Judiciário

Braço direito de Janot pode ser investigado, diz procurador

POR FOLHAPRESS

Em conversa presenciada pela Folha, um integrante da equipe da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou que a “tendência” do órgão é investigar Eduardo Pelella, ex-chefe de gabinete de Rodrigo Janot.

Dodge tomou posse na segunda (18) em substituição a Janot. Ambos são adversários dentro da Procuradoria.

Folha flagrou um diálogo entre o procurador Sidney Pessoa Madruga e uma mulher não identificada por mais de uma hora nesta quinta-feira (21) no restaurante Taypá, no Lago Sul, em Brasília. A reportagem estava na mesa ao lado da de Madruga.

Ele foi escolhido por Dodge para ser coordenador do Genafe (Grupo Executivo Nacional da Função Eleitoral).

No almoço desta quinta, Madruga se referia à atuação de Pelella, braço direito de Janot na Procuradoria, na negociação da delação da JBS.

Procurador da República, Pelella é mencionado em diálogos de delatores da JBS como um interlocutor da PGR. Ele teve reunião com um deles, o advogado Francisco Assis e Silva, dias antes do encontro, em 7 de março, entre Joesley Batista e o presidente Michel Temer no Jaburu. Janot e seu ex-assessor negam qualquer irregularidade.

“Não é para punir, é pra esclarecer”, disse Madruga. O procurador afirmou que é preciso entender “qual é o papel do Pelella nessa história toda, porque está todo mundo perguntando”.

A conversa entre Madruga e sua interlocutora começou por volta das 13h30 e se estendeu até 15h. Foram servidos uma entrada, prato principal, água e uma garrafa de vinho tinto.

Folha ouviu Madruga afirmar que a nova gestão da PGR precisa construir outra relação com a força-tarefa dos procuradores da Lava Jato em Curitiba, com mais interlocução e controle do que a anterior. Ele chegou a criticar Janot por, em sua avaliação, deixar a força-tarefa muito solta.

Na conversa, Madruga questionou o papel de Pelella, que na função de chefe de gabinete, teria trabalhado intensamente nas investigações e acordos da Lava Jato. A frase foi dita no momento em que os dois presentes à mesa abordavam a atuação do ex-procurador Marcello Miller no caso da JBS.

Exonerado em abril, o ex-procurador é investigado por ter atuado para a empresa antes de se desligar do Ministério Público. A suspeita levou ao cancelamento do acordo de Joesley Batista e de Ricardo Saud, também delator do grupo, e à prisão de ambos.

Em relação a Miller, Madruga disse que a Procuradoria terá que investigar se “os 50” teriam chegado a ele, referindo-se a valores que o ex-procurador teria recebido.

Depois de meia hora de conversa, Madruga falou sobre a campanha de Janot contra a nomeação de Dodge. Afirmou que o ex-procurador “pegou pesado” na imprensa e que teria enviado um interlocutor duas vezes para falar com Temer sobre outro nome que estaria fora da lista tríplice de indicados pela categoria ao cargo.

Disse ainda que chegaram à equipe informações de que Janot iria ingressar em um escritório de advocacia.

Madruga abordou a situação do ex-ministro Geddel Vieira Lima, preso em Brasília. “Em Salvador dizem que ele não se elegeu [ao governo do Estado] em 2010 porque bati muito nele lá”, afirmou, referindo-se ao período em que atuou como procurador eleitoral da Bahia (2009 a 2013). Segundo ele, o político “tem pavor de ser preso”.

OUTRO LADO

A Secretaria de Comunicação da Procuradoria-Geral da República disse que as afirmações do procurador Sidney Pessoa Madruga descritas na reportagem fazem parte de uma “conversa privada, de um procurador que atua em matéria eleitoral, no Rio, não tendo, portanto, nenhuma atuação criminal, na Operação Lava Jato”.

Afirmou também que “os questionamentos apresentados pela reportagem não refletem o teor do diálogo”. O jornal informou o procurador das frases ouvidas pela reportagem e fez algumas perguntas, como quem era sua interlocutora à mesa e a que se referia quando atribuiu “50” ao ex-procurador Marcello Miller.

Coordenador do Genafe (Grupo Executivo Nacional da Função Eleitoral), Madruga teve sua nomeação publicada no site da Procuradoria-Geral da República na terça-feira (19), um dia depois da posse de Raquel Dodge.
Segundo informações da PGR, Madruga atuava até o momento como procurador regional eleitoral no Rio, tendo sido reeleito até 2019.

