Esporte

Brasil encerra o ano com vitória sobre Camarões por 1 a 0

Foto: CBF

Uma dor na virilha tirou o atacante Neymar da última partida do Brasil em 2018. O atacante saiu aos 7 minutos de jogo contra Camarões, nesta terça-feira (20), um amistoso vencido por 1×0 pelos brasileiros no Estádio MK, na cidade de Milton Keynes, Sudeste da Inglaterra, a 70 quilômetros de Londres.

De acordo com o médico da seleção, Rodrigo Lasmar, o jogador sentiu um “incômodo” e, por isso, teve que ser substituído. A gravidade da lesão ainda será avaliada e somente então se saberá se ele terá condições de jogo pelo Paris Saint-Germain na próxima partida pelo campeonato francês.

O gol brasileiro contra Camarões foi marcado por Richarlison – justamente o substituto de Neymar – aos 44 minutos do primeiro tempo, de cabeça, aproveitando um escanteio batido por William. O técnico Tite aproveitou a partida para testar diversos reservas e escalou o time com Ederson, Danilo, Marquinhos, Pablo e Alex Sandro; Arthur, Alan (Paulinho), Wallace (William), e Douglas Costa (Roberto Firmino); Gabriel Jesus e Neymar (Richarlison).

O jogo contra Camarões, que tem como técnico o holandês Clarence Seedorf, ex-atacante do Botafogo, foi o segundo dos dois amistosos disputados pela seleção brasileira nesta viagem à Inglaterra. No primeiro jogo, o Brasil venceu o Uruguai por 1×0, gol de Neymar.

Os amistosos fazem parte da preparação seleção para a Copa América, que será disputada de 14 de junho a 7 de julho de 2019 no Brasil.

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Acidente

Duas mulheres morrem em capotamento de carro na BR-101 em Natal

Foto: Reprodução

Duas mulheres morreram após um carro capotar em um trecho da BR-101, em Natal, no sentido Extremoz. O acidente aconteceu na madrugada deste domingo (27). As vítimas foram identificadas como Edineide Soares dos Santos, de 50 anos, e Genilza da Silva, de 40 anos.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, o motorista do carro – um VW Saveiro de cor branca – fugiu do local após o acidente. Uma quarta pessoa ficou gravemente ferida, mas não teve o estado de saúde atualizado.

Além da PRF, a ocorrência foi atendida pelo Corpo de Bombeiros, que auxiliou no resgate; pelo Instituto Técnico-Científico de Perícia do Rio do Norte (Itep-RN), que fez a remoção dos corpos; e pela Polícia Civil, que vai investigar o caso.

Portal da Tropical

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Esporte

Corinthians e São Paulo caem, e Flamengo aumenta liderança como maior torcida do país; veja ranking

Foto: André Durão

A arquibancada mudou ligeiramente de desenho. Corinthians e São Paulo recuaram além da margem de erro, e o Flamengo, mesmo mantendo números estáveis, abriu ainda mais vantagem como dono da maior torcida do Brasil. É com essa conclusão em meio a esse clássico dos gigantes que O GLOBO dá o pontapé inicial na publicação da maior pesquisa sobre torcidas da história do país — e não só sobre quantidade. Ao longo das próximas semanas, nas comemorações dos seus 100 anos, o jornal vai explorar o perfil completo do torcedor brasileiro: o grau de fanatismo, o engajamento com o clube, o relacionamento com a seleção e até as simpatias por times estrangeiros.

Foto: Ipsos-Ipec

O jogo começa com a pergunta mais simples e popular do futebol: “Você torce ou tem simpatia por qual time brasileiro? E por mais algum?”. Essa foi a primeira questão feita pelo Ipsos-Ipec a 2.000 brasileiros com mais de 16 anos, entrevistados presencialmente entre os dias 5 e 9 de junho, em 132 municípios de todas as regiões do país. A metodologia desta pergunta foi a mesma adotada em parceria com O GLOBO na pesquisa de 2022, e permitia ao entrevistado citar espontaneamente até dois clubes. Caso indicasse um coração “dividido”, ambas as paixões foram contabilizadas.

