Saúde

Ex-ministro Mandetta afirma que Brasil implementou medidas depois do leite derramado e que Bolsonaro tinha suas próprias ideias sobre a covid

Foto: JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO – 04.05.2021

Em suas primeiras palavras na CPI da Covid, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta aproveitou para fazer uma retrospectiva da chegada do novo coronavírus ao Brasil e as respectivas ações do ministério sob sua gestão para enfrentar a covid-19. Na fala inicial, Mandetta buscou enfatizar uma atuação integrada entre os Poderes e os entes federativos quando a pasta da Saúde estava sob seu comando. “Defesa intransigente da vida, SUS como meio para atingir, e a ciência como elemento de decisão. Esses foram os três pilares”, disse.

Mandetta iniciou sua fala, com quase uma hora de atraso, explicando como chegaram ao ministério as primeiras informações, em janeiro de 2020, sobre uma doença que tinha início na China e que aos poucos ia se alastrando pelo mundo. Ele contou que chamou todos os poderes para explicar a importância do combate à pandemia de forma unida. “Porque esse vírus não ataca indivíduos, ele ataca a sociedade.”

O ex-ministro explicou ainda as primeiras ações da pasta para conter a propagação do vírus no Brasil e teve de ser interrompido, após 20 minutos, pelo presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), que preferiu abrir espaço para as perguntas.

Renan Calheiros, relator da CPI, perguntou a Mandetta se, durante sua gestão, a recomendação para procurar os sistemas de saúde apenas quando sentissem sintomas graves de covid foi um erro.

Mandetta afirmou que não é verdade essa recomendação, e que a afirmação é usada numa “guerra de narrativas”. Segundo ele, as pessoas procuravam os hospitais preocupadas no início de 2020 com outras doenças. “Eram casos de outros vírus. Em casos de virose, a recomendação é que você observe o estado de saúde e não vá imediatamente ao hospital porque aglomera. E lá, sim, um caso positivo vai infectar todo mundo na sala de espera.”

“Todas as nossas recomendações foram assertivas, levando em conta a ciência. Todas foram comprovadas pelo decorrer da doença.”

De acordo com Mandetta, o decorrer da pandemia mostrou que algumas ações do ministério foram paralisadas. Mais tarde ele disse que as testagens em massa foram abandonadas por seus sucessores na Saúde, o desenvolvimento da telemedicina como porta de entrada para o sistema, o plano de acompanhamento dos infectados e a orientação de uma pesquisa sobre a cloroquina que “o próximo ministro fez uma portaria mesmo sem ter os resultados”.

Ele citou que sua gestão estimulou o uso de máscaras e o distanciamento, assim como pediu para as pessoas ficarem em casa. Mandetta citou ainda o esforço para obter respiradores e leitos de UTI para evitarem o colapso do sistema de Saúde.

Mandetta elogiou o SUS (Sistema Único de Saúde) e disse que ele é o melhor local para se imunizar a população. “Mas é preciso ter a vacina.”

Leite derramado

Ao falar sobre as medidas do governo para reduzir a transmissão da covid no país, Mandetta afirmou que sempre foram implementadas com atraso, sobretudo determinações de quarentena e lockdown. “Em relação a lockdown, o Brasil não fez nenhum lockdown. O Brasil implementou medidas depois do leite derramado, depois que a gente diz: ‘Vai entrar em colapso o sistema de saúde’. Então fecha. ‘Vai acabar o remédio.’ Então fecha”, disse o ex-ministro. “A gente foi sempre um passo atrás desse vírus.”

Resistência do presidente

Ele afirmou que a orientação de isolamento era essencial também no início da pandemia, mas faltou uma fala única do governo. “Nós fizemos as recomendações em três pilares: vamos preservar a vida, SUS e ciência. Eu vi vários que ficaram fora desse tripé.”

Questionado de onde partiu a resistência, ele disse que isso “ocorreu publicamente por vários atores”.

Ele afirmou que discordava do presidente da República, Jair Bolsonaro. “Nunca discuti com o presidente. Nunca tive discussão áspera, mas sempre as coloquei [suas discordâncias] de maneira muito clara.”

“Ali não era uma questão de diferenças políticas. Ali era um momento republicano.” Mandetta afirmou que conversava com governadores para que todos saíssem juntos da pandemia.

Mandetta afirmou que chegou a ficar constrangido com algumas situações e declarações feitas por Jair Bolsonaro. Como a defesa do medicamento cloroquina para doentes de covid-19.

