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Bolsonaro chama Moraes de ditador e diz que vai ‘desafiar o sistema’ na avenida Paulista

Foto: Fabiano Rocha

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta sexta-feira em Juiz de Fora (MG) que o ato deste 7 de Setembro na avenida Paulista, em São Paulo, será para desafiar o que ele chama de “sistema” e pedir a saída do ministro Alexandre de Moraes do STF (Supremo Tribunal Federal).

“Vamos desafiar o sistema que eu comecei a abrir suas vísceras exatamente há seis anos.”

Falando em ato a apoiadores na cidade em que levou a facada que quase o matou em 2018, Bolsonaro atacou Moraes diretamente. “Aquele ministro do STF não dá mais. Ele não tem sensibilidade, não tem noção, age como um obcecado para perseguir a minha pessoa.”

“Algo me aconselhou a agir dessa maneira. Se eu tivesse ficado [no Brasil], no dia 8 de janeiro [de 2023], teria sido preso e até hoje estaria preso. Ou estaria morto, porque o sistema não me quer vivo. Me quer morto.”

“Onde um ditador diz: ‘quero pegar o filho do Bolsonaro’. Isso é coisa de insanidade, de quem não quer o melhor futuro do seu país.”

Folhapress

Opinião dos leitores

  1. Pobre vai comer picanha e andar de avião.
    Pobre não tá comendo nem ovos. E LULIS se hospeda em hotel de 30.000 mil a diária e toma vinho de 80.000 mil a garrafa.

  2. Isso é um covarde. Fez uma patuscada quando PERDEU em 2022, fugiu “levando” a faixa (pois para mim isso tem outro nome e Morais deveria investigar), aí quer juntar uns gatos pingados querendo aparecer. Ditador foi ele falando asneiras para um monte bestas nas portas dos quartéis.

  3. Lembro me quando jovem, os candidatos apresentavam propostas para o povo, e cumpriam com quase todas , tenho alguns exemplos que, quem é um pouco mais velho vai concordar!
    Os candidatos chegavam em um bairro e começavam a falar….
    Prometo se for eleito, tirar esse bairro da escuridão, prometo se for eleito, tirar esse bairro da lama, prometo se for eleito, acabar com essas roladeiras, (recipientes que carrega vamos água, para abastecemos nossas casas)!
    E assim , se ganhacem, faziam acontecer.

    Hoje em dia esses candidatos, só sabem conversar nada com nada, esculhambar uns aos outros, parecem um monte de crianças de pré.
    Tbm, com um bebum na presidência, ex presidiário, ladrão comprovado!
    E ainda tem um monte no mesmo rumo!
    Só quero saber quando vamos mudar, saber votar!
    Aqui no interior, o dinheiro tá rolando solto, os candidatos escondem nas casas dos mais humildes, façam uma vigília que vcs vão ver muita compra de voto antecipada!

  4. Esse Delinquente zombou do povo sem ar, fez a gasolina ir a 9 reais, o povo comer sopa de osso, humilhou as forças armadas, queremos distancias desse incompetente fábrica de confusão e desastre, cadeia pra ontem nele

    1. Vc quer, EU NAO seu abilolado, que dizer de quem disse “ainda bem que a natureza criou o coronavirus”, saquear a Petrobras, pagou o mensalão, ganhou um sítio e um apartamento de presente, arrega seu pulha.

    2. Você ainda é dos que acreditam nessa história de falta de ar? É triste como esse povo é desinformado. Se a esquerda falar que água é vinho, eles acreditam. O notebook da ABIN ainda tá na casa do Carlos Bolsonaro?

    3. Onde que a gasolina chegou a 9 reais DEBILÓIDE e ESQUERDOLÓIDE???

  5. Esse tá doido para ir ao encontro da tal Dra. Deolane e a véia mãe dela, dormir com as muriçocas …hehehehe

    1. Tudo isso só pelo fato do apedeuta ter passado dois anos vendo o sol nascer quadrado? Kkkkkk

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Apoiadores vão a hospital em 1ª saída de Bolsonaro após condenação

Foto: HUGO BARRETO/METRÓPOLES

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou sua residência, na manhã deste domingo (14/9), para realizar um procedimento dermatológico no hospital DF Star. Foi a primeira saída dele desde que foi condenado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de estado. Apoiadores foram ao local, onde receberam o ex-mandatário em sua chegada.