Contabilizados os números, é possível afirmar: o Flamengo não apenas manteve sua posição, como consolidou sua liderança. Embora tenha oscilado levemente para baixo — de 21,8% para 21,2%, variação dentro da margem de erro de 1,8% —, a estabilidade rubro-negra contrasta com a queda significativa dos adversários diretos.

A queda mais acentuada foi a do Corinthians, que despencou de 15,5% para 11,9% — recuo de 3,6 pontos, mais que o dobro da margem de erro do clube (1,4%). Já o São Paulo caiu de 8,2% para 6,4%, uma variação de 1,8 ponto percentual, também acima de sua margem de erro (1,1%). O tricolor paulista agora aparece em quarto lugar, ultrapassado numericamente pelo Palmeiras, que teve uma oscilação negativa de 7,4% para 6,5%, mas ainda dentro do intervalo tolerado pelo levantamento. Os rivais estão empatados tecnicamente em terceiro.

O Globo

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Geral

INSS: R$ 330 milhões já foram devolvidos a 500 mil vítimas de fraudes

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Mais de 500 mil aposentados e pensionistas que sofreram descontos indevidos durante a fraude INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) já foram ressarcidos pelo governo federal, segundo o presidente do Instituto, Gilberto Waller. Ao todo, o governo já repassou cerca de R$ 330 milhões para as vítimas.

Os pagamentos iniciaram na última quinta-feira (24).

Os ressarcimentos são feitos em lotes diários até que todos os casos sejam concluídos. O pagamento segue a ordem cronológica da adesão ao acordo, ou seja, aqueles que aderiram primeiro ao acordo vão receber primeiro.

Podem aderir ao plano de ressarcimento os beneficiários que fizeram a contestação dos descontos e não obtiveram resposta das entidades.

O prazo para adesão vai até 14 de novembro, com possibilidade de extensão se for necessário, segundo o governo.

O acordo permite que aqueles que sofreram descontos indevidos entre março de 2020 e março de 2025 recebam o valor de volta sem precisar entrar na Justiça.

É necessário aceitar a proposta pelo aplicativo Meu INSS ou presencialmente nas agências dos Correios. A adesão é gratuita e não é preciso enviar documentos adicionais, segundo o governo.

O ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou que os pagamentos do governo federal para ressarcir as fraudes em benefícios de aposentados do INSS poderão ser feitos tanto fora do limite de despesas do arcabouço fiscal quanto da meta fiscal.

Para isso, o governo editou uma MP (Medida Provisória) abrindo um crédito extraordinário de aproximadamente R$ 3,3 bilhões.

O crédito extraordinário é um recurso que o governo pode usar para despesas inesperadas, fora do orçamento aprovado, sem afetar o limite fixado para os gastos ou a meta fiscal.

CNN

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Geral

Deputada rebate Janones após denúncia: “Estou em licença maternidade”

Foto: Reprodução

A deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) rebateu André Janones (Avante-MG), que pediu ao STF que investigue se a parlamentar se envolveu em suposta distribuição de panfletos pró-Donald Trump e pró-tarifaço, na sede do PL, em Brasília.

“Mais uma vez Janones mente e dissimula. Não pisei em Brasília este ano, pois estou em licença maternidade, com a minha bebê, em casa”, disse Zanatta em contato com a coluna do Paulo Cappelli.

Como mostrou a coluna, Janones solicitou à Suprema Corte que apure se parlamentares de oposição ao governo Lula articularam a favor das tarifas impostas pelos Estados Unidos e se divulgaram material em apoio à medida de Trump.

Na semana passada, o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, Filipe Barros (PL-PR), foi incluído por Alexandre de Moraes em inquérito que mira a atuação de parlamentares bolsonaristas nos EUA.

Metrópoles – Paulo Cappelli

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Geral

Hacker Walter Delgatti anuncia plano de lançar empresa de bet com o ex-jogador Robinho, preso com ele

Foto: Reprodução

Presos em Tremembé, complexo penitenciário no interior paulista, o hacker Walter Delgatti Netto e o ex-jogador Robinho estariam planejando o lançamento conjunto de uma plataforma de apostas esportivas. A intenção vem sendo alardeada pelo próprio hacker, que cumpre pena de 8 anos e 3 meses de reclusão imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A defesa do ex-atleta não respondeu ao contato do blog True Criminal.