“Nós seguíamos o que tínhamos de discutir, mas havia pelo lado do presidente uma outra visão, um outro caminho. Ele tinha suas próprias ideias. Não sei se vinham através de outros assessores. Era muito constrangedor ter que ficar explicando porque o ministério estava indo para um caminho e ele indo para o outro.”

O médico declarou que a cloroquina não poderia ser defendida se não houvesse a certeza dos benefícios e dos riscos que ela oferecia. E garantiu que jamais, em sua gestão, o ministério sugeriu o uso do medicamento. “É falso que se não fizer bem, mal não faz”, explicou, fazendo referência a uma aspa usada algumas vezes por Bolsonaro.

Mandetta contou que muitas vezes Bolsonaro chegou a concordar com suas recomendações, mas “dois a três dias depois, ele agia de forma diferente, como se não tivesse entendido o que eu falava”.

De acordo com o ex-ministro, Bolsonaro deveria ter outra fonte, algum consultor, que dava a ele recomendações que não tinham a ver com o que sugeria seu ministério ou a OMS (Organização Mundial de Saúde). “Ele falava na cloroquina, falou em isolamento vertical, que nós não éramos favoráveis.”

Isolamento vertical é a estratégia, bastante defendida no início da pandemia, de deixar em casa apenas os grupos de risco: idosos e pessoas com comorbidades.

Mandetta reclamou que fez reunião com Bolsonaro nas quais seu filho, o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos), estava tomando notas. Citou ainda a tentativa do governo de mudar a bula da cloroquina para citá-la como tratamento da covid. “Eu imagino que fora do Ministério da Saúde ele (Bolsonaro) conseguiu alguns aconselhamenos que os pautavam na pandemia.”

O médico, que é formado em ortopedia, disse que não sabe dizer de quem foi a ideia de mudar a bula da cloroquina.

Mandetta denunciou que por trás de médicos que defendem tratamentos com remédios sem eficácia há grandes interesses comerciais por trás. Ele afirmou que há profissionais que atendem virtualmente 50 pessoas por dias e ganham dinheiro com isso. “Tem que ter muito cuidado, a gente está lidando com a boa fé das pessoas.”

“Enquanto eu estive no Ministério da Saúde eu fiquei em cima do que é científico, rezando para que alguma coisa funcionasse. Rezei até para a cloroquina funcionar.”

Relação com a China

O depoente citou ainda a dificuldade que teve de enfrentar com a China por causa da má vontade com o país de integrantes do governo, como o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e dos filhos do presidente Bolsonaro.

O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), questionou o ex-ministro se houve pressão, por parte de Bolsonaro, contra medidas de combate à proliferação da covid-19,: isolamento e quarentena. Mandetta negou.

“Não. {O ministério] Foi confrontado publicamente, e isso dava uma informação dúbia a sociedade. Nosso objetivo era dar uma informação e o presidente, outra. Mas diretamente a mim somente com os atos que ele executava”, disse.

O ex-ministro da Saúde assumiu, ainda, que o país poderia estar numa situação melhor que a atual. “O SUS podia mais. Poderíamos ter feito muito mais, poderíamos ter começado a vacinação em novembro.”

Carta a Bolsonaro

Em carta enviada a Bolsonaro, Mandetta afirmou que recomendou expressamente que “a presidência da República reveja posicionamento adotado acompanhando as recomendações do Ministério da Saúde, uma vez que a adoção de medidas em sentido contrário poderá gerar colapso do sistema de saúde e gravíssimas consequências da saúde da população brasileira”.

“Tudo o que eu podia fazer, nos termos de orientar, foi feito. Agora, ele tinha provavelmente outras pessoas falando que o ministro da saúde está errado, vá por esse caminho. É uma decisão dele”, completou.

O ex-ministro relembrou uma visita que fez com o presidente Bolsonaro em Águas Lindas (GO) em um hospital de campanha contra a covid-19.

“O combinado era chegar, olhar, o público bem separado, mas na hora que o helicóptero olhou e viu que o público estava na beirada, ele desceu do helicóptero e subiu a rampa e foi até as pessoas. Aí eu fui até a comitiva do governador Caiado. Quando ele volta de lá, vai em direção para dar um abraça ao governador Caiado e fala essa frase em tom de brincadeira: ah, vamos contaminar logo todo mundo. Mas o governador Caiado sacou muito rápido um frasco de um álcool em gel, cruzou em suas mãos e ainda passou um pouco nas mãos do presidente para dar aquela certa sensação ali. Foi uma coisa pontual”, contou.