“Mito! Mito! Mito!”, gritaram os seguidores de Bolsonaro em coro. O ex-presidente não esboçou reação enquanto recebia cumprimentos dos manifestantes.

Bolsonaro foi condenado n STF a 27 anos e 3 meses de prisão por envolvimento na trama golpista. Além de golpe de estado, ele foi condenado por outros quatro crimes: tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito, organização criminosa armada, dano qualificado contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Os manifestantes gravam vídeos de apoio e falam sobre a condenação do ex-presidente. “Não tem prova. Bolsonaro é inocente. Anistia já”, disseram.

Preso em casa, saída foi autorizada por Moraes

Em prisão domiciliar desde 4 de agosto por descumprimento de medidas cautelares impostas, a saída do político foi autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.

No pedido de liberação ao STF, os advogados anexaram um relatório da equipe médica de Bolsonaro, que recomendou a remoção de múltiplas lesões cutâneas, classificadas como “nevo melanocítico de tronco” e “neoplasia de comportamento incerto da pele”.

Os nevos melanocíticos, popularmente conhecidos como pintas, caracterizam uma condição benigna, mas que requer acompanhamento em casos de alterações no tamanho, formato ou cor.

O procedimento cirúrgico, marcado para às 10h da manhã, tem previsão de duas horas. A cirurgia será realizada pelo médico Claudio Birolini, também responsável pela cirurgia de Bolsonaro em abril deste ano, no intestino. O ex-presidente deve receber alta ainda neste domingo.

Polícia fez comboio até o hospital

O deslocamento de Bolsonaro foi feito com escolta de sete carros e seis motos da Polícia Penal do Distrito Federal, como deferido por Moraes.

O ex-presidente foi ao hospital acompanhado por dois de seus filhos: o vereador de Balneário Camboriú (SC), Jair Renan (PL), e o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PL).

Metrópoles

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Receita Federal prepara super sistema para aprimorar cobrança de impostos e reduzir sonegação

Foto: Reprodução/TV Globo

O governo federal está preparando uma plataforma tecnológica sem precedentes no mundo para operacionalizar os pagamentos dos impostos sobre produtos e serviços.

O sistema será 150 vezes maior do que o PIX – ferramenta de transferências em tempo real do Banco Central.

Previsto na reforma tributária aprovada pelo Congresso Nacional, o novo sistema vai tratar do recolhimento dos futuros tributos sobre o consumo (IBS dos estados e municípios, e a CBS do governo federal).

Os impostos serão cobrados no lugar dos atuais PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS.

Milhares de pessoas – envolvendo técnicos da Receita Federal, desenvolvedores contratados pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), interlocutores do mercado financeiro e até engenheiros das “big techs” (gigantes de tecnologia) – trabalham para viabilizar a ferramenta.

“O gigantismo é para poder receber esse volume de informações que são 100% das notas eletrônicas. Isso que a gente calcula que é em torno de 70 bilhões de documentos por ano que esse sistema vai receber, que é mais ou menos o volume do PIX”, disse o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas.

“A diferença é que, no PIX, você tem pouca informação. Você tem quem manda, quem recebe e o valor. Na nota, tem um monte de outras informações sobre o produto, sobre quem emite, sobre o crédito. O número de documentos é o mesmo, mas o volume de cada documento é em torno de 150 vezes do PIX. Por isso que a gente fala que é 150 vezes [maior que o PIX]”, acrescentou.

  • Um dos módulos da plataforma, chamado de “split payment”, permitirá que o valor dos tributos seja direcionado em tempo real para o governo, estados e municípios — reduzindo a sonegação fiscal.
  • O sistema também permitirá o ressarcimento de créditos tributários utilizados na cadeia anterior da produção, um dos pilares da reforma tributária. A ideia é que isso possa ser feito no mesmo dia, em horas.

Projeto-piloto

Já em fase de testes, em um projeto-piloto com quase 500 empresas, o planejamento da Receita Federal é de que o novo sistema esteja funcionando em 2026 sem gerar cobrança efetiva (alíquota será pequena, de 1%, que poderá ser abatida em outros tributos).

