, Leonardo Dicaprio, os lacradores da Globo, a turma do “salve a Amazônia”, os artistas mamadores da lei ruanet, esse povo desapareceu, onde estão?
O jornal francêsLibération, principal publicação de esquerda na França, criticou na última 3ª feira (3.jun.2025) a decisão da Universidade Paris-VIII de conceder um título de doutor honoris causa (título honorário dado por mérito, sem necessidade de defesa de tese) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em editorial intitulado “Il n’est pas possible aujourd’hui de décerner un doctorat honoris causa à Lula, trop proche de Poutine” (“Não é possível hoje conceder um doutorado honoris causa a Lula, próximo demais de Putin”), o jornal expressa “surpresa e tristeza” diante da homenagem, entregue nesta 6ª feira (6.jun).
Segundo o texto, o presidente brasileiro tem adotado uma postura ambígua em relação à guerra na Ucrânia, equiparando “agressor e agredido”. A publicação cita a presença de Lula no desfile militar de 9 de maio, na Praça Vermelha, em Moscou, ao lado de presidentes autoritários como Vladimir Putin (Rússia) e Xi Jinping (China). O evento buscou, segundo o jornal, associar a invasão da Ucrânia à luta contra o nazismo.
“A realpolitik ou a defesa, ainda que legítima, do multilateralismo e do Sul Global não justificam tudo”, escreveu o jornal.
Fundado por Jean-Paul Sartre e Serge July em 1973, o Libération é conhecido como o principal veículo da esquerda intelectual francesa, especialmente por sua atuação crítica desde os protestos de Maio de 1968. O editorial representa um setor de esquerda europeia que vê com ceticismo a política externa de Lula.
O texto questiona se, diante da necessidade de reforçar laços com o Brasil, não haveria outra figura política, intelectual ou artística com maior consenso dentro da sociedade francesa para receber a homenagem.
Apesar de elogiar o passado de Lula, citado símbolo da resistência democrática, o editorial afirma que o contexto internacional atual torna a concessão do título “altamente contestável”.
Câmeras de segurança flagraram a confusão no momento em que um homem de 36 anos agrediu um neném de quatro meses, acreditando se tratar de um “bebê reborn”, tipo de boneco hiper-realista que imita um recém-nascido.
A agressão ocorreu às 23h39. As imagens mostram o suspeito se aproximando e fazendo movimentos bruscos próximo à criança. O homem, identificado como Filipe Martins Cruz, foi preso.
O vídeo também mostra o suspeito sendo contido por pessoas no local e recebendo chutes até se sentar no chão. Em determinado momento, o pai do bebê atinge o agressor com uma cadeirada.
Enquanto isso, um terceiro homem tenta distrair a criança, que chora. Pouco depois, a polícia chega ao local, e os pais mostram aos militares os hematomas na cabeça do bebê. O suspeito foi ouvido e conduzido à delegacia.
O caso aconteceu na noite desta quinta-feira (5), na Avenida Getúlio Vargas, na Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte. O suspeito disse aos policiais que achou que os pais da criança estavam com um bebê “reborn” para furar a fila de um trailer de lanches.
A mãe, de 25 anos, relatou aos policiais que o homem, desconhecido, se aproximou e começou a brincar com a criança. Em seguida, passou a insistir que o neném era um “bebê reborn” — nome dado a bonecos hiper-realistas.
Mesmo após os pais confirmarem que não era um boneco, ele não se convenceu e agrediu a criança com um tapa, causando um inchaço na cabeça do bebê.
Menos de um mês após um ataque hacker, inclusive com ameaças de morte, ao perfil pessoal da prefeita Nilda, de Parnamirim, hoje houve mais uma tentativa de invasão hacker, dessa vez aos servidores da Prefeitura de Parnamirim.
Houve diversas tentativas no servidor central e em algumas secretarias, e em todas elas o GCTI – Grupo de Ciência e Tecnologia da Informação, o órgão da Prefeitura que cuida, entre outras atribuições, da segurança digital, conseguiu neutralizar a invasão e reforçar as barreiras de segurança.
Para o Chefe do GCTI, Afrânio Alex, “trata-se de um movimento orquestrado e planejado, com o objetivo de causar instabilidade ao sistema e à gestão propriamente dita, mas estamos atentos e reforçando nossos firewalls para proteger nossos dados” enfartizou Alex.
Uma das prioridades de Lula neste terceiro mandato, as viagens internacionais do presidente da República já custaram mais de R$ 50 milhões aos cofres públicos, segundo dados obtidos pela equipe da coluna via Lei de Acesso à Informação (LAI).
