Saúde

Em depoimento à PF, Pazuello muda versão do governo e diz que só foi alertado às vésperas do colapso em Manaus

Em depoimento à Polícia Federal obtido pelo Estadão, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, mudou a versão do governo e disse que não soube do colapso no fornecimento de oxigênio a Manaus (AM) no dia 8 de janeiro, diferentemente do que a Advocacia-Geral da União (AGU) havia informado ao Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o general, essa data foi inserida por engano em uma manifestação oficial do governo em outro processo do STF, em que partidos buscam garantir a vacinação da população brasileira contra a covid-19. A fala também contradiz o que o próprio Pazuello havia declarado à imprensa no mês passado.

Pazuello prestou depoimento no dia 4 de fevereiro no Hotel de Trânsito de Oficiais do Exército, em Brasília, no âmbito do inquérito sigiloso do Supremo que apura se o ministro foi omisso no enfrentamento da pandemia em Manaus. O teor do depoimento, assim como o inquérito, está sob sigilo. Após a conclusão das investigações, caberá ao procurador-geral da República, Augusto Aras, decidir se denuncia ou não o titular da Saúde.

O depoimento de Pazuello contrasta com uma manifestação assinada pelo ministro-chefe da AGU, José Levi, que afirmou que o Ministério da Saúde ficou sabendo da “crítica situação do esvaziamento de estoque de oxigênio em Manaus” no dia 8 de janeiro, a partir de um e-mail enviado pela White Martins, fabricante do insumo.

No depoimento à PF, Pazuello afirma que “o documento mencionado nunca foi entregue oficialmente ao Ministério da Saúde, bem como a empresa nunca realizou contatos informais com representantes do Ministério”. O general ainda afirma que um aviso da White Martins do dia 8 é citado em manifestação do governo ao Supremo por “equívoco” de um funcionário do Ministério da Saúde.

“E o equívoco se deu em virtude do prazo exíguo de 48 horas para apresentação da resposta junto ao STF”, informou Pazuello no depoimento. “O documento chegou ao conhecimento do Ministério da Saúde via Secretário da Saúde do Estado do Amazonas quando da busca de elementos para apresentação de resposta ao Supremo Tribunal Federal por intermédio da AGU na ADPF 756 (uma ação movida por cinco partidos da oposição para que Bolsonaro fosse obrigado a adquirir imunização contra covid-19)”, completa o ministro.

A fala de Pazuello à PF, no entanto, contradiz o discurso do próprio ministro, feito em entrevista à imprensa no dia 18 de janeiro. Naquela ocasião, ele afirmou que soube por meio da própria White Martins, no dia 8, sobre a falta do insumo. “Nós tomamos conhecimento de que a White Martins chegou no seu próprio limite quando ela nos informou. Ou seja, se nós tivéssemos tido essa informação, por menor que seja, ou se nós fizemos imediatamente quando nós soubemos. Nós só soubemos no dia 8 de janeiro. Quando nós chegamos lá, no dia 4, o problema não era oxigênio”, disse o ministro à época.

No depoimento sigiloso, Pazuello reconhece que recebeu pedido do governo Amazonas de envio de 150 cilindros no dia 8 e que o Centro de Operações de Emergência (COE, do Ministério Saúde) avisou, em 9 de janeiro, sobre “colapso dos Hospitais e falta da rede de oxigênio”. O general afirma, porém, que “não houve qualquer tipo de menção ao iminente colapso de fornecimento de oxigênio na cidade de Manaus-AM” até aquele momento, segundo registra o depoimento. O ministro disse à PF que apenas na noite do dia 10 o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), relatou “um problema de abastecimento de oxigênio”. O general afirma que, a partir desta data, o Ministério da Saúde passou a centralizar ações para entrega do insumo ao Estado, com a criação de um centro de controle com participação do governo local, Comando Conjunto Amazônia e agências envolvidas no combate à pandemia.

“A partir do dia 12 uma série de medidas passaram a ser adotadas pelo CICC (Centro Integrado de Coordenação e Controle), coordenado pelo Ministério da Saúde, Justamente para evitar a falta de oxigênio”, registra o depoimento de Pazuello. “Em decorrência da urgência e emergência da situação, o declarante por meio do CICC acabou por assumir questões da infraestrutura logística no tocante ao fornecimento do oxigênio, indo além das atribuições previstas para o Ministério da Saúde”, ainda informou Pazuello à PF.

