Política

“A mamadeira de piroca ganhou as eleições no Brasil”, diz ator e diretor Wagner Moura

Wagner Moura fala sobre o filme “Marighella” em encontro com jornalistas no Festival de Berlim, na Alemanha. Imagem: Abdulhamid Hosbas/Anadolu Agency/Getty Images

Wagner Moura foi para Cuba – literalmente. Tantas vezes “aconselhado” em redes sociais a ir para a ilha socialista que parece até que o ator resolveu aceitar a sugestão. Mas o motivo foi outro: as filmagens de “Wasp Network”, longa do cineasta francês Olivier Assayas (de “Depois de Maio”). Só que antes de embarcar para a terra de Fidel, em fevereiro, o baiano fez uma passagem relâmpago pelo Festival de Berlim, onde aconteceu a première mundial de “Marighella”, sua estreia como diretor.

Biografia de um dos líderes da luta armada contra a Ditadura Militar, nos anos 1960, o filme ganhou aplausos nas sessões de imprensa e de gala. Mas as críticas foram divididas: em geral, questionaram a visão muito parcial de Moura sobre o personagem (o longa tem um viés abertamente de esquerda), mas louvaram a urgência de narrar uma história de resistência no contexto brasileiro bolsonarista de 2019.

Exatamente por ter um forte diálogo com o Brasil conservador de hoje, a ideia era que o filme estreasse o quanto antes, mas ainda não há previsão de chegar aos cinemas. A distribuidora Paris Filmes, já encarregada do lançamento desde a fase de produção, diz, por nota, que a entrada em circuito será definida “em função do cenário previsto no calendário de estreias, que, por ora, estaria muito competitivo”.

Por conta das filmagens em Cuba, Moura só teve um dia em Berlim para promover seu filme. E o UOL conversou com o ator e diretor. Na entrevista, Moura é bastante combativo ao governo Bolsonaro e à direita brasileira. Diz de onde vem sua admiração por Carlos Marighella e que vê em parte da juventude brasileira atual características do guerrilheiro. Relata que se sente vítima de uma campanha de descrédito e que existe no país uma cruzada contra a arte. Confira.

O fascínio por Marighella

Marighella em 1939, em uma de suas prisões; ele foi um dos líderes da luta armada contra a ditadura Imagem: Comissão da Verdade do Estado de São Paulo/Reprodução/BBC

“Sou de Salvador, que também é a terra de Marighella. Ele sempre foi um nome importante e conhecido para todos os interessados na história da resistência do Brasil. Não era somente alguém que participou da resistência à Ditadura nos anos 1960 e 1970, mas também da resistência em toda a história do país em geral – como a dos Malês [1835], de Canudos [1896]… O Brasil tem um histórico de resistência, é um dos países com uma das maiores diferenças sociais do mundo. Então é natural haver isso.

Nasci em 1976, Marighella foi assassinado em 1969, então eu nasci durante a Ditadura. Mas o que eu acho meio louco é que minha geração é muito diferente da anterior, a de quem lutou contra [o regime militar]. Os jovens de hoje em dia são mais próximos daquela geração – se você vai às escolas públicas hoje, encontrará uma juventude algo ‘marighellesca’. Minha geração já era mais alienada, a ditadura estava em transição para a democracia.”

“Então eu tenho fascínio por quem quis fazer algo não só por si mesmo. Eu cresci pensando em família, profissão, coisas do capitalismo, mas houve um momento no mundo em que pessoas morriam por seus ideais. Que lutavam não só por elas mesmas, mas também em nome das outras pessoas”

Campanha contra a arte

“Meu pai era um sargento da Marinha. Não falávamos de política. Acho que comecei a pensar em política quando fui para o teatro, em Salvador, quando tinha uns 15 ou 16 anos. A arte é sempre um ambiente que te faz pensar. E é por isso que agora, no Brasil, há uma grande campanha contra a arte e a cultura. Contra o pensamento crítico, contra os livros. E se você estudar a história dos governos fascistas pelo mundo, verá que esses são os primeiros sinais, que isso é o vento que antecede a tempestade.

sso e a mudança semântica, que também acontece agora no Brasil. Ou seja, as pessoas começam a falar: ‘Ah, não foi o ‘Golpe de 1964’, foi o ‘Movimento de 1964’ ‘. Ou: ‘A ditadura não foi tão severa no Brasil, foi mais branda do que no Chile e na Argentina’. Esse tipo de porcaria.

