Política

Fátima Bezerra: “É imperioso que o servidor receba, ao final de cada mês, a sua remuneração”

Colocar em dia os salários dos servidores estaduais e implementar um Plano Estadual de Recuperação Fiscal são as prioridades do Governo Fátima Bezerra, que se inicia nesta terça-feira, 1 de janeiro de 2019. Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, a governadora eleita disse que o desde o início do processo de transição a equipe se debruça sobre dados para “buscar as alternativas possíveis para solucionar esse grave e lamentável problema”. “O servidor dá a sua colaboração ao Estado e é imperioso que receba ao final de cada mês, a sua remuneração. Como governadora não fugirei à essa responsabilidade e envidarei todos os esforços”, afirma.

Ao falar sobre o desequilíbrio fiscal, Fátima disse que “qualquer ação no âmbito da administração pública passa pela necessidade e uso do diálogo como instrumento base na busca de soluções dos problemas”. “O atual quadro de asfixia do RN é evidente, e já temos um conjunto de medidas a serem anunciadas”, disse ela, acrescentando que as ações do Plano Estadual de Recuperação Fiscal serão anunciadas na primeira semana de governo e “possuem uma lógica coordenada para enfrentamento do atual quadro”. Fátima diz ter ciência de que “apenas uma ação ou um conjunto delas não será suficiente para enfrentar o atual estado das finanças Estadual”. Reverter a situação exige, segundo ela, articulação de ações que visem a redução das despesas públicas, o aumento das receitas ordinárias e a obtenção de receitas extraordinárias.

Quanto ao comprometimento da receita com a folha de pessoal, disse que “o estouro do limite prudencial de gastos com pessoal tem sido um quadro rotineiro há pelo menos a última década” e que “os últimos governadores passaram por esse problema e não conseguiram equacionar”. “Alguns utilizaram mecanismos da contabilidade criativa para omitir a realidade a seu favor e conseguir mais tempo para enquadrar os percentuais aos limites da LRF”, afirmou.

Previdência e royalties

A governadora eleita disse que o problema da previdência se agravou nos últimos anos, mas já vem de muito tempo. “Enfrentaremos o problema com medidas que serão tomadas, conforme venho dizendo desde a campanha, após pactuadas com o fórum dos servidores”, afirma. O planejamento do governo inclui ações que vão resultar em incremento das receitas correntes, tendo como foco o combate à sonegação fiscal e melhoria da eficiência fiscal. “Na ótica das despesas temos ações que devem ser implementadas já no dia da minha posse e outras que serão executadas ao longo do governo, visando a racionalização, monitoramento e avaliação dos gastos públicos”, garante Fátima Bezerra.

Quanto ao pedido de antecipação dos royalties de 2020 a 2022, ela não descarta e disse que a equipe está avaliando todas as possibilidades “para honrar e colocar em dia o pagamento dos salários ao final de cada mês”. “A antecipação está em nosso radar como forma de minimizar os danos já sofridos pelos servidores até o momento, mas sabemos e compreendemos que tal medida não resolve o desequilíbrio”, disse, acrescentando que o RN pode receber ajuda extra de 400 milhões a 600 milhões. “Para um estado que está em colapso financeiro como o nosso é uma ajuda e tanto”, diz ela.

Com o governo do presidente eleito Jair Bolsonaro, Fátima afirma que terá “uma relação institucional, de respeito” e que “os governadores devem respeitar o presidente e o presidente deve respeitar os governadores”. “Para defender os interesses do meu estado vou ao Governo Federal sempre que preciso. Então exercerei meu papel de governadora e farei reivindicações, irei a audiências com o presidente da República, Jair Bolsonaro, seus assessores e o que a institucionalidade me permitir. Não pouparei esforços em defender meu estado”, disse ela. Confira a entrevista.