Delgatti e Robinho estão em celas diferentes em Tremembé, mas convivem regularmente durante o banho de sol no pátio da prisão. O hacker de Araraquara, como também ficou conhecido, mencionou a futura bet em conversas com seu advogado, Ariovaldo Moreira, e também em comentários a funcionários da penitenciária.

Segundo ele, a ideia de entrar no ramo das apostas teria partido de Robinho, condenado a 9 anos de prisão por um estupro ocorrido na Itália. A empresa seria aberta assim que ambos deixassem a cadeia numa eventual progressão de regime. A estratégia comercial passaria por unir a fama do ex-jogador à experiência de Delgatti em tecnologia.

Delgatti ganhou projeção após invadir contas do Telegram de procuradores da Operação Lava-Jato e do então juiz Sergio Moro, vazando mensagens que deram origem a uma série de reportagens capitaneadas pelo portal Intercept Brasil sobre a força-tarefa. Mais recentemente, ele foi preso após forjar um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, sob orientação da deputada federal Carla Zambelli (PL-DF), também condenada pelo caso e hoje foragida na Itália.

Atualmente, Robinho tenta progredir para o regime semiaberto, mas enfrenta entraves judiciais. Seus recursos no Superior Tribunal de Justiça (STJ), com os quais tentava anular a pena da Justiça italiana, também já foram rejeitados.

Enquanto aguarda nova decisão, o ex-jogador recebe visitas frequentes em Tremembé da mulher e dos três filhos. Nas últimas semanas, de acordo funcionários da penitenciária, Robinho tem apresentado sinais de instabilidade emocional. Recentemente, ele conseguiu autorização para que seu pastor particular o visitasse no espaço ecumênico.

Pouco tempo após ser preso, Robinho havia passado a jogar futebol com os colegas de pavilhão, tornando-se líder da equipe. Agora, no entanto, abandonou até as partidas. A saudade do filho mais velho, Robson Júnior, de 17 anos, seria um dos fatores a abalar o ex-atleta. O jovem estreou recentemente no time profissional do Santos, repetindo os passos do pai. Quando o filho faz visitas em Tremembé, segundo relatos, Robinho se anima e caminha com ele no pátio, sorridente e apresentando o herdeiro com orgulho a outros presos.

A defesa do ex-jogador também não retornou os pedidos de comentário sobre o estado emocional de Robinho.

O Globo

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Geral

Líder do governo na Câmara é internado para procedimento no coração

Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados

O deputado federal José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara dos Deputados, foi internado neste domingo (27) em um hospital de São Paulo, onde passará por um procedimento cirúrgico no coração na próxima segunda-feira (28).

“Agradeço desde já o carinho, as orações e a compreensão de todas e todos. Assim que possível, volto com boas notícias”, escreveu em suas redes sociais.

Em junho, o parlamentar já havia informado que estava realizando um pré-operatório para uma “intervenção no coração”, e que o procedimento aconteceria no início deste mês.

Guimarães ainda confirmou que está no Hospital Sírio-Libanês e que a cirurgia será conduzida pela equipe do Dr. Roberto Kalil e Dr. Fábio Jatene.

Veja nota do deputado José Guimarães:

Amigos e amigas, Informo que estou internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para a realização de um procedimento cirúrgico, que ocorrerá nesta segunda-feira, dia 28, às 10h. A cirurgia será conduzida pela equipe do Dr. Roberto Kalil e Dr. Fábio Jatene, a quem confio plenamente.
Agradeço desde já o carinho, as orações e a compreensão de todas e todos. Assim que possível, volto com boas notícias.

CNN

Opinião dos leitores

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Geral

Governo Lula diz que soberania é inegociável após Trump confirmar taxas

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços afirmou neste domingo (27.jul.2025) que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “continua e seguirá aberto” para negociar o tarifaço de 50% com os Estados Unidos, mas que a soberania do Brasil e o Estado democrático de Direito são “inegociáveis”.

Em nota, o órgão chefiado pelo vice-presidente e ministro, Geraldo Alckmin (PSB), disse que as conversas com os norte-americanos, por orientação de Lula, são feitas “com base em diálogo, sem qualquer contaminação política ou ideológica”.