O depoimento não aponta uma data exata em que Pazuello soube do colapso da entrega de oxigênio. O ministro, porém, afirma em 11 de janeiro convocou uma reunião com secretários de municípios e do Amazonas “com o objetivo de atender a abrangência da falta de oxigênio e demais óbices no atendimento de saúde”.

O inquérito aberto pelo STF pode levar a uma condenação do general da ativa e até mesmo, em última análise, à sua perda de posto e patente pelo Superior Tribunal Militar (STM). Em outras palavras, na visão de especialistas ouvidos pelo Estadão, o oficial do Exército coloca em risco sua carreira militar por atos como agente político.

‘Não era possível prever crescimento’

Pazuello também cita que tomou o protagonismo das ações “justamente para evitar a falta de oxigênio” e que, a partir do dia 12 de janeiro, mudou a estratégia de fornecimento do insumo, passando a requisitar usinas geradoras e concentradores. “Nesse contexto, o oxigênio da White Martins ficaria como backup”, disse o general à PF.

“E aberta a palavra ao declarante disse que o Ministério da Saúde procurou ao máximo envidar esforços para evitar o agravamento da situação no Estado do Amazonas, independentemente do dia da semana ou da hora; que o Ministério da Saúde utilizou todos o meios disponíveis para apresentar uma resposta à pandemia diante da nova cepa identificada no Estado do Amazonas; que o Ministério da Saúde fez e continuará fazendo tudo o que puder para combater o coronavírus”, registra o depoimento.

O ministro disse à PF que “não era possível se prever o crescimento que ocorreu em janeiro” pela covid-19 no começo de 2021, apesar de todos os alertas de especialistas sobre os riscos de aglomerações e festas de fim de ano. “E nas três semanas seguintes (ao fim de 2020) a subida foi vertiginosa, sem possibilidade de previsão estatística anterior, considerando o histórico do semestre”, afirmou o general à PF.

Pazuello declarou ainda que no fim de dezembro “tomou conhecimento” do aumento de casos e internações em hospitais, “inclusive por fontes pessoais”. Ele disse aos investigadores que reuniu a sua equipe em 28 de dezembro para tratar da situação do Amazonas e suspendeu as férias do primeiro escalão do ministério. Segundo o ministro, uma equipe da Saúde foi enviada a Manaus no dia 4 de janeiro e verificou deficiências na rede de saúde do Estado e da capital.

À PF, o general declarou que a sua equipe voltou no dia 5, à noite e, em reuniões nos dias seguintes, com a presença de Wilson Lima, “não houve qualquer menção sobre a falta de oxigênio na cidade de Manaus, por parte do Governador do Estado”.

O ministro também citou a identificação recente da cepa P.1, a variante brasileira da covid-19. Em declaração à imprensa feita na quinta-feira, 25, o general apontou a mutação como um dos fatores para a explosão de casos da covid-19, mas voltou a ignorar o efeito das aglomerações.

O colapso no Amazonas foi precedido pela queda do isolamento da população. O governo do Amazonas chegou a recuar, em dezembro, de restrições ao funcionamento do comércio, após protestos. Estas manifestações foram apoiadas pelo presidente Bolsonaro. “Sei que a vida não tem preço. Mas não precisa ficar com esse pavor todo”, disse o presidente em 28 de dezembro à imprensa. “Vi que o povo em Manaus ignorou o decreto do governador do Amazonas”, completou.

No depoimento, Pazuello cita reunião no dia 11 com gestores locais, mas não há registro de fala do ministro à PF sobre menção que ele fez à falta de oxigênio. O ministro, que viveu e tem família em Manaus, citou neste dia um caso próximo, mas minimizou o colapso. “Quando cheguei na minha casa, ontem, estava a minha cunhada… o irmão (dela) não tinha oxigênio nem para passar o dia. Acho que chega amanhã. O que você vai fazer? Nada. Então, vamos com calma. Calma com suas reivindicações pessoais”, disse ele.

O depoimento também não registra que Pazuello e sua equipe, nesta ida à Manaus, pressionaram pelo uso de medicamentos sem eficácia para a covid-19, como a hidroxicloroquina.

 

Manifestação.

