Polêmica

Cardozo: Setores do PT queriam mudanças na PF

16061455Foto: Alan Marques/Folhapress

Após cinco anos e dois meses no comando do Ministério da Justiça, José Eduardo Cardozo afirma que deixou o cargo por “desgaste pessoal e político” e admite que setores de seu partido, o PT, pediram que ele atuasse de forma diferente diante da Polícia Federal, para “melhorar a atuação” da corporação.

Em sua primeira entrevista após a demissão e um dia antes de assumir a Advocacia-Geral da União, Cardozo disse que não sofreu “pressão direta” do ex-presidente Lula para sair do ministério e que não há risco de a Operação Lava Jato ter qualquer tipo de interferência política.

“O novo ministro [Wellington César] agirá dentro dos padrões que têm caracterizado minha conduta”, afirmou.

Folha – O senhor ensaia há meses sair do Ministério da Justiça. Por que agora?

José Eduardo Cardozo – Sou o ministro mais longevo do período democrático. O tipo de atribuição que o Ministério da Justiça tem implica em uma série de desgaste, seja pessoal ou político, que recomenda que tenhamos renovação de ministros. Quando falei com a presidente Dilma, fiz ponderações sobre isso e acho que existe uma fadiga de material numa permanência tão alongada. Era a hora certa da substituição.

No seu caso foi desgaste pessoal ou político?

Os dois. O ministro da Justiça é acusado, especialmente em períodos de investigação da Polícia Federal, por investigar aliados –e aí não tenho o controle da polícia que alguns acham que eu deveria ter.

Quando os investigados são adversários, sou acusado de perseguição. Vivi as duas situações, que mostram o nível de tensão e desgaste político que um ministro da Justiça sofre no Brasil.

*Está cedendo à pressão do ex-presidente Lula e do PT, que dizem que o senhor “não controla a Polícia Federal”?
Desconheço pressão do ex-presidente Lula. Estive com ele várias vezes e ele nunca fez nenhuma pressão direta a mim. Claro que li na imprensa muitas coisas, recebi críticas de setores do meu partido, mas acho que são críticas normais.

O Brasil está pouco ambientado com a dimensão de uma atuação institucional republicana. As pessoas sempre acham que, por força da PF estar vinculada ao Ministério da Justiça, tudo é uma ação política, quando não é.

O ex-presidente Lula nunca falou diretamente com o senhor, mas já disse à presidente Dilma e a interlocutores do governo e do PT que não estava satisfeito com sua atuação.

É fato que muitos rumores foram publicados, mas também é fato que conversei inúmeras vezes com o ex-presidente, pessoalmente e por telefone, e ele tem liberdade para fazer as críticas –eu iria ouvi-las. Mas não posso comentar ‘diz que me disse’.

Nenhuma vez houve um pedido direto de Lula ou de outro petista para que o senhor agisse de determinada maneira à frente do ministério?

Falo em relação ao ex-presidente Lula. Muitas vezes, militantes ou parlamentares petistas me fizeram críticas e sugestões em relação a melhorar a atuação da Polícia Federal, evitar abusos e ilegalidades. Isso era frequente.

A presidente Dilma já pediu que o senhor atuasse em alguma operação ou investigação?

A presidente nunca, em momento algum, me dirigiu qualquer orientação para que tentasse obstar, criar dificuldades ou embaraços em qualquer investigação.

O senhor sofreu críticas por não saber com antecedência de operações que atingiriam quadros importantes do governo e do PT. Como vê isso?

O ministro da Justiça sabe de uma operação no momento de sua deflagração. Apenas verifica se os pressupostos jurídicos estão dados. As pessoas não entendem isso, talvez acostumadas a outro período da história brasileira.

A Polícia Federal mudou muito nos governos Lula e Dilma. Nós não criamos situações de engavetamentos, não nomeamos pessoas que paralisam investigações, ao mesmo tempo em que agimos quando temos desmandos e irregularidades.

Mas dizem que até presidente Dilma já se irritou algumas vezes, dizendo: ‘Somos sempre os últimos a saber.’

A presidente, muitas vezes, fica justificadamente irritada quando tem vazamentos ilegais. Ou seja, nós respeitamos o sigilo, mas subitamente alguém, que pode ser um policial federal, um membro do Ministério Público, um advogado ou um juiz vaza informações para a imprensa. Às vezes ela até chega a dizer isso como uma certa brincadeira [risos].

Com a troca no comando do ministério, pode haver mudança no andamento da Operação Lava Jato, como temem investigadores e delegados?

