Judiciário

Acuada após três derrotas, Lava Jato monta estratégia para manter investigações

Acuados após três fortes reveses na semana em que a Operação Lava Jato fez cinco anos, procuradores que atuam na investigação em Curitiba articulam estratégia para manter na Justiça Federal parte dos processos que apuram sobre corrupção e lavagem de dinheiro.

Na última quinta (14), o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que casos de corrupção associados a caixa dois de campanha devem ser remetidos à Justiça Eleitoral, e não à comum —o que, para a Procuradoria-Geral da República, pode impactar a apuração de crimes de corrupção.

Na mesma semana, a força-tarefa viu ser suspenso o acordo com a Petrobras para criar um fundo bilionário anticorrupção e entrou na mira de inquérito aberto pelo STF para apurar injúria e difamação contra ministros da corte.

Reunidos neste sábado (16) na sede da Procuradoria em Curitiba para um ato de desagravo, membros da Lava Jato diziam ter passado pela semana de maior pressão desde que iniciada a operação, em 2014.

decisão do STF sobre Justiça Eleitoral é considerada a mais crítica à investigação. A Procuradoria argumenta que os tribunais eleitorais não estão estruturados para julgar crimes complexos. Por isso, agora, força-tarefa centra esforços em reunir os melhores argumentos técnicos possíveis para que os processos da Lava Jato permaneçam na Justiça Federal e que novas investigações não sofram questionamentos de nulidade no futuro.

Uma das principais apostas é discutir, no caso a caso, quais são as provas de caixa dois e defender que sejam encaminhados à Justiça Eleitoral apenas casos em que o crime esteja efetivamente comprovado. Se um réu afirmar, por exemplo, que arrecadou propina para investir ilicitamente em uma campanha, a Lava Jato deve pedir a inversão do ônus da prova —ou seja, se o réu diz que havia caixa dois, então que demonstre.

“A alegação do réu não basta. Você precisa de documentos materiais que comprovem aquilo, sob pena de que a competência seja determinada pela livre vontade do réu”, disse à reportagem o procurador Deltan Dallagnol.

Numa segunda etapa, mesmo que os inquéritos e ações sejam enviados à Justiça Eleitoral, os procuradores ainda esperam que, eventualmente, o juiz ou promotor responsável decida arquivar a suspeita de caixa dois, reenviando o caso à Justiça Federal.

Isso pode acontecer porque o crime eleitoral prescreveu, por exemplo, porque não havia provas suficientes de caixa dois ou pelo entendimento de que ele está abarcado pelo crime de corrupção.

É a mesma brecha vista por alguns ministros do STF vencidos no julgamento de quinta. Reservadamente, afirmam que a decisão da corte apenas indica onde a investigação deve correr, mas não impõe.

Nessa avaliação, membros do Ministério Público e o juiz na primeira instância têm independência para avaliar qual é o foro competente para cada inquérito ou ação penal —o que pode levar os casos a voltarem à Justiça comum.

Foi o que ocorreu com parte de uma apuração sobre desvios em concessões rodoviárias no Paraná usados em campanha do ex-governador Beto Richa (PSDB). No ano passado, a Justiça Eleitoral recebeu o caso, por determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça), mas arquivou o inquérito de crime eleitoral, atendendo a pedido do Ministério Público.

A juíza, na época, entendeu que não havia indícios suficientes da prática de caixa dois, mas de corrupção e lavagem de dinheiro. Assim, o caso foi reenviado à Justiça Federal.

Na sessão da semana passada no Supremo, ministros como Luís Roberto Barroso e Luiz Fux mencionaram em seus votos que um juiz eleitoral pode, após analisar um processo que lhe seja submetido, decidir que ele não é de sua atribuição. Então, na linguagem jurídica, esse juiz pode declinar da competência de um caso da Lava Jato em favor da Justiça Federal.