A White Martins disse à reportagem que informou o governo do Amazonas no dia 8 sobre o “aumento abrupto e exponencial da demanda” por oxigênio. A empresa diz ainda que no dia 10 foi convidada por Pazuello para uma reunião sobre o tema, realizada na data seguinte. A AGU, por sua vez, informou que “não comenta sobre processos em curso na respectiva atuação judicial e extrajudicial”.

Em nota, o Ministério da Saúde disse que Pazuello só soube do colapso no dia 11 de janeiro. Segundo a pasta, no dia 8 o general apenas recebeu e atendeu pedido de envio de cilindros de oxigênio.

Confira abaixo a íntegra da nota do ministério:

“O Ministério da Saúde esclarece que o ministro Eduardo Pazuello teve conhecimento do colapso de oxigênio apenas no dia 11 de janeiro. No dia 08 de janeiro, o ministro recebeu uma ligação do secretário estadual de saúde do Amazonas solicitando apoio no transporte de cilindros de oxigênio, sem mencionar nenhum colapso.

Ainda em 08 de janeiro, os cilindros foram transportados de Belém para Manaus.

No domingo à noite, 10, Pazuello desembarcou em Manaus e se reuniu com o governador do estado e secretário de saúde do Amazonas.

Na segunda-feira, 11, pela manhã, o ministro da Saúde se reuniu com representantes da White Martins onde surgiu a informação de que a empresa estava com dificuldades logísticas para garantir o abastecimento de oxigênio. A partir deste dia, a pasta passou a realizar uma série de ações para viabilizar a chegada dos cilindros de oxigênio em Manaus.

O Ministério da Saúde mobilizou equipes da Força Aérea Brasileira (FAB) e de companhias aéreas para levar cilindros de oxigênio líquido e gasoso de diversas partes do país ao estado do Amazonas. Os Ministérios da Saúde e da Defesa enviaram ao Amazonas 700 cilindros de oxigênio e 5 mil metros cúbicos de oxigênio líquido para mitigar os impactos da falta de oxigênio hospitalar no Amazonas.

Além disso, o Amazonas já conta com 30 usinas geradoras de oxigênio medicinal instaladas em hospitais da capital e do interior. Somados, os equipamentos têm capacidade diária de produção do gás de 15,5 mil metros cúbicos. A força-tarefa para abastecer o estado com oxigênio é coordenada pelo Ministério da Saúde, em conjunto com o governo do Amazonas e prefeituras.

São 74 usinas e miniusinas programadas para serem instaladas no Amazonas. Das 30 já em operação, 16 estão em Manaus, sendo três na rede privada. As outras 14 estão no interior, nos municípios de Itacoatiara (3), Parintins (2), Maués (2), Manacapuru (1), Tabatinga (1), Tefé (1), Coari (1), Autazes (1), Nova Olinda do Norte (1) e Humaitá (1).

Há também 15 usinas em trânsito. Cinco delas, fruto de doação da União BR, chegaram em Manaus na última terça-feira (16/2) e serão encaminhadas pelo Ministério da Saúde e Marinha do Brasil para os municípios de Codajás, Tapauá, Apuí, Urucará e Santo Antônio do Içá. Estão em processo de aquisição mais 29 usinas.”

ESTADÃO

Opinião dos leitores

  1. Mudou a versão, foi? Por que? Se enganou na primeira? Interessante! Pazu está aprendendo direitinho com Bozo. E ainda quer ser respeitado? Impossível.

  2. A desonestidade e falta de palavra do Bozó é marca registrada desse governo e está fazendo escola.

  3. Se muda é pq mentiu em alguma versão.
    Vergonha é a palavra mais branda que tenho pra expressar o que sinto dos representantes do Exercito Brasileiro que fazem parte desse governo das trevas!

  4. O interessante é que o governador e prefeitos, responsáveis direito pelo controle da pandemia não foram chamados por ninguém para prestarem depoimentos de duas ações.
    É uma caça constante em qualquer atitude que o governo faça como nunca foi visto antes no país.
    Se fizessem isso no governo corrupto e omisso do PT a nação estaria em uma situação mais confortável.