O governo do Estado deve encerrar 2018 com duas folhas e meia de atraso. Como a senhora pretende reverter essa situação e quitar essa dívida com os servidores? Já pensa em data de quando esses pagamentos poderão ser feitos?
Colocar em dia os salários dos nossos servidores é sem dúvida alguma uma prioridade do nosso Governo. Estamos imbuímos, desde que iniciamos o processo de transição, em buscar as alternativas possíveis para solucionar esse grave e lamentável problema. O servidor dá a sua colaboração ao Estado e é imperioso que receba, ao final de cada mês, a sua remuneração. Como governadora não fugirei à essa responsabilidade e envidarei todos os esforços.

O desequilíbrio entre receitas e despesas é o problema mais grave do Estado. De que depende o reequilíbrio do Estado?
Qualquer ação no âmbito da administração pública passa pela necessidade e uso do diálogo como instrumento base na busca de soluções dos problemas. Acredito que o reequilíbrio das contas não seja diferente, exigindo muita franqueza e transparência com a sociedade, empresariado e servidores públicos. O atual quadro de asfixia do RN é evidente, e já temos um conjunto de medidas a serem anunciadas. Iremos dar total transparência a nossas ações: dizer qual o atual quadro, como iremos fazer para revertê-lo e mostrar por que determinadas ações serão adotadas. Apenas assim, seremos capazes de construir as condições necessárias para enfrentar o atual quadro e não repetirmos erros antigos de enfrentamento da crise.

A senhora pensa em anunciar um pacote de medidas para reverter essa situação? Se sim, pode adiantar algumas delas?
Não teremos um pacote, mas um Plano Estadual de Recuperação Fiscal que são ações definidas a serem anunciadas na primeira semana de governo e que possuem uma lógica de ações coordenadas para enfrentamento do atual quadro. Fica claro que apenas uma ação ou um conjunto delas não será suficiente para enfrentar o atual estado das finanças Estadual. Para isso se faz necessário a articulação de ações que visem a redução das despesas públicas; aumento das receitas ordinárias; e obtenção de receitas extraordinárias.

O Rio Grande do Norte compromete, atualmente, mais de 86% da receita com a folha de pessoal. Como o seu governo pretende reduzir esse percentual e adequar o Estado à Lei de Responsabilidade Fiscal?
O estouro do limite prudencial de gastos com pessoal tem sido um quadro rotineiro há pelo menos a última década. Veja que os últimos governadores passaram por esse problema e não conseguiram equacionar. Inclusive, alguns utilizaram mecanismos da contabilidade criativa para omitir a realidade a seu favor e conseguir mais tempo para enquadrar os percentuais aos limites da LRF. Desta forma, temos plena consciência e não posso ser demagógica em dizer que iremos resolver o problema em curto prazo, mas é um ponto que iremos enfrentar e teremos ações em nosso plano para enfrentar isso. A grave crise fiscal que vivemos impede quaisquer ações abruptas que possam gerar problemas na manutenção de serviços fundamentais para a população.

O seu governo fará corte de pessoal?
Não consta em nosso plano de governo nenhuma medida de corte ou demissão de servidores públicos.

De 2015 a 2017, o déficit previdenciário no Rio Grande do Norte cresceu 19,49%. No período, o valor deficitário no Ipern saltou de R$ 1,25 bilhão para R$ 1,5 bilhão. Como enfrentar esse problema? Há possibilidade de aumentar a alíquota da previdência de 11 para 14%?
O problema da previdência se agravou nos últimos anos, mas já vem de muito tempo. Enfrentaremos o problema com medidas que serão tomadas, conforme venho dizendo desde a campanha, após pactuadas com o fórum dos servidores.

Quanto à Receita Corrente Líquida, como expandi-la e otimizar as despesas?
Estamos trabalhando em ações que vão resultar em incremento das receitas correntes, tendo como foco o combate à sonegação fiscal e melhoria da eficiência fiscal. Na ótica das despesas temos ações que devem ser implementadas já no dia da minha posse e outras que serão executadas ao longo do governo, visando a racionalização, monitoramento e avaliação dos gastos públicos.