Sob esse entendimento, inquéritos ainda em apuração, por exemplo, podem ser enviados de antemão à corte eleitoral e retornar à Justiça comum, evitando assim questionamentos futuros.

O cenário é diferente para casos em que o próprio Ministério Público admite o caixa dois na denúncia. É o que ocorre em processos que envolvem, por exemplo, os marqueteiros João Santana e Mônica Moura—condenados por terem recebido US$ 4,5 milhões por serviços de campanha em contas não contabilizadas no exterior. Nesses casos, para os procuradores, não há escapatória a não ser enviar os casos à Justiça Eleitoral —e eventualmente torcer pelo arquivamento.

Ainda há uma terceira alternativa: argumentar que o julgamento do STF não tem repercussão geral e só diz respeito a casos específicos. Essa, porém, é considerada uma “estratégia kamikaze”, sujeita a inúmeros recursos e com elevada chance de derrota nas cortes superiores.

Por outro lado, denúncias que envolvem pagamentos a fornecedores e doações oficiais de campanha feitos com dinheiro de corrupção não seriam crime eleitoral, segundo os procuradores, pois foram contabilizados oficialmente, e não feitos em caixa dois.

“Mas tudo vai ser discutido. Vai ter habeas corpus, recursos, três instâncias. Esse é o problema”, diz Dallagnol. “Existem teses? Existem modos de defender? Sim. Mas isso está sujeito a uma discussão infinita.” Para o procurador, a decisão do STF traz à Lava Jato a “barreira das discussões formais de nulidade”, que acabaram com investigações anteriores contra a corrupção no Brasil, como a Castelo de Areia e a Satiagraha.

“Voltamos à era pré-Lava Jato. Isso vai drenar energia que poderíamos estar dedicando às investigações e ainda gerar risco de prescrição.”

As defesas já começaram a encaminhar pedidos de incompetência à vara onde corre a maioria dos processos da operação. Por ora, ainda não se sabe para onde podem seguir os casos da Lava Jato —para a Justiça Eleitoral do Paraná, por exemplo, ou para os estados em que os políticos foram eleitos. Isso também terá que ser discutido caso a caso.

FOLHAPRESS

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Pesquisa

87,6% dos moradores de favelas no Rio de Janeiro aprovam megaoperação, diz pesquisa AtlasIntel

Imagem: reprodução

Uma pesquisa da AtlasIntel, divulgada nesta sexta-feira (31), revelou um apoio maciço dos moradores de favelas do Rio de Janeiro à megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, realizada na última terça (28).

De acordo com o levantamento, 87,6% dos moradores dessas comunidades aprovam a operação, enquanto 12,1% desaprovam e 0,3% não souberam ou preferiram não responder.

Entre os que residem no Rio mas não moram em comunidades, o apoio é menor: 55% aprovam, 40,5% desaprovam e 4,5% não opinaram. A diferença evidencia percepções opostas sobre a ação entre moradores de favelas e o restante da população.

Brasil

O levantamento também mostra que o padrão se repete em nível nacional. Em todo o país, 80,9% dos moradores de comunidades disseram apoiar operações do tipo, contra 19,1% que desaprovam. Já entre os brasileiros que não vivem em favelas, a aprovação é de 51,8%, e a desaprovação 45,4%.

Resumo dos números:

  • 87,6% de aprovação nas favelas do Rio

  • 55% de aprovação no restante da cidade

  • 80,9% de aprovação entre moradores de favelas no Brasil

  • 51,8% de aprovação entre quem não vive em comunidades

Os dados mostram um apoio expressivo dentro das favelas, contrastando com uma visão mais dividida fora delas, tanto no Rio quanto no restante do país.

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Geral

SBT vai transmitir a Copa do Mundo FIFA de 2026 com narração de Galvão Bueno

Foto: reprodução

O SBT e a N Sports confirmaram parceria para transmitir a Copa do Mundo da FIFA 2026™, que será realizada nos Estados Unidos, México e Canadá. As emissoras exibirão 32 jogos, incluindo todas as partidas da Seleção Brasileira, em um modelo de simulcast, com a mesma equipe na TV aberta e na TV por assinatura.