  5. Ah, esse governo eh especialista em mudar ou criar narrativas. E como diz q música: "o oposto do que disse antes…"

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Geral

Governo do RN sanciona lei que cria 180 cargos para Idema

Foto: Reprodução

O Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema) agora conta com mais 180 novos cargos criados de provimento efetivo. As vagas foram aprovadas por meio da Lei Complementar Nº 751, sancionada pelo Governo do Estado nesta sexta-feira (19), e serão ocupadas por meio de concurso público. O salário inicial dos profissionais será de R$ 4.882,69 e pode chegar a R$ 7.655,42 por meio da progressão de carreira. As informações constam no Diário Oficial do Estado (DOE).

Das 180 vagas criadas, 113 são para Analista Ambiental; 27 voltadas aos cargos de Analista Administrativo e 40 para Fiscal Ambiental. Para cada uma das oportunidades, o profissional precisa ter diploma de curso superior ou habilitação equivalente com formação nas áreas indicadas. Além disso, nos casos especificados no edital normativo do concurso, registro em Conselho de Classe (se houver).

Em relação ao cargo de Analista Ambiental, especialmente, a atuação dos profissionais terá foco na execução, coordenação e supervisão da Política Estadual do Meio Ambiente do Rio Grande do Norte. Entre as atividades inclusas, estão regular, controlar, licenciar e avaliar impactos ambientais e auditoria ambiental, além de definir padrões e parâmetros para o monitoramento ambiental.

Já o Analista Administrativo será responsável pelo exercício de todas as atividades administrativas e logísticas relativas às competências legais a cargo do Idema/RN. O Fiscal Ambiental, por sua vez, será responsável por demandas relacionadas ao exercício do poder de polícia ambiental a cargo do Instituto, a exemplo de fiscalizar e promover monitoramento sistemático de atividades potencialmente poluidoras autorizadas e/ou licenciadas.
A norma passa a vigorar nesta sexta-feira, considerando sua data de publicação.

Tribuna do Norte

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Economia

Preço do barril de petróleo dispara depois de ataque de Israel ao Irã

Foto: Reuters

Depois da retaliação de Israel ao Irã na noite desta quinta-feira (18.abr.2024), o preço do barril de petróleo disparou. O tipo brent estava sendo cotado US$ 90,45 às 23h50 (horário de Brasília), uma alta de 3,34% em relação à cotação que estava quando fechou o mercado. A cotação de quinta-feira ficou em US$ 87,11, uma queda de 0,21% ante o dia anterior.

Poder360

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Brasil

Marcinho VP vira membro da Academia Brasileira de Letras do Cárcere

Foto: Reprodução

O criminoso Márcio dos Santos Nepomuceno, conhecido como Marcinho VP, apontado com um dos principais chefes do Comando Vermelho (CV), foi empossado como membro da recém-criada Academia Brasileira de Letras do Cárcere (ABLC), nesta quinta-feira (18/4), juntamente com outros cinco presos. As informações são do jornalista Ulisses Campbell.

Marcinho VP foi condenado a mais de 50 anos de prisão por associação criminosa, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, homicídio, entre outras acusações. Ele está preso há 37 anos. Atualmente, cumpre pena em regime fechado na penitenciária de segurança máxima de Campo Grande (MS).

Na cadeia, o criminoso escreveu três livros: “Preso de guerra”, “Execução penal banal comentada” e “Marcinho — Verdades e posições”. Na Academia Brasileira de Letras do Cárcere, ele ocupa a cadeira número 1, batizada com o nome do escritor Graciliano Ramos.

Advogada diz que Marcinho VP se tornou um escritor “de grande magnitude”

Como não pôde deixar a penitenciária para ser empossado, Márcio dos Santos Nepomuceno foi representado pela família. Mãe, esposa e uma advogada compareceram à cerimônia.

Paloma Gurgel, advogada de Marcinho VP e coautora da obra “Execução penal banal comentada”, afirmou em nota enviada ao blog True Crime, do jornal O Globo, que Nepomuceno se tornou um escritor com obras “de grande magnitude”, que “consegue sobreviver” no cárcere “escrevendo livros através de cartas”.

Ela ainda disse que o convite para integrar a ABLC representa um reconhecimento “pelo seu esforço e dedicação em se ressocializar através da produção literária”.