Na época de sua demissão, Mandeta foi flagrado ao abraçar uma funcionária do ministério. O vídeo mostra imagens dos servidores se despedindo do então ministro. Questionado se foi um equívoco, respondeu que “não deveria (ter dado o abraço), mas era muita emoção naquele momento. Era uma equipe muito unida”, disse.

O senador governista Eduardo Girão (Podemos-CE) questionou o ex-ministro sobre remédios sem comprovação científica, como cloroquina e ivermectina, e se ele tem remorso por não ter deliberado sobre os medicamentos no tratamento contra a covid-19. Pouco depois, Marcos Rogério (PDT-RO), outro da tropa de choque do governo, fez praticamente a mesma pergunta.

“Aqui é ciência, aqui é estudo. Eu jamais na minha vida tomei decisões sem estudar. Nessa situação, que você tem uma doença que ainda não está determinada, a gente tem que acreditar nas bases de seu estudo. A base da medicina é ramo da filosofia, ali, diz que sem diagnóstico, não há tratamento. Não pode risco sem benefício. Do mesmo modo que bate na tecla da cloroquina, existe por exemplo pessoas que preconizam ivermectina, também sem fundamento cientifico”, alegou Mandetta.

Colapso em Manaus

Em resposta ao senador Eduardo Braga (MDB-AM), Mandetta afirmou que faltaram fiscais da vigilância sanitária em aeroportos do Brasil para evitar a entrada do vírus pelo espaço aéreo. A coordenação desse trabalho fica a cargo da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

O ex-ministro opinou que o colapso em Manaus, capital do Amazonas, que chegou a ficar sem oxigênio no início de 2021, ocorreu por problemas na gestão estadual e municipal, mas não por falta de dinheiro.

R7

Opinião dos leitores

  1. Tenho bastante óleo de peroba no meu comércio, ninguém esqueceu a despedida do mutreta do ministério, todos sem máscara, aglomeração, e abraços, um picareta.

  2. Esse ministro foi aquele que dizia para as pessoas NÃO procurarem tratamento, para ficarem em casa aguardando a falta de ar. É mais um que usa o sofrimento das pessoas para politicagem. Apenas o presidente age pensando no Brasil e o povo está vendo isso. As manifestações de 1° de maio mostraram sua popularidade. Por que seus opositores não se juntam todos e tentam fazer uma? Ia ser engraçado.

    1. Vai ver que é pq a oposição não quer aglomerar.
      Respeita as medidas protetivas!

  3. Está esclarecido porque temos 400 mil mortes por covid. O filho porra louca participava das reuniões com o ministério da saúde, segundo depoimento do Mandetta. Ficou claro que o vírus só matou 400 mil pessoas até hoje, com a ajuda do governo bolsonaro.

  4. ESSE MANDETA É MAIS UM ESQUERDOPATA QUERENDO ATRAPALHAR A ADMINISTRAÇÃO DO NOSSO PRESIDENTE, FOI NO PERÍODO DELE QUE ESTA SENDO INVESTIGADO POSSÍVEIS COMPRAS SUSPEITAS. TALVEZ PARA TENTAR ENCRIMINAR O PRESIDENTE BOSONARO.

  5. Só falou verdades e os senadores governistas só passaram vergonha. Achavam que estavam num bate papo de internet e foram devidamente respondidos com o sarcasmo que o momento permitiu. E é só o começo. Quero ver o Carluxo e o Dudu Bananinha se explicando.

  6. Muitos dos nossos conhecidos que foram vítimas ainda estariam entre nós, e muitos empregos teriam sido preservados se o presidente não tivesse retardado a providência de adquirir vacinas, como também se não tivesse realizado e estimulado tantos movimentos com aglomeração de pessoas sem respeito aos protocolos pela prevenção das vidas. Agora só nos resta rezar pelos que morreram e pelos que ainda vão morrer.

