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Brasileiros nascem mais entre março e maio, aponta estudo; razão intriga cientistas

Foto: Pixabay

Há uma questão científica ainda sem resposta nas estatísticas de nascimento do Brasil. Os brasileiros nascem mais entre março e maio, nove meses após o inverno. E nascem menos em novembro e dezembro – os filhos dos meses de Carnaval. Por que isso acontece ainda não é sabido.

A diferença é significativa. Entre 1997 a 2017, houve 17% mais nascimentos em março do que em dezembro – os meses com os maiores e menores números de bebês nascidos nesse período. Em números absolutos, são 840 mil brasileiros a mais.

A diferença também é consistente ao longo dos anos. Desde o início da série histórica de nascimentos no Brasil, nos anos 90, há uma alta a partir de março, e uma queda a partir de novembro. Assim, o gráfico de nascidos mês a mês lembra uma frequência cardíaca, com um padrão que se repete.

Os dados foram levantados pela BBC News Brasil com base no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), do Ministério da Saúde, que é notificado sobre todos os nascimentos no país. Outras fontes de dados, como as estatísticas do Registro Civil do IBGE e do Seade, mostram o mesmo padrão ao longo do ano.

Quando a bióloga e matemática americana Micaela Elvira Martinez, professora da Escola de Saúde Pública da Universidade de Columbia, olhou os dados brasileiros pela primeira vez, ficou perplexa: “Eu fiquei extremamente surpresa: ‘uau, eles (brasileiros) têm uma sazonalidade de nascimentos muito forte”.

A “sazonalidade” citada por Martinez se refere ao comportamento “sazonal” dos nascimentos por apresentam meses de pico e de baixa que se repetem ano após ano da mesma maneira.

É um fenômeno observado na maioria dos países do mundo. O que muda são os meses em que ocorre a alta e a baixa, bem como a diferença entre o número de nascimentos nesses dois pontos.

“Se não houvesse sazonalidade, todo mês nasceria uma quantidade equivalente de pessoas”, explica Morvan de Mello Moreira, da Fundação Joaquim Nabuco, um dos únicos pesquisadores brasileiros que se debruçou sobre esse tema.

A particularidade do Brasil – que deixou Martinez surpresa – é que o país é um dos casos com maior sazonalidade de nascimentos conhecida.

“Na maioria dos Estados americanos, nós vemos uma diferença de 6% a 8% entre o mês de pico (com maior número de nascimentos) e o mês de vale (com menor número), comparado com os cerca de 20% que vocês têm”, diz a professora de Columbia, que já analisou dados de mais de uma centena de países.

Mas a ciência ainda não sabe por que isso acontece – nem no Brasil, nem nos outros países. “Até hoje a gente não tem muita certeza, não podemos afirmar com segurança qual é a causa”, diz Moreira.

“Essa é uma grande pergunta em aberto”, acrescenta Martinez, PhD em Biologia Evolutiva e Ecologia. “(A sazonalidade dos nascimentos) é um fenômeno conhecido há muito tempo, há relatos com mais de um século. Então, é surpreendente que nós ainda não tenhamos a resposta definitiva para uma pergunta tão fundamental para nossa espécie.”

Uma das hipóteses é que o ciclo de nascimentos é provocado por mudanças no comportamento sexual ao longo do ano. Entram aí, por exemplo, um possível aumento da frequência de relações sexuais no inverno ou a abstinência por motivos religiosos no período da quaresma.

Outra hipótese é que a fertilidade humana pode aumentar ou diminuir de acordo com as mudanças nas condições ambientais ao longo do ano – principalmente, a quantidade de luz natural e a temperatura.

Porém, ressalta Martinez, é preciso muito mais estudos para testar essas e outras hipóteses. “Essa é realmente uma questão em aberto”.

Região Norte é exceção

A alta de nascimentos em março e queda em novembro ocorre em todo o Brasil, exceto na região Norte.

