A mineradora canadense Origen Resources assinou uma carta de intenções para assumir um amplo projeto de terras raras no interior do Piauí. O pacote inclui 3.978 hectares divididos em dois blocos e opção de preferência sobre outras cinco áreas, abrindo caminho para a formação de um possível distrito minerário voltado a esses minerais estratégicos no Nordeste. Os primeiros testes indicaram teores de até 1,61% de óxidos totais de terras raras, nível considerado elevado para amostras superficiais.
Os estudos preliminares também apontam sinais de um possível depósito de argila de adsorção iônica — um tipo de formação rara fora da China e valorizada por concentrar terras raras pesadas, essenciais para tecnologias como ímãs permanentes, baterias e equipamentos de alta complexidade. Diferentemente de grandes maciços rochosos, esse modelo geológico permite extração menos agressiva e com impacto ambiental reduzido, o que amplia o interesse estratégico sobre a região.
Pelo acordo inicial, a Origen terá 150 dias de exclusividade para analisar tecnicamente e juridicamente o projeto. Caso avance, a empresa ficará com 90% da participação mediante pagamento de US$ 50 mil, emissão de 2 milhões de ações e investimento mínimo de US$ 1 milhão em exploração nos dois anos seguintes. Ao final desse ciclo, o atual proprietário — cujo nome não foi divulgado — receberá 15% das ações da companhia e um assento no conselho.
O movimento reforça o potencial mineral do Piauí, que vem chamando a atenção do governo federal. Em Brasília, o governador Rafael Fonteles se reuniu com a presidente do Serviço Geológico do Brasil, Sabrina Góis, para tratar da ampliação do mapeamento geológico no estado. Hoje, apenas 27% do território brasileiro tem levantamento detalhado, o que significa que mais de 70% do subsolo nacional ainda é desconhecido em escalas adequadas para orientar investimentos desse porte.
A poucos dias do início da COP30, em Belém (PA), o Brasil enfrenta uma onda de críticas que vai de falhas logísticas à incoerência ambiental do governo federal. A primeira conferência climática da ONU sediada no país deveria reforçar o protagonismo brasileiro no debate global, mas tem despertado dúvidas sobre a capacidade de execução da cidade-sede e a consistência das políticas ambientais anunciadas pelo Palácio do Planalto.
Os principais questionamentos vêm de delegações estrangeiras, organizações amazônicas e da imprensa internacional, que apontam obras concluídas às pressas, transporte público insuficiente, serviços sobrecarregados e custos elevados — sobretudo para hospedagem e deslocamento. Para especialistas, esse cenário afasta justamente os grupos que deveriam compor o centro das discussões, como lideranças indígenas, comunidades territoriais e jovens pesquisadores.
O cientista político Gabriel Amaral afirma que o risco é a COP30 ser lembrada mais pelos problemas estruturais do que pelos resultados. Segundo ele, a distância entre o discurso climático do governo Lula e decisões como a autorização para exploração de petróleo na Margem Equatorial gera desconfiança no exterior. “Infraestrutura é leitura imediata de capacidade de execução. Se o país transmite improviso, transmite também fragilidade institucional”, adverte.
Apesar dos desafios, Amaral avalia que ainda há espaço para reverter o desgaste. Para isso, o governo precisaria reagir rapidamente às críticas e transformar o evento em um marco concreto — com metas verificáveis de combate ao desmatamento, fortalecimento dos órgãos ambientais e participação efetiva das comunidades amazônicas. Caso contrário, a conferência corre o risco de se transformar apenas em uma vitrine política com pouco impacto real.
Instalada em agosto, a CPMI do INSS já aprovou e enviou ao Supremo Tribunal Federal 27 pedidos de prisão preventiva ligados ao esquema de fraudes que drenou recursos de aposentados e pensionistas. As solicitações agora aguardam análise do ministro André Mendonça, responsável pelo caso no STF.