    1. A esquerda é cara de pau mesmo…
      Retardar as providências para comprar vacinas?
      Até quando a esquerda e a imprensa vão continuar espalhando fakenews???
      Em primeiro lugar, em julho de 2020, Bolsonaro firmou acordo com a Astrazeneca para a compra de 100 milhões de doses da vacina de Oxford.
      Isto é atrasar compras???
      Em segundo lugar, havia várias vacinas em desenvolvimento, tanto as que atualmente estão em uso quanto outras, ainda em desenvolvimento e outras que foram abandonadas porque não deram resultado.
      Qual ele deveria ter comprado???
      Deveria ter comprado várias vacinas não aprovadas?
      Bolsonaro, em setembro de 2020, assinou uma medida provisória para comprar 42 milhões de doses por meio do consórcio da OMS, Covax Facility (esse consórcio estava investindo em 10 vacinas diferentes, pois ninguém sabe o que vai dar resultado).
      O congresso só votou a medida provisória em fevereiro…
      Se houvesse vacina sobrando, Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Japão, Canadá, China, Índia já teriam vacinado toda a população. Não há vacina sobrando.
      Você sabia que o Brasil já distribuiu 70 milhões de doses de vacina?
      E que o Japão só aplicou 2 milhões de doses?
      Que a França de Macron só aplicou 20 milhões de doses?
      Na Argentina, quem ganhou foi “haddad”. quantas doses já foram aplicadas lá?
      Umas 10 milhões.
      Abutre é o nome que se dá a quem tenta se alimentar de mortos…
      A esquerda tenta a qualquer custo tomar o poder.
      Para isso, não tem escrúpulo de pegar carona no corona…
      Há uma epidemia (mundial), que já matou 3,3 milhões de pessoas no mundo e querem colocar a culpa em Bolsonaro.
      Todos os argumentos da esquerda são furados.
      Ah, Bolsonaro não fez lockdown (mas o STF deixou nas mãos dos governadores e Prefeitos – ou seja, se eles não fizeram, coloque a culpa neles e não em Bolsonaro).
      Ah, Bolsonaro estimulou aglomerações (como assim? A população dá mais ouvido a Bolsonaro do que à Globo, a Ciro Gomes, a Dória? Então, Bolsonaro já está eleito).
      No começo, a esquerda madurenha, falava “somos 70%”.
      Se fosse verdade e os 70% tivesse ficado em casa, a epidemia teria acabado em 3 semanas.
      Mas das duas uma: ou a esquerda não é 70%, ou era 70% mas não ficou em casa.
      Esquerdista é bicho nojento e cara de pau.
      O esquerdista que fala mal de Bolsonaro é o primeiro a lotar barzinhos e boates…
      O esquerdista lota academias…
      Se metade do tempo que a Globo e políticos espertalhões passam falando mal de Bolsonaro usassem para conscientizar a população, talvez a situação fosse diferente…
      Mas qual moral tem Ciro Gomes e Dória?
      Se eles falarem para a população ficar em casa por duas semanas a população fica???
      Não fica.
      A Globo há 3 anos tenta emplacar sua ideologia nefasta e tenta derrubar o presidente democraticamente eleito. Por isso, não tem moral e a população não dá bola para ela.
      Nem para Ciro Gomes chorão nem para Dória aproveitador…
      Dória tentou passar a perna em Alckin em 2017…
      Desde 2019, ofende Bolsonaro, de olho na cadeira.
      Um verdadeiro estadista não tenta destruir seu país de olho na cadeira…

  7. Até bula de remédio, o genocida quis…
    Quantas centenas de pessoas, não morreram com essa brincadeira de cloroquina?
    Correto mesmo, seria afastar o miliciano e mandá-lo para Bangú.

    1. Vai chorando e torcendo. Tem até 2026. Essa CPI, a exemplo de tudo que inventaram até hoje, só serve de palanque pra Bolsonaro.

    2. Chora não BB , quer bubuzin quer? pq esse choro vai demorar viu rsrs

    3. Isso é só por enquanto.Com toda certeza vem mais atrocidades por aí .Esse presidente era pra está preso se o Brasil fosse um país sério .Mas aguardemos os fatos .A família Bozo vai passar .