O valor inclui gastos com acomodação do presidente e sua comitiva, além de despesas logísticas, como aluguel de equipamentos, impressoras, celulares, telefonia fixa e acesso à internet em outros países.
Em resposta a um pedido do blog da jornalista Malu Gaspar, o Departamento do Serviço Exterior do Itamaraty informou via LAI que só com hospedagem os gastos das viagens internacionais de Lula alcançaram a marca de R$ 47 milhões entre janeiro de 2023 e maio de 2025. Já as despesas logísticas no mesmo período somaram US$ 599,8 mil (o equivalente a R$ 3,35 milhões na cotação atual do câmbio).
Os números obtidos pela reportagem não incluem os gastos com a visita de Estado à França, que ocorre nesta semana, nem com a viagem do mês passado a Pequim, cuja despesa não foi informada pelo Itamaraty.
Hotéis da comitiva de Lula na França
Lá, Lula se reuniu com o presidente Xi Jinping e pediu ao colega chinês que enviasse um emissário para ajudar o Brasil a regular as redes sociais. Na ocasião, o governo também anunciou R$ 27 bilhões em novos investimentos da China no Brasil nos próximos anos.
Mais cara e mais controversa
A viagem internacional mais cara de Lula neste ano foi também a sua mais polêmica: a ida a Moscou – em plena Guerra da Ucrânia – para participar do Dia da Vitória soviética sobre o nazismo na Segunda Guerra. Só com hospedagem, a passagem pela Rússia custou R$ 1,9 milhão aos cofres públicos.
Lula foi um dos cerca de 30 líderes estrangeiros que estavam na Praça Vermelha para o desfile militar que marcou os 80 anos do fim da guerra – e se reuniu com o presidente russo, Vladimir Putin, a quem prometeu “estreitar a parceria estratégica”.
O presidente foi alvo de críticas da oposição por ter visitado Putin num momento em que o conflito com a Ucrânia não dá trégua.
“Lula abraçou calorosamente Vladimir Putin por sua própria iniciativa. Represento, no Senado, o Paraná, estado que conta com cerca de 500 mil descendentes de ucranianos. Falo por mim e tenho certeza que também por eles que a conduta de Lula é ofensiva e vergonhosa”, escreveu o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) no X.
Considerando todo o seu terceiro mandato, as viagens internacionais mais caras do presidente foram as suas duas idas a Nova York para participar da Assembleia Geral da ONU, que custaram R$ 7,6 milhões e R$ 6,4 milhões em 2023 e 2024, respectivamente. A metrópole norte-americana é conhecida pelo custo elevado de vida e o alto preço das diárias dos hotéis.
Em 2023, o presidente e a primeira-dama, a socióloga Rosângela Lula da Silva, a Janja, ficaram hospedados no Hotel Lotte New York Palace, hospedagem de luxo localizada em Midtown Manhattan, com diárias que variam entre US$ 595 (R$ 3,3 mil) a US$ 1.595 (R$ 8,9 mil) para o próximo mês de setembro, quando ocorre a nova edição da assembleia.
Só em 2023, primeiro ano da administração petista, o governo desembolsou R$ 29 milhões em hospedagem nas viagens internacionais de Lula. Naquele ano, o presidente cumpriu intensa agenda de compromissos em 24 países de quatro continentes – apenas a Oceania ficou de fora.
Lula participou, entre outros eventos, da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York (Estados Unidos); das reuniões dos líderes do G7, em Hiroshima, no Japão; da cúpula do G20, em Nova Délhi (Índia); e do relançamento, em Buenos Aires (Argentina), da Comunidade dos Países Latino Americanos e do Caribe (Celac), grupo formado por 33 países da região que busca promover a integração latino-americana e caribenha.
“No meu primeiro pronunciamento após o resultado das eleições, afirmei que o Brasil estava de volta ao mundo. Nada mais natural do que começar esse caminho de retorno pela Celac. O Brasil está de volta à região e pronto para trabalhar lado a lado com todos vocês, com um sentido muito forte de solidariedade e proximidade”, discursou Lula na ocasião, em 24 de janeiro de 2023.
Três anos antes, o então presidente Jair Bolsonaro havia suspendido a participação brasileira na Celac, sob a alegação de que o grupo dava “palco” para regimes não democráticos, como os da Venezuela, Cuba e Nicarágua.
Uma análise do blog da jornalista Malu Gaspar sobre os dados disponibilizados pelo Itamaraty via VAI constatou que os gastos com hospedagem caíram para R$ 12,7 milhões em 2024, quando o presidente da República visitou 13 países – e somaram, até agora, R$ 5,3 milhões neste ano, quando Lula já cumpriu agenda em 9 países.