Acredito que é difícil afastar o Brasil disso agora, já que temos um governo de extrema-direita. Esse [o filme] é o tipo de narrativa que as pessoas não querem ouvir, especialmente depois de toda essa campanha contra a arte. E também contra mim, em particular.”

A participação da ALN

“Eu fiz o filme que eu queria ter feito, estou feliz com ele. Todos os personagens são amálgamas de pessoas reais diferentes. Não quis que ninguém da ALN [Ação Libertadora Nacional, grupo guerrilheiro de Marighella] fosse ao cinema e se reconhecesse. A ALN era um grupo grande, com centenas de pessoas, e no filme você vê 12. É uma ficção, não é um documentário, há muitas situações que nunca aconteceram, há muitos personagens que foram inventados. Mas o filme é bastante ancorado em estudos que tínhamos.

Eu já estava interessado no assunto, mas [o jornalista] Mario Magalhães lançou o livro dele [‘Marighella: o Guerrilheiro que Incendiou o Mundo’, no qual o filme se inspira] em 2012, e nós filmamos em 2017. O roteiro foi muito rigoroso, muitas pessoas que fizeram parte da ALN e da guerrilha conversaram com a equipe. Foi um processo muito longo. Ensaiamos o filme como uma peça de teatro por quase dois meses e meio.

Preparado para tudo

“A única censura, ou melhor, o único boicote que sofremos foi financeiro – ninguém queria dar dinheiro a esse filme. Vai ser extremamente difícil lançar. Eu espero gente jogando merda na tela, vaiando o filme, agressões físicas. Estou preparado para tudo. Essas coisas provavelmente vão acontecer. Ao fazer o filme, claro, disseram que iam invadir o set e dar porrada, blá blá blá, mas não aconteceu – graças a Deus. Não quero que a esquerda, em especial, vá ao filme esperando um documentário sobre Marighella, porque esse trabalho só funciona como ficção. Se você vê o filme tentando achar personagens reais e etc, vai ser decepcionante”

Mamadeira de piroca

“Já está acontecendo uma campanha de descrédito de minha pessoa. É horrível, mas estou pronto. Antes de vir para Berlim, dei entrevista para o portal de esquerda Brasil de Fato. No final, disse que adoraria ter uma troca de ideias com alguém da direita brasileira. Mas quando eu olho para o espectro da direita no Brasil, eu não vejo ninguém com quem eu de fato gostaria de sentar para conversar, porque são tão agressivos, medíocres.

Logo depois de dizer isso, achei que muitas pessoas gravariam vídeos dizendo: ‘Wagner Moura, deixa eu te explicar as coisas’, provando que eu estou errado. Mas o que fizeram? Um vídeo dizendo que eu estava cheirando cocaína quando gravei a entrevista. Eu estava com rinite, então mexi no nariz algumas vezes, mas editaram um vídeo só com essas partes. Então esse tipo de resposta só prova quando eu digo que são medíocres, porque foi o que instigou o argumento ad hominem, de quando você não ataca a ideia de alguém, mas a própria pessoa… e com mentiras… Eu não sou capaz de responder a esse tipo de coisa: eles me provam que estou certo. O que é louco é que, seja lá o que eles fizerem, funciona”.

“No Brasil, quem ganhou as eleições? Não foram só os erros da esquerda. Coisas como a mamadeira de piroca. A mamadeira de piroca ganhou as eleições no Brasil! E não estamos falando só do Brasil: fiquei sabendo que Donald Trump mente 11 vezes por dia. Vivemos em um momento em que a verdade não importa. Não importa! Seja lá o que fizerem [a extrema-direita] – dizer que estou cheirado, ou que a esquerda distribuía a mamadeira de piroca – funciona.”