Opinião dos leitores

  1. Este título é ótimo para traduzir. O mundo inteiro o entenderia melhor que um livro de Paulo Coelho.

  2. Já começaram as artemanhas para desacreditar o trabalho feito por Janot e sua equipe, trabalho esse feito com algumas falhas, porém, de grande valia no que tange ao combate a corrupção e seus feitores.
    Logo, teremos as piores notícias acerca do desmonte da grande contenda chamada "Lava Jato".
    Abri o olho Brasil!!

  3. Não será surpresa se Janot terminar nos bancos dos réus. Foi muito estranho os benefícios concedidos aos irmãos Batistas.

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Cidades

Cães de busca do Corpo de Bombeiros ajudam a localizar idoso desaparecido no RN

Foto: Divulgação

Na tarde deste domingo (13), o Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte (CBMRN) foi acionado para atender uma ocorrência de busca e resgate de um idoso de 83 anos, desaparecido na zona rural do município de São Tomé.

Diante da urgência da situação, a Guarnição de Busca e Salvamento com Cães (Canil do CBMRN) foi mobilizada de imediato. Ao chegar ao local, a equipe coletou peças de roupas da vítima para auxiliar no faro dos cães e dar início às buscas com precisão e agilidade.

Durante a operação, informações repassadas por populares indicaram uma possível localização da vítima em um sítio da região. As Guarnições de Bombeiros Militares (GUs BMs) e da Polícia Militar (GU PM) se deslocaram rapidamente até o local informado, onde foi possível localizar o idoso, que estava a aproximadamente 16 quilômetros de sua residência.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado para prestar os primeiros socorros. A vítima apresentava sinais de desorientação, desidratação e fome, mas foi estabilizada no local e encaminhada com segurança para atendimento médico.

Após o resgate, a vítima foi devidamente assistida. A atuação rápida e precisa das equipes, com destaque para o Canil do CBMRN, foi essencial para o sucesso da missão e reforça a importância dos cães de busca em operações de resgate no estado.

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Geral

Femurn inaugura nova sede em Natal com estrutura moderna para atender gestores municipais

Foto: Divulgação

A Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn) inaugura nesta segunda-feira (14), em Natal, a sua nova sede, batizada de “Casa dos Municípios”.

Localizada na Rua Lima e Silva, 1513, no bairro de Lagoa Nova, a nova sede funcionará como ponto de apoio para prefeitos, secretários e representantes das administrações municipais, com ambiente adequado para reuniões, atendimentos institucionais e suporte técnico especializado.

De acordo com o presidente da Femurn, Babá Pereira, a mudança representa um avanço significativo na relação da entidade com os municípios. “A nova sede é mais do que um prédio. É um símbolo do compromisso da Femurn com os gestores municipais, que agora contam com uma estrutura moderna e acolhedora para tratar de assuntos relevantes para o desenvolvimento local”, destacou.

A inauguração está marcada para ocorrer ao longo do dia 14 de julho, das 8h às 16h, com a presença de prefeitos, lideranças políticas, autoridades estaduais e representantes de instituições ligadas ao municipalismo.

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Cidades

Motoristas de ônibus intermunicipais aprovam indicativo de greve no RN

Foto: Reprodução

Os trabalhadores do transporte de passageiros intermunicipais no Rio Grande do Norte aprovaram um indicativo de greve. O edital de greve foi publicado no último sábado (12), e o movimento paredista já pode começar a partir desta terça-feira (15), caso não haja entendimento entre motoristas e empresários do setor. Apesar disso, o Sindicato dos Rodoviários do RN (Sintro/RN) não indicou data para deflagração do início da greve.

Conforme o edital, o cancelamento da greve depende do aceite do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do RN (Setrans) sobre o dissídio econômico da categoria e cláusulas sociais da negociação da data-base 2025/2026. Segundo o diretor-executivo do Sintro, Gilvan Silva, as reinvindicações são semelhantes às que foram acordadas com os motoristas do transporte público de Natal, no início do mês passado.

“Já tem uns cinco anos que tem essa paridade com Natal. Mas neste ano eles não estão querendo”, afirmou Gilvan Silva. Ele afirmou que as partes tiveram uma reunião na última sexta-feira (11), mas sem acordo. “Estamos abertos ao diálogo, essa conscientização por parte deles, para evitar esse transtorno”, disse o diretor do Sintro.