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VÍDEO: Escritor Eduardo Bueno ‘Peninha’ tem palestras e contratos cancelados após comemorar assassinato Charlie Kirk

Após comemorar nas redes sociais o assassinato do conservador Charlie Kirk, o escritor de extrema-esquerda Eduardo Bueno, o ‘Peninha’, teve seu podcast cancelado, palestras e participações em eventos também cancelados, editoras de livros encerradas. Peninha bloqueou os comentários nas redes sociais e gravou um vídeo de retratação.

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Governo dos EUA cancela visto de médico brasileiro que comemorou assassinato de Charlie Kirk

Foto: Reprodução/ Redes Sociais

O governo dos Estados Unidos (EUA) cancelou o visto do neurocirurgião Ricardo Barbosa, após o médico brasileiro comemorar o assassinato de Charlie Kirk, liderança de direita que levou um tiro no pescoço na quarta-feira (10/9) enquanto palestrava em Utah. Segundo o número-dois da diplomacia norte-americana, Cristopher Landau, a perda do visto será para sempre.

Escreveu o vice-secretário de Estado do governo de Donald Trump ao anunciar a medida:

“De todo o conteúdo online depravado que já vi, este talvez seja o mais assustador. Este é um NEUROCIRURGIÃO do Brasil. Ele não apenas elogia o assassino de Charlie Kirk por sua ‘pontaria impecável’, mas também, com precisão cirúrgica, especifica ‘coluna cervical’. Este é um profissional licenciado que fez o Juramento de Hipócrates?”

“Eu pessoalmente ordenei ao chefe de Assuntos Consulares que revogasse seu visto americano, se ele tivesse um, e que colocasse um alerta nele para garantir que nunca o recebesse. Também gostaria de pensar que as autoridades brasileiras de licenciamento se interessariam por um neurocirurgião que deseja publicamente a morte de pessoas com cujas opiniões políticas discorda”, finalizou Landau.

O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (CRM-PE) abriu um procedimento para investigar a conduta de Ricardo Barbosa. A apuração ocorre após uma denúncia formalizada pelo vereador Thiago Medina (PL).

Coluna Paulo Cappelli – Metrópoles

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Gleisi comemora condenação de Bolsonaro e rechaça anistia, mas sinaliza para redução de penas do 8/1

Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, voltou a falar neste sábado (13) sobre a possibilidade de uma redução de pena aos condenados pelos pelos supostos ataques golpistas do 8 de janeiro.

Em evento estadual do PT no Paraná, Gleisi disse que a discussão é válida, tanto se realizada pelo Congresso quanto pelo STF (Supremo Tribunal Federal). A fala foi registrada em um vídeo ao qual a Folha teve acesso.

“Se querem discutir redução de pena, é outra coisa. Cabe a dosimetria ao Supremo Tribunal Federal ou até o Congresso avaliar e ter um projeto, mas aí é redução de pena, não tem a ver com anistia, não tem a ver com perdão”, disse.

Trata-se da segunda declaração da ministra neste sentido, embora em uma primeira ocasião ela tenha voltado atrás para desfazer ruídos com o STF.

Pauta cara ao governo, o PT tenta, por meio da própria ministra, conter discussões desse teor na Câmara. Há um temor de que o avanço do projeto de lei pela anistia possa beneficiar não apenas os envolvidos nos ataques aos três poderes, mas também a Jair Bolsonaro –condenado na quinta-feira (11) a 27 anos de prisão por tentar articular um suposto golpe após a derrota eleitoral para Lula.

“Não podemos de maneira nenhuma olhar ou piscar para a questão da anistia. Vamos ser firmes, vamos ter que enfrentar o Congresso nesta pauta”, afirmou a ministra. Em seguida, Gleisi destacou que o perdão a Bolsonaro e aos outros sete réus condenados pela trama golpista seria “um presentinho para Donald Trump”.

As negociações em torno da proposta de anistia avançaram nas últimas semanas, em resposta ao início do julgamento de Bolsonaro no STF, e envolveram partidos do centrão e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Segundo diz a ministra no vídeo, Tarcísio é pivô de uma articulação por perdão a Bolsonaro.