O narrador Galvão Bueno estará de volta para comandar os jogos do Brasil, marcando sua 14ª Copa consecutiva. Ele comemorou o retorno:

“É uma emoção que se renova a cada Copa. Estar novamente com a Seleção e agora ao lado da N Sports e do SBT é um privilégio e uma responsabilidade imensa.”

O projeto também contará com Tiago Leifert, que dividirá a cobertura do maior evento esportivo do planeta.

Essa será a quinta Copa transmitida pelo SBT — as anteriores foram em 1986, 1990, 1994 e 1998. O retorno acontece 28 anos depois da última exibição.

A presidente do SBT, Daniela Abravanel Beyruti, destacou o simbolismo do momento:

“Ter a Copa no SBT em 2026, narrada por Galvão Bueno e Tiago Leifert, é histórico. Vamos oferecer uma cobertura leve, emocionante e com o DNA da nossa emissora.”

Com informações de SBT

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Geral

Dívida bruta do Brasil sobe para 78% do PIB e soma R$ 9,7 trilhões

Foto: Freepik

A DBGG (Dívida Bruta do Governo Geral) voltou a crescer e chegou a 78,1% do PIB (tudo o que o país produz em um ano) em setembro, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (31).

Quando o presidente Lula (PT) assumiu, em janeiro de 2023, essa relação era de 71,7%. Ou seja, a dívida aumentou 6,4 pontos percentuais desde o início do governo.

De acordo com o Banco Central, o aumento recente foi puxado principalmente pelos juros altos da dívida e pela emissão de novos títulos para financiar o governo. Por outro lado, o crescimento do PIB e a valorização do real ajudaram a conter parte desse avanço.

No total, a dívida bruta do governo — que inclui União, INSS, estados e municípios — soma R$ 9,7 trilhões.

O relatório também mostra que o setor público (governo federal, estados, municípios e estatais) teve um déficit de R$ 17,5 bilhões em setembro, ou seja, gastou mais do que arrecadou.

Nos últimos 12 meses, o déficit acumulado chegou a R$ 33,2 bilhões. Considerando os juros da dívida, o rombo total passa de R$ 1 trilhão no período.

Com informações de Poder 360

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Geral

Estados Unidos consideram atacar alvos militares na Venezuela

Caça de guerra AV-8B Harrier II, da Marinha dos Estados Unidos, realiza bombardeios no mar do Caribe durante exercício militar  — Foto: Emily Hazelbaker/Marinha dos Estados Unidos

Os Estados Unidos identificaram alvos dentro da Venezuela que podem ser atacados, incluindo instalações militares que seriam usadas para contrabando de drogas, segundo apuração do WSJ (Wall Street Journal).

O jornal ressalta que Donald Trump ainda não tomou uma “decisão final” sobre realizar ataques na Venezuela. Porém, caso ele decida fazer uma ofensiva aérea, atingir esses alvos enviaria uma “mensagem clara a Nicolás Maduro de que é hora de renunciar”.

Citando fontes não identificadas, o WSJ pontua que possíveis ataques se concentrariam em alvos que representam o que seria a ligação entre os cartéis de drogas e o regime Maduro.

“Os alvos que estão sendo considerados incluem portos e aeroportos controlados pelos militares que supostamente são usados ​​para o tráfico de drogas, incluindo instalações navais e pistas de pouso, de acordo com uma das autoridades”, relata o jornal.

O governo Trump tem aumentado a pressão contra o regime Maduro, tendo, inclusive, autorizado operações da CIA, a agência de inteligência dos EUA, dentro do território venezuelano.

Os Estados Unidos enviaram navios de guerra para o Caribe, no que a Casa Branca insiste ser uma missão para combater cartéis de drogas.