“São gastos excessivos com os deslocamentos internacionais do presidente. Não há motivo para levar tanta gente nas viagens. Isso precisa ser revisto imediatamente. Presidentes têm um papel muito importante na política externa, inclusive com efeitos econômicos, e faz sentido que Lula viaje bastante. Mas a seleção de quem o acompanha precisa ser mais bem feita e a transparência dos gastos precisa ser total”, afirma o cientista político Sérgio Praça.
Outras despesas
Já as despesas com aluguel de salas e veículos, combustível, contratação de intérpretes e coffee break somaram ao menos US$ 5,6 milhões (R$ 31,6 milhões, na atual taxa de câmbio) e € 2,8 milhões (R$ 17,9 milhões) do início do mandato até hoje, segundo dados do Itamaraty analisados pela coluna. A reportagem considerou apenas os gastos em dólar e euro, já que a pasta enviou uma extensa planilha com as despesas em uma série de moedas locais.
Procurada pelo blog da jornalista Malu Gaspar, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência afirmou que a agenda internacional do presidente Lula “reflete a forte necessidade de reposicionar o Brasil no mundo após um período de isolamento do país” e alegou que o objetivo não é só “recuperar a imagem do país no exterior, como também reestabelecer as relações econômico-comerciais com parceiros importantes”.
A equipe da coluna também procurou o Itamaraty para obter mais esclarecimentos sobre os gastos, o critério de definição de hospedagem e questionou o órgão sobre como avaliava o valor expressivo das cifras. A assessoria do ministério, no entanto, “sugeriu” que as perguntas fossem encaminhadas via Lei de Acesso à Informação à própria pasta.
“São gastos altos, sem dúvida. Mas podem ser considerados compatíveis com o grande volume de viagens e as necessidades envolvidas nesses deslocamentos, já que se trata da mais alta autoridade do país e, portanto, há despesas com segurança, assessores, alimentação e traslado. E é justamente por ser uma despesa tão significativa, com potenciais efeitos sobre áreas estratégicas, que a transparência sobre ela deve ser máxima, detalhada e clara, e oferecida não só pelo setor responsável por gerir pedidos de acesso a informações”, avaliou Marina Atoji, diretora de programas da Transparência Brasil.
“O fato de ser possível obter dados sobre os gastos via LAI não isenta a assessoria de imprensa de qualquer órgão público de cumprir sua função de prestar esclarecimentos específicos a jornalistas e meios de comunicação.”
Em seu segundo dia de participação em eventos na França, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado pelo presidente da França, Emmanuel Macron, abriu a exposição do artista brasileiro Ernesto Neto em Paris.
A mostra faz parte da programação do Ano do Brasil na França, temporada de atividades culturais que vai de abril a setembro, e é realizada no Grand Palais, importante pavilhão de exposições em Paris.
Ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron, e da primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, o presidente brasileiro inaugurou uma instalação de Ernesto Neto, um dos artistas plásticos brasileiros mais conhecidos no exterior.
Na sequência da exposição, Lula tirou o sapato e o paletó, e subiu em um tablado da exposição para tentar replicar os movimentos acrobáticos de uma parte da mostra.
Ao lado de Macron, Lula percorreu a exposição e passou pela imponente obra “Nosso Barco Tambor Terra”, composta de 5.735 metros de chita cortados em tiras e amarrados.
Mais cedo, a Universidade Paris 8 concedeu o título de doutor “honoris causa” ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva por “sua trajetória fora do comum”. Alguns professores, no entanto, criticaram o chefe de Estado brasileiro por seu “apoio” à Rússia.
Criada na esteira das rebeliões estudantis de maio de 1968, Paris 8 é uma universidade renomada pelos cursos de ciências humanas. Nela lecionaram nomes como o filósofo Michel Foucault e o psicanalista Jacques Lacan.
A homenagem da universidade acontece durante a primeira viagem de Estado à França de um presidente brasileiro desde 2012 e durante o ano cultural França-Brasil.
A proporção de brasileiros que se declaram católicos caiu e chegou ao menor nível já registrado desde 1872 segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base em dados do Censo 2022 divulgados nesta sexta-feira (6).
Apesar da queda, o catolicismo segue sendo a maior religião no país, seguida da evangélica.
Segundo o instituto, 56,7% da população brasileira afirmou ser católica em 2022, o menor percentual desde as primeiras pesquisas sobre religião realizadas no país, há 153 anos. Em 1872, quando o primeiro levantamento do tipo foi feito no país, os católicos representavam 99,7% da população.