Bolsonaro e as artes

“Acho que há uma razão para que a arte seja atacada e criticada. Não acho que a arte tenha o poder de mudar [a realidade], mas claro que é algo que faz as pessoas verem e pensarem sobre as coisas. Nenhum país se desenvolveu sem cultura, sem se [auto]observar.

Nosso papel é colocar um espelho na frente das pessoas de forma que possam se ver, se identificar e compreender o que está acontecendo com elas. E quando falo de cultura, não falo só de ‘arte’, mas a cultura que os indígenas produzem, a que os negros e moradores de favela criam, o funk, o rap… tudo isso vai ser destruído por um governo que não quer ver nada disso, que não quer que seja disseminado, que não respeita isso.”

“Vocês acham que Bolsonaro já leu um livro? Honestamente: que já foi a um teatro? Não! Isso não tem importância para essas pessoas, e elas não querem que essas narrativas sejam ditas. O [meu] filme vai ser um dos primeiros produtos culturais do Brasil que vai ser abertamente contra esse grupo que tomou o poder – aliás, democraticamente. Mas meu filme não é uma resposta a Bolsonaro: honestamente é bem maior que Bolsonaro.”

Marighella x Che

“Marighella é bem diferente de outros revolucionários. Na Argentina você tinha os Montoneros. No Uruguai, os Tupamaros. O movimento não foi só no Brasil e na América do Sul. Houve na Argélia, no Vietnã. Eles [os revolucionários] acreditam que podem vencer. Olha o Vietnã, olha Cuba: eles conseguiram.

Marighella era diferente. Era de Salvador, um negro mulato. Se você compara Che Guevara com Marighella, eram muito diferentes: Marighella era um poeta, amava música, era engraçado, gostava de Carnaval. É por isso que você precisa de um cara como Seu Jorge para o papel: alguém que tenha uma luz dentro de si. Ele não tinha uma personalidade sombria; Marighella era um sujeito reluzente.”

Ameaças

“Eu me sinto ameaçado, mas não sinto que alguém vá tentar me matar. Mas tenho receio por [pessoas como o deputado federal pelo PSOL-RJ, Marcelo] Freixo. Veja a Marielle [Franco]: negra, lésbica, esquerdista, 50 anos depois de Marighella, outro negro esquerdista. Foi assassinada em um carro, provavelmente por agentes do Estado. 50 anos depois!”

Eu respeito pessoas que, em momentos difíceis, se expõem, dizem aquilo que precisam dizer. É muito mais fácil estar em um lugar confortável, protegido, longe da controvérsia, mas é por isso que respeito tanto Marighella: porque mesmo entre as pessoas da esquerda, que lutaram contra a Ditadura, como [Leonel] Brizola e Miguel Arraes, que são pessoas que eu também respeito, eles lutaram estando fora, no exílio.

O Marighella ficou. Mesmo sabendo dos riscos. Eu respeito e admiro muito essa postura. Não estou me comparando a ele, mas eu tento, na minha vida, ser como ele mesmo diz no filme: amoroso, leal e honesto. Eu realmente tento ser honesto comigo mesmo, com aquilo que eu penso e em que acredito. E eu não poderia ser feliz se não fosse assim.”

UOL

 

Opinião dos leitores

  1. Esse cara e o Jean se completam. São dois estercos de vaca. Não tem nada de ideia boa, a ideia deles é fazer bagunça e deixar a putaria rolar. Lixos

  2. Esse Wagner Moura, comunista sem futuro, ficou revoltado pq perdeu a boquinha. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Bolsonaro 2022

  3. Sem credibilidade para falar esse WM.

    Bastou a teta secar q ele, e muitos outros pseudoartistas, se voltaram contra o atual governo.

    Vão trabalhar cambada de fdp

  4. Esse tá é muito puto com a direita
    Pois acabou com o dinheiro para ele Não tem mais dinheiro da lei Roanet

    1. Waldemir, faz uma pesquisa de quem mais se beneficiou com a rouanet (não paga nada)…Você vai se surpreender.

  5. Uma polarização da "Esquerda e Direita", ambas extremamente radicais e extremistas, a destruição do Brasil… Pulem fora em quanto podem, são doentes,fantoches e alienados partidários, querem impor o pensamento coletivo para controlar a mente dos eleitores…tudo lixo!