O governador de São Paulo é apontado por políticos desse grupo como o candidato preferencial para enfrentar Lula, e há uma pressão sobre Bolsonaro para que ele faça do governador o seu sucessor político.

No dia 10 de abril, ao falar sobre anistia ou redução de pena “em relação a algumas pessoas” envolvidas nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, Gleise afirmou achar “plenamente defensável do ponto de vista de muitos parlamentares que estão ali, talvez a gente até tenha que fazer essa discussão mesmo no Congresso”.

No dia seguinte à declaração, ela voltou atrás e disse que cabia ao judiciário a decisão sobre os ataques promovidos por apoiadores de Bolsonaro.

No vídeo, Gleisi também fez críticas ao ministro Luiz Fux. “Foi um desserviço aquele voto, uma vergonha nacional. Deu condições a eles de fazer uma narrativa e ficar, depois, questionando o processo, mas os outros votos foram primorosos”.

Embora o governo admita a possibilidade de rever indicações para cargos federais dos deputados e senadores que votarem a favor do projeto de lei da anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro, a pressão pelo avanço do projeto é grande. Cabe ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), pautar ou não o texto.

Folha de S.Paulo

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Após condenação, Bolsonaro sairá de casa pela primeira vez hoje para ir a hospital

Foto: Wilton Junior/Estadão

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) irá realizar, na manhã deste domingo (14), um procedimento médico para remover lesões de pele.

Segundo o laudo médico, Bolsonaro está com “nevo melanocítico do tronco”, que é uma pinta normalmente benigna, e com “neoplastia de comportamento incerto”, ou seja, uma lesão cutânea que não é possível definir de imediato se é benigna ou maligna e por isso requer remoção para análise.

Bolsonaro teve autorização do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, na quarta-feira (10), para a realização do procedimento. A medida aconteceu antes da condenação do ex-chefe do Executivo a 27 anos e três meses de prisão, na última quinta-feira (11).

O procedimento de remoção das lesões costuma ser simples e rápido. No documento enviado ao Supremo, o médico afirma que a cirurgia deverá ser realizada em regime ambulatorial e com previsão de alta no mesmo dia.

Bolsonaro está em prisão domiciliar desde o dia 4 de agosto, quando descumpriu medidas cautelares impostas pelo Supremo. Por isso precisa de autorização para sair de casa.

Esta será a segunda vez que Bolsonaro deixa a prisão domiciliar para ir ao hospital. Em 16 de agosto, saiu para fazer exames relacionados a sintomas de refluxo e soluços.

Entenda o procedimento a ser realizado por Bolsonaro

Segundo a dermatologista Natasha Crepaldi, o nevo melanocítico é “um sinal ou pinta da pele formado por melanócitos”, que são as células produtoras de pigmento. Em geral, são benignos, mas alguns têm características atípicas ou displásicas que “aumentam a necessidade de atenção”.

Já a neoplasia de comportamento incerto ou desconhecido, como especificado no laudo do ex-presidente, a especialista explica que “pode-se referir a um nevo atípico ou displásico ou uma lesão que por exame não está claramente classificada como benigna ou maligna”. Ou seja, não há confirmação de câncer, mas há necessidade de remoção ou acompanhamento mais cuidadoso.

O objetivo da cirurgia é “retirar completamente a lesão suspeita” para impedir a evolução da mancha e “permitir análise em laboratório para um diagnóstico definitivo”. Segundo a especialista, além de tranquilizar o paciente, o procedimento visa “eliminar o risco estimado” pelo possível tumor.

O procedimento é feito com anestesia local e costuma durar até 30 minutos, a depender do “tamanho da localização e da profundidade do nevo”, explica Crepaldi.

Após a cirurgia, o ex-presidente terá que retornar ao hospital para a retirada dos pontos, após cerca de 10 a 15 dias.

CNN

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Morre Hermeto Pascoal, ícone da música instrumental, aos 89 anos

Foto: Divulgação

O multi-instrumentista alagoano Hermeto Pascoal morreu, neste sábado, aos 89 anos. A informação foi publicada nas redes sociais do músico. O hospital Samaritano Barra, na Zona Sudoeste do Rio, onde ele estava internado, informou, em nota, que a morte aconteceu às 20h22, “em decorrência de falência múltipla dos órgãos.”