De acordo com ele, a greve afetaria o sistema de transporte intermunicipal no estado como um todo, desde os ônibus que fazem itinerário entre cidades da Grande Natal, como também no interior.

Tribuna do Norte

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Cidades

Central da SAMU Natal anuncia parada temporária nesta terça; confira linhas alternativas

Foto: Reprodução

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Natal comunicou que, a partir das 9h desta terça-feira (15), o número 192 ficará temporariamente indisponível devido a uma manutenção técnica na central telefônica.

Durante o período de instabilidade, a população que precisar de atendimento de emergência deve acionar o serviço por meio de linhas alternativas:

  • (84) 99185-3437
  • (84) 99426-8579
  • (84) 99187-6117
  • (84) 99181-8325

A medida, segundo o órgão, é necessária para garantir a continuidade e a qualidade do serviço prestado. Ainda não foi informado o horário previsto para a conclusão da manutenção.

BnewsNatal

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Cidades

VÍDEO: Policial militar salva bebê de engasgo na Zona Norte de Natal

A ação rápida da equipe do 4º Batalhão da Polícia Militar salvou um bebê de dois meses de engasgo na tarde de domingo (13), na Zona Norte de Natal (RN). De acordo com a PM, durante patrulhamento pela Av. João Medeiros Filho, policiais foram surpreendidos por um veículo pedindo socorro urgente: um bebê estava engasgado e sem conseguir respirar.

Os policiais colocaram a criança na viatura e o sargento Manassés aplicou a manobra de Heimlich para desengasgar o bebê.

Em ação continuada, a equipe conduziu o bebê até o Hospital Santa Catarina, onde a criança foi avaliada pela pediatra de plantão e, felizmente, liberada após o atendimento.

Em vídeo, os policiais comemoram quando o bebê volta a chorar e respirar após a manobra.

Novo Notícias

Opinião dos leitores

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Esporte

Trump diz que Pelé foi o melhor jogador de todos os tempos: “fantástico”

Foto: Reprodução

O mandatário acompanhou a vitória do Chelsea sobre o Paris Saint-Germain por 3 a 0 pela final da Copa do Mundo de Clubes.

Em entrevista à DAZN, o presidente afirmou que foi um dos responsáveis por trazer Pelé para jogar pelo New York Cosmos. O brasileiro atuou entre 1975 a 1977 no time americano.

“Quando eu era jovem, trouxeram um jogador chamado Pelé para jogar… Este lugar estava lotado. Era uma versão anterior deste estádio, mas bem aqui em Meadowlands. Isso foi há muito tempo.Eu vim assistir Pelé e ele era fantástico”, afirmou.

CNN

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Geral

Líder do PT pede inclusão de Bolsonaro e Flávio em inquérito no STF

Foto: Marina Ramos/Câmara

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) que inclua o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no inquérito que investiga as atividades do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos.

No ofício enviado à Corte neste domingo (13), o parlamentar também solicita a suspensão do passaporte diplomático e a prisão preventiva de Eduardo, que está licenciado do mandato.

O pedido se dá depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma sobretaxa de 50% a produtos brasileiros. No comunicado, o republicano justificou a medida pelo tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Lindbergh pede que Eduardo, Flávio e Jair Bolsonaro sejam proibidos de manter qualquer interlocução política, diplomática ou comercial com agentes internacionais que possam interferir no processo penal ou na soberania nacional.

Em nota à imprensa, publicada também em sua conta no X (ex-Twitter), o líder do PT diz que há “provas robustas” contra os 3 membros da família Bolsonaro, a quem chama de “traidores da pátria”. Segundo Lindbergh, eles “atuam de forma coordenada para sabotar a Justiça brasileira, chantagear o STF e submeter o país à tutela da extrema direita norte-americana”.

E completa: “Estamos diante de uma estratégia de guerra híbrida, com traidores da pátria atuando de dentro das instituições para deslegitimar o Judiciário, subordinar o Brasil a interesses internacionais”.

O deputado diz ainda que o ex-presidente Jair Bolsonaro “endossou a chantagem estrangeira” e encerra o texto afirmando que o “Brasil não é colônia” e o “Supremo não é refém”.

Poder 360

Opinião dos leitores

  1. Pra quem não sabe, Lindbergh Farias é o “Lindinho” na lista dos corruptos da Odebrecht.

  2. Faz 10 anos que avisamos, tirem o PT do poder enquanto resta tempo, agora falta muito pouco pra aniquilarem o resto da oposição e aí é ladeira abaixo muito rápido, não terá volta sem sangue (Vide Venezuela e Nicarágua, pra ficar só com esses exemplos)

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Geral

Zambelli planeja se candidatar a deputada na Itália

Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) planeja se filiar a um partido político na Itália para disputar as eleições no país europeu.