  6. Impressionante como as pessoas acreditam nessas coisas como essa tal de mamadeira e outras bobagens. Quanto mais burro mais cheia de razão é a criatura. Há pouco no supermercado um minion me ensinou que os correios não eram empresa pública federal e sim particular cujo dono era o o ex-presidente FHC. Eu ia dizer que não?

    1. Sem paciência também para esses minions. Nunca vi tanta alienação e ignorância, ainda se acham cheios de razões. Aff!

    2. Nao há como argumentar com essas pessoas, pois já partem para a agressividade e para o lado pessoal!!! resolvi desprezar…!!

    3. A esquerda paz e amor não passa de uma grande mentira !!! Quem adora cuspir, defecar em via pública, esfaquear e agredir quem pensa diferente ?

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Política

Descriminalização da maconha não pode ser feita por decisão judicial, diz Pacheco; STF analisa julgamento sobre o tema

Foto: Roque de Sá/Agência Senado

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta terça-feira (23) que a descriminalização de determinadas drogas, como a maconha, não pode ser estabelecida por meio de decisão judicial. O debate, segundo ele, deve ser feito no “âmbito da política”.

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Geral

Invasores do Siafi tentaram movimentar ao menos R$ 9 milhões só no Ministério da Gestão

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Os criminosos que invadiram o sistema de administração financeira do governo federal, o Siafi, usado na execução de pagamentos, tentaram movimentar ao menos R$ 9 milhões do Ministério da Gestão e Inovação.

Segundo as apurações preliminares, eles conseguiram desviar no mínimo R$ 3,5 milhões do órgão, dos quais R$ 2 milhões já foram recuperados.

A invasão ao Siafi foi relevada pela Folha. O Tesouro Nacional, órgão gestor do Siafi, implementou medidas adicionais de segurança para autenticar os usuários habilitados a operar o sistema e autorizar pagamentos.

Em nota, o órgão confirmou a “utilização indevida de credenciais obtidas de modo irregular” e disse que “as tentativas de realizar operações na plataforma foram identificadas”. O Tesouro afirmou ainda que as ações “não causaram prejuízos à integridade do sistema”.

Os investigadores conseguiram reaver os valores transferido para duas instituições, mas o maior volume, repassado para uma terceira instituição, não pôde ser recuperado porque o dinheiro já havia sido direcionado para outras contas.

Os valores em questão dizem respeito apenas ao que foi mapeado no âmbito do MGI. De acordo com investigadores da PF, os invasores conseguiram movimentar valores maiores que os R$ 3,5 milhões.

Ainda não há confirmação pública dos montantes envolvidos, nem quais órgãos foram alvo da ação criminosa. A Polícia Federal investiga o caso com apoio da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

Para conseguir fazer as transferências, os criminosos roubaram ao menos sete senhas de servidores que têm perfil de ordenadores de despesa —ou seja, têm permissão para emitir ordens bancárias em nome da União.

Houve tentativas de pagamento em pelo menos três órgãos: MGI, Câmara dos Deputados e TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Na Câmara, os criminosos não tiveram êxito porque uma série de barreiras de segurança impediu a conclusão das transações.

Segundo interlocutores que auxiliam nas investigações, gestores habilitados para fazer movimentações financeiras dentro do Siafi tiveram seus acessos por meio do gov.br utilizados por terceiros sem autorização.

As apurações indicam que os invasores conseguiram acessar o Siafi utilizando o CPF e a senha do gov.br de gestores e ordenadores de despesas para operar a plataforma de pagamentos.

A Polícia Federal disse, em nota, que soube dos ataques em 5 de abril, quando começaram as apurações. As diligências são conduzidas em segredo de Justiça.

O Tesouro realizou uma reunião com diferentes agentes financeiros do governo no dia 12 de abril para comunicar a existência de um ataque ao Siafi e ao gov.br.

Segundo relatos, o órgão gestor do sistema teria informado que no fim de março, nas proximidades da Páscoa, os criminosos conseguiram se apropriar de um perfil com acesso privilegiado dentro do sistema e usaram isso para acessar ordens bancárias e alterar os ordenadores da despesa e os beneficiários dos valores.