Os últimos governos contaram com recursos extras, principalmente, do Funfir e de repatriações, que se esgotaram. O que a senhora vislumbra para aumentar as receitas, fora dessas possibilidades?
Os últimos governos tiveram oportunidades que atualmente estão fora do nosso horizonte de ação, posso dizer que foram oportunidades desperdiçadas pelos gestores anteriores. A unificação dos fundos de previdência deu um fôlego de ação razoável para enfrentar o atual quadro, mas infelizmente se apostou em uma política econômica procíclica. O RN tem essa tradição de não se preocupar no controle e diminuição das despesas em tempo das vacas gordas e a conta dessa irresponsabilidade uma hora chega.

Há possibilidade de requerer a antecipação de utilização de recursos dos Royalties de 2020, 2021 e 2022?
Estamos avaliando todas as possibilidades para honrar e colocar em dia o pagamento dos salários ao final de cada mês. Estando a antecipação em nosso radar como forma de minimizar os danos já sofridos pelos servidores até o momento, mas sabemos e compreendemos que tal medida não resolve o desequilíbrio.

O governo de transição sabe qual o volume de contratos (em número e recursos envolvidos) firmados pelo atual governo?
Tivemos um grupo responsável pelo monitoramento dos contratos, que inclusive formulou algumas recomendações para otimizar e solucionar alguns problemas existentes. Esse grupo fez um levantamento quantitativo do atual quadro de contratos, mas percebemos a necessidade de um aprofundamento e análise qualitativa dos contratos que deverá ser implementado já no primeiro ano do governo.

Um dos coordenadores da transição (Jean Paul Prates) afirmou que contratos firmados pelo atual governo serão revistos. A senhora tem intenção de rever todos, firmados ao longo dos últimos quatro anos, ou apenas os firmados a partir de 1º de novembro?
Quando uma família passa por problemas financeiros, qual a primeira medida a ser feita? Ela faz um levantamento das suas despesas e busca manter o mesmo padrão, mas dentro da nova realidade financeira que possui. O governo não é muito diferente e teremos que buscar formas de racionalizar, buscando formas de dar maior eficiência nos serviços prestados em acordo e sintonia direta com a condição financeira atual do Estado.

No Congresso Nacional há diversas propostas em tramitação que podem destinar recursos para os estados, entre elas, a relativa ao Pré-sal. A senhora articulará a bancada federal para apoiar essas votações?
Chegamos bem próximos de ter aprovado o projeto de cessão onerosa, que define o partilhamento dos royalties com estados e municípios. Infelizmente isso não prosperou, mas esperamos que o governo que aí está tenha sensibilidade em partilhar esses recursos. O RN pode receber ajuda extra de 400 milhões a 600 milhões. Para um estado que está em colapso financeiro como o nosso é uma ajuda e tanto.

Inicialmente, a configuração na Assembleia indica maioria a seu favor. Como será a articulação de seu governo com a base?
Já temos uma relação institucional respeitosa, de cordialidade, transparência. Aquela Casa foi onde comecei minha vida política e sempre tive muito respeito por ela e por seus parlamentares. Não tenho dúvida de que os interesses do Rio Grande do Norte, como sempre, pautarão a atuação dos nossos deputados. Da mesma forma, tenho certeza e convicção de que nossa bancada federal defenderá o Rio Grande do Norte e será uma parceria do Governo do Estado para defender nosso povo.

No cenário nacional, como será a relação com o governo federal?
Uma relação institucional, de respeito. Eu sempre tenho dito: os governadores devem respeitar o presidente e o presidente deve respeitar os governadores. Para defender os interesses do meu estado vou ao Governo Federal sempre que preciso. O povo brasileiro optou pelo presidente Jair Bolsonaro, uma escolha diferente da minha, mas a decisão da maioria foi tomada e devemos respeitá-la. Então exercerei meu papel de governadora e farei reivindicações, irei a audiências com o presidente da República, Jair Bolsonaro, seus assessores e o que a institucionalidade me permitir. Não pouparei esforços em defender meu estado.

O PT elegeu, com a senhora, quatro governadores. Que papel terá esses governadores para fortalecer a atuação do Partido dos Trabalhadores?
O PT permaneceu sendo o partido com o maior número de governadores eleitos, o que mostra o reconhecimento que a sociedade tem pelo legado dos nossos governos, em especial na região nordeste. Esses governadores com toda a certeza vão trabalhar em prol das políticas sociais e dos direitos trabalhistas, ações que sempre nortearam o modo petista de governar.