A parlamentar possui cidadania italiana, necessária para poder se candidatar, e tem interlocução com lideranças do segmento conservador.

Em entrevista à coluna do Paulo Cappelli, do Metrópoles, nesta segunda-feira (14), o advogado de Zambelli, Fabio Pagnozzi, afirmou:

“A prioridade da deputada é provar a inocência e retornar ao Brasil para continuar com a atuação legislativa. É o que ela quer. Se isso não for possível, ela pretende ingressar em uma legenda na Itália para concorrer nas eleições italianas e prosseguir com o trabalho político”.

Como mostrou a coluna, a defesa de Zambelli enviou requerimento à Interpol para questionar se o nome da parlamentar foi incluído na lista de foragidos da entidade.

Ela foi condenada a 10 anos de prisão pelo STF e, sob o argumento de perseguição política, fugiu para a Itália enquanto aguardava o julgamento do recurso.

Câmara decidirá cassação

Apesar da condenação pelo Supremo, a cassação do mandato de Carla Zambelli no Brasil depende de votação que ocorrerá na Câmara.

Caso o Legislativo opte por manter o mandato, a defesa da deputada usará a decisão do parlamento para reforçar a alegação de que ela seria alvo de perseguição.

Metrópoles – Paulo Cappelli

Opinião dos leitores

  1. Proonto, no horário eleitoral lá na Itália mostra aquele vídeo dela com uma arma na mão querendo atirar num eleitor q ela se elege bem ligeirinho kkkkkkkkkkkk tá pensando q a Itália é o brasil é?

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Geral

Moraes dá nova ordem ao Rumble, e empresa aciona Justiça dos EUA contra decisão do STF

Foto: EVARISTO SA/AFP

A plataforma de vídeos Rumble enviou uma petição à Justiça na Flórida neste domingo (13) reclamando de uma nova decisão mirando a empresa emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

A ordem do magistrado foi enviada ao Rumble, na última sexta-feira (11), dois dias depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar tarifas de 50% ao Brasil.

Moraes solicita o bloqueio total, em todo o território nacional, de uma conta associada ao comentarista Rodrigo Constantino e determina o compartilhamento de dados do usuário sob pena do pagamento de multas diárias de RS 100 mil (cerca de US$ 20 mil) a partir da noite deste domingo (13).

A petição também é assinada pela Truth Social, rede social de Trump.

No documento enviado à Justiça da Flórida, onde corre um processo das empresas contra o ministro, elas reclamam que a decisão foi enviada por e-mail e seria irregular. O documento visa informar o juiz responsável pela ação para depois acrescentar novas solicitações.

Na petição, as empresas dizem que Constantino é cidadão americano e que a plataforma não poderia enviar seus dados sob pena de infringir leis do próprio Estados Unidos. Afirmam ainda que ela é obsoleta, porque o perfil ligado ao comentarista estaria inativo no Rumble desde dezembro de 2023 e porque os conteúdos da empresa estão bloqueados no Brasil desde fevereiro.

“A Rumble não pretende cumprir com as exigências do réu porque são inválidas e inexequíveis”, informam.

Constantino, alvo da decisão, foi alvo do inquérito das fake news e teve seu passaporte cancelado no início de 2023 por ordem de Moraes. Em 2024, ele obteve cidadania americana.

A Rumble alega que o pedido de Moraes para o bloqueio da conta seria um pretexto.

“A ordem de 11 de julho foi emitida apenas dois dias após o Presidente Donald J. Trump enviar uma carta formal ao Presidente Lula da Silva expressando preocupação com o tratamento do Brasil às empresas de tecnologia dos EUA”, dizem em outro momento da petição.

Os advogados das redes sociais afirmam ainda que as decisões de Moraes se contrapõem a uma carta enviada pelo Departamento de Justiça dos EUA ao ministro no qual o órgão diz que, para valerem em outro país, as ordens precisam passar por um rito diferente do envio do e-mail.

“A ordem não foi entregue através de qualquer mecanismo legal de tratado e parece ter sido emitida sem notificação ao governo dos EUA”, afirmam.