Não, há um forte compromisso do governo com o respeito ao Estado Democrático de Direito. O ministro que irá tomar posse [Wellington César] agirá, não tenho a menor dúvida, dentro dos mesmo padrões que têm caracterizado minha conduta. Ele tem o mesmo comprometimento democrático e talvez até maior habilidade para conduzir o processo do que eu.

*Não é ruim deixar o posto no momento em que a Lava Jato pode chegar à campanha de Dilma, com a prisão do marqueteiro João Santana

Se eu tivesse saído há um ano, você faria essa mesma pergunta. João foi preso agora. Nós já tivemos prisões de diretores da Petrobras, do tesoureiro do PT [João Vaccari Neto] e outras tantas. Tem um momento em que você tem que ter a clareza política de que é hora de sair.

Folha Press

Opinião dos leitores

  1. Mais um escolhido a dedo que sai escondendo o jogo dos bastidores.
    O PT destruiu a petrobras, os militantes do PT vem sendo investigados e condenados por envolvimento em desvios dos recursos públicos, o PT aparelhou o Estado brasileiro, tem muitas condutas questionáveis no campo ético, moral, social, político e legal, mas uma coisa ninguém faz melhor que o PT, escolher sua assessoria direta.
    Pense num monte de diretores, tesoureiros, banqueiros, empresários e empresas condenados e que mantém o bico fechado. Vão ficar na cadeia pagando uma conta que devia ser dividida entre eles e os mandatários, mas preferem ficar calados, como se tudo fosse obra e graça apenas deles. Como se eles tivessem poder para autorizar o manuseios dos bilhões que foram desviados.
    Nisso o PT tem competência, saber nomear seus aliados.

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Judiciário

Moraes usa avião da FAB enquanto Fachin vai de voo comercial para mesmo evento

Foto:  Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ministro do STF Alexandre de Moraes usou um avião oficial da FAB para ir a um evento do Judiciário em Florianópolis (SC), no início de novembro, enquanto o presidente da Corte, Edson Fachin, optou por voo comercial. A diferença de tratamento chamou atenção para a rotina e os privilégios de ministros do Supremo, segundo informações do Metrópoles.

Moraes decolou de Congonhas no dia 1º de novembro, às 13h55, e pousou em Florianópolis às 14h50, com apenas três passageiros a bordo. Ele participou do 19º Encontro Nacional do Poder Judiciário, promovido pelo CNJ, presidido por Fachin, onde presidiu um painel sobre percepções e perspectivas do Conselho. No retorno, Moraes levou dez passageiros na aeronave oficial.

Pela legislação, apenas o presidente do STF pode usar avião da FAB por conta própria; os demais ministros precisam de autorização do Ministério da Defesa — o que Moraes obteve para esta viagem. A prática de solicitar voos oficiais é recorrente, especialmente devido às ameaças que o ministro recebe.

Fachin, apesar de ter direito ao uso da FAB, escolheu viajar de voo comercial, destacando contraste entre os dois ministros. Procurados, STF e Ministério da Defesa não se manifestaram sobre o assunto.

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Política

São Gonçalo comemora Emancipação Política com iluminação natalina, shows, lançamento de livro, homenagens e premiações

Foto: Divulgação

A emancipação política definitiva de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, ocorreu em 11 de dezembro de 1958, quando o município foi desmembrado de Macaíba. Para celebrar os 67 anos do município, a Prefeitura Municipal de São Gonçalo do Amarante preparou uma programação especial voltada à população.

Nesta quinta-feira, 11 de dezembro, será feriado municipal e a cidade vai estar em festa. A programação começa a partir das 18h, no Parque das Fontes Paulo Emídio de Medeiros, com o acendimento da iluminação natalina, seguido de apresentações musicais de artistas locais. Sobem ao palco o grupo Samba do Galo, Erlon Bezerra e participação de Mirelle Lima.

No Teatro Poti Cavalcanti, às 19h, a programação segue com o lançamento do livro “São Gonçalo da Ribeira do Potengi”, do escritor João Felipe da Trindade.

Na ocasião, também serão entregues medalhas de Honra ao Mérito São-gonçalense de Desenvolvimento Econômico e Social para 14 personalidades de São Gonçalo e do Estado e realizadas as premiações dos melhores alunos de 2025 do 2º, 5º e 9º anos que se destacaram na avaliações do projeto São Gonçalo Aprende Mais.

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Política

Após confusão com Glauber, Motta abre sessão e põe PL da Dosimetria na pauta

Foto: Reprodução

O presidente da Câmara, Hugo Motta, abriu a sessão desta terça-feira (9) mesmo após a confusão que resultou na retirada à força do deputado Glauber Braga da Mesa Diretora. Parlamentares e jornalistas foram agredidos durante a ação da Polícia Legislativa.