“Com serenidade e amor, comunicamos que Hermeto Pascoal fez sua passagem para o plano espiritual, cercado pela família e por companheiros de música”, diz a postagem. “No exato momento da passagem, seu Grupo estava no palco, como ele gostaria: fazendo som e música. Como ele sempre nos ensinou, não deixemos a tristeza tomar conta: escutemos o vento, o canto dos pássaros, o copo d’água, a cachoeira, a música universal segue viva.”

Considerado pelo americano Miles Davis (1926-1991) “o músico mais impressionante do mundo”, Hermeto — três vezes vencedor do Grammy Latino — provou a viabilidade de se fazer música de alta elaboração rítmica, melódica e harmônica com panelas, chaleiras, regador, brinquedos infantis e até animais. Autodidata e intuitivo, ele entrou na música aos 10 anos, quando aprendeu acordeom com o irmão, mas só começou a escrever partituras depois dos 41 anos. Hermeto morava em Bangu, na Zona Oeste do Rio.

Entre o final de julho e meados de agosto, Hermeto, conhecido como “o bruxo” da música instrumental, fez uma série de nove shows na Europa, entre sete países. Em solo brasileiro, sua última apresentação foi em junho, no Circo Voador, a poucos dias de completar 89 anos. Na ocasião, a casa da Lapa se transformou em uma enorme festa de aniversário. Antes deste show, o alagoano falou ao GLOBO sobre o fôlego de vida que a música representava para ele:

— Quando subo no palco, não tenho idade. O corpo pode ser de 88, mas a alma vira menino de novo. A música é a vida. Se estou respirando, já estou fazendo som. Quando tomo água, também. Até o silêncio tem ritmo. Para mim, música é brincadeira de criança: tudo junto, sem fronteira.

Hermeto seria uma das atrações do Festival Acessa BH, em Belo Horizonte, neste sábado (13). Dois dias antes, a organização do evento publicou uma nota anunciando que, “por motivos de saúde”, Hermeto não participaria mais da apresentação, que seguiu com o seu grupo, Nave Mãe.

‘Música universal’

A música de Hermeto nunca coube — e nem vai caber — em rótulos. Quando completou 80 anos, falou ao GLOBO sobre o título de “música universal”:

— Nunca fiz um grupo de bossa nova ou de forró. Cansei de tocar em festivais de jazz no exterior, mas nunca vou tocar apenas jazz. Vou tocar frevo, baião, música clássica. Então eu chamo isso de música universal. É o único rótulo que eu acho que se pode usar.

Em 2023, Hermeto recebeu, em Nova York, nos Estados Unidos, o título de doutor honoris causa da Juilliard, prestigiosa escola de artes da qual suas músicas fazem parte do currículo. O músico ainda tem no currículo o mesmo título pelas universidades federais de Paraíba e Alagoas, seu estado natal.

No ano passado, Hermeto lançou seu último disco de inéditas, “Pra você, Ilza”, uma homenagem a Ilza Souza Silva, mãe de seus seis filhos e sua companheira de 1954 a 2000 (ano em que faleceu, vítima de câncer). O trabalho foi eleito pela APCA um dos melhores álbuns brasileiros de 2024. No mesmo ano, o músico ganhou sua primeira biografia, “Quebra tudo! – A arte livre de Hermeto Pascoal” (Kuarup), escrita pelo jornalista Vitor Nuzzi. Para o instrumentista, a música era a sua religião.

Aos 14 anos, Hermeto estava tocando com o irmão José Neto no rádio, em Recife. Aos 20, seguiu para o Rio. No começo dos anos 1960, se mudou para São Paulo e, tocando piano na boate Stardust, conheceu o guitarrista Heraldo do Monte (que o chamaria para o Quarteto Novo, criado para acompanhar Geraldo Vandré, e que fez fama ao lado de Edu Lobo e Marília Medalha no “Ponteio” do festival de 1967) e o jovem Lanny Gordin (com quem integrou o grupo Brazilian Octopus). Percussionista do Quarteto Novo, Airto Moreira, e sua mulher, a cantora Flora Purim, foram os responsáveis por levar Hermeto para os EUA. Lá, ele gravou discos e ficou amigo do trompetista e mago do jazz Miles Davis.