Desde então, a religião católica vem diminuindo. A maior queda ocorreu entre 2000 e 2010, quando a proporção de católicos no país recuou 9 pontos percentuais, de 74,1% para 65,1%. Na última década, o ritmo foi um pouco mais lento: 8,4 pontos, de 65,1% para 56,7%.
População evangélica cresce e chega a 1 em cada 4 no país
Já o número de evangélicos no Brasil atingiu o maior número registrado e cresceu 5,2 pontos percentuais entre 2010 e 2022, passando de 21,6% para 26,9% da população. O crescimento desse grupo também foi mais devagar: na década anterior, entre os Censos de 2000 e 2010, o avanço havia sido de 6,5 pontos percentuais — ou seja, 1,3 ponto a mais do que no período mais recente.
Entre os católicos, 45,9% são brancos e 44% pardos, enquanto a maioria dos evangélicos é parda (49,1%). No espiritismo, predominam pessoas brancas (63,8%), seguidas por pardas (26,3%). Já entre os adeptos da umbanda e do candomblé, os maiores percentuais também são de brancos (42,9%) e pardos (33,2%). Nas tradições indígenas, 74,5% se declaram indígenas. Por fim, entre os que não seguem nenhuma religião, a maioria é parda (45,1%).
No Censo 2010, o IBGE detalhou as religiões dentro de cada grupo. Entre os evangélicos, por exemplo, informou quantos eram da Assembleia de Deus, Batistas ou Metodistas. No Censo de 2022, o instituto informou que ainda não é possível precisar se trará este novo detalhamento dos dados em futuras divulgações.
Espiritismo recua, e religiões afro-brasileiras triplicam
Além dos católicos, também caiu a parcela daqueles que seguem o espiritismo no país: de 2,2% em 2010 para 1,8% em 2022. Em contrapartida, a parcela de seguidores da umbanda e do candomblé triplicou no mesmo período, de 0,3% para 1%.
Já a parcela de brasileiros que se declararam sem religião também aumentou, de 8% para 9,3%, uma alta de 1,4 ponto percentual em 12 anos.
Outros segmentos religiosos também cresceram. Seguidores de tradições indígenas passaram a ser 0,1% (antes, a proporção era menor que 0,1%), e praticantes de outras religiões subiram de 2,7% para 4%. Aqueles que não sabem ou não declararam cresceu de 0,1% para 0,2%.
No Chuí (RS), Pedro Osório (RS) e Atalaia do Norte (AM), a maioria da população se declara sem religião. Já em Palmelo (GO), a religião espírita é a mais presente.
O levantamento apontou que:
Nas regiões:
Os católicos são maioria em todas as regiões do país, com maior concentração no Nordeste (63,9%), seguido pela Região Sul (62,4%).
Os evangélicos têm maior presença no Norte (36,8%) e no Centro-Oeste (31,4%).
A maior concentração de espíritas está na Região Sudeste, onde representam 2,7% da população.
Umbandistas e candomblecistas estão mais presentes no Sul (1,6%) e no Sudeste (1,4%).
Já os que se declararam sem religião são mais representativos na Região Sudeste (10,5%).
Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve, nesta sexta-feira (6), a condenação da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) a dez anos de prisão por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, votou pela manutenção da pena. O entendimento foi seguido pelos ministros Cristiano Zanin, Luiz Fux, Flávio Dino e Cármen Lúcia.
O julgamento do recurso se iniciou nesta sexta-feira (6) às 11h e vai até às 23h59 do mesmo dia. Isso porque Moraes pediu ao presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin, para reduzir o tempo de análise do recurso, que foi de uma semana para um dia.
O recurso é analisado pelo plenário virtual da Corte. Neste formato não há debate entre os ministros que apenas depositam seus votos no sistema eletrônico do Supremo.
Em seu voto, Moraes defendeu o transito em julgado do processo e argumentou que os pedidos de Zambeli são meramente “protelatórios”.
“Considerando o caráter manifestamente protelatório do presente recurso, evidenciado pela mera reprodução de argumentos anteriormente apresentados, é de rigor a certificação do trânsito em julgado”, afirmou.
Zambelli foi condenada em maio pelos crimes de invasão de dispositivo informático, falsidade ideológica e inserção de dados falsos no sistema do CNJ. A pena inclui dez anos de prisão, perda do mandato parlamentar e o pagamento de R$ 2 milhões por danos morais e coletivos.
Com o julgamento do recurso, o processo pode ser acelerado rumo ao trânsito em julgado — etapa em que se encerram todas as possibilidades de apelação. Caso os ministros rejeitem o recurso e não vejam espaço para novas contestações, a pena poderá ser executada imediatamente.
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