O Tesouro chegou a suspender a emissão de ordens bancárias por meio do Pix (OB Pix), instrumento preferencial utilizado pelos invasores para desviar os recursos.

A suspeita é que os invasores coletaram os dados sem autorização via sistema de pesca de senhas (com uso de links maliciosos, por exemplo). Uma das hipóteses é que essa coleta se estendeu por meses até os suspeitos reunirem um volume considerável de senhas para levar a cabo o ataque.

Outros artifícios também podem ter sido empregados pelos invasores. A plataforma tem um mecanismo que permite desabilitar e recriar o acesso a partir do CPF do usuário, o que pode ter viabilizado o uso indevido do sistema.

Na prática, os invasores conseguiram alterar a senha de outros servidores, ampliando a escala da ação.

Dadas as características, interlocutores do governo afirmam que se trata de uma ação muito bem articulada, pois apenas alguns servidores têm nível de acesso elevado o suficiente para emitir ordens bancárias em nome da União. Isso indica uma atuação direcionada por parte dos invasores.

Além disso, técnicos observam que o Siafi é um sistema complexo, pouco intuitivo, e operá-lo requer conhecimento especializado sobre a plataforma. Alguns chegaram a mencionar que há fragilidades de segurança no sistema.

O TCU (Tribunal de Contas da União) vai fazer uma fiscalização para verificar as providências adotadas pelo governo para solucionar o problema.

A corte de contas já vinha realizando uma auditoria no Tesouro Nacional com o objetivo de promover a melhoria na gestão de riscos de segurança da informação, por meio da avaliação dos controles administrativos e técnicos existentes na organização.

A auditoria, ainda em curso, está quase na metade dos trabalhos, mas a equipe apresentou no fim de março aos gestores do Tesouro Nacional um relatório parcial em que apontou evidências de vulnerabilidades.

Não há qualquer evidência de que essas vulnerabilidades identificadas e comunicadas ao Tesouro abriram caminho para a invasão ao Siafi ou de qualquer relação com o caso. O TCU ainda vai decidir se a fiscalização sobre o episódio se dará no âmbito deste mesmo processo, ou se ensejará a abertura de uma nova auditoria.

ENTENDA O CASO

O que é o Siafi?

O Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal) é um sistema operacional desenvolvido pelo Tesouro Nacional em conjunto com o Serpro. Ele foi implementado em janeiro de 1987 e, desde então, é o principal instrumento utilizado para registro, acompanhamento e controle da execução orçamentária, financeira, patrimonial e contábil do governo federal.

É por meio dele que o governo realiza o empenho de despesas (a primeira fase do gasto, quando é feita a reserva para pagamento), bem como os pagamentos das dotações orçamentárias via emissão de ordens bancárias.

Quem usa o Siafi?

Gestores de órgãos administração pública direta, das autarquias, fundações e empresas públicas federais e das sociedades de economia mista que estiverem contempladas no Orçamento Fiscal ou no Orçamento da Seguridade Social da União.

O que está sob investigação?

Invasores utilizaram credenciais válidas de servidores e acessaram o Siafi utilizando o CPF e a senha desses gestores e ordenadores de despesas para operar a plataforma de pagamentos. A PF investiga o caso com apoio da Abin. O governo ainda apura a extensão dos impactos.

Folhapress

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Geral

Paralisação da Polícia Civil: Família não consegue registrar BO e corpo de idoso fica 24 horas ‘preso’ no Hospital Walfredo Gurgel

Foto: Francielly Medeiros/Inter TV Cabugi

Uma família não conseguiu liberar o corpo de um idoso do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal, mesmo 24 horas após a morte dele. O motivo: não ter conseguido registrar um Boletim de Ocorrência (BO) devido à paralisação da Polícia Civil em todo o estado nesta terça-feira (23).

O boletim foi solicitado, segundo a família, porque Maxuel de Lima Cortez, de 63 anos, morreu após ser internado por conta de uma queda, que resultou na fratura do fêmur, o que torna o documento necessário para que seja autorizado exame e consequente laudo do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep).