Nos Estados da Amazônia, os nascimentos são mais distribuídos ao longo do ano, com dois picos pouco acentuados: o principal em setembro e outro mais leve em março. Dessa forma, nas últimas duas décadas, a diferença entre o número de nascidos em março e dezembro foi de apenas 5% na região – bem abaixo da média nacional, de 17%.

No outro extremo, estão Nordeste e Sudeste, com as maiores sazonalidades do país. Nessas regiões, a diferença entre o número de nascimentos em março e dezembro alcançou 20%, no mesmo período.

“Eu nunca tinha ouvido falar disso, mas faz sentido. No começo do ano, tem muita gente grávida. Só no meu trabalho e na igreja tem umas quatro meninas para ganhar neném”, diz Karine Fernanda de Almeida, de Brasilândia, zona norte de São Paulo, grávida de sete meses de Pedro. O parto está previsto para abril – o meio do período de pico.

“Tem lógica (que nasçam mais pessoas nessa época), porque no inverno rola mais clima (de namoro). No verão, com esse calor, ninguém quer ficar junto”, brinca Karine.

O Estado onde a sazonalidade é mais forte é a Bahia, com 26% mais nascimentos em março que em dezembro.

Na principal maternidade de Salvador, a Maternidade de Referência Professor José Maria de Magalhães Netto, a alta de partos entre março e maio chamou tanto a atenção dos profissionais de saúde da instituição que chegou-se a considerar que esse quadro poderia ser fruto de um aumento nas concepções durante as festas juninas – associação posteriormente descartada por falta de evidências científicas.

Em alguns pontos do Brasil, o fenômeno é ainda mais forte, como na pequena Feira da Mata, cidade baiana de 6 mil habitantes, a cerca de 800 quilômetros de Salvador. Nos últimos anos, Feira da Mata teve mais que o dobro de nascimentos em março em relação a dezembro.

A diferença fica visível no negócio de Madson Ravany, sócio da Mundo Encantado Festas, que aluga materiais para festas de aniversário na cidade. Segundo ele, o movimento entre os meses de março a maio é três vezes maior que o visto no final do ano.

Outro reflexo se dá na única escola estadual da cidade, o Colégio Filomena Pereira Rodrigues. Entre os alunos, há um número muito maior de aniversários de março a maio do que de outubro a dezembro.

“Talvez seja porque aqui é muito calor e o pessoal espera ficar mais fresco para namorar. E no Carnaval o pessoal usa muito preservativo”, aposta, em tom de brincadeira, Davi Dias Rocha, vice-diretor do colégio. Ele levantou os dados dos aniversários na escola a pedido da BBC. “Eu nunca tinha imaginado que era assim”.

Hipóteses ainda não confirmadas

Mudanças na atividade sexual ao longo do ano são, de fato, uma das hipóteses para explicar a sazonalidade dos nascimentos, diz Martinez, da Universidade de Columbia. Outra hipótese importante são mudanças na fertilidade.

“Esses são os dois principais fatores. É possível que, ao longo do ano, a quantidade de atos sexuais desprotegidos varie. E também é possível que homens e mulheres apresentem mudanças sazonais na fertilidade, que nós não percebemos”, explica.

A combinação desses dois fatores explica por que a sazonalidade de nascimentos é bastante comum entre espécies de animais, segundo Martinez. “Muitos animais só se reproduzem e são férteis ao longo de uma pequena janela de tempo no ano.”

Dessa forma, os filhotes acabam nascendo em períodos específicos – que podem ser estações com mais comida, clima mais favorável à sobrevivência, menor incidência de doenças ou de predadores.

Assim, é possível que, há milhares ou milhões de anos, questões como essas também tenham sido importantes para a espécie humana. O resultado pode ter sido alteração na fertilidade e nos hábitos sexuais nas diferentes estações do ano.