Porém, a Venezuela afirma que os EUA estão buscando uma mudança de regime, alegando que inventaram uma “guerra eterna”.

A chancelaria venezuelana também chegou a denunciar uma “provocação militar” de Trinidad e Tobago em coordenação com a CIA para causar uma guerra no Caribe.

CNN Brasil

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Geral

MEGAOPERAÇÃO NO RJ: Dos 99 mortos identificados, 78 tinham ficha por crime grave e 42, mandados de prisão, diz polícia

Foto: Pablo PORCIUNCULA / AFP

Entre os 117 mortos considerados suspeitos pela polícia do Rio na megaoperação de terça-feira nos complexos da Penha e do Alemão, 99 já foram identificados, informou nesta sexta-feira, o secretário de Polícia Civil do Rio, Felipe Curi. Entre eles, há 40 de outros estados. São 13 do Pará, sete do Amazonas, seis da Bahia, quatro de Goiás, quatro do Ceará, três do Espírito Santo, um do Mato Grosso e um da Paraíba. Curi disse ainda que, entre os mortos, 42 tinham mandados de prisão em aberto, e 78 tinham ficha criminal por crimes graves como homicídio, tráfico de drogas, organização criminosa e roubos, entre outros.

— E alguns exemplos muito sensíveis que eu vou trazer para vocês aqui. Do Espírito Santo, Russo, chefe do tráfico em Vitória. Do Amazonas, Chico Rato e Gringo, chefes do tráfico em Manaus. Da Bahia, Mazola, chefe do tráfico de Feira de Santana. De Goiás, Fernando Henrique dos Santos, chefe do tráfico naquele estado — disse Felipe Curi.

Foram 113 presos: 33 de outros estados, 10 adolescentes. Do total, 54 tinham anotações criminais. Todos os presos, segundo o secretário, tiveram prisão preventiva decretada na audiência de custódia. O secretário ressaltou o fato de que quase um terço é de fora do Rio:

— Temos que fazer uma reflexão. Na verdade, é uma constatação do que a Polícia Civil há cinco anos, com o advento das restrições e limitações das operações policiais, implicaria no fortalecimento do crime organizado e no aumento das disputas territoriais, aumentos das barricadas. Além disso, as favelas se tornariam bases operacionais do crime organizado e um local convidativo para que lideranças de outros estados viessem para cá — afirmou o secretário.

Curi destacou que o Complexo do Alemão ampliou sua importância para o Comando Vermelho:

— Os complexos da Penha e do Alemão, até aquela ocupação de 2010, eram o QG (quartel-general) do Comando Vermelho apenas aqui no estado do Rio de Janeiro. Essa constatação de hoje mostra que esses locais passaram a ser o QG do Comando Vermelho em nível nacional. São desses complexos que partem todas as ordens, decisões e diretrizes da facção para todos os outros estados onde o Comando Vermelho tem atuação, praticamente em todos os estados do Brasil.

Curi afirmou ainda que os dois conjuntos de favelas se tornaram bases de treinamento de manuseio de armamento, com papel central na cooptação de criminosos de fora do estado. Segundo o secretário, esses forasteiros são “formados” no Rio e, posteriormente, retornam para seus estados de origem para implementação da cultura do CV nesses locais.

Sobre o perfil de Edgar Alves de Andrade, o Doca, de 55 anos, e o uso de drones, Felipe Curi disse que trata-se da personificação do narcoterrorista:

— É um criminoso que deu a ordem para matar os meninos de Belford roxo por causa de furto de uma gaiola de passarinho, ordenava execução de desafetos e moradores, impõe a lei do silêncio… Temos relatos que moradores não aguentam mais o Doca. O feedback que tivemos dessa operação por parte de moradores da comunidade foi maravilhoso, pediram mais. Prender o Doca é questão de tempo. Por um triz não prendemos o Doca. Mas a hora dele vai chegar.