No Festival Internacional da Canção de 1972, Hermeto criou para a música “Serearei” um coral de porcos que não foi bem visto pela ditadura, e acabou sendo censurado.

Hermeto, que deixa seis filhos, 13 netos e dez bisnetos, já chegou a dizer que “a idade não existe”:

— O que tem é o dia a dia. Eu não me canso. Quando se é feliz, a gente aprende a passar a felicidade para as pessoas.

O Globo

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Valdemar cita exageros, mas diz que ‘temos que respeitar’ condenação de Bolsonaro

Foto: Evaristo Sá/AFP

Valdemar Costa Neto, presidente do PL, afirmou que a condenação de Jair Bolsonaro (PL) pelo STF (Supremo Tribunal Federal) foi exagerada e ocorreu porque há apoio do governo Lula (PT) à corte, mas disse que a decisão deve ser respeitada.

“O Supremo decidiu, nós temos que respeitar”, disse o cacique do PL durante debate no Rocas Festival, em Itu (102 km de São Paulo), neste sábado (13). Ele também reconheceu que houve um planejamento para um suposto golpe de Estado, mas que a preparação não se consumou.

O evento de luxo do cenário hípico foi marcado por discussões políticas entre pré-candidatos de direita. Estavam presentes Ronaldo Caiado (União Brasil), Romeu Zema (Novo) e Ratinho Jr. (PSD), cotados como presidenciáveis para o ano que vem. Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD e Secretário de Governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), também participou do debate.

“O Supremo só está fazendo isso porque tem o apoio do governo, o Lula está do lado deles”, afirmou Valdemar ao deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos), que mediou a conversa entre ele e Kassab.

A Primeira Turma do STF condenou Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, organização armada, abolição do Estado democrático de Direito, dano qualificado ao patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado.

Para o presidente do PL, o STF “tem exagerado em todas as questões”. Quando perguntado sobre as eleições presidenciais de 2026, se mostrou confiante na união entre partidos de direita e na formação da maioria no Congresso.

“Temos que ter um governo de direita com o Congresso na palma da mão”, disse o presidente do PL. “O Bolsonaro não tinha o Congresso do lado dele, quando ele precisava de algo tinha que por emenda para aprovar”.

Afirmou também que conseguir o controle da Câmara e do Senado é o único jeito de pautar e aprovar a anistia.

“O nosso grande problema é que teve aquela bagunça no 8 de janeiro e o Supremo disse que foi golpe, um absurdo”, diz Valdemar, que afirmou que “houve planejamento de golpe, mas não o golpe”.

Ao lado de Valdemar, Kassab reiterou sua posição sobre a anistia. “A minha questão está resolvida. Eu sou à favor”, disse. Ele já tinha se posicionado em relação ao tema, mas ainda enfrenta resistência de bolsonaristas mais engajados.

Nesta sexta-feira (12), o presidente nacional do PSD reuniu a bancada federal de seu partido para discutir os temas de interesse da sigla. A proposta de anistia aos condenados pela trama golpista não entrou na pauta.

Como partido, o PSD defende que a proposta seja votada, mas deixa a bancada livre para decidir. A legenda tem 45 deputados federais e três ministros no governo Lula: o titular da Agricultura, Carlos Fávaro, de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Pesca, André de Paula.

Folha de S.Paulo

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“Careca do INSS” abandona obra de mansão de R$ 9 milhões em Brasília

Foto: BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto

O quarteirão de uma rua sem saída em um dos metros quadrados mais caros de Brasília já teve dias mais agitados. A paisagem sonora anteriormente formada por pedreiros, betoneiras e caminhões foi interrompida – de uma hora para outra. Logo após a Polícia Federal (PF) deflagrar a Operação Sem Desconto, em 23 de abril deste ano, o empresário Antonio Carlos Camilo Antunes, vulgo Careca do INSS, abandonou a obra da construção da mansão de dois andares no Lago Sul.