“Então, a ideia é que, talvez, os humanos não sejam tão diferentes dos animais. Apesar das mulheres ovularem todos os meses e serem capazes de engravidar em qualquer momento do ano, e os homens produzirem espermatozoides continuamente, pode haver diferenças na fertilidade ao longo do ano. E isso é algo que nós ainda não sabemos”, completa a bióloga e matemática.

Relação entre latitude e mês com mais nascimentos

Em um estudo publicado em 2014 no periódico científico Proceedings of the Royal Society, Martinez e outros pesquisadores organizaram uma base de dados com milhões de nascimentos ocorridos no hemisfério Norte nas últimas décadas.

Ao analisar essas informações, os cientistas identificaram uma correlação entre latitude e mês do ano em que nascem mais pessoas. Quanto mais ao norte, mais os picos de nascimentos tendiam a ocorrer no começo do ano.

A maioria dos países europeus, por exemplo, têm um maior número de nascimentos em maio. Já nos Estados Unidos, localizado ao sul da Europa, o pico de nascimentos é um pouco mais tarde, entre julho e setembro – um estudo de um professor de Harvard identificou que 16 de setembro era o dia de aniversário mais comum entre os americanos.

Mas como a mudança de latitude poderia interferir nos nascimentos?

A duração do dia e da noite varia de acordo com a latitude. Regiões em latitudes distantes do Equador têm noites mais longas e dias mais curtos – e vice-versa, dependendo da estação do ano. Já em locais próximos do Equador, a duração do dia e da noite muda muito pouco ao longo do ano.

Dessa forma, a latitude interfere na quantidade de luz natural disponível. Além disso, a latitude também influencia na temperatura. A hipótese, então, é que mudanças nessas condições poderiam alterar a fertilidade humana – mas, novamente, nada disso foi provado.

O estudo da equipe de Martinez não analisou dados do hemisfério Sul. Mas, desde o ano passado, a pesquisadora passou a trabalhar com dados brasileiros. Assim, espera entender se a correlação entre latitude e mês de pico de nascimento também se repete por aqui.

“Esse é um dos motivos que me fizeram ficar surpresa com os dados sobre os Estados da Amazônia no Brasil. Nessa região, os dias são muito constantes, cerca de 12 horas de dia e 12 horas de noite, ao longo de todo ano. E nessa região os nascimentos são menos sazonais”, diz a pesquisadora.

Influência da escolaridade da mãe

Mas como explicar que a maior parte do Brasil tenha o mesmo calendário de nascimentos, sendo que as regiões são tão diferentes entre si? Para Moreira, da Fundação Joaquim Nabuco, isso é um enigma.

“O Brasil tem dimensões continentais, variabilidade de clima, uma população volumosa e muito diferenciada. As sociedades do Sul e do Centro-Oeste são muito diferentes. O clima das duas regiões também. Mesmo assim, elas guardam essa similaridade nos nascimentos. Não conseguimos ter uma explicação para isso”, diz.

O pesquisador analisou os dados brasileiros em detalhes. Além da região Norte, encontrou apenas uma segunda variável que modifica significativamente o padrão dos nascimentos no Brasil: a escolaridade da mãe.

Entre 1997 e 2017, filhos de mães sem nenhuma instrução nasceram 30% mais em março do que em dezembro. Já no caso de mães com nível superior, a diferença no número de nascimentos nesses dois meses foi de apenas 10%.

Para Martinez, da Universidade de Columbia, isso pode estar relacionado ao planejamento familiar – mulheres com maior escolaridade usam mais métodos contraceptivos. Uma forma de testar essa hipótese seria verificar como eram os nascimentos no Brasil antes da existência de anticoncepcionais. Porém, faltam dados antigos – as primeiras informações são da década de 1990.

Em países que têm estatísticas anteriores, como os Estados Unidos, os pesquisadores verificaram que, no passado, a variação dos nascimentos ao longo do ano era ainda maior. “Nos anos mais recentes, a sazonalidade dos nascimentos está diminuindo e ficando cada vez mais fraca. E isso pode ser uma consequência de haver cada vez mais planejamento familiar”, diz a bióloga americana.