Quanto ao possível vazamento da operação, Curi voltou a negar:

— É importante desmistificar algumas narrativas. O que houve foi uma movimentação de policiais. Esta movimentação chama atenção dos marginais — disse.

O secretário falou ainda sobre o cenário de guerra encontrado pelos policiais:

— Esse cenário que nós vivenciamos aqui é um cenário de guerra irregular, de guerra assimétrica. Então, eu aproveito o momento aqui, tendo em vista os dados que nós estamos apresentando aqui para todos os senhores, para fazer essa reflexão. E acho que é importante que haja uma mobilização nacional no sentido de combate a essas organizações, que não são mais organizações criminosas, são sim narcoterroristas.

O Globo

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Marketing

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Foto: Divulgação

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Cidades

Número de presos do Comando Vermelho no RN cresce 222%

Foto: Reprodução

Dados da Secretaria de Administração Penitenciária mostram que o número de integrantes da facção criminosa Comando Vermelho nos presídios potiguares cresceu 220% somente neste ano. No mês de outubro, há 251 presos que se declaram membros do CV nas cadeias do RN. Em janeiro, eram 71 faccionados. Segundo a Seap, a facção vem aumentando sua presença no estado desde 2023 e voltou a disputar territórios com o grupo rival, o Sindicato do Crime. O Comando Vermelho voltou a ser motivo de debate no Brasil após operação realizada no Rio de Janeiro. A facção também tem atuado no Nodeste.

Em ofício enviado ao Tribunal de Justiça, ao qual a TRIBUNA DO NORTE teve acesso, o secretário estadual da Administração Penitenciária, Helton Edi Xavier, afirma que as ações do CV no RN cresceram junto com a disputa de poder com os grupos criminosos locais. Essa rivalidade ocorre “tanto no ambiente intramuros quanto fora das unidades prisionais, refletindo-se no aumento do número de homicídios vinculados à referida disputa de facções”.

O Comando Vermelho tem 251 custodiados no RN. Há 14.179 pessoas privadas de liberdade no estado, distribuídas entre todos os regimes prisionais. A presença de membros de facções rivais nos presídios acende um alerta para o risco de conflitos, que podem ser fatais.

Conforme a Seap/RN, apesar da superlotação e do aumento da presença do CV nas unidades prisionais, “a situação encontra-se sob controle, inexistindo qualquer indício que aponte para a possibilidade de repetição do cenário de rebelião ocorrido em 2017”.

No RN, disputas entre organizações criminosas impulsionaram o aumento do número de homicídios em 2025. Dados da Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais (Coine), consolidados pela Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), apontam que o mês de setembro teve 68 vítimas de crimes violentos letais intencionais (CVLIs), mais que o dobro das 31 registradas no mesmo período de 2024.

O secretário estadual de Segurança Pública, coronel Araújo, afirmou, em entrevista à TRIBUNA nesta semana, que o aumento dos crimes tem relação direta com o avanço e o confronto entre facções que disputam o controle de territórios. Segundo ele, as forças de segurança têm intensificado as ações de enfrentamento, o que também gera confrontos com criminosos.

Em nota, a Seap/RN afirma que “o crescimento da população carcerária está diretamente relacionado à forte atuação das forças de segurança pública e ao intensivo combate ao crime organizado no estado”. Em 2025, a Polícia Civil já deflagrou 260 operações voltadas ao enfrentamento de crimes de organização e associação criminosa. Do total de ações, 122 tiveram como alvo exclusivo facções criminosas.

Paulo Pinheiro, presidente da Comissão de Segurança Pública e Política Carcerária da OAB/RN, frisa que o crescimento do CV é uma realidade não apenas local, mas nacional. “Existe uma tendência de ramificação dessas facções. A partir do momento em que essas facções procuram se instalar em determinado território, começa a haver conflitos.”