Tribuna do Norte

Opinião dos leitores

  1. Pode aumentar a contribuição previdenciária o famoso ipe pra 25%, mesmo assim daqui a 1 ano estaremos com o mesmo deficit.
    Motivo, o uso excessivo de terceirizadas e cooperativas que mensalmente levam embora até dezenas de milhões de reais pro INSS fazendo o estado falido do RN afundar ainda mais a sua previdência.

  2. Um importante economista brasileiro falou que não sabe com resolver o problema fiscal dos estados, tal descalabro instalado, agora chega Fátima e diz que vai resolver com muito diálogo. Me poupe.

    1. Prioritário é acabar com as mamatinhas na assembléia e no judiciário . Pagamento dos salários é imperioso sim veja a etnologia da palavra .

    2. Veremos o quanto imperiosa é a prioridade do governo especialista em ser oposição. Se praticar a mesma eficiência quando governo, teremos até 17 salário, quiçá 13.

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Política

Flávio diz que demora de Moraes para autorizar cirurgia pode “matar” Bolsonaro

Foto: Reprodução

O senador Flávio Bolsonaro acusou, nesta terça-feira (16), o ministro do STF Alexandre de Moraes de colocar em risco a vida do ex-presidente Jair Bolsonaro e pediu rapidez na autorização da cirurgia indicada pelos médicos. “Peço que volte o bom senso ao relator desse processo, para que não fique transparecendo que quer matar o Bolsonaro. É um risco de saúde muito grave, e eu peço que ele pare de usar essa jurisprudência”, afirmou, após visitar Bolsonaro na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.

Ele disse ainda que nunca viu um juiz questionar a palavra de um médico, segundo informações do Correio Braziliense. “Há uma desconfiança até de médicos. Um juiz desconfiado da palavra de um médico, nunca vi isso na vida. Pede uma perícia para ser confirmado”. Segundo ele, a demora na autorização da cirurgia levou à descoberta de uma segunda hérnia nas pernas de Bolsonaro, que pode causar estrangulamento intestinal se não for tratada.

Durante a visita, Flávio afirmou que Bolsonaro “estava mais animado” e sem soluços. O STF marcou para esta quarta-feira (17) uma perícia médica para avaliar o estado de saúde do ex-presidente, que será realizada por peritos da Polícia Federal no Instituto Nacional de Criminalística. O resultado servirá de base para nova análise do relator.

Na segunda-feira (15), a defesa de Bolsonaro voltou a acionar o STF para pedir autorização da cirurgia e conversão da prisão em domiciliar, alegando agravamento do quadro clínico. Moraes, porém, ressaltou que ainda não há laudo oficial que justifique medidas excepcionais, e qualquer decisão ficará condicionada à perícia médica.

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Política

Líder do PT na Câmara dispara sobre 2026: “PT não pode se dar o luxo de não ter Haddad nas eleições”

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, disse, nesta terça-feira (16), esperar que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concorra a um cargo eletivo nas próximas eleições e declarou que o partido “não pode se dar o luxo de não ter Haddad nas eleições”.

Mais cedo, Haddad afirmou a aliados que deverá deixar o governo no ano que vem. O ministro é cotado para disputar o Senado por São Paulo ou até mesmo o governo do Estado, mas tem se mostrado pessimista. “Se de vontade se trata, ninguém tem vontade [de concorrer]. É uma disputa difícil, mas vai chegando perto e vai nascendo um chamado, uma disposição”, disse Lindbergh.

Segundo o Metrópoles, a saída de Haddad da Fazenda está sendo tratada com reserva. O desejo do ministro foi comunicado diretamente a Lula, mas o presidente deve deixar a decisão para o último momento. Por isso, ainda não há data definida para a saída. Caso dispute algum cargo em 2026 ou coordene a campanha presidencial do PT, Haddad precisa deixar o posto até abril de 2026.

O governo já estuda nomes para assumir a Fazenda em eventual saída antecipada de Haddad. Entre os cotados está o atual secretário-executivo do ministério, Dario Durigan.