Pela falta de estatísticas do século passado, não sabemos se isso também está ocorrendo no Brasil. Se estiver, então é possível que, um dia no futuro, os bebês concebidos no inverno brasileiro deixem de ser a maioria.

G1, com BBC

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Geral

INSS: AGU pede bloqueio de bens de associações suspeitas de fraude

Foto: KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLE

A Advocacia Geral da União (AGU) pediu o bloqueio de bens de associações suspeitas de fraudes nos descontos do INSS.

O bloqueio abrange 12 entidades associativas e seus dirigentes. Eles foram objeto de instauração de Processo Administrativo de Responsabilização pelo INSS, além de seis pessoas jurídicas que teriam funcionado como intermediárias de pagamentos de vantagens indevidas.

Medida usa Lei Anticorrupção. Com a lei, consegue responsabilizar as empresas juridicamente e tentar reaver o dinheiro.

Também foi determinado quebra de sigilo fiscal e bancário dos envolvidos. Foi pedido o bloqueio de atividades financeiras, inclusive as operações com cartões de crédito; suspensão temporária das atividades das entidades associativas requeridas; apreensão dos passaportes dos envolvidos; e expedição de ofício às corretoras de criptomoedas, com o objetivo de localizar e penhorar valores eventualmente existentes.

O recorte das 12 entidades foi realizado pelo INSS considerando a existência de fortes indícios de terem sido criadas com o único propósito de praticar a fraude (entidade de fachada), com sua constituição utilizando “laranjas” (art. 5º, III, da LAC); ou fortes indícios de pagamento de vantagem indevida a agentes públicos para autorizarem os descontos indevidos (Art. 5º, I, da LAC).
AGU calculou dano de mais de R$ 2,6 bilhões. “O valor do dano foi calculado a partir dos valores de descontos feitos pelas entidades apurados pela Dataprev, alcançando o montante de R$ 2.567.083.470,44”, informou a instituição em entrevista coletiva hoje.

UOL

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Geral

INSS: Maioria dos grupos suspeitos começou no governo Bolsonaro, diz Gleisi

Foto: Gil Ferreira/SRI

A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, foi às redes sociais, nesta quarta-feira (7), rebater críticas da oposição sobre o esquema de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

“Foi no governo Bolsonaro que quadrilhas criaram entidades fantasmas para roubar os aposentados, sem que nada fosse feito para investigá-las ou coibir sua ação no INSS. A maior parte das associações investigadas passou a atuar no governo Bolsonaro”, acusou a ministra em publicação.

O post de Gleisi acontece um dia depois de o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) ter compartilhado um vídeo, no mesmo modelo usado no caso Pix, que viralizou no início do ano, em que acusa o governo do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de não ter tomado medidas necessárias.

De acordo com a ministra, no entanto, “foi apenas no governo Lula que a Polícia Federal (PF) e a CGU (Controladoria-Geral da União) enfrentaram as quadrilhas e as entregaram à Justiça”.

Ela argumenta que o governo federal trabalha o “mais rápido” para que as associações investigadas possam “responder pelo que fizeram”.

“As quadrilhas e as associações fraudulentas terão de devolver tudo que roubaram. É com o aprofundamento das investigações, que já estão sendo feitas pela Polícia Federal e pela CGU, que vamos encontrar as origens e os responsáveis por esse ataque aos aposentados”, continuou.

Para ela, o momento exige “mudanças profundas, como o governo está fazendo”.

Mais cedo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também comentou o assunto, alegando que foi durante seu governo que, dentre outras mudanças, se assinou uma portaria que “modernizou significativamente as regras da prova de vida do INSS”.