A Rumble e a Truth Social questionaram as ordens de Moraes na Flórida em fevereiro. Depois, em maio, pediram a responsabilização civil do magistrado, e que a Justiça determine o pagamento de “danos compensatórios” às empresas. No documento, os advogados chamam as decisões de Moraes de “ordens da mordaça” e o acusam de censura.

Em fevereiro, o Rumble já pedia que a corte declarasse como inexequíveis as ordens de Moraes pedindo a remoção do perfil de Allan dos Santos da plataforma. Na avaliação dos advogados do Rumble, a ordem não se restringiria ao perfil do youtuber no Brasil, mas valeria no mundo inteiro, o que, para as empresas, a torna ilegal.

O Rumble não cumpriu a decisão e, como resultado, em fevereiro (já alvo da ação nos EUA), o ministro do STF mandou suspender a plataforma de vídeos em todo o território nacional. Desde então, ela é alvo de aplicação de multa diária de R$ 50 mil.

Na decisão desta sexta-feira, porém, Moraes deixa claro que o bloqueio se refere a “todo o território nacional”.

As decisões de Moraes mirando big techs são parte da justificativa de Trump para aplicar as tarifas de 50% sobre produtos importados ao Brasil. A atitude do presidente americano foi fruto de empresas de mídia e do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Nos bastidores, pessoas ligadas à empresa viram a ordem de Moraes como provocação. Dizem ainda que ela contraria o espírito de carta enviada pelo Ministério da Justiça em resposta ao Departamento de Justiça, na qual o governo diz querer manter a cooperação no direito internacional com os EUA e que decisões da Justiça se aplicam ao Brasil.

O presidente americano e bolsonaristas apostam em recuos de ordens pelo governo e pelo Judiciário brasileiros, embora integrantes de ambos tenham frisado que não vão ceder à pressão.

A expectativa é que a nova decisão de Moraes possa provocar novos desdobramentos na semana.

Na carta endereçada ao presidente Lula, Trump cita “centenas de ordens” que representariam censura à liberdade de expressão de americanos.

A decisão do republicano foi também impulsionada pelo recente julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) do Marco Civil da Internet, que aumenta a responsabilização das redes sociais.

Nas palavras do advogado da plataforma Rumble, Martin de Luca, a ordem desta sexta seria “uma escalada irresponsável que expõe ao Brasil a uma crise diplomática ainda mais grave”.

Folha de S.Paulo

Opinião dos leitores

  1. Bloqueio de post indevido após julgamento e defesa é democracia. Bloqueio de perfil completo, independente do conteúdo dos posts é claramente censura e ditadura, é a tentativa de calar complemente a pessoa.

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Geral

Procuradoria da Fazenda defende cobranças contra Lulinha por sonegação

Foto: Alex Silva/Estadão

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) defende que sejam mantidas as cobranças por sonegação fiscal contra o filho mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os débitos fiscais foram resultado de ação da Receita Federal e estão ligados a denúncias da operação Lava Jato.

Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, foi investigado por ter recebido cerca de R$ 132 milhões da companhia telefônica Oi por meio de uma de suas empresas, a Gamecorp, de 2004 a 2016, durante as administrações petistas. Em troca, o grupo econômico teria obtido vantagens junto ao governo.

Procurada, a defesa de Lulinha diz que acredita que as cobranças da Receita serão anuladas.

Por meio de nota, a Procuradoria da Fazenda diz que atua no caso livre de qualquer ingerência política. “O processo judicial trata de discussão sobre autuações fiscais, recolhimento de imposto de renda e contribuição previdenciária”, explica a nota.

“A PGFN tem o dever legal de defender a manutenção do auto de infração no âmbito judicial. Ao advogado do contribuinte cabe exercer o contraditório e a ampla defesa. A situação não é excepcional. Não cabe ao Ministério da Fazenda interferir de qualquer forma no processo”, diz a PGFN.

Segundo a força-tarefa da Lava Jato, Lulinha teria ocultado rendimentos e feito repasses a outras companhias sem comprovar a prestação de serviços. Mas na esfera penal o caso foi anulado devido às decisões em que o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou a Justiça Federal de Curitiba o foro inadequado para a tramitação dos processos e decretou a suspeição do ex-juiz Serio Moro, hoje senador pelo União Brasil do Paraná.

Aquelas acusações, contudo, culminaram na abertura de seis autos de infração pela Receita Federal no valor total de mais de R$ 10 milhões. Trata-se de processos que correm fora do Judiciário, na esfera administrativa, e por isso foram mantidos.