A família contou que o idoso morreu por volta das 19h30 de segunda-feira (22). Desde então, eles foram a quatro delegacias, sendo duas em Natal e duas em São José de Mipibu, na Região Metropolitana, mas não conseguiram registrar o caso.

Os policiais civis paralisaram as atividades na manhã desta terça-feira (23), e nenhuma delegacia do estado abriu para atendimento ao público tanto pela manhã quanto pela tarde. Os registros on-line também foram afetados, já que não havia policiais civis para homologação dos boletins.

A sobrinha de Maxuel, a recepcionista Ivanyelle de Lima, explicou que a família recebeu a recomendação do hospital de que era necessário o boletim de ocorrência para a liberação do corpo para o Itep. Eles receberam da unidade de saúde uma solicitação do exame cadavérico.

A família procurou na noite desta terça-feira (23) a Central de Flagrantes de Natal, que foi reaberta no turno da noite após passar o dia fechada por conta da mobilização dos policiais. Até a atualização mais recente desta matéria, a família aguardava para conseguir realizar o BO, e o corpo não havia sido liberado.

Maxuel fraturou o femur na quarta-feira passada, quando foi para a UPA de São José de Mipibu, cidade onde morava, e em seguida foi transferido para o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel.

“A gente está passando por um momento de luto e ainda ter que, desde ontem [terça], correr atrás, pra ter uma resolução. É uma impotência. A gente vai para um lado e para o outro e não consegue resolver”, lamentou Ivanyelle.

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Judiciário

Mauro Cid pede liberdade provisória a Moraes após um mês preso e alega que não quebrou acordo de delação

Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid pediu a revogação da prisão preventiva ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O oficial foi preso preventivamente por determinação do próprio magistrado há um mês, após aparecer em áudios criticando a forma como a sua delação premiada foi conduzida pela Polícia Federal.

Na ocasião, Moraes entendeu que Cid não preservou o sigilo da sua colaboração ao falar sobre o acordo com um interlocutor ainda não identificado e que os áudios causaram embaraço às investigações, o que caracterizaria crime de obstrução de Justiça.

A defesa informou que argumenta no pedido que não houve obstrução de Justiça nem quebra do acordo de colaboração. Os advogados afirmam ainda que a manutenção da prisão é desnecessária.

Em março, Cid foi intimado a ir ao STF prestar esclarecimentos sobre os áudios divulgados pela Revista Veja a um juiz do gabinete de Moraes. Ele acabou saindo de lá preso por descumprimento de medidas cautelares e obstrução.

Na audiência, Cid confirmou todo o teor da sua colaboração premiada, disse que não houve coação da parte da PF e que fez aquelas declarações como um “desabafo” e “uma forma de expressar”.

“Nunca houve induzimento às respostas. Nenhum membro da Polícia Federal o coagiu a fala algo que não teria acontecido”, disse Cid, segundo a transcrição da ata do depoimento.

O Globo

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Política

Governo libera R$ 2,7 bilhões em emendas para o Congresso às vésperas de votação sobre vetos de Lula

Foto: Sergio Lima/Poder 360

O governo acelerou a liberação de emendas ao Congresso nesta semana, às vésperas da sessão que analisará vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Apesar disso, o ritmo dos repasses ainda gera críticas, especialmente na Câmara dos Deputados, onde o desgaste com o Palácio do Planalto tem sido maior. Por isso, mesmo líderes aliados a Lula reconhecem que há risco de o governo sofrer derrotas nas votações de vetos.

Uma delas poderá impor ao presidente um cronograma para liberação de emendas, o que reduz a margem para a articulação política do governo usar esses recursos como moeda de troca com parlamentares.

Nesta segunda-feira (22), foram liberados mais cerca de R$ 2,7 bilhões em emendas. Com isso, já foram autorizados R$ 5,5 bilhões a deputados e senadores neste ano.

“Há um objetivo claro do governo em acelerar a execução para a gente manter esse ritmo de retomada da economia e ritmo da execução dos programas”, disse nesta segunda-feira o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pela articulação política e gestão das emendas.