Metrópoles

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Cidades

Incra vai analisar invasão do MST em Ceará-Mirim

Foto: Adriano Abreu

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária no Rio Grande do Norte (Incra) ainda não foi notificado oficialmente acerca da mais recente invasão do Movimento dos Sem Terra (MST) em uma propriedade privada localizada numa comunidade rural em Ceará-Mirim, nas imediações da antiga usina de açúcar. Trata-se de mais um flagrante desrespeito à propriedade privada no Rio Grande do Norte. Foi a segunda invasão do MST somente no mês de abril.

O Incra afirmou que fará a análise da terra e visitas ao espaço após receber a notificação oficial acerca da invasão. Segundo informações de interlocutores do MST-RN, o espaço deve receber cerca de 20 famílias invasoras de um conjunto de 48 famílias, com expectativa para levantar barracos no local até o próximo dia 06 de maio.

“Vamos nos apropriando dessas ocupações que o movimento fez e tomar as devidas providências institucionais. Sobre a ocupação oficial ainda não fomos notificados. Depois na pauta que eles vão determinar, vamos nos adequar e verificar as possibilidades se tem ou não de averiguação in loco”, disse Adans Rayne, superintendente interino do Incra-RN.

Tribuna do Norte

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Rede Social

Em meio à crise com X, STF analisa ação sobre derrubar WhatsApp

Foto: Getty Images

Em meio às discussões sobre regulamentação das redes sociais e embates entre o dono da rede X, Elon Musk, e o ministro Alexandre de Moraes, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgará um caso que trata do bloqueio ou suspensão de redes no Brasil.

A partir da meia-noite desta sexta-feira (19/4) até 26 de abril, os ministros analisam, em plenário virtual, liminar do ex-ministro Ricardo Lewandowski dentro da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 403.

A liminar derrubou decisão proferida por uma juíza do Rio de Janeiro que interrompeu as atividades da ferramenta em 2016. Lewandowski entendeu que havia violações às liberdades de expressão e de manifestação na ordem da juíza Daniela Barbosa Assunção de Souza, da 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias. Ela determinou o bloqueio por conta de uma investigação criminal que corria em sigilo na 62ª Delegacia de Polícia na cidade da Baixada Fluminense.

Já a ADPF questiona outra decisão judicial, que determinou o bloqueio nacional do WhatsApp, também em 2016, diante da recusa da empresa em fornecer, no âmbito de investigação criminal, o conteúdo de mensagens trocadas entre os usuários.

Metrópoles

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RN

Recuperação de estradas do RN deve começar em junho, afirma SIN

Foto: Divulgação

O primeiro lote do programa estadual de recuperação das rodovias do Rio Grande do Norte, cujo prazo de execução é até o final do ano, conforme divulgado pela governadora Fátima Bezerra (PT), deve ter as obras iniciadas até o próximo mês de junho, segundo a Secretaria de Infraestrutura (SIN).

Ao todo, quase 800 quilômetros da malha estadual, em 33 trechos, serão recuperados. As vias que receberão as intervenções estão agrupadas em três lotes, com editais diferentes para cada um. Até o momento, no entanto, não há empresas vencedoras para nenhum deles.

A abertura de licitação do primeiro lote, que abrange nove trechos, ocorreu no dia 22 de março. Já para o lote 2, onde serão contemplados 10 trechos, a licitação foi aberta no dia 3 de abril. Para o terceiro lote, com 14 trechos, a abertura do processo licitatório ocorreu no último dia 9.

Há cerca de duas semanas, ao ser questionado sobre a estimativa de conclusão das obras, Gustavo Coelho, titular da SIN, disse à Tribuna do Norte que preferia não falar sobre prazos relacionados ao programa. Nesta quinta-feira (18), ao ser procurada, a pasta informou que, apesar de a licitação ainda não ter vencedores, os serviços referentes ao primeiro lote serão iniciados neste semestre.

Tribuna do Norte

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Brasil

Moraes derrubou perfis a pedido de órgão chefiado por ele no TSE, mostra relatório

Foto: Sérgio Lima/AFP

O ministro Alexandre de Moraes derrubou uma série de perfis nas redes sociais e determinou exclusão de conteúdos da internet com base em pedidos de um órgão chefiado por ele mesmo após tomar posse como presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Dezenas de decisões de Moraes com base no órgão do TSE constam em relatório divulgado na quarta-feira (17) por uma comissão do Congresso dos Estados Unidos. O colegiado do Legislativo americano obteve as ordens judiciais e as publicou após intimação parlamentar feita ao X, o antigo Twitter, chefiado pelo bilionário Elon Musk, que protagonizou embates públicos com Moraes nos últimos dias.