“As mudanças promovidas na prova de vida durante o governo Bolsonaro demonstram como a tecnologia, aliada à gestão eficiente, pode transformar a vida do cidadão e o funcionamento do Estado. Ao mesmo tempo em que facilitou a rotina de milhões de brasileiros, essa medida reduziu gastos públicos e avançou no fechamento de brechas para fraudes, mostrando que é possível ter um governo mais enxuto, respeitoso e comprometido com o bem-estar da população”, escreveu.

Até 2022, os descontos associativos no INSS somavam R$ 706 milhões e tinham altas anuais que, desde 2016, não passavam da faixa dos 30%. Porém, para 2023, já no governo Lula (PT), houve uma alta de 84% nestes descontos; e em 2024, de quase 120%, segundo dados da CGU.

CNN Brasil

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Geral

VÍDEO: Veja momento em que fumaça branca no Vaticano anuncia eleição do novo papa

A Igreja Católica tem um novo papa. A fumaça branca foi expelida pela chaminé da Capela Sistina, no Vaticano, nesta quinta-feira (8), mostrando que cardeais reunidos no conclave elegeram o novo líder da Igreja Católica.

“Habemus Papam”, disse o Vaticano logo após a fumaça.

Os sinos da Capela Sistina também tocaram, indicando que os 133 cardeias que estavam confinados desde a manhã de quarta-feira (7) escolheram o cardeal que vai substituir o papa Francisco.

O cardeal eleito ainda não havia sido revelado até a última atualização desta reportagem pelo Vaticano, mas o tradicional anúncio de “habemus papam”, em que o novo papa aparece na sacada da Basílica de São Pedro, acontecerá ainda nesta quinta— nos dois últimos conclaves, em 2005 e 2013, os anúncios demoraram entre 1h e 2h após o sinal.

g1

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Geral

NOVO PAPA ELEITO: fumaça branca é vista na Capela Sistina

O novo papa da Igreja Católica foi eleito. Fumaça branca saiu da chaminé da Capela Sistina para indicar que os cardeais chegaram a um consenso no conclave para escolher o sucessor de Francisco.

Isso acontece no segundo dia da votação secreta dos cardeais.

Ainda não se sabe qual cardeal foi eleito e nem qual nome de papa ele usará.

O cardeal protodiácono, Dominique Mamberti, irá à varanda central da Basílica de São Pedro em breve para anunciar aos fiéis as palavras “habemus papam”.

Depois de alguns minutos do anúncio, o novo pontífice deve aparecer para a multidão na Praça de São Pedro e fazer uma primeira oração.

CNN

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Geral

Única prefeita do PT no RN, Andrezza Brasil anuncia desfiliação da sigla

A prefeita de Sítio Novo, Andrezza Brasil, anunciou sua desfiliação do Partido dos Trabalhadores (PT), legenda pela qual foi eleita e onde esteve filiada nos últimos cinco anos. A gestora era a única prefeita da sigla no Rio Grande do Norte e comunicou sua saída por meio de ofício formal encaminhado ao diretório municipal. A decisão foi tomada após reflexões sobre o cenário político atual e o desejo de construir um novo projeto partidário que fortaleça sua gestão e a representatividade da cidade.

Em sua declaração, Andrezza expressou gratidão às lideranças locais, estaduais e nacionais do PT, reconhecendo a confiança e o espaço que teve para atuar com liberdade e responsabilidade. No entanto, apontou que a ausência de apoio institucional em momentos cruciais da gestão gerou frustrações que influenciaram sua decisão. A prefeita reforçou que a saída não se deu por divergências ideológicas, mas sim por uma reorientação legítima de posicionamento político, dentro do regime democrático.

“Essa é uma mudança de rota necessária para consolidar um novo projeto que dialogue melhor com os rumos que desejamos para a gestão e para o povo de Sítio Novo. Continuo com o mesmo compromisso com a justiça social, a democracia e os direitos da nossa população”, afirmou Andrezza Brasil, que segue à frente do Executivo municipal focada em ampliar parcerias e garantir avanços concretos para o município.