“O Brasil e os Estados Unidos mantêm uma relação econômica robusta e de alto nível há mais de 200 anos. O governo brasileiro espera preservar e fortalecer essa parceria histórica, assegurando que ela continue a refletir a profundidade e a importância de nossos laços”, afirmou.

O comunicado foi divulgado depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), confirmar que o tarifaço começará em 1º de agosto –sem adiamento.

“O 1º de agosto é para todos. Todos os acordos começam em 1º de agosto”, disse o republicano ao lado de Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, durante entrevista a jornalistas em Turnberry, na Escócia. Quando questionado se há algum outro acordo que os EUA buscam, Trump disse que tenta chegar a uma negociação com “3 ou 4 países”, mas não especificou quais.

6 MESES DE ISOLAMENTO

Apesar de dizer que o governo Lula tem buscado negociar “sem qualquer contaminação política ou ideológica” desde 9 de julho, quando Donald Trump anunciou o tarifaço, os atos e declarações do presidente, de integrantes do PT e do governo não têm seguido essa orientação. O clima para uma possível negociação de alto nível piorou. Essa deterioração foi sentida em Washington também por causa de algumas decisões controversas recentes do ministro Alexandre de Moraes.

O presidente Lula protagonizou na semana passada uma escalada de uma retórica beligerante contra Trump e os EUA. O petista nunca se interessou em ter uma reunião direta com Trump desde a posse do norte-americano (em 20 de janeiro). Disse que não teria assunto para conversar e teria de ficar contando piada. Passaram-se 6 meses de isolamento do Brasil em relação aos EUA. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que nunca conseguiu ser recebido pelo chefe do Departamento de Estado norte-americano, Marco Rubio.

Lula disse na semana passada que se Trump estava trucando ao impor tarifas, o Brasil iria pedir 6 –numa alusão ao jogo de cartas truco, em que o blefe é uma das estratégias principais. Em suma, o presidente brasileiro sugeriu que o norte-americano está blefando.

O petista também reclama que ninguém atende aos pedidos de conversa com o Brasil —sem relembrar que em 2024 disse que Trump era uma espécie de fascismo e nazismo com nova cara.

No caso de Moraes, quando o ministro determinou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deveria usar tornozeleira eletrônica, tratou os Estados Unidos como uma nação inimiga. O ministro também disse que Bolsonaro poderia dar entrevistas, desde que o conteúdo não aparecesse em redes sociais (algo inexequível pela impossibilidade de impedir que uma entrevista seja replicada na internet). Na prática, as entrevistas do ex-presidente ficaram proibidas. Esse tipo de medida é vista como cerceamento à liberdade de expressão nos EUA.

Na madrugada de sábado (26.jul), por determinação de Moraes, foi retirado da praça dos Três Poderes o deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ), que estava disposto a ficar ali, em silêncio e numa barraquinha, para protestar contra o que considera ser um processo injusto contra Jair Bolsonaro (acusado de suposta tentativa de dar um golpe de Estado em 2022). O magistrado mandou expulsar o congressista e também proibiu qualquer tipo de manifestação no local, que fica em frente à sede do Supremo Tribunal Federal. Nos EUA, em frente à Casa Branca, em Washington, ou em outros locais da capital norte-americana é comum haver barraquinhas montadas com pessoas praticamente morando nesses locais para protestar contra alguma política do Executivo, do Legislativo ou do Judiciário.

Leia abaixo a íntegra da nota do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços:

“Desde o anúncio das medidas unilaterais feito pelo governo norte-americano, o governo brasileiro, por orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vem buscando negociação com base em diálogo, sem qualquer contaminação política ou ideológica.

“Reiteramos que a soberania do Brasil e o Estado democrático de Direito são inegociáveis. No entanto, o governo brasileiro continua e seguirá aberto ao debate das questões comerciais, em uma postura que já é clara também para o governo norte-americano.

“O Brasil e os Estados Unidos mantêm uma relação econômica robusta e de alto nível há mais de 200 anos. O governo brasileiro espera preservar e fortalecer essa parceria histórica, assegurando que ela continue a refletir a profundidade e a importância de nossos laços.”