Motta afirmou que ainda irá se pronunciar sobre o episódio, mas manteve a pauta da noite: o PL da Dosimetria, que prevê redução de penas para condenados em crimes ligados à trama golpista. A votação deve ocorrer ainda nesta terça-feira.

 Motta criticou o Glauber e falou que seguiu o protocolo da Casa ao retirar o parlamentar da Mesa diretora. “A Câmara não se curvará a esse tipo de conduta, nem hoje, nem nunca. A minha obrigação como presidente desta casa é proteger o Parlamento. E foi isso que fiz ao seguir rigorosamente os protocolos de segurança e o regimento interno”, disse.

A confusão começou depois que Braga anunciou que ocuparia a Mesa em protesto contra a decisão de Motta de pautar sua cassação para quarta-feira (10). A Polícia Legislativa retirou o deputado do plenário à força, gerando críticas e tensão entre parlamentares.

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Política

Boulos acusa Câmara de atos “nem na ditadura” em expulsão de Glauber Braga

Foto: Agência Câmara

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, detonou a Câmara nesta terça-feira (9), afirmando que a Casa viveu “momentos autoritários que nem mesmo na ditadura aconteceram”, ao expulsar a imprensa do plenário e interromper a transmissão da TV Câmara. A crítica se concentrou na retirada à força do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa da Presidência.

Braga ocupou a cadeira de Hugo Motta (Republicanos-PB) em protesto e denunciou que o presidente da Câmara agiu de forma desigual com bolsonaristas em agosto, prometendo permanecer na Mesa “até o limite das minhas forças”.

O episódio ocorreu no mesmo dia em que Motta avaliaria cassação do mandato de Braga, acusado de agressão a um manifestante. Após a retirada, seguranças esvaziaram o plenário e a transmissão da TV Câmara foi suspensa.

Segundo Boulos, a combinação de ações autoritárias e medidas favoráveis a aliados de Bolsonaro revela um padrão de parcialidade e abuso de poder na Casa, reforçando a tensão política.

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Política

VÍDEO: Lindbergh acusa Hugo Motta de crime de responsabilidade e pede afastamento imediato: “dois pesos e duas medidas”

Imagens: Reprodução/Instagram

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, subiu o tom contra Hugo Motta nesta terça-feira (9). Ele acusa o presidente da Casa de descumprir decisão judicial e diz que Motta deveria responder por crime de responsabilidade — e ser afastado do cargo.

Lindbergh cita casos recentes do STF envolvendo Carla Zambelli (PL) e Alexandre Ramagem (PL) para embasar a acusação. Segundo ele, decisões da Suprema Corte determinam que, quando um parlamentar sofre pena superior a quatro anos, a mesa diretora deve afastá-lo imediatamente.

“No caso da Zambelli, Motta arrastou o processo na CCJ por seis meses. Ele está descumprindo a Justiça e precisa responder por isso”, afirmou.

Dois pesos e duas medidas

O parlamentar também critica o que chama de “dois pesos e duas medidas” de Motta. Ele lembra que, quando bolsonaristas ocuparam a mesa da Câmara em agosto para pressionar por anistia, o presidente agiu com frouxidão.

Já em protestos recentes contra a perda do mandato de Glauber Braga, Lindbergh afirma que Motta colocou a Polícia Legislativa para agredir deputados.

Para o líder petista, o desequilíbrio no tratamento de governistas e opositores evidencia que Motta não tem condições de continuar na presidência da Câmara. O debate sobre o afastamento do deputado promete esquentar o plenário nos próximos dias.

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Política

VÍDEO: Seguranças da Câmara agrediram 4 deputados e jornalista, denunciam parlamentares

Imagens: Reprodução/Metrópoles

A Câmara dos Deputados virou palco de pancadaria nesta quarta-feira (9). Tudo começou quando o deputado Glauber Braga (PSol), alvo de processo de cassação, sentou na cadeira da presidência.

A Polícia Legislativa interveio e, na confusão, quatro parlamentares se machucaram: Glauber Braga, Sâmia Bonfim (PSol), Célia Xakriabá (PSol) e Renildo Calheiros (PCdoB).

“Subi para tentar intermediar, mas não consegui em meio à ação truculenta dos agentes”, contou o líder do governo, José Guimarães (PT). Duda Salabert (PDT) confirmou: “Os policiais machucaram deputados e jornalistas”.

No meio do tumulto, o repórter Armando Holanda, do Metrópoles, também foi jogado ao chão e machucou o pé ao tentar registrar o episódio.