    4. a esquerda é asquerosa…
      Usam a tática de Goebels. Repetir mentiras para ver se cola…
      O cara não sabe o que é um genocídio (sabe, mas faz de conta que não sabe) e ficam falando mal do presidente da República…
      Genocídios foram praticados na União Soviética, China e Cuba…
      Governos comunistas que mandaram matar milhões de pessoas.
      No Brasil temos uma pandemia…
      A esquerda e a imprensa são responsáveis pelos óbitos ao politizarem o assunto.
      Desde o início tentam se aproveitar da pandemia para se dar bem…
      A esquerda comemora cada óbito.
      Lula comemorou a chegada do coronavirus…
      Nas eleições, políticos faziam comícios… Onde estava o STF? O TSE? Renan Calheiros? Randolfe Rodrigues?
      Aí, agora, de repente, surgem muitos: “oooooohhh, a culpa é de Bolsonaro”.
      Bando de abutres tentando se aproveitar da desgraça alheia.
      São Paulo/Dória: 90 mil óbitos.
      Ceará de Ciro Gomes e Camilo Santana: 17 mil óbitos;
      Rio Grande do Norte governado por Fátima: 5.500 óbitos, muitos dos quais na fila esperando por uma UTI…
      Depois, de forma cínica, jogam a culpa em Bolsonaro…

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Geral

Alcolumbre pauta PEC do Marco Temporal para um dia antes de julgamento do STF sobre o tema

Foto: Tom Molina/Foto Arena/Estadão Conteúdo

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), pautou para esta terça-feira (9) a votação da PEC (Proposta de emenda à Constituição) do Marco Temporal para as terras indígenas, um dia antes do julgamento sobre o mesmo assunto no plenário do STF (Supremo Tribunal Federal).

Esse é mais um sinal do acirramento da relação entre o Congresso Nacional e o STF, abalada após decisão liminar do ministro Gilmar Mendes, decano da Corte, que dificultou a abertura de processos de impeachments contra integrantes do tribunal.

O próprio Gilmar Mendes é relator do caso no Supremo. No ano passado, ele formou uma comissão que tenta chegar a um texto consensual sobre a lei que adota o marco temporal.

Um movimento encabeçado pela Frente Parlamentar da Agropecuária atuou para aprovar, em 2023, um projeto de lei que limita demarcações de terras indígenas às ocupadas por pelos povos até a promulgação da Constituição em outubro de 1988.

Esse projeto foi aprovado em julgamento ocorrido em setembro daquele ano, quando o STF declarou inconstitucional a tese. Desde então, os Três Poderes não conseguem chegar a um denominador comum. O projeto teve o aval no Senado e na Câmara dos Deputados. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou e as duas Casas derrubaram o veto presidencial.

A PEC do Marco Temporal incluiria a tese na Constituição. O texto é de autoria do senador Dr. Hiran (PP-RR) e estava travado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).

Nesta semana, em reação à decisão de Gilmar sobre a Lei do Impeachment, Alcolumbre cobrou “reciprocidade efetiva” do STF para com a Casa assim como “genuíno, inequívoco e permanente respeito do Judiciário ao Poder Legislativo, suas prerrogativas constitucionais e a legitimidade das nossas decisões”.

R7

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Danificado por ataque russo de drone, escudo de proteção de Chernobyl perde capacidade de conter radiação

Foto: REUTERS/Gleb Garanich

Estrago provocado por drone na cúpula de confinamento de Chernobyl em fevereiro de 2025. — Foto: Efrem Lukatsky/AP Photo/picture alliance via DWFoto: Efrem Lukatsky/AP Photo/picture alliance via DW

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) alertou que o escudo de proteção da usina de Chernobyl — o Novo Confinamento Seguro (NSC) — foi gravemente danificado por um ataque russo com drone em fevereiro, perdendo funções primárias de segurança. O impacto causou um grande incêndio no revestimento externo da estrutura, criada para conter material radioativo do reator destruído em 1986.

Segundo a AIEA, não houve danos permanentes às estruturas internas ou aos sistemas de monitoramento, mas os reparos feitos até agora são apenas temporários e intervenções mais amplas são urgentes para evitar deterioração e garantir segurança a longo prazo. A Agência recomendou ações de restauração, controle de umidade, reforço contra corrosão e atualização de sistemas automáticos de monitoramento.

Chernobyl receberá novos reparos temporários em 2026, financiados pelo Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento, como etapa preliminar para a restauração total após o fim da guerra. A AIEA afirmou que seguirá apoiando o local e, desde o início do conflito, já coordenou 188 entregas de equipamentos e suprimentos para a Ucrânia, somando mais de 21 milhões de euros.

As missões recentes da Agência também verificaram subestações essenciais para manter o fornecimento elétrico às usinas nucleares ucranianas, mas constataram degradação contínua da rede, que segue sob monitoramento.

Com informações de g1 e InfoMoney

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Geral

Militar do Exército é encontrada carbonizada em quartel, no DF; soldado confessou o crime

Imagem: reprodução

A cabo Maria de Lourdes Freire Matos, 25, foi encontrada carbonizada dentro de uma edificação do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas, no Setor Militar Urbano, em Brasília, na tarde de sexta-feira (5). O soldado Kelvin Barros da Silva, 21, confessou ter matado a militar.

Segundo o delegado Paulo Noritika, o soldado afirmou que discutiu com a cabo após ela pedir que ele terminasse com a namorada. Ele disse que a vítima sacou a arma, que tentou segurá-la e, durante a luta, pegou a faca militar da cabo e a golpeou no pescoço. Em seguida, jogou álcool no local e ateou fogo.

O Corpo de Bombeiros foi acionado às 16h06 para conter o incêndio e encontrou o corpo carbonizado durante o rescaldo. Maria de Lourdes era saxofonista e estava no Exército havia cinco meses.

O Exército abriu um Inquérito Policial Militar para apurar o caso e informou que Kelvin Barros está preso no Batalhão de Polícia do Exército, e será excluído da corporação. A instituição lamentou a morte e disse prestar apoio à família da vítima.

Com informações de O Globo

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Lei que proíbe contratação de shows com apologia ao crime para público infantojuvenil é sancionada no RN

Foto: Redes sociais

A chamada “Lei Anti-Oruam”, que proíbe o governo estadual de contratar artistas ou eventos voltados ao público infantojuvenil que promovam apologia ao crime, consumo de drogas ou estímulo a práticas sexuais, entrou em vigor. A lei foi sancionada pela governadora Fátima Bezerra e publicada no sábado (6).

A regra passa a exigir que todo contrato assinado pelo Estado — direto ou indireto — traga uma cláusula que impeça apresentações com conteúdos inadequados para crianças e adolescentes.

Se houver violação, o contrato será cancelado automaticamente, o responsável pagará multa equivalente ao valor total e ficará impedido de contratar com o governo por cinco anos. As multas irão para a rede estadual de ensino.

A lei também permite que qualquer pessoa ou instituição denuncie possíveis irregularidades à Ouvidoria do Estado ou ao Ministério Público.

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Geral

Direção dos Correios espera aporte do Tesouro de R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões em 10 dias e prevê demissão de 15 mil funcionários

Foto: André Coelho/Agência O Globo

Os Correios aguardam um aporte emergencial de R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões do Tesouro até 16 de dezembro para garantir folha de pagamento, 13º e fornecedores. A estatal vive a pior crise financeira de sua história e não tem mais tempo para concluir o empréstimo de R$ 20 bilhões negociado com bancos.

As conversas com Citibank, BTG, ABC Brasil, Banco do Brasil, Safra e agora a Caixa não avançaram porque os bancos pediram juros de 136% do CDI, acima dos 120% considerados aceitáveis pelo Tesouro. Sem acordo, o governo passou a admitir o aporte, condicionado ao plano de recuperação.

O Plano de Demissão Voluntária (PDV) foi ampliado e prevê a saída de 15 mil funcionários, fechamento de 1.000 agências, novo plano de cargos e salários, ajustes no plano de saúde, mudanças no Postalis e expansão de serviços para aumentar receita. A execução deve durar até dois anos.

Com a grave situação, os Correios cancelaram o vale-natal de R$ 2,5 mil e afirmam que nenhuma despesa fora do plano será autorizada. O Acordo Coletivo de Trabalho, já prorrogado várias vezes, segue válido até 16 de dezembro, quando a direção se reunirá com sindicatos.

Opinião dos leitores

  1. Vamos fazer o L o próximo ano novamente. Conheço muitos idiotas que idolatram o Luladrão. Votem nele em 2026.

  2. A desgraça desse PT, só lascou os trabalhadores, vejam o roubo aos fundos de pensões e aposentados, e eles ainda idolatram o ladrão de 9dedos…

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Jogos do Brasil na primeira fase da Copa do Mundo serão todos à noite

Foto: Marcio Machado/FIFA

A Seleção Brasileira conheceu neste sábado (6) as sedes e horários dos jogos da fase de grupos da Copa do Mundo de 2026. A Fifa divulgou a tabela completa da Copa do Mundo de 2026. Os três primeiros jogos do Brasil serão à noite, considerando o horário de Brasília.

Jogos do Brasil na fase de grupos (horário de Brasília):

  • 13 de junho (sábado, 19h): Brasil x Marrocos – no Metlife Stadium, em Nova Jersey
  • 19 de junho (sexta-feira, 22h): Brasil x Haiti – no Lincoln Financial Field, na Filadélfia
  • 24 de junho (quarta-feira, 19h): Escócia x Brasil – Hard Rock Stadium, em Miami

Se o Brasil avançar na primeira colocação de seu grupo, enfrentará o segundo colocado do Grupo F, que tem Holanda, Japão, Tunísia e mais uma equipe a ser definida, vinda da repescagem europeia (Ucrânia, Suécia, Polônia ou Albânia).

Também foram anunciados neste sábado os horários e locais dos jogos das 48 seleções que vão disputar a Copa do Mundo do próximo ano.

Os dois melhores colocados de cada grupo se classificam direto para o mata-mata, assim como os oito melhores terceiros colocados.

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Geral

Comissão da Câmara dos Deputados aprova pena de até 40 anos para crime de “gerontocídio”

Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados

A Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados aprovou a criação do crime de “gerontocídio”, que prevê pena de 20 a 40 anos para homicídios motivados pela idade da vítima (acima de 60 anos). A proposta altera o Código Penal para nomear e dar maior gravidade a crimes contra idosos.

O relator, Luciano Alves (PSD-PR), afirmou que a tipificação torna visível a violência etária, assim como o feminicídio destacou a violência contra mulheres. O autor do projeto, Castro Neto (PSD-PI), reforçou que o aumento das agressões contra idosos exige resposta urgente: o Disque 100 registrou 657 mil denúncias em 2024, e só no 1º semestre de 2025 já houve mais de 72 mil denúncias e 149 mil violações contra idosos.

Ele lembrou ainda que, segundo o IBGE, o Brasil já tem mais idosos do que jovens, o que torna o enfrentamento dessa violência ainda mais crítico. Após aprovação na comissão, o projeto segue para análise da CCJ; se aprovado, vai ao plenário da Câmara e depois ao Senado.

Com informações de CNN Brasil

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Geral

Senado acumula 99 pedidos de impeachment contra ministros do STF desde 2020; Moraes é alvo de mais da metade

Foto: Reuters

O Senado acumula 99 pedidos de impeachment contra ministros do STF desde 2020, período marcado por tensões entre Congresso e Judiciário, especialmente após decisões sobre a pandemia e o inquérito das fake news.

O principal alvo é Alexandre de Moraes, com mais da metade das solicitações. Gilmar Mendes, protagonista da crise mais recente com o Legislativo ao suspender trechos da Lei do Impeachment, é o segundo mais citado.

Pedidos de impeachment por ministro (atuais)

  • Alexandre de Moraes – 56 pedidos

  • Gilmar Mendes – 12 pedidos

  • Flávio Dino – 8 pedidos

  • Kassio Nunes Marques – 2 pedidos

  • André Mendonça – 1 pedido

Ex-ministros também alvo de pedidos

  • Luís Roberto Barroso – 22 pedidos

  • Ricardo Lewandowski – número não especificado

  • Rosa Weber – número não especificado

  • Marco Aurélio Mello – número não especificado

  • Celso de Mello – número não especificado

A liminar de Gilmar Mendes, que suspendeu regras sobre afastamento de ministros, provocou forte reação no Congresso. Davi Alcolumbre, presidente do Senado, chegou a falar em mudança constitucional.

Pelas normas atuais, qualquer cidadão pode protocolar um pedido de impeachment, mas cabe ao presidente do Senado decidir se ele avança. A oposição bolsonarista tem usado o mecanismo para contestar decisões do STF, especialmente as de Moraes na investigação da tentativa de golpe, que levou à condenação de Jair Bolsonaro.

Com informações de Folha de S. Paulo

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Geral

Indulto de Natal de Lula excluirá condenados por crimes contra a democracia

Fotos: Brenno Carvalho/Agência O Globo

O indulto de Natal que Lula deve assinar neste ano deverá seguir o mesmo modelo de 2023 e 2024, mantendo fora do perdão todos os condenados por crimes contra o Estado Democrático de Direito.

Na prática, ficam excluídos o ex-presidente Jair Bolsonaro e os demais envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

A restrição está na minuta aprovada pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), que será analisada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, na próxima semana. Depois disso, o texto final seguirá para a assinatura de Lula.

No ano passado, o decreto foi publicado em 23 de dezembro.

 

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