Poder 360

Opinião dos leitores

  1. Está senil, desorientado e continua sendo irresponsável.
    Ele delira e acha que é o único certo, enquanto a China, Índia, União Europeia e demais países foram negociar as tarifas que caíram para 15%.

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Geral

Com disparada de mortes, governo Lula cria plano de segurança para motociclistas

Foto: Pedro Affonso/Folhapress

Para tentar reduzir os altos números da letalidade em sinistros envolvendo esse tipo de veículo —no estado de São Paulo, por exemplo, o número de motociclistas mortos no primeiro semestre deste ano foi recorde—, o governo Lula (PT) está desenvolvendo uma versão para duas rodas do Pnatrans (Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito).

O Programa Nacional de Segurança de Motociclistas, como deve ser chamado o texto, vai usar todas as referências sobre motos do plano que envolve todo o trânsito e incluir sugestões debatidas por especialistas de tráfego e de saúde que se reúnem a partir desta segunda-feira (28) em Brasília.

A elaboração do programa faz parte da Semana Nacional de Prevenção a Acidentes com Motociclistas, que será realizada pela primeira vez e instituída a partir de lei sancionada em outubro de 2024.

A ideia é que o texto final fique pronto ainda nesta semana, espera Maria Alice Nascimento Souza, diretora de Segurança Viária do Ministério dos Transportes.

Os motociclistas são as principais vítimas do trânsito. Conforme o Datasus, do Ministério da Saúde, em 2023, um total de 13.521 ocupantes de motos morreram em acidentes no país. O quantitativo representa quase 40% das 34.881 mortes no trânsito daquele ano —dados mais recentes.

Gradativamente, cresce a quantidade de motos nas ruas e estradas brasileiras. Em junho de 2019 eram 22,7 milhões de unidades registradas, segundo o Ministério dos Transportes, e representavam 22,15% de todos os veículos. No mês passado, o número saltou para mais de 29 milhões e o percentual na frota total foi a 23,01%.

“É uma estratégia de governança e midiática, para chamar a atenção”, afirma Adrualdo de Lima Catão, titular da Secretaria Nacional de Trânsito.

Com um plano voltado para motociclistas, a pasta espera conseguir alcançar resultados com ações de fiscalização e de comunicação, semelhantes às da Lei Seca (que coíbe álcool e direção), por órgãos de trânsito e municípios.

Desconhecido da maioria, o Pnatrans prega, entre outros tópicos, aumentar a proporção de usuários de motocicletas que utilizam corretamente capacetes padronizados para cerca de 100% até 2030.

“No interior e nas periferias, não se usa capacete”, afirma Catão. “Quando a fiscalização orienta essas pessoas, pode-se criar efeitos semelhantes aos da Lei Seca”, diz —a implantação da legislação diminuiu em 24% a taxa de mortes no trânsito por consumo de álcool entre os anos de 2010 e 2023.

O programa busca chamar a atenção para outros problemas que tendem a ampliar o problema. Um relatório publicado pelo governo federal em agosto do ano passado mostrou que de 34,2 milhões de proprietários de motocicletas, motonetas e ciclomotores, 17,5 milhões (ou 53,8%) não têm CNH (Carteira Nacional de Habilitação) para conduzir esses veículos.

Há também expectativa que seja referência na adoção de medidas de engenharia de trânsito, como orientação para se reduzir a velocidade máxima tolerável em vias onde passam muitas motocicletas.

O uso de vias segregadas, como a faixa azul, também será discutido nas conferências desta semana em Brasília, mas a entrada do modelo no programa de segurança é incerta.

A sinalização no asfalto exclusiva para motos, inclusive, terá um fórum especial de debates.

A faixa azul começou a ser testada na cidade de São Paulo em 2022 e atualmente o modelo é replicado por outros municípios, como São Bernardo do Campo e Santo André, no ABC Paulista, e as capitais Salvador e Recife.

O modelo, entretanto, não é consenso. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), da Prefeitura de São Paulo, afirma que o projeto pioneiro diminuiu o número de óbitos de motociclistas em 47,2%, passando de 36 em 2023 para 19 em 2024, nos trechos de vias com a sinalização.