Tribuna do Norte

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Política

Castro parabeniza governador petista por operação com 7 mortos no CE

Foto: Reprodução

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), parabenizou, nesta sexta-feira (31/10), policiais do Ceará e o governador Elmano de Freitas (PT) pela “coragem e determinação no enfrentamento ao crime organizado”.

A publicação no X ocorreu após ação da Polícia Militar do Estado do Ceará (PMCE), na madrugada desta sexta-feira (31/10), terminar com sete suspeitos mortos em Canindé.

“O episódio de hoje mostra, mais uma vez, que essa é uma guerra que não tem fronteiras e exige união entre os estados. No Rio de Janeiro, temos agido com a mesma firmeza, colocando o Estado nas ruas, retomando territórios e enfrentando o narcoterrorismo de frente”, afirmou Castro.

O governador finaliza alegando que, somente com “coragem, cooperação e responsabilidade, vamos garantir segurança e paz para a nossa população”.

Segundo informações da PM, a corporação foi acionada após a denúncia dos moradores de que homens estavam andando armados na região. Ao chegarem no local, os policiais teriam sido recebidos a tiros, o que deu início ao confronto. Nenhum PM ficou ferido durante a ação.

Foram apreendidos: um fuzil; quatro pistolas; três revólveres; duas granadas; e um carro usado pelos suspeitos.

O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), fez uma publicação em suas redes sociais parabenizando ação da PM. “Nenhum policial morto. Nenhum inocente alvejado. A população protegida. Parabéns à nossa Polícia Militar do Ceará!”, disse.

Metrópoles

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Geral

César Soanata inicia nova fase da carreira com grandes parcerias

Foto: Divulgação

O cantor César Soanata (@cesarsoanata) dá início a uma nova fase em sua trajetória musical. Dono de uma voz marcante e de um carisma que conquistou gerações ao longo de mais de três décadas de estrada, o artista agora assume o protagonismo de sua carreira.

Em seu novo projeto musical, César Soanata celebra sua trajetória e se reinventa artisticamente, reunindo grandes nomes da música, como Zezo e Tetê Pessoa.

A história musical de César começou em 1998, quando, ao lado de amigos apaixonados pelo pagode, fundou a banda Soanata. O grupo rapidamente se tornou uma das principais referências do gênero no Rio Grande do Norte, conquistando o público com sucessos que marcaram época, entre eles, a inesquecível “Minha Princesa”.

Com um repertório que atravessa gerações, César Soanata mostra que amadurecer é continuar se reinventando, sem jamais perder a essência que o fez conquistar o público de todas as idades.

Opinião dos leitores

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Cidades

Fiscalização intensifica controle sobre pontos de recarga de carros elétricos na Grande Natal

Foto: Reprodução

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Norte (Crea-RN) começou, nesta segunda-feira (3), uma grande operação de fiscalização em Natal e na Região Metropolitana. A ação segue até o dia 7 de novembro e reúne fiscais de várias cidades do estado.

Pela primeira vez, o Crea-RN também vai inspecionar pontos de carregamento para carros elétricos. O objetivo é garantir que esses equipamentos estejam instalados por profissionais habilitados e sigam as normas de segurança, já que esse tipo de estrutura vem crescendo e exige atenção técnica.

Além dos carregadores, as equipes vão visitar obras, shoppings, hospitais, clínicas, supermercados e postos de combustíveis. A fiscalização busca combater o exercício ilegal das profissões ligadas à engenharia e garantir que serviços que impactam a segurança da população sejam feitos por profissionais qualificados.

As ações acontecem em Natal, Parnamirim, Macaíba, São Gonçalo do Amarante e Extremoz.

Opinião dos leitores

  1. Será que o governo federal junto com o ministro Taxadd querem taxar ? Haja ganância e cleptomania com o dinheiro dos pobres contribuintes.

  2. E nas garagens fechadas de sub solo dos prédios residenciais?? O perigo taí. Áreas em espaço aberto transmitem mais segurança.

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