A chamada Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação foi criada na gestão do ministro Edson Fachin, em 2022. O delegado da Polícia Federal José Fernando Chuy foi escolhido para comandar o setor. O órgão detém a atribuição de monitoramento das redes sociais, identificava publicações “irregulares” e encaminhava os casos para Moraes avaliar e, então, determinar a retirada do ar “com urgência”.

Folha de S. Paulo

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Saúde

Anvisa decide hoje se mantém proibida a venda de cigarros eletrônicos

Foto: Sandra Sanders/Reuters

A diretoria da Anvisa se reúne nesta sexta-feira (19) para discutir se mantém a proibição no Brasil sobre a comercialização dos cigarros eletrônicos (também chamados de vapes).

Desde 2009, esses dispositivos não podem ser vendidos no país. Apesar disso, são facilmente encontrados no comércio popular ou online e o consumo, especialmente entre os jovens, só aumenta, com sérias consequências para a saúde.

O g1 apurou que a agência deve manter a proibição e ainda incluir pontos para endurecer o cerco aos vapes, como a recomendação de campanhas educativas e reforço na fiscalização, incluindo no meio online, principal meio onde o comércio ilegal acontece.

A consulta pública realizada pela Anvisa como parte do processo de revisão da norma vigente apontou que a maioria dos profissionais de saúde disseram ser contra a liberação no Brasil. Considerando o público participante total, quase 59% disseram ser a favor de mudar a regra atual, incluindo a liberação geral.

g1

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Judiciário

Defesa de Bolsonaro pede que Zanin seja impedido de analisar recurso contra inelegibilidade

Foto: Mateus Bonomi/Agif – Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu ao Supremo Tribunal Supremo Tribunal Federal (STF) para que o ministro Cristiano Zanin não analise o recurso contra a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornou inelegível por oito anos.

Os advogados pediram para que o ministro se declare impedido ou suspeito de relatar o recurso. Caso o ministro se declare impedido, ele não poderá participar da decisão sobre o caso.

A defesa argumenta que, na época em que Zanin era advogado, ele e sua mulher, Valeska Zanin, ingressaram com uma ação na Corte Eleitoral com o mesmo tema. Segundo a defesa, isso “formalizou sua convicção profissional quanto à ilegalidade da conduta entabulada por Jair Messias Bolsonaro”.

“Não se está a questionar, na espécie, a imparcialidade do relator para julgar o ex-presidente por questões ideológicas, mas, especificamente, em razão de sua anterior atuação profissional, em favor de coligação adversária, no próprio pleito eleitoral (de 2022)”. complementa a defesa.

A definição de que a relatoria do recurso ficaria com Zanin — que é ex-advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — veio por sorteio realizado em dezembro do ano passado.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. Justo, muito justo, mas, todos sabem que a decisão será a mesma …com ou sem Zanin….!!! Ou a turma vai endoidar depois de todos os fatos…????

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Mundo

VÍDEO: Israel revida ataque e bombardeia o Irã, segundo imprensa dos EUA

Israel lançou um ataque contra o Irã, informou a imprensa dos Estados Unidos, na noite desta quinta-feira (16), citando um oficial dos Estados Unidos. O jornal “The New York Times” disse que autoridades israelenses confirmaram o ataque sob condição de anonimato. Explosões foram ouvidas próximas de uma base militar.

No sábado (13), o Irã lançou mais de 300 mísseis e drones iranianos em um ataque sem precedentes contra Israel. Desde então, o governo israelense avaliava uma resposta militar.

A imprensa do Irã disse que, por volta das 21h30 (horário de Brasília), três drones que sobrevoavam a área de Isfahan foram abatidos. A região fica a 450 km de Teerã e tem instalações nucleares. O espaço aéreo chegou a ser fechado, e voos foram cancelados.

“A origem estrangeira do incidente não foi confirmada. Não recebemos nenhum ataque externo, e a discussão parece mais uma infiltração do que um ataque”, disse a autoridade iraniana sob condição de anonimato.

g1

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