Em toda a cidade, porém, o número de motociclistas mortos disparou entre os dois anos comparados. Passou de 366 óbitos em 2023 para 433 no ano passado, conforme dados do Infosiga, sistema estadual que mede a violência no trânsito.

Para se tornar uma política pública de trânsito regulamentada, a faixa azul precisa ser aprovada pela Senatran, que está analisando os números, e depois passar pelo crivo do Contran (Conselho Nacional de Trânsito). Não há prazo para isso.

Cerca de 500 mil motos circulam diariamente pelos 232,7 km de faixas azuis instaladas em 46 vias paulistanas, afirma a CET, que irá mandar palestrantes a Brasília nesta semana.

“Moto é um transporte individual altamente vulnerável. Os números são preocupantes, pois as mortes têm aumentado tanto em rodovias federais quanto nos estados”, diz Catão.

O Programa Nacional de Segurança de Motociclistas também deverá chamar a atenção à ineficiência do transporte público no país. Na teoria, ônibus desconfortáveis e que não passam no horário empurram o passageiro para transportes individuais como as motos.

Folha de S.Paulo

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Economia

Tarifaço de Trump entra na semana decisiva e perspectiva de acordo com os EUA fica mais distante

Foto: Wilton Junior/Estadão e Evan Vucci/AP Photo

O Brasil entra esta semana em um período decisivo, que pode mudar para pior o rumo de sua economia – pelo menos no curto prazo. Está prevista para entrar em vigor na sexta-feira, 1º de agosto, a tarifa de 50% prometida pelo presidente americano, Donald Trump, para todos os produtos brasileiros vendidos para o mercado americano. E, pelo menos até o momento, não há o menor sinal de que esse movimento poderá ser revertido ou adiado.

As tentativas do governo brasileiro de negociar com os EUA, encabeçadas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, têm se mostrado infrutíferas. Na semana passada, Alckmin disse ter tido no sábado, 19, uma conversa de 50 minutos com o secretário de Comércio americano, Howard Lutnick. “Nós conversamos com o governo norte-americano, tivemos uma conversa com o secretário de Comércio, longa, colocando todos os pontos e destacando o interesse do Brasil na negociação, e destacando que o presidente Lula tem orientado negociação, não ter contaminação política nem ideológica”.

Mas o próprio presidente Lula parece não ter muita esperança de uma reversão da cobrança até o dia 1º. Na sexta-feira, 24, disse que o vice-presidente liga todos os dias para conversar sobre a tarifa, mas que ninguém responde. “Ninguém pode dizer que o Alckmin não quer conversar. Todo dia ele liga para alguém, e ninguém quer conversar com ele”, disse Lula.

Neste domingo, 27, Howard Lutnick afirmou que as tarifas, previstas para começar em 1º de agosto, não serão adiadas. “Sem mais períodos de carência”, afirmou, em entrevista, à Fox News. Mesmo assim, Lutnick afirmou que, quando as taxas começarem, os países ainda poderão falar com o governo americano. “O presidente está definitivamente disposto a negociar e conversar com as grandes economias, com certeza”.

Brasil tem a maior taxa

O prazo de 1º de agosto não é exclusivo para o Brasil. É a data dada por Trump para subir as tarifas para dezenas de países que não conseguirem fechar um acordo a tempo. Mas é no Brasil onde a tarifa será mais alta – nenhum outro país terá a taxa de 50%.

Alguns países já haviam conseguido fechar acordos com Trump, evitando o “mal maior”: Reino Unido, Vietnã, Indonésia, Filipinas e Japão. Neste domingo, 27, foi a vez de União Europeia também finalizar um acerto com o governo americano, com uma tarifa básica de 15% – a ameaça de Trump era elevar a taxa para 30%.

No caso brasileiro, porém, as negociações se tornam um pouco mais complicadas pelo viés político que tomaram. Quando anunciou que taxaria os produtos brasileiros, Trump condicionou a reversão da decisão ao fim do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF, que o presidente americano disse ser uma “caça às bruxas”.