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Economia

Renda média do brasileiro chega a R$ 3.057, maior número desde 2012, aponta IBGE

Foto: Reprodução

A renda média mensal dos brasileiros ficou em R$ 3.057 em 2024, o maior número da série histórica, iniciada em 2012, apontam dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, divulgada nesta quinta-feira (8) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O valor, que supera o recorde registrado em 2014 (R$ 2.974), foi alcançado devido às variações positivas dos últimos três anos, informou o instituto.

Até o período pré-pandêmico, relacionado aos anos entre 2012 e 2019, o rendimento médio real de todas as fontes teve um crescimento acumulado de 4,3% no período, passando de R$ 2.837 para R$ 2.958. Entretanto, houve redução com a pandemia da Covid-19, em que todas as fontes de renda dos brasileiros tiveram uma queda de 3,4% em 2020, e em 5,1% em 2021.

“Em 2022, apresentou aumento de 2,0%, alcançando R$ 2.764, permanecendo, no entanto, abaixo do valor estimado em 2012, ano inicial da série. Em 2023, o rendimento de todas as fontes alcançou um crescimento expressivo de 7,5% em relação ao ano anterior”, apontou a pesquisa.

As regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste lideram o ranking entre as com melhores rendimentos, com R$ 3.576, R$ 3.569 e 3.497, respectivamente. Enquanto isso, o Nordeste aparece em último lugar, com R$ 2.080.

Em relação aos rendimentos de trabalho, o valor médio mensal real aumentou em 3,7%, após um crescimento de 7,2% registrado em 2023. Em 2024, o rendimento médio do trabalho atingiu o valor máximo da série, de R$ 3.225. A renda de outras fontes permaneceu praticamente inalterada em relação ao ano anterior, marcando aproximadamente R$ 1.915 em 2024.

R7

Opinião dos leitores

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Concurso

Acordo entre MP e Estado prevê concurso público com 80 vagas para o Detran-RN

Foto: Sérgio Henrique

Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pelo governo do Rio Grande do Norte e pelo Ministério Público do Estado prevê a realização de um concurso público para preencher 80 vagas no Departamento Estadual de Trânsito (Detran).

Segundo o MP, a medida visa resolver problemas relacionados à necessidade de pessoal no órgão estadual.

Pelo acordo, o Estado e o Detran se obrigam a viabilizar concurso público para preenchimento das 80 cargos efetivos vagos, além de formação de cadastro de reserva e eventual preenchimento de outras vagas que possam ser disponibilizadas.

O concurso deve ser concluído e homologado no prazo máximo de 270 dias a partir da homologação do TAC pelo Poder Judiciário.

O último concurso público no órgão ocorreu em 2010. No entanto, até 2021 houve uma queda de 26,3% no quadro de pessoal.

Em 2021, 159 servidores efetivos, do total de 411, já preenchiam os requisitos para aposentadoria, representando 38,6% do quadro total de pessoal.

Enquanto isso, a frota de veículos e o número de condutores cadastrados tiveram aumento de quase 50% entre 2010 e 2024, com aumento da carga de trabalho. Em 2024, a arrecadação do órgão com serviços somou R$ 244.769.761,60.

Segundo o MP, a insuficiência do quadro de pessoal gera implicações diretas na qualidade do serviço prestado e aumenta o tempo de espera do cidadão.

Ainda de acordo com a instituição, funções de polícia de trânsito exigem servidores de carreira e não podem ser realizadas por mão de obra terceirizada.

G1RN

Opinião dos leitores

  1. Esse rapaz ainda não descobriu que o seu tempo passou, que já está na hora do pijama, que seus ultra amigos, como Noriega, Cuba?????, Maduro, coreia do norte????, Putin e outros menos qualificados são a escória do mundo, fica mundo afora, sem fazer nada, pagando de palhaço mundo afora, vergonha.