Parte deles mira sócios de Fábio Luis, como Fernando Bittar, filho do ex-prefeito de Campinas Jacó Bittar e antigo dono do sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), propriedade atribuída a Lula na Lava Jato.

Em março do ano passado, o juiz Diego Câmara, da 17ª Vara do Distrito Federal, suspendeu as cobranças da Receita com uma decisão liminar. Os advogados do filho do presidente alegam que as autuações, ainda em trâmite na esfera administrativa, se tornaram inválidas após decisões do STF que anularam atos da investigação.

Dois meses depois, a PGFN apresentou uma manifestação no processo da Justiça Federal. Nela, o órgão vinculado ao Ministério da Fazenda sustenta que as decisões do STF anularam as sentenças de Moro, mas não as provas coletadas pela Lava Jato e utilizadas para embasar as autuações da Receita.

“A decisão do STF anulou as decisões proferidas pelo então juiz condutor do processo penal e hoje senador Sérgio Fernando Moro. A operação Lava Jato não foi em sua totalidade anulada. De sorte que as provas produzidas não foram anuladas, podendo ser reanalisadas pelo novo Juízo”, diz o parecer.

A PGFN defende também que os auditores que lavraram os autos fizeram sua própria análise, além de diligências para verificar as irregularidades. “A constituição do crédito se pautou em uma análise acurada de elementos como contratos sociais, notas fiscais, diligências, etc, realizadas no âmbito do procedimento administrativo fiscal, garantindo ampla defesa e contraditório à parte autora. Ainda que elementos de prova pontuais, extraídos da Operação Lava Jato, tenham sido utilizados para reforçar a existência do crédito tributário, não o torna nulo”, sustenta a PGFN”.

A defesa de Lulinha apresentou sua contestação ao parecer da procuradoria da Fazenda somente neste ano. Nela, classifica a manifestação como “genérica” e “vazia”.

Afirma ainda que nenhum dos pontos abordados pela PGFN apresenta “qualquer enfrentamento concreto dos argumentos de nulidade”. O caso ainda está pendente de decisão final na Justiça Federal.

Provas coletadas pelo Ministério Público Federal (MPF) sobre supostos ilícitos fiscais foram enviadas à Receita por meio de um acordo firmado entre as duas entidades com vistas ao compartilhamento de informações. Com base nesses dados, os auditores abriram processos administrativos com tramitação independente das ações na Justiça e procederam sua própria apuração, ao cabo da qual confirmaram ilícitos e estipularam multas de 150%.

Fábio Luís teria transferido recursos da Gamecorp a título de serviços prestados a outras empresas das quais é sócio, a G4 Entretenimento e a LLF Participações. A operação, na visão da Receita, foi uma tentativa de evitar a cobrança de Imposto de Renda como pessoa física e pagar alíquotas mais baixas por meio das pessoas jurídicas.

Ele também é acusado de repassar valores à FLEXBR Tecnologia Ltda, uma empresa que pertencia a dois de seus irmãos, também filhos de Lula, sem justificativa legal.

Além da manifestação da PGFN na esfera judicial, a Receita Federal também agiu no caso Lulinha recentemente. Em março deste ano, o Fisco federal enviou à Junta Comercial de São Paulo uma solicitação de arrolamento de bens de Lulinha.

De acordo com tributaristas consultados pelo Estadão, o procedimento serve para identificar patrimônio que poderia ser alvo de uma possível ação de execução, mas não garante que isso será feito. Portanto, não tem efeito de bloqueio.

Neste ato, foram arrolados quotas no valor de R$ 100 mil da LLF Tech Participações, da qual ele é o único proprietário. A G4 Entretenimento, de que é sócio junto com Kalil Bittar, está arrolada desde 2021.

A reportagem buscou contato com Otto Medeiros, advogado que representa Lulinha na ação de anulação das cobranças, mas não teve retorno. Marco Aurélio de Carvalho, líder do grupo de juristas de esquerda Prerrogativas e responsável pela defesa de Lulinha e Bittar junto à Receita, foi quem se manifestou.

“Nós temos a confiança de que os autos serão anulados. Há inequívoca prestação de serviços já comprovada de forma farta. Todos os casos relacionados ao Fábio foram anulados e, realmente, ele foi vítima de uma perseguição, assim como o pai e a família toda.”

Procurado, o Ministério da Fazenda informou que quem se manifestaria sobre o caso é a PGFN.

Estadão

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