“Não estou enxergando um caminho no curto prazo para poder reduzir essas tarifas”, disse o diretor para as Américas da consultoria Eurasia, Christopher Garman. “Nós estamos num embate, e o problema é que o presidente Trump se enxerga no drama do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nós precisamos lembrar que o Trump se sentiu vítima de uma caça às bruxas de medidas judiciais. Ele se sentiu censurado. Ele enxerga o movimento progressista Democrata como uma ameaça à democracia. Então, quando ele vê o drama do entorno da família Bolsonaro e as queixas da direita brasileira, o Trump encontra respaldo.”

Para Garman, o melhor cenário para o Brasil, nesse caso, é receber as tarifas e não retaliar. Ao longo do tempo, avalia, pode ser que as empresas e o governo brasileiro consigam algum espaço para aliviar o cenário. “O impacto das tarifas globais tende a chegar ao bolso do consumidor através de mais inflação. Portanto, a Casa Branca pode ficar mais passível de aceitar tarifas menores”, afirma.

O economista André Perfeito, por sua vez, diz que o acordo entre União Europeia e Estados Unidos anunciado neste domingo traz ainda mais pessimismo para a situação do Brasil na busca de uma solução para a questão da tarifa de 50%. “O Brasil está definitivamente isolado e as tarifas ganham ares de sanção que buscam restabelecer a América como quintal dos EUA”, disse.

Para o economista, o acordo aponta para a perspectiva de que os EUA não permitirão que o Brasil se alie de maneira individual a blocos ou projetos que não sejam do interesse de Washington, o que, para Perfeito, “cria uma novidade política que há muito tempo não se via”. Ele considera que a revista The Economist apontou corretamente, em sua edição da semana passada, que o que ocorre com o Brasil só pode ser comparado ao período da Guerra Fria.

Estadão

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Geral

Operações sobre desvios milionários se multiplicam em órgão cobiçado por partidos

Foto: Divulgação

O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) foi alvo de pelo menos 11 operações da Polícia Federal e da CGU (Controladoria-Geral da União) desde 2018. O órgão é cobiçado por partidos políticos, com uma influência que se estende por diferentes governos.

As investigações têm o objetivo de combater o desvio de dinheiro público em estados de todas as regiões do país. Os inquéritos envolvem suspeitas de fraude em licitação, cobrança de propina, direcionamento de obras e superfaturamento. Os casos tramitam sob sigilo.

Na última semana, uma ação realizada pela PF teve entre os alvos um suplente de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente do Senado. O parlamentar não é investigado.

O órgão, atualmente vinculado ao Ministério dos Transportes, é palco histórico de escândalos de corrupção e de atuação de partidos, por ser responsável por obras em rodovias e ferrovias federais espalhadas pelas bases eleitorais dos políticos.

No primeiro mandato de Dilma Rousseff (PT), em 2011, suspeitas de irregularidades levaram ao afastamento da cúpula do Dnit e resultaram em um pedido de demissão do então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento.

A pasta era comandada à época pelo PR, que se tornou o atual o PL —Nascimento foi presidente do partido—, e seguiu sob controle a legenda durante o governo de Michel Temer (MDB).

Atualmente, o Ministério dos Transportes é chefiado por Renan Filho, ex-governador alagoano filiado ao MDB. O Dnit é dirigido pelo ex-superintendente do órgão em Alagoas Fabricio de Oliveira Galvão.

O departamento afirma que atua constantemente para prevenir e sanar casos de fraude e corrupção e, muitas vezes, detecta indícios de irregularidades e os encaminha para órgãos de investigação. Segundo o departamento, esse foi o caso da operação no Amapá.

Mesmo com trocas de gestões presidenciais e de ministérios, as suspeitas sobre irregularidades em obras e ações do órgão não cessaram.

Só uma dessas operações, chamada Rota BR-090, teve oito fases deflagradas de 2019 a 2023. A investigação levantou desconfianças sobre desvios em contratos de mais de R$ 2 bilhões em Minas Gerais.

Outra operação foi a Círculo Fechado, de 2020, centralizada no Distrito Federal. O caso envolveu a suspeita de desvio até em contratações feitas na área de tecnologia da informação e resultou no bloqueio de R$ 40 milhões dos investigados.

Folha de S.Paulo

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