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Política

Lula diz que discurso de Trump “é absurdo” e lembra o de anarquistas

Foto: Marcelo Camargo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou um discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que chamou de “absurdo” e comparou à retórica de anarquistas. A declaração foi concedida em entrevista à revista americana The New Yorker, publicada nesta quinta-feira (8).

“Vi um discurso dele [Trump] no Congresso dos EUA recentemente, e foi absurdo — aqueles republicanos aplaudindo qualquer bobagem que ele dissesse. Era quase o mesmo tipo de discurso que os anarquistas costumavam fazer na Itália e no Brasil no início do século, clamando por uma sociedade sem instituições, uma sociedade onde o capital impera”.

Não ficou claro se os anarquistas referidos remontam aos do começo deste século ou aos do século passado.

Lula afirmou que havia antes papéis mais decisivos de lideranças no mundo e que, atualmente, grande parte da população parecia ter perdido a noção da realidade.

“Os Estados Unidos eram o espelho da democracia, o pilar da democracia para o planeta”, disse. “Apesar de ser o país que mais trava guerras, é o país que mais fala sobre paz, sobre democracia. E agora tem o Trump, que às vezes se comporta como…”, disse e se conteve antes de continuar, de acordo com o jornalista Jon Lee Anderson, da The New Yorker.

CNN

Opinião dos leitores

  1. O que Luladrão fala, não dêr ouvidos, é um cara sem credibilidade para falar de qualquer assunto aqui e fora do Brasil.
    Um corrupto, condenado por vários juízes desembargadores e chancelado pelo STF, o que livrou da cadeia, foi o Edson Fackim, anulou tudo dizendo que o processo deveria ter sido julgado em Brasília e não em Curitiba, mas é o luladrão do mesmo jeito.

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Luto

Filho de prefeita do RN morre aos 14 anos vítima de câncer

Foto: Reprodução

O filho da prefeita de Passagem-RN, Wedna Mendonça, faleceu na noite de quarta-feira (7), vítima de complicações decorrentes de um quadro de leucemia.

Jeorge Hugo de Araújo Filho, conhecido como Huguinho, tinha apenas 14 anos e estava internado na Policlínica do Alecrim, unidade da Liga Contra o Câncer do RN. Ele havia realizado exames recentemente, na última segunda-feira (5), antes de falecer.

A notícia da morte de Huguinho causou grande comoção na cidade, onde era reconhecido por sua personalidade alegre. Em nota oficial, a Prefeitura de Passagem expressou profundo pesar e decretou luto oficial de três dias.

O sepultamento de Huguinho acontecerá nesta quinta-feira (8), às 16h, no Cemitério Antônio Higino de Lima, em Passagem.

Veja nota na íntegra:

“Com imensa tristeza, a Prefeitura de Passagem lamenta profundamente o falecimento de Jeorge Hugo de Araújo Filho, o querido Huguinho, filho da prefeita Wedna Mendonça.

Neste momento de dor, expressamos nossa solidariedade à prefeita, à família e a todos os que amavam Huguinho. Que Deus conforte os corações e traga força diante dessa perda irreparável.

Huguinho será eternamente lembrado pelo amor, pela alegria e pelo carinho que e espalhou por onde passou.

Decretamos luto oficial de três dias em sua memória.”

Tribuna do Norte

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Cidades

No RN, 133 pessoas morreram no trânsito em quatro meses

Foto: Magnus Nascimento

O Rio Grande do Norte registrou 133 mortes no trânsito nos primeiros quatro meses deste ano, segundo dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp). Apesar de representar uma redução de 19,39% em relação ao mesmo período do ano passado, o dado ainda aponta para uma taxa de incidência expressiva, com 15,40 casos a cada 100 mil habitantes. Neste Maio Amarelo, campanha nacional de conscientização sobre segurança no trânsito com foco na segurança viária e na redução de mortos e feridos nas estradas, os números colocam em pauta as estratégias adotadas em nível estadual e municipal para combater essas ocorrências.