Pelos números apresentados por ele, mais R$ 1 bilhão devem ser repassados nesta semana.

Recentemente, Padilha protagonizou um mal-estar público com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que o chamou de “incompetente”.

Sessão nesta quarta

A liberação também acontece às vésperas de uma sessão do Congresso, em que deputados e senadores devem analisar os vetos presidenciais à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e ao Orçamento de 2024.

A sessão está marcada para quarta-feira (24), mas aliados do governo tentam adiar a votação, que é prorrogada há semanas. O risco de derrota de Lula e a falta de acordo sobre os vetos é o principal motivo para eventual adiamento.

O Congresso aprovou, no fim do ano passado, dispositivos na LDO para que o Palácio do Planalto fosse obrigado a pagar, até fim de junho, uma parte das emendas na área de saúde e assistência social.

Lula vetou esses trechos, que davam segurança aos parlamentares de que esses recursos seriam liberados ainda no primeiro semestre – demanda que ganha um peso extra em ano eleitoral, quando o empenho das emendas só pode acontecer até o dia 30 de junho.

g1

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Geral

Coordenador da bancada do RN, Robinson Faria, articula reunião com DNIT em busca de soluções para BR-304

O coordenador da bancada do Rio Grande do Norte, deputado federal Robinson Faria, se reuniu com parlamentares junto ao diretor-geral do DNIT, Fabrício Galvão, para tratar da situação da BR-304. O encontro ocorreu nesta terça-feira (23), na sede do órgão, em Brasília.

A rodovia está interditada no município de Lajes, devido à queda da ponte provocada pelas fortes chuvas. A reunião contou com a participação da senadora Zenaide Maia, os deputados federais Benes Leocádio, Sargento Gonçalves, Fernando Mineiro e a deputada estadual Divaneide Basílio.

Robinson Faria destacou o empenho na busca de medidas que possam amenizar o problema. “A interdição devido ao desabamento tem provocado diversos prejuízos e nossa atuação enquanto coordenador da bancada é de articular junto aos parlamentares para que possamos nos unir em busca de uma solução”, disse.

O diretor-geral do DNIT, Fabrício Galvão, acredita que em duas semanas a obra do desvio pode estar concluída, mas que isso vai depender das chuvas na região. “O DNIT está empenhado em resolver a situação da rodovia, depende agora das condições climáticas. Condições técnicas, orçamento, empresa, recurso, tudo já está encaminhado”, explicou.

Opinião dos leitores

  1. Cria-se dificuldades pra vender facilidades, magote de inúteis custam uma fabula pra desfilar de donos dos cargos, pagos com nosso suado dinheiro.

  2. Com Bolsonaro o batalhão de engenharia do Exército teria feito uma ponte nova em 15 dias. Com o molusco a ponte vai demorar 2 anos e vai custar 2,5 bilhões de reais.

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Brasil

Lula diz que não há crise na Petrobras e que desentendimentos “fazem parte do ser humano”

Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou nesta terça-feira (23) que não há crise na Petrobras e que os desentendimentos relacionados à estatal “fazem parte do ser humano”.

Nas últimas semanas, a petroleira ficou no centro de uma disputa no governo, que envolvia a distribuição de dividendos extraordinários e colocou em lados opostos o presidente da empresa, Jean Paul Prates, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

“Não tem crise na Petrobras, a crise da Petrobras é o fato de ela ser uma empresa muito grande”, declarou Lula, durante café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto.

Ele disse que a capacidade de investimento da companhia é maior que a do próprio País. “É crise de crescimento, de descobrir novos poços de petróleo, de se transformar em uma empresa não só de petróleo e gás, mas de energia”, emendou.

Lula acrescentou que a Petrobras “está tranquila” e que não vê “problema” na empresa. “O fato de se ter um desentendimento, uma divergência faz parte do ser humano”, afirmou. “Nem sempre a boca fala somente as coisas que são boas.”

Na semana passada, o Conselho da Petrobras decidiu distribuir 50% dos dividendos extraordinários da empresa, como vinha sendo defendido por Prates. Silveira, por sua vez, não queria a destinação dos recursos aos acionistas e recebeu o apoio do ministro da Casa Civil, Rui Costa.