Assim, a obra está parada desde a segunda quinzena de maio, sem expectativa de ser retomada. A coluna do Tácio Lorran apurou que Antonio Antunes avisou aos fornecedores que teve seus bens bloqueados e que, dessa forma, não conseguiria dar andamento à construção. O local passou a ser visto pelos vizinhos como um “elefante branco” na região. Nessa sexta-feira (12/9), o Careca do INSS foi preso preventivamente pela PF por risco de fuga e por ocultação de patrimônio.

A PF calcula que o imóvel custa mais de R$ 9 milhões. A estimativa levou em conta os preços do metro quadrado (m²) praticados pelo mercado na região. O terreno tem 2.109 m². A construção soma 845 m².

O Careca comprou o casarão no Lago Sul, à vista, por R$ 3,3 milhões em abril de 2024. Em seguida, mandou demolir o imóvel e passou a construir a casa do seu jeito. Dali em diante, deu início a uma obra que chamou atenção de toda vizinhança pela imponência do novo empreendimento. São 7 metros de altura, tamanho bem superior aos demais imóveis da rua.

Como é o desenho da mansão do Careca do INSS no Lago Sul

O projeto da obra conta com cinco quartos, área gourmet, sala de cinema, adega e cinco vagas de garagem. Já na área externa, o projeto prevê piscina de 74 m², pergolado, academia, salão de jogos e uma espécie de galpão de 135 m² para acomodar 14 carros.

Galinhas tomam conta do terreno e boletos amarelam com o sol

Quem passa pelo local encontra tapumes metálicos na fachada. Um outdoor dentro do terreno traz o desenho arquitetônico do imóvel, que combina concreto armado e acabamentos em madeira. Um pergolado também sinaliza um jardim dentro da casa.

Pelo lado de fora é possível ver que a parte estruturante da casa já foi finalizada, e que os pedreiros estavam na etapa de alvenaria, até a obra ser interrompida. O único movimento no local são de galinhas que passeiam livres pelo terreno. Quando não se alimentam de milho do comedouro, elas ciscam e bicam a terra vermelha, evitando assim a proliferação de traças.

Outro sinal de vida, em meio a montes de terras e areia, são as duas palmeiras-imperiais, remanescentes do terreno revirado.

Os boletos da companhia de água e energia, amarelados pelo sol, são outro sinal que ninguém passa por ali. Sem caixa de correios no imóvel, os papéis, em nome de Antonio Antunes, estão presos ao tapume metálico da construção.

Por entre as frestas, é possível ver ainda tijolos empilhados, vigas metálicas e de madeira e montes de terras. Uma betoneira, esquecida ao relento, já não sabe quando voltará a rodar. No barracão improvisado de madeira, por onde circulavam diariamente 10 pedreiros, existem apenas capacetes pendurados.

Metrópoles

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Janja diz que já quis ‘pegar a bolsa e as cachorras’ para ir embora de Brasília

Foto: Cláudio Kbene/Secom

A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, recebeu a coluna no Palácio da Alvorada, em Brasília, no fim do mês passado.

Era para ser uma conversa, mas virou uma entrevista. Nela, Janja revelou que, sob intensas críticas, já sentiu vontade de largar tudo para trás e voltar para sua casa, em São Paulo.

“Eu acho que isso deve ter acontecido com muitas primeiras-damas [no passado]. Muitas. E muitas também se fecharam por conta disso”, disse ela, com lágrimas nos olhos.

Mas o momento passou. Janja segue em Brasília. E afirma que, ao contrário do que parece (e dizem), não mudou enfim de postura para se enquadrar ao cargo. “Não vou entrar na caixinha”, diz. “Mas eu não posso sair cantando em um evento, como podia na campanha”, admite.

A primeira-dama diz que ainda não sabe como vai se engajar na campanha de 2026, mesmo porque o marido ainda não decidiu se vai concorrer à reeleição.

Questionada sobre como vai lidar com a presença de outra mulher, Michelle Bolsonaro, que deve ter papel central nas eleições e já chamou Lula de pinguço, respondeu: “Eu não vou deixar ninguém atacar ele, seja homem ou seja mulher. Eu espero que ela tenha ética para saber o papel que ela tem”.

Em maio, Janja foi indicada para ser a enviada especial para as mulheres na COP30, e está viajando pelo Brasil para colher depoimentos.

Folha de S.Paulo

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