Diversos

Fomos ingênuos em crer no Vale do Silício, diz historiador

O historiador escocês Niall Ferguson, autor de “Civilização” (ed. Planeta, 2013, publicado originalmente em 2011), diz que o Brasil deve esperar em 2018 “uma repetição do que aconteceu nos EUA em 2016, quando a mídia social teve papel decisivo na eleição de Donald Trump”.

Para ele, “a promessa do Vale do Silício era que as redes sociais gigantes fariam o mundo melhor”, mas o que produziram foi “polarização, ‘fake news’ e visões extremistas”. Empresas como Facebook e Google “têm como prioridade gerar receita de publicidade, não