O titular da Fazenda, Fernando Haddad, contudo, ficou do lado de Prates porque a União é a maior acionista da petroleira e receberá recursos.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

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Geral

VÍDEO: Minuto da Câmara Municipal de Natal – Comissão de Defesa do Consumidor

Minuto da Câmara de Natal no ar trazendo os assuntos mais importantes debatidos na última semana, na Casa.

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Brasil

CASO SIAFI: Governo Lula estima desvios de R$ 3,5 milhões e 200 tentativas de pagamentos ilegais

Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino

O governo federal estima que a invasão ao Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) pode ter causado um prejuízo de cerca de R$ 3,5 milhões a partir de operações irregulares de pagamentos.

Opinião dos leitores

  1. Fiquem de olho na extrema direita e no elon musk..nada é por acaso, inclusive essa tara dele pelos assuntos do Brasil nos últimos dias

    1. Massa Xibiu de boi, a extrema direita do brasil e Elon Musk estão se reunindo numa sala embaixo da parede do gargalheiras, estavam só esperando o acude sangrar.

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Saúde

Projeto itinerante Juntos no Combate à Dengue em Natal será lançado nessa sexta (26)

Foto: SEAB/Semurb

Com o objetivo de unir esforços e conscientizar a comunidade sobre a importância da prevenção e combate à dengue, o projeto itinerante “Juntos no Combate à Dengue em Natal” será lançado na próxima sexta-feira (26). Sua primeira ação será realizada no CMEI Dr. Vulpiano Cavalcanti de Araújo, em Igapó, zona Norte, a partir das 8h30.

Desenvolvido pelo Setor de Educação Ambiental e Biblioteconomia (SEAB) da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), o projeto busca ajudar no enfrentamento de um dos principais desafios de saúde pública na cidade, com a crescente expansão dos casos de arboviroses com ênfase na Dengue, Chikungunya e Zika Vírus.

Serão apresentadas diversas ações educativas, incluindo a amostra do ciclo do mosquito, a confecção de armadilhas para o combate ao Aedes aegypti, além de slides, jogos e dinâmicas relacionadas ao tema. Também haverá uma intensificação no monitoramento de possíveis criadouros do mosquito, visando eliminar os focos de proliferação.

O objetivo é a disseminação das informações de combate as doenças causadas pelo mosquito com um trabalho de sensibilização, colocando assim em prática ações coletivas. O trabalho foi iniciado com o mapeamento das escolas municipais nos bairros mais afetados há alguns dias.

“Nós iniciamos o projeto com as visitas nas Escolas Municipais focando primeiramente nos bairros com maior incidência de casos registrados segundo fontes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS)”, conta a especialista em Educação Ambiental da Semurb, Janaina Rocha.

Ela explica que em seguida é feito o contato com a instituição de ensino para agendamento do treinamento a formação da equipe pedagógica com com oficina para confecção de mosquitérica (armadilha para detectar possível foco do mosquito), e por fim palestra com os estudantes e comunidade.

Arboviroses

Dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) revelam que Natal registrou cerca de 700 casos de arboviroses somente entre os meses de janeiro e fevereiro, dos quais 90% são ocorrências de dengue. Entre os bairros com maior concentração de arboviroses estão os bairros: Pajuçara, Lagoa Azul, Redinha, Nossa Senhora da Apresentação, Igapó, Felipe Camarão, Nazaré;
Cidade da Esperança, Rocas, Tirol e Planalto.

A dengue representa um sério problema em Natal, com surtos recorrentes e impactos significativos na qualidade de vida da população. “Nos últimos anos, o aumento no número de casos tem sido preocupante, colocando em risco a segurança e o bem-estar dos cidadãos. Nesse contexto, o projeto se torna uma iniciativa urgente e necessária, exigindo a participação ativa de todos os setores da sociedade para o sucesso do projeto. É importante que todos se envolvam, disseminando informações e ficando atentos aos focos do mosquito em suas próprias residências”, finaliza Janaina.

Fonte: Prefeitura do Natal

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