Entre os alvos estão nomes considerados centrais no esquema, como os empresários Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, e Maurício Camisotti — presos em setembro por determinação do Supremo após pedido da Polícia Federal, que apontou risco de fuga e ocultação de patrimônio. A comissão também aprovou confisco de passaportes e prisões em flagrante de depoentes que teriam mentido durante as oitivas.
Dos 27 envolvidos, 11 já prestaram depoimento à CPMI, incluindo Rubens Oliveira Costa e Carlos Roberto Ferreira Lopes, detidos durante as sessões por contradições. Apenas um flagrante ainda não resultou em pedido de preventiva: o de Abraão Lincoln Ferreira, dirigente da CBPA, liberado após pagamento de fiança.
A lista de investigados inclui ex-dirigentes do INSS, servidores afastados, empresários e o advogado Nelson Wilians Fratoni Rodrigues, também citado pela PF em etapas anteriores da investigação. O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), tem pressionado para que STF e PGR acelerem as análises e avancem na responsabilização dos envolvidos.
Lista completa dos nomes com pedidos de prisão preventiva enviados ao STF:
A Presidência da República já desembolsou R$ 382,3 milhões para a realização da COP30, que terá início nesta segunda-feira (10) em Belém (PA). A conferência, principal fórum da ONU para tratar de mudanças climáticas, exigiu uma estrutura robusta e investimentos diretos em acordos e contratos internacionais.
A informação é da coluna da Andreza Matais, do Metrópoles. A maior fatia dos gastos — R$ 323,7 milhões — foi direcionada à Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), entidade escolhida para organizar o evento. O contrato, inicialmente orçado em R$ 423,5 milhões, acabou fechado por R$ 478,3 milhões, dos quais 5% ficaram com a própria instituição como taxa de organização. Com os repasses, a OEI contratou o Grupo DMDL para montar as estruturas temporárias no antigo Aeroclube de Belém e o Consórcio Pronto RG para conduzir a operação do evento.
Além disso, o governo brasileiro destinou R$ 38,3 milhões à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), valor acordado previamente para custear despesas da conferência. Outro desembolso relevante foi feito para o governo do Pará: R$ 20,3 milhões para garantir a locação e operação de ônibus exclusivos para participantes, que circularão em 15 linhas dedicadas pela região metropolitana — sem uso permitido para a população geral.
A soma das despesas reforça o esforço do governo para entregar a infraestrutura necessária ao encontro climático, que mobiliza delegações de dezenas de países e transforma Belém no epicentro global das negociações ambientais durante toda a semana.
Fotos: Ricardo Stuckert/Presidência da República e Martin Bernetti/AFP
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou uma carta ao recém-empossado líder boliviano, Rodrigo Paz Pereira — representante da direita no país — convidando-o para uma visita oficial ao Brasil. O gesto foi confirmado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que esteve neste sábado (8) na posse do novo chefe de Estado.
Alckmin ressaltou a tradição de boa relação entre os dois países e afirmou que um encontro entre Lula e Paz deve priorizar a ampliação das parcerias bilaterais. Ele citou áreas como energia, gás, fertilizantes, agronegócio e infraestrutura como caminhos promissores, lembrando que Brasil e Bolívia dividem mais de 3 mil quilômetros de fronteira.
O vice-presidente também comentou sobre o combate ao crime organizado na região, defendendo uma atuação conjunta para identificar lideranças criminosas, bloquear fluxos financeiros e reforçar a segurança em ambos os lados da fronteira.
Rodrigo Paz Pereira assumiu o governo prometendo romper com quase 20 anos de gestões de esquerda e mirando um novo rumo político para o país. O Brasil acompanha a mudança e espera redefinir, junto ao novo presidente, os próximos passos da cooperação regional.
O projeto de Decreto Legislativo aprovado recentemente pela Câmara, que impõe novas barreiras ao aborto legal para crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, não deve avançar com a mesma velocidade no Senado. Parlamentares da Casa afirmam que o clima é de cautela e que não há pressa para colocar o tema em votação.
Segundo senadores ouvidos pela coluna do Igor Gadelha, do Metrópoles, o presidente Davi Alcolumbre (União-AP) tem dado sinais claros de que não pretende pautar o assunto tão cedo. A avaliação é que o tema reacenderia um desgaste político desnecessário e poderia colocar o Senado no centro de um debate público altamente sensível.