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Geral

RN revela seus 8 criminosos mais procurados; veja quem está solto

Foto: Divulgação/Ministério da Justiça

O Ministério da Justiça lançou o Programa Captura, listando os 216 criminosos mais procurados do país. No RN, o destaque são os oito foragidos considerados de alta periculosidade, escolhidos com base em gravidade dos crimes, participação em facções, mandados pendentes e atuação em várias regiões.

A iniciativa visa acelerar prisões estratégicas e enfraquecer organizações criminosas, integrando polícias estaduais e federal para operações coordenadas. Cada criminoso do RN tem mandados ativos e ligação com grupos criminosos.

O portal oficial (gov.br/captura) detalha cada um dos alvos, permitindo que autoridades e população acompanhem a situação. O objetivo é não deixar esses perigosos soltos pelas ruas do estado.

Quem tiver informações pode colaborar anonimamente pelos números 190 e 197. Cada denúncia ajuda a tirar bandidos das ruas e reduzir a violência no RN.

 

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Política

Jean Paul Prates entrega destino de 2026 ao PDT: “O partido decide”

Foto: Mayene Lins/98 FM

O ex-senador e ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciou que qualquer candidatura sua em 2026 vai depender do PDT, partido ao qual se filia oficialmente nesta sexta-feira (12). Em entrevista à 98 FM Natal, ele deixou claro: a decisão não será individual, e sim coletiva. “É o partido que escolhe, é o partido que lança, é o partido que decide”, afirmou.

Apesar de ter preferência por disputar um cargo majoritário, Prates destacou que não vai tomar decisões sozinho. Ele deixou o PT após sentir que suas chances estavam limitadas e buscou no PDT uma “nova casa”, com foco estratégico e programático. O objetivo, segundo ele, é dar mais relevância ao partido no RN, principalmente no Senado.

O ex-senador garantiu que manteve a governadora Fátima Bezerra (PT) informada sobre a mudança e que a transição foi feita de forma discreta. Na entrevista, ainda elogiou os governos federal e estadual, citando o secretário de Fazenda Cadu Xavier (PT) como exemplo de gestor técnico que se destaca diante das dificuldades econômicas do RN.

Prates promete trabalhar para fortalecer o PDT no estado e afastar a legenda da fama de “partido de aluguel”. A missão agora, segundo ele, é dar peso político à sigla e mostrar que suas decisões sobre 2026 seguirão a lógica do partido, e não a vontade pessoal.

Opinião dos leitores

  1. Ômi…Seu destino é voltar para a iniciativa privada….Não tem votos para se eleger síndico de condomínio….

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Política

Hugo Motta critica “extremismo” de Glauber Braga na Câmara

Foto: Reprodução

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), acusou o deputado Glauber Braga (PSol-RJ) de desrespeitar a própria Casa ao ocupar a cadeira da Presidência para atrapalhar o andamento dos trabalhos. Em postagem no X (antigo Twitter) na noite desta terça-feira (9), Motta lembrou que Braga já havia se manifestado de forma semelhante, ocupando uma comissão em greve de fome por mais de uma semana.

Segundo Motta, “o agrupamento que se diz defensor da democracia, mas agride o funcionamento das instituições, vive da mesma lógica dos extremistas que tanto critica. O extremismo não tem lado porque, para o extremista, só existe um lado: o dele”.

O presidente da Câmara reforçou que é preciso proteger a democracia “do grito, do gesto autoritário, da intimidação travestida de ato político” e anunciou que determinou a apuração de possíveis excessos em relação à cobertura da imprensa durante os episódios.

A declaração intensifica o embate entre a base governista e deputados de oposição considerados radicais, mostrando que o Legislativo segue em clima de tensão e acusações mútuas.

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Política

Senado acelera “PL da Dosimetria” que pode reduzir pena de condenados do 8 de janeiro

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), anunciou nesta terça-feira (9) que o Senado vai votar ainda este ano o projeto de lei que pode reduzir as penas aplicadas a quem participou dos atos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram e depredaram a Praça dos Três Poderes. O texto já está na pauta da Câmara dos Deputados e será analisado pelo plenário.

A proposta, apelidada de “PL da Dosimetria”, gerou debate na Casa Alta sobre o rito de tramitação. Otto Alencar (PSD-BA), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), defende que o projeto passe pela comissão antes de ir ao plenário, enquanto Alcolumbre sugere agilizar a votação, podendo encaminhar ainda hoje à CCJ e deliberar em plenário na próxima semana.

O governo federal já avisou que votará contra. Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, criticou o projeto por reduzir penas de condenados pelo STF, incluindo Jair Bolsonaro e outros envolvidos no atentado contra a democracia. Para ela, a proposta é um “retrocesso” que fragiliza a legislação e desrespeita um julgamento histórico.

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