Entre as cidades com maior número de mortes no trânsito no Estado estão Mossoró (17), Natal (12), São Gonçalo do Amarante (5) e Parnamirim (5). De acordo com o professor e psicólogo Fábio de Cristo, da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (Facisa/UFRN), que estuda o comportamento de condutores no trânsito, os dados estatísticos são sensíveis às ações planejadas e implementadas. Na avaliação dele, os projetos de enfrentamento precisam ser duradouros ao longo do ano, a fim de promover a redução dos índices de óbitos por acidentes de trânsito.

O docente esclarece que, atualmente, o Brasil apresenta um Plano Nacional para a Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (PNATRANS), que orienta os gestores de trânsito do país a implementarem ações em alinhamento com a Nova Década de Segurança no Trânsito da Organização das Nações Unidas (ONU), 2021-2030. “Uma das metas é reduzir em 50% os índices de óbitos, o que requer o desenvolvimento de ações em diversos níveis – federal, estadual e municipal – com envolvimento da sociedade. Portanto, seguir o plano, suas estratégias e o foco no sistema seguro oferece os direcionamentos necessários”, afirma.

Além das metas nacionais, Fábio de Cristo chama a atenção para o fato de o Rio Grande do Norte ainda precisar avançar em políticas continuadas de prevenção. “Muitas cidades não têm a administração do trânsito municipalizada; a fiscalização é vista de maneira distorcida como ‘indústria da multa’; e as ações preventivas e de infraestrutura de segurança são precárias”, ressalta.

No mês passado, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) e a Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn) decidiram unir esforços e traçar estratégias para, durante o Maio Amarelo, executar campanhas educativas, focadas em conscientizar a população sobre a importância do uso de equipamentos de segurança, como o capacete, e o respeito às normas de trânsito. Essas campanhas serão realizadas em parceria com as secretarias de saúde e educação dos municípios, além dos setores de trânsito locais, com o objetivo de atingir um público amplo e diversificado.

Em oito meses, foram mais de 9 mil acidentes no RN, sendo mais de 7 mil (80%) envolvendo motocicletas, de acordo com o sistema de notificação compulsória do Notifica RN. A TRIBUNA DO NORTE procurou a Sesap e a Femurn para saber se o planejamento está sendo executado e atualizar o número de acidentes de trânsito registrados no sistema, bem como o fluxo de atendimento dessas vítimas; contudo, não houve retorno até o fechamento desta edição.

Tribuna do Norte

Opinião dos leitores

  1. Gostaria de saber se as faixas de onibus e bicicletas tambem foram liberadas para motos ???? Uma vez que na Prudente de Morais tinha dois agentes de transito e passou um monte de motos nesta faixa eles não anotavam nada assim que passou uma carro um deles anotou alguma coisa no caderninho dele que sempre estava na mão NÃO SEI SE FOI MULTA mas da prixima vez vou filmar e pegar o nome dos agente

  2. 133 pessoa mortas no trânsito em 4 meses é um número bastante significante , pois em uma cidade com menos de 800 mil habitantes, e com todas as mortes a governadora Fátima Bezerra e o ilustre coronel Araújo, secretário de segurança por 2 vezes, e notadamente muitas pessoas acreditam tanto na capacidade de Fátima como a do Cel. Araújo, porém desde que se prove ao contrário é m número grande por uma cidade de certo modo pequeno. Em Natal não existem policiamento nas ruas, Natal que não é bem sinalizada, imagine as cidades do interior do Estado, eu conheço Mossoró e lá o transito é horrível, é uma misturada de motos, bicicletas e carros, é um Deus nos acuda, imagine as nossas BR, e estradas do RN, sem sinalização e animais em seus canteiros atravessando de um lado para outro das BRs. Isso não é trabalho que elogio nas Tvs, e nos outros meios de comunicação.

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