Lideranças da Casa dizem que Alcolumbre busca evitar uma nova crise em um momento em que o ambiente político já está tenso. A leitura interna é de que comprar essa briga agora traria mais ruído do que ganho, especialmente com pressões de grupos dos dois lados do debate.
Enquanto isso, o Senado deve concentrar esforços nas próximas semanas na sabatina do procurador-geral da República indicado, Paulo Gonet, na CCJ, além de votações consideradas mais urgentes no plenário — deixando o PDL, ao menos por ora, no fim da fila.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou neste sábado para o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para reclamar da escolha do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) como relator do projeto da Lei Antifacção, enviado pelo governo ao Congresso nesta semana.
Lula queria que a relatoria fosse assumida por um deputado considerado mais neutro. Derrite é aliado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, possível candidato à Presidência em 2026, o que gerou desconforto no Planalto.
Hugo Motta garantiu que a análise será técnica e afirmou que o texto do governo não será combinado com propostas que tratam facções criminosas como terrorismo, ponto rejeitado por Lula. O presidente teme que essa classificação permita interferência externa no país sob o argumento de combate ao terrorismo.
Nas redes sociais, Motta afirmou que segurança pública é uma pauta “suprapartidária” e disse querer aprovar o projeto ainda este ano. Segundo ele, Derrite vai manter avanços do texto enviado pelo governo e endurecer as penas contra o crime organizado.
O substitutivo relatado por Derrite prevê:
Equiparação do tratamento penal das facções a atos de terrorismo (sem classificá-las formalmente como terroristas);
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), divulgou neste sábado, 8, a pauta da Casa para a próxima semana, com a inclusão do projeto de lei antifacção, texto encaminhado pelo governo Lula ao Congresso na esteira da megaoperação que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro. A proposta é relatada pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de segurança de São Paulo.
Motta marcou a primeira sessão deliberativa da Casa da semana para terça-feira, 11, às 13h55. A sessão será semipresencial, conforme decidido pelo presidente da Câmara em atenção a pedido de líderes partidários. Isso significa que os deputados poderão votar a distância nas sessões dessa semana, sem precisarem estar em Brasília.
A pauta também contém outros projetos relacionados à Segurança Pública, como o que aumenta a destinação da arrecadação com jogos de apostas de quota fixa (bets) para o financiamento da segurança pública. O relator de tal projeto é o deputado Capitão Augusto (PL-SP).
Outro projeto na lista de serem debatidos pelos parlamentares é o que condiciona a progressão de regime, a saída temporária e a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva à coleta de material biológico para obtenção do perfil genético do preso. O relator é o deputado Arthur Maia (União-BA).
O ator Lucas Solari, conhecido por sua participação na novela Reis, da Record, gerou polêmica ao desabafar sobre a fama nas redes sociais. Em vídeos publicados nos stories do Instagram, o artista reclamou de ter sido abordado por fãs no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e classificou o episódio como “falta de respeito”.
“Estou em uma posição de descanso, de repouso, dá pra ver que não quero falar com ninguém, mas as pessoas não sabem respeitar o artista. Às vezes a gente não está querendo, e olhe que a novela ainda nem saiu”, disse. A declaração dividiu opiniões e rendeu críticas nas redes, com internautas apontando falta de empatia por parte do ator, que afirmou que “a fama também tem seu lado ruim”.
Imagens obtidas pelo Via Certa Natal mostram o momento em que estrutura de galpão caiu no início da tarde deste sábado (8), em uma obra que era realizada no bairro Jardins, em São Gonçalo do Amarante.
O acidente deixou duas pessoas mortas. As vítimas foram identificadas como Antonio Ferreira da Silva, de 35 anos, funcionário da obra, e Rodolfo Nobre, de 37 anos, filho do proprietário do galpão. Outro homem que ficou sob os escombros foi socorrido e levado ao hospital.
poxa, mas Marcelo jogou muito também