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Judiciário

STF bate recorde e pune 810 envolvidos nos atos de 8 de Janeiro

Foto: Reprodução

O STF já condenou 810 pessoas pelos atos de 8 de Janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas em Brasília. O balanço foi divulgado nesta terça-feira (16) pelo ministro Alexandre de Moraes, relator das ações penais, e envolve processos abertos desde janeiro de 2023.

Segundo o STF, foram instauradas 1.734 ações penais, número que Moraes classificou como “nunca antes visto” na história da Corte. Desse total, 619 envolvem crimes considerados mais graves — como tentativa de golpe, financiamento e organização — e 1.115 tratam de crimes mais leves, ligados principalmente à participação direta nos atos.

Até agora, além das 810 condenações, houve 14 absolvições e a homologação de 564 Acordos de Não Persecução Penal (ANPP), mecanismo usado para evitar condenação mediante confissão e pagamento de multas. Esses acordos renderam pouco mais de R$ 3 milhões aos cofres públicos, segundo o próprio STF.

Ainda tramitam 346 ações penais, muitas já na fase final, além de 98 denúncias contra supostos financiadores. O STF também concluiu nesta terça o julgamento dos quatro principais núcleos da chamada “tentativa de golpe”. Ao todo, 31 réus foram denunciados pela PGR por cinco crimes, mas dois acabaram absolvidos por falta de provas, incluindo um general do Exército.

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Polícia

Lulinha viajou de 1ª classe para Portugal com “Careca do INSS”, mostram documentos da PF

Foto: Reprodução

Documentos da Polícia Federal confirmam que Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Lula, viajou na primeira classe para Lisboa no mesmo voo de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. A viagem ocorreu em 8 de novembro de 2024, no voo Latam JJ-8148, que saiu de Guarulhos (SP) com destino a Portugal.

Os registros obtidos pela PF detalham até as poltronas ocupadas: o “Careca do INSS” sentou no assento 3A e Lulinha na poltrona 6J, ambas na primeira classe e na janela. A informação já havia sido citada em depoimento de Edson Claro, ex-funcionário do empresário, e agora é confirmada pela lista oficial de passageiros.

No depoimento, Edson Claro afirmou que essa não teria sido a única viagem feita por Lulinha com o empresário e disse ainda que os custos eram bancados pelo “Careca do INSS”. Ele também declarou que Lulinha receberia uma “mesada” de cerca de R$ 300 mil mensais e teria recebido um pagamento de R$ 25 milhões — afirmações que estão sob apuração das autoridades.

Luxo nos ares e silêncio no chão

Passagens de primeira classe nessa rota, operadas pela Latam, custam entre R$ 14 mil e R$ 25 mil e oferecem poltronas que viram cama, serviço exclusivo e carta de vinhos sofisticada. Procuradas, as defesas de Lulinha e de Antônio Carlos Antunes não se manifestaram.

Pessoas próximas ao filho do presidente afirmam que ele deve retornar ao Brasil no fim do ano e promete acionar a Justiça contra quem o associe ao escândalo conhecido como “Farra do INSS”.

Opinião dos leitores

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Judiciário

STF fecha julgamentos da “trama golpista” com 29 condenados e só duas absolvições

Foto: Gustavo Moreno/STF

O STF encerrou, nesta terça-feira (16), os julgamentos ligados à chamada “trama golpista” e chegou à marca de 29 condenados à prisão. Apenas dois réus foram absolvidos até agora, ambos por falta de provas, segundo a próprio Corte.

A conclusão veio com o julgamento do Núcleo 2, finalizado pela Primeira Turma, que decidiu condenar mais cinco investigados. Entre setembro e novembro, o STF já havia condenado outros 24 réus dos núcleos 1, 3 e 4, consolidando uma série de decisões que miram integrantes do governo Bolsonaro e aliados.

Entre as absolvições estão o general do Exército Estevam Theófilo, denunciado no Núcleo 3, e o delegado de carreira da Polícia Federal Fernando de Sousa Oliveira, ex-diretor de Operações do Ministério da Justiça, réu do Núcleo 2. O STF apontou insuficiência de provas nos dois casos.

Núcleo 5 ainda aguarda julgamento

O Núcleo 5, que tem apenas um denunciado — Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente da ditadura João Figueiredo — ainda não foi julgado. Ele mora nos Estados Unidos e não há previsão para análise do caso.

Até o momento, somente as condenações do Núcleo 1, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro, estão sendo executadas. Os demais processos seguem em fase de recurso, mantendo o tema no centro do debate político nacional.

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Política

ANÁLISE CNN: Pesquisa aponta Flávio Bolsonaro como nome mais forte da direita para 2026

Foto: Edilson Rodrigues/Agencia Senado

O senador Flávio Bolsonaro aparece como o principal nome da direita nos cenários testados para a eleição presidencial de 2026, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta terça-feira (16). Ele surge numericamente à frente de outros possíveis candidatos do campo conservador, como Tarcísio de Freitas, Ratinho Jr., Romeu Zema e Ronaldo Caiado.

A análise foi feita pelo comentarista Pedro Venceslau, no CNN 360°, que atribui o desempenho de Flávio à visibilidade nacional e ao peso político do sobrenome Bolsonaro. Segundo ele, o “recall” da família garante vantagem inicial. Em termos simples: o nome Bolsonaro mobiliza a base da direita e do eleitorado conservador.

A pesquisa mostra que ele larga na frente dentro do próprio campo conservador, inclusive superando Tarcísio de Freitas, frequentemente citado como alternativa mais “moderada”.

A vantagem de Flávio sobre outros nomes da direita está dentro da margem de erro, mas reforça um dado político relevante: sem Jair Bolsonaro na disputa, o bolsonarismo segue sendo o principal ativo eleitoral da direita para 2026.

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Judiciário

STF condena aliados de Bolsonaro no “núcleo 2”, mas absolve delegado da PF

Foto: Rosinei Coutinho/STF

A Primeira Turma do STF condenou, por unanimidade, cinco dos seis réus do chamado núcleo 2 da suposta trama golpista investigada pela PGR. Segundo o Supremo, eles teriam atuado para “gerenciar ações” com o objetivo de manter Jair Bolsonaro no poder após as eleições. Apenas o delegado da Polícia Federal Fernando de Sousa Oliveira foi absolvido por falta de provas.

Votaram pela condenação os ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino. Foram condenados Filipe Martins, ex-assessor internacional da Presidência; Marcelo Câmara, coronel da reserva do Exército; Mário Fernandes, general da reserva; Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF; e Marília Alencar, delegada e ex-diretora de Inteligência da PF.

As penas são pesadas: Mário Fernandes recebeu 26 anos e 6 meses de prisão; Silvinei Vasques, 24 anos e 6 meses; Marcelo Câmara e Filipe Martins, 21 anos cada; e Marília Alencar, 8 anos e 6 meses, todos com regime inicial fechado e aplicação de multas. Para Moraes, houve tentativa de golpe, organização criminosa e dano ao patrimônio público — tese que virou o eixo central das condenações.

STF já condenou 29 pessoas

Com essa decisão, o STF já soma 29 condenados nos processos ligados ao 8 de Janeiro e à tentativa de ruptura institucional. O núcleo 2 foi o último julgado em 2025 até agora, enquanto o núcleo 5, que envolve apenas o empresário Paulo Figueiredo, ainda aguarda análise da denúncia.

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Política

Livre da Magnitsky, Moraes reúne cúpula dos Três Poderes em festa privada

Foto: Kebec Nogueira/Metrópoles

Um dia após se livrar das sanções da Lei Magnitsky, o ministro do STF Alexandre de Moraes reuniu autoridades dos Três Poderes em uma festa de aniversário, em São Paulo. O evento aconteceu no salão de festas do prédio onde o ministro mora, na capital paulista, e virou um verdadeiro encontro do topo da República, segundo informações do Metrópoles.

Entre os convidados estavam o vice-presidente Geraldo Alckmin; o presidente do Senado, Davi Alcolumbre e o ex-presidente Michel Temer, responsável por indicar Moraes ao STF em 2017. Também marcaram presença o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o senador Rodrigo Pacheco, ex-presidente do Senado.

Pelo STF, compareceram Gilmar Mendes, Flávio Dino, Dias Toffoli e Cristiano Zanin. Do STJ, participaram Luís Felipe Salomão, Benedito Gonçalves e Mauro Campbell. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também esteve na comemoração, reforçando o clima de confraternização entre Judiciário, Executivo e Legislativo.

Segundo relatos, nas rodas de conversa o assunto dominante foi justamente a retirada de Moraes da lista da Lei Magnitsky pelo governo Trump, além da relação do governo Lula com o STF e o Congresso. Outro tema abordado foi a resistência no Senado à indicação do ministro da AGU, Jorge Messias, para o STF — um impasse que tem como principal obstáculo o próprio Alcolumbre.

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Política

Processo de cassação de Brisa entra na reta final e Câmara estica prazo da defesa

Foto: Arquivo/Câmara de Natal

A Comissão Especial da Câmara Municipal de Natal, que analisa o pedido de cassação da vereadora Brisa Bracchi, decidiu, nesta terça-feira (16), alterar os prazos do processo. Por consenso, ficou definido que a contagem da defesa prévia será feita apenas em dias úteis, estendendo o prazo até sexta-feira (19). Com isso, Brisa ganha mais tempo para apresentar sua defesa no processo que pode levar à perda do mandato.

Após a entrega da defesa, o relator terá até cinco dias corridos para apresentar o parecer preliminar. Se a defesa for protocolada no último dia do prazo, o relatório deve ser apresentado até 24 de dezembro, podendo se estender até o dia 29 por conta de ponto facultativo e recesso da Câmara de Natal.

A comissão avalia concluir essa primeira fase ainda em dezembro. Caso o parecer aponte pelo arquivamento e seja aceito, a decisão precisará passar pelo plenário em sessão extraordinária, já que o Legislativo municipal estará em recesso.

O pedido de cassação foi aberto a partir de denúncia do vereador Matheus Faustino, aprovada em plenário no dia 26 de novembro. A acusação é de que Brisa Bracchi teria usado emenda parlamentar para bancar evento político-partidário — o que, se confirmado, configura desvio de finalidade e uso irregular de dinheiro público.

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Geral

STF tem maioria para condenar Filipe Martins, Silvinei Vasques e outros réus do núcleo 2 da trama golpista

Foto: Rosinei Coutinho/STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para condenar Filipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e outros réus do chamado “núcleo 2” da tentativa de golpe de Estado. A ministra Cármen Lúcia acompanhou o voto do relator, Alexandre de Moraes, assim como o ministro Cristiano Zanin. Ambos defenderam a absolvição do delegado da Polícia Federal Fernando de Souza Oliveira.

O julgamento foi retomado nesta terça-feira (16) na 1ª Turma do STF. Ainda falta o voto do presidente do colegiado, ministro Flávio Dino.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), os integrantes do núcleo 2 ocupavam cargos estratégicos no governo Bolsonaro e atuaram de forma coordenada para dar sustentação institucional e operacional ao plano golpista, com uso da estrutura do Estado.

O NÚCLEO 2 É COMPOSTO POR:

  • Fernando de Sousa Oliveira, delegado da Polícia Federal;
  • Filipe Garcia Martins Pereira, ex-assessor internacional da Presidência;
  • Marcelo Costa Câmara, coronel da reserva do Exército e ex-assessor da Presidência;
  • Marília Ferreira de Alencar, delegada e ex-diretora de Inteligência da Polícia Federal;
  • Mário Fernandes, general da reserva do Exército;
  • Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal.

Entre as condutas apontadas está a elaboração da chamada “minuta do golpe”, um rascunho de decreto que previa estado de sítio ou de defesa, além do planejamento de ações para interferir no processo eleitoral. O documento é o principal elemento das acusações contra Filipe Martins. O delator Mauro Cid afirmou que a minuta foi apresentada a Bolsonaro por Martins, que nega autoria ou conhecimento do texto.

Opinião dos leitores

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