A Escola de Dança do Teatro Alberto Maranhão (Edtam) está com matrículas abertas para aulas de dança até o dia 30 de outubro. As turmas são formadas por pessoas de todas as idades, com aulas disponíveis nos três turnos. Crianças devem ter no mínimo 6 anos, completados até dezembro deste ano.
As inscrições podem ser feitas na sede da escola, que fica na Rua Chile, Ribeira, em Natal e os interessados devem apresentar documento com foto e pagar uma taxa de R$ 10. A mensalidade é de R$ 50.
A Escola de Dança do Teatro Alberto Maranhão foi criada em 1985 e é coordenada pela Fundação José Augusto, órgão gestor da Cultura do Rio Grande do Norte. Desde 1993 a direção é de Solange Gameiro, que a partir de 1999 conta com o apoio da diretora do Grupo da Edtam, Wanie Rose.
Nos 30 anos de existência da Edtam já passaram cerca de oito mil alunos. Atualmente, a Escola possui 550 estudantes divididos em 31 turmas distribuídos em três turnos.
A escola tem valores acessíveis, já que sua proposta é atender a uma faixa da população que não tem condições financeiras de pagar uma academia de dança. Além disso, prega a disciplina do amor próprio, ensinado aos seus alunos que o corpo é o nosso maior bem.
Problemas com a malha rodoviária e o elevado índice de roubo nas estradas são os maiores desafios enfrentados pelo transporte de cargas no país. Em 2024, dados do Sinesp (Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública) indicam que o país registrou, em média, 27 roubos de cargas por dia.
O roubo de cargas no Brasil vem sendo grande fonte de receita para as quadrilhas especializadas. De acordo com o relatório de Análise de Roubo de Cargas, os ataques cresceram 24,8% no 1º semestre de 2025. Dados da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística indicam que, em 2024, foram contabilizados 10.478 roubos de carga no país, com prejuízos estimados em R$ 1,2 bilhão.
Investimentos adicionais em segurança e tecnologia, atrasos nas entregas e necessidade de rotas mais longas para evitar áreas de risco comprometem toda a cadeia logística. Essas medidas elevam os custos repassados ao consumidor final e reduzem a competitividade dos produtos brasileiros no mercado.
Desde 2023, com a promulgação da Lei 14.599 de 23, a contratação dos seguros de RCTR-C (Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de Carga), o de RC-DC (Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário por Desaparecimento de Carga) e o de RC-V (Responsabilidade Civil de Veículo) é obrigatória, o que tem impactado a procura pelos produtos de seguros.
Nos primeiros 5 meses deste ano, de acordo com dados da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), a arrecadação do RC-DC cresceu 8,1%, alcançando R$ 570 milhões, enquanto as indenizações subiram 12,4%, totalizando R$ 239 milhões. Já o RCTR-C avançou 1,5%, somando R$ 721 milhões em prêmios, com pagamentos de quase R$ 520 milhões, alta de 5,2%.
Integrantes do governo Lula (PT) e do STF (Supremo Tribunal Federal) consideram real a possibilidade de Donald Trump aplicar novas sanções econômicas contra o Brasil e outras restrições a autoridades do país com o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que começa em setembro.
Na avaliação de ministros, há interesse dos EUA de criar instabilidade em torno do tribunal e do governo Lula, o que poderia se acirrar com o avanço do julgamento sobre a trama golpista liderada por Bolsonaro.
Embora todos esses personagens afirmem que não há possibilidade de o STF se curvar a essas pressões, o início do julgamento e a possível condenação de Bolsonaro são citados como elementos de maior tensão dentro de um ambiente que já se tornou conflituoso.
A pressão do governo Trump, desde a aplicação da sobretaxa de 50% até as punições a ministros do STF, é feita com o argumento de que Bolsonaro é perseguido pelo Judiciário no Brasil, em benefício do governo Lula.
Ministros dizem acreditar que os americanos têm outras ferramentas à disposição, como sanções a outros integrantes do tribunal, que podem ser utilizadas durante o processo de julgamento, como forma de intimidação aos ministros —ainda que apontem que esse tipo de ação não terá efeito sobre o processo.
Essas autoridades ressaltam o perfil belicoso de Trump e de bolsonaristas, mas outras alas do governo e do STF alimentam, por outro lado, a expectativa de que o presidente americano reveja a imposição de sobretaxa aos produtos brasileiros.
Essa aposta ganhou adeptos após o vazamento de diálogos em que Bolsonaro e aliados discutem a atuação conjunta com o governo americano para obter a anistia do ex-presidente às custas de ameaças à economia brasileira. Em algumas das conversas, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) aponta receio de que Trump, em algum momento, desista da ofensiva.
Dentro do governo, a crença em eventual recuo de Trump é minoritária. Dois ministros de Lula ouvidos pela Folha tentam minimizar os impactos das sanções financeiras contra Alexandre de Moraes determinadas pela gestão Trump. Eles destacam que poucos membros da corte possuem bens nos EUA, como imóveis ou investimentos.
Ainda assim, nos bastidores, ministros buscam contato com banqueiros e políticos para avaliar os efeitos práticos da Lei Magnitsky e tentar conter os resultados de eventuais novas sanções.
Além do julgamento de Bolsonaro, integrantes do governo temem o impacto econômico da recente decisão do ministro Flávio Dino, do STF, de que ordens judiciais e executivas de governos estrangeiros só têm validade no Brasil se confirmadas pela corte.
Expressa em uma decisão sobre o rompimento da barragem de Mariana (MG), a manifestação de Dino foi interpretada como uma possibilidade de o tribunal punir bancos que aplicarem sanções financeiras contra o ministro Alexandre de Moraes por determinação do governo Trump.
A terça-feira (19) —dia seguinte à decisão de Dino— foi marcada por alta do dólar e abalos na bolsa impulsionados pela queda em bloco das ações do setor bancário. Colaboradores diretos de Lula acompanham com apreensão a escalada de tensão entre STF e o governo americano.
Nas palavras de um ministro, há um grande risco na medida, e o próprio presidente estaria sensível a isso. Mas o governo não tem como interferir em uma decisão do STF.
Integrantes do governo citam o alinhamento entre Dino, Moraes e o ministro Gilmar Mendes no discurso em defesa da soberania nacional como prova dessa impossibilidade de interferência. Lembram ainda que o próprio Moraes reiterou a ameaça durante entrevista na última terça-feira (19).
A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) terá na terça-feira (26) a primeira reunião após o início tumultuado dos trabalhos. O colegiado irá definir o plano de trabalho e votar a primeira leva de requerimentos.
Até a noite de sábado (23), a comissão havia recebido mais de 800 requerimentos, que incluem pedidos de convocações, de quebras de sigilos e de informações a órgãos. Com os pedidos, oposição e base governistas já indicam suas estratégias e prioridades ao longo dos trabalhos da CPMI.
Deputados e senadores de oposição protocolaram requerimentos que miram o alto escalão do governo e também a convocação e quebras de sigilo do irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico.
Ele é dirigente do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), uma das entidades no centro do escândalo do INSS.
Até o momento, foram protocolados ao menos oito requerimentos que miram o irmão de Lula. Seis deles pedem a convocação – quando a presença é obrigatória – do dirigente. Inclusive, o autor de um dos pedidos é o relator da CPMI, o deputado Alfredo Gaspar (União-AL).
Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, é alvo de ao menos 12 pedidos de convocação. Ele é sócio de 22 empresas e algumas teriam sido utilizadas no esquema. Sócios dele também são alvos de solicitações dos congressistas.
O presidente Lula e os ex-presidentes Michel Temer (MDB) e Dilma Rousseff (PT) viraram alvos de requerimentos apresentados por integrantes da CPMI do INSS no Congresso Nacional.
Em uma série de pedidos protocolados no sábado (23/8), a senadora Damares Alves propôs que Lula, Temer e Dilma sejam convidados a prestar depoimento à comissão de inquérito.
Damares alega haver indícios de que o esquema de descontos ilegais em aposentadorias do INSS teria começado ainda nos primeiros governos Lula e continuaram nas gestões Dilma e Temer.
A senadora do DF defende que é preciso apurar possíveis ações, omissões e políticas adotadas pelo governo federal para enfrentar as fraudes e impedir a continuidade do esquema no INSS.
“Entendemos que há interesse do próprio presidente Lula, pelo princípio da transparência na gestão da coisa pública, de esclarecer esses desvios de recursos do INSS, que já vinham ocorrendo nos seus dois governos anteriores”, diz Damares.
Os requerimentos ainda precisam ser votados pelos integrantes da CPMI. Mesmo que aprovados, Lula, Dilma e Temer não seriam obrigados a comparecer, por se tratar de convite, e não de convocação.
Advogado que representa a Trump Media e a Rumble em ação contra o ministro Alexandre de Moraes (STF) nos Estados Unidos, Martin De Luca se manifestou sobre as ameaças que recebeu no celular após seu número de telefone aparecer em relatório produzido pela Polícia Federal.
“Eu tenho recebido, além de inúmeras ameaças, muitas mensagens de apoio e preocupação com meu bem-estar. Sei que este é um momento crucial no Brasil. Estou bem e retomarei o contato assim que todas as medidas de segurança estejam implementas. Obrigado a todos pelo amor e apoio”, escreveu o advogado, neste sábado (23/8), na rede social X [antigo Twitter]. “Obrigado, Make Brazil Free Again”, completou.
As ameaças a Martin De Luca foram reveladas pela coluna do jornalista Paulo Cappelli, do Metrópoles, nessa sexta-feira. Um levantamento está sendo feito para identificar se a exposição do número de telefone fere a legislação brasileira. O governo de Donald Trump monitora a situação. “Muitas pessoas estão dizendo que o vazamento contendo dados pessoais violam vários tipos de leis e regulações. É realmente considerado crime no Brasil o que fizeram comigo?”, escreveu o advogado em outra postagem.
Um integrante da cúpula da Polícia Federal ouvido pela coluna argumentou que o relatório de investigação precisa conter “todos os dados relevantes para fins de produção probatória”. E acrescentou que a atividade da PF é pautada pelo sigilo, premissa que orienta os trabalhos da corporação.
O relatório faz parte do inquérito que corre no STF e investiga Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro. Ao concluir a apuração, a PF indiciou o ex-presidente e o deputado por coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
O Rio Grande do Norte voltou ao topo do ranking nacional de comprometimento da receita com gastos de pessoal e previdência. O levantamento que traz dados do trimestre de maio até junho de 2025 mostra que 72% da receita total do Estado foi destinada ao pagamento de servidores. É o maior índice proporcional do país.
Além disso, 38% de toda a despesa foi consumida pela previdência social, também a maior taxa entre os estados.
Na prática, a edição do 3º bimestre revela que quase todo o orçamento do Rio Grande do Norte é consumido pela manutenção da máquina pública, restando apenas 2% para investimentos e outros 2% para o serviço da dívida.
Outros 15% foram direcionados a despesas de custeio, enquanto a previdência despontou como o maior gasto funcional do Estado, somando R$ 4,03 bilhões até o 3º bimestre. Esse valor supera áreas essenciais, como Saúde (10%) e Educação (16%).
A Secretaria da Fazenda do RN reconhece a gravidade do cenário, mas destaca que há uma tendência de redução gradual no comprometimento da receita com pessoal. O secretário executivo da pasta, Álvaro Bezerra, afirma que o percentual, embora elevado, já foi maior no passado recente. “A gente fechou agora esse semestre com cerca de 55%, 55,47% da receita total. Esse valor já é menor do que o registrado no fim de 2024. Isso mostra uma curva de desaceleração do gasto com pessoal”, disse.
Déficit da Previdência Social chega a R$ 1,1 bilhão
O déficit do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) atingiu R$ 1,104 bilhão em 2025, o equivalente a 12% da Receita Corrente Líquida (RCL), índice superior ao registrado em 2024, de R$ 873,4 milhões (10% da RCL). O crescimento do rombo previdenciário tem pressionado ainda mais as contas públicas e exigido aportes constantes do Tesouro estadual para garantir o pagamento de aposentadorias e pensões.
Aí, quem paga a conta? O que a assembleia legislativa faz? O que o judiciário realiza? O congresso faz? O governo estadual faz? Sim. Já sei. A culpa, a conta fica para servidores e população.
Novo boletim médico divulgado na tarde deste sábado (23) informa que o ex-deputado federal Rafael Motta segue em recuperação na UTI do Hospital Walfredo Gurgel. Rafael foi submetido a uma cirurgia para correção de uma lesão no brônquio e está intubado. O quadro de saúde é estável.
Rafael também possui fraturas no corpo que serão corrigidas em momento oportuno, segundo o boletim.
Na sexta-feira (22), Rafael sofreu um acidente praticando kitesurf nas proximidades do Forte dos Reis Magos, Zona Leste de Natal e foi socorrido ao Hospital Walfredo Gurgel.
Leia a íntegra abaixo.
NOTA À IMPRENSA
O paciente Rafael Motta foi submetido a cirurgia torácica para correção de uma lesão no brônquio, considerada a mais crítica do quadro. O procedimento foi realizado com sucesso e sem intercorrências.
Atualmente, Rafael encontra-se intubado e em recuperação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Walfredo Gurgel, em estado estável. A equipe médica mantém o monitoramento contínuo, e a permanência no hospital é necessária devido à disponibilidade de equipe especializada em cirurgia torácica 24 horas.
O paciente também apresenta fraturas que serão corrigidas em momento oportuno, incluindo uma fratura em vértebra torácica. Importante ressaltar que os movimentos dos membros inferiores estão preservados, indicando ausência de comprometimento medular.
A família agradece as manifestações de carinho e pede orações pela pronta recuperação. Novas atualizações serão fornecidas conforme evolução do quadro clínico.
Alexandre de Moraes pediu a extradição de seu ex-assessor Eduardo Tagliaferro, denunciado ontem pela PGR por ter agido contra a legitimidade do processo eleitoral e atuar para prejudicar as investigações de atos antidemocráticos.
O pedido foi enviado ao Ministério da Justiça, que encaminhou na quarta-feira ao Itamaraty para formalização junto ao governo da Itália, para onde Tagliaferro se mudou. De lá, prepara uma denúncia para apresentar ao Parlamento europeu contra Moraes.
Diz ofício do ministério a Moraes:
“Informo a Vossa Excelência que o pedido de extradição do Sr. Eduardo de Oliveira Tagliaferro foi encaminhado ao Ministério das Relações Exteriores, em 20 de agosto de 2025, para formalização junto ao Governo da Itália”.
Tagliaferro, que foi assessor de Moraes no período em que o ministro presidiu o TSE, está sendo acusado dos crimes de violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolve organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Segundo a PGR, Tagliaferro vazou informações confidenciais que obteve em função do cargo que ocupou, com intuito de obstruir investigações e favorecer interesses próprios e de terceiros.
No último dia 30, o ex-assessor de Moraes afirmou em suas redes que revelaria os bastidores de seu gabinete. Em post, Tagliaferro disse que tem “bastante coisa” contra o ministro, que, segundo ele, “destruiu sua vida e de várias pessoas”.
Em abril, a Polícia Federal indiciou Tagliaferro por violação de sigilo funcional com dano à administração pública. Ele foi investigado pela divulgação de diálogos do ministro com servidores do TSE e do STF.
O ex-assessor, que conta com o apoio de bolsonaristas, alega ser vítima de uma perseguição política e faz coro a um grupo que tem atacado supostas arbitrariedades de Moraes.
Para Paulo Gonet, Tagliaferro vem atuando em conjunto com outros investigados que fugiram com o objetivo de “potencializar reações ofensivas contra o legítimo trabalho das autoridades brasileiras responsáveis pelas investigações e ações penais que seguem em curso regular”. De acordo com o PGR, seu alinhamento com a organização criminosa ficou claro com sua saída do país.
Entidades investigadas pela Polícia Federal (PF) por descontos ilegais em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) vêm encerrando atividades depois que o escândalo foi revelado.
Isso dificulta a busca por justiça daqueles que tiveram dinheiro dos benefícios previdenciários desviado no esquema criminoso. Oficiais não estão conseguindo encontrar as associações para notificá-las em processos.
Em Aracaju (SE), a Universo Associação de Aposentados e Pensionistas dos Regimes Geral da Previdência Social (AAPPS Universo) não funciona mais no endereço onde estava instalada no ano passado, quando a Controladoria-Geral da União (CGU) fez uma vistoria.
Antes, a sede era assim:
O imóvel, no bairro São José, agora está fechado e passa por reformas para a abertura de um buffet. Veja na imagem abaixo:
Foto: Joelma Gonçalves/g1
Segundo a investigação da PF e da CGU, a AAPPS Universo descontou diretamente das folhas de pagamento de aposentados e pensionistas quase R$ 88 milhões entre 2022 e 2024. A suspeita é que boa parte dos descontos não tenha sido autorizada pelos beneficiários.
Fortaleza
Em Fortaleza (CE), a sede da Associação de Aposentados e Pensionistas Nacional (Aapen) está fechada desde 28 de abril — três dias após a deflagração da Operação Sem Desconto, segundo um porteiro do prédio. Funcionários foram dispensados.
A Aapen ocupava toda a cobertura de um edifício no bairro Aldeota. A porta da entidade, antes identificada com letreiros, hoje não tem nenhuma marcação.
Foto: Reprodução
Agora está assim:
Foto: Leonardo Igor/g1
Brasília
Em Brasília, a sede da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), localizada no centro da capital, também está fechada. A reportagem esteve no local em horário comercial, mas não encontrou ninguém, embora o prédio mantenha os letreiros.
De 2019 a 2024, a Conafer descontou de aposentados R$ 484,4 milhões. A entidade começou a ser investigada em 2021, após denúncia de um empresário à Polícia Civil de Brasília. Segundo ele, a Conafer coletava assinaturas de aposentados com a justificativa de desfiliá-los, mas adulterava os documentos e os transformava em fichas de filiação.
Processos parados
O fechamento das sedes tem dificultado a tramitação de ações judiciais. Em vários casos, a Justiça não consegue intimar as entidades em processos movidos por aposentados que pedem ressarcimento das mensalidades descontadas.
Antes da criação de um plano nacional de ressarcimento, centenas de aposentados ingressaram com ações em tribunais estaduais. Muitos ganharam as causas, mas não houve pagamento porque os responsáveis pelas associações não foram localizados.
Investigações
Atualmente, há 13 inquéritos da PF em andamento em estados como São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Sergipe e Distrito Federal. A estimativa é que cerca de 30 entidades tenham realizado descontos ilegais. Quando a Operação Sem Desconto foi deflagrada, em abril, 11 associações já eram formalmente investigadas.
Segundo cálculos da PF e da CGU, o esquema pode ter desviado até R$ 6 bilhões entre 2019 e 2024, atingindo milhares de aposentados.
Até agora, foram apreendidos bens avaliados em R$ 176,7 milhões, além do bloqueio de contas bancárias. Dois investigados seguem presos preventivamente. Ainda não há ações penais concluídas nem réus condenados.
Por muito tempo, o debate sobre o mercado imobiliário potiguar girou em torno de um ponto sensível: estaria Natal ficando para trás em relação a seus vizinhos do Nordeste? Nos últimos anos, políticas públicas e estratégias de desenvolvimento implementadas em estados como Ceará, Paraíba, Pernambuco e Alagoas resultaram em avanços significativos, enquanto o mercado potiguar enfrentava um ritmo mais lento.
Agora, especialistas indicam que Ponta Negra, um dos bairros mais emblemáticos da capital, pode estar prestes a viver um novo ciclo de valorização — e sem espaço para os erros que levaram a retrações no passado.
Samuel Gondim, CEO da Carpediem Homes, gestora com mais de R$ 1 bilhão sob gestão em ativos imobiliários, aponta fatores que sustentam essa visão otimista:
“Tivemos dois grandes passos para o desenvolvimento imobiliário de Ponta Negra: a aprovação do novo Plano Diretor e a conclusão das obras de engorda da faixa de areia. Um terceiro ponto, que será um diferencial para a região, é o início dos projetos para viabilização do Parque Linear na Avenida Roberto Freire — obra que julgamos primordial para a valorização do bairro”, destaca Gondim.
Outro fator que se soma a esse cenário é a postura do poder público:
“Temos visto um governo municipal aberto ao desenvolvimento, e precisamos manter essa visão, que valoriza as iniciativas privadas como mola propulsora das indústrias da construção civil e do turismo”, acrescenta.
A análise da Carpediem Homes também aponta que Ponta Negra continua com um preço de metro quadrado mais competitivo do que mercados vizinhos como João Pessoa e Recife — uma condição estratégica para atrair investidores de outras regiões, sobretudo por manter relevância no turismo nacional e internacional.
Como sinal de aquecimento, projetos recentes chamam atenção pelo porte.
“Anunciamos recentemente dois empreendimentos na praia de Ponta Negra: um com Valor Geral de Vendas (VGV) estimado em R$ 46 milhões e outro de R$ 144 milhões. Outras incorporadoras e construtoras também estão lançando projetos. Mas, para garantir que esse ritmo se mantenha, é essencial que as iniciativas estruturantes sigam fortalecendo a região”, conclui Gondim.
O desafio agora é transformar esse cenário promissor em realidade concreta. Se Natal conseguir manter o ritmo de melhorias urbanísticas e atrair investimentos consistentes, Ponta Negra pode não apenas recuperar o tempo perdido, mas também se posicionar como um polo diferenciado no Nordeste.
Essa corrida pelo desenvolvimento tem potencial para movimentar significativamente a economia local, gerando empregos, fortalecendo o turismo e injetando recursos no mercado nos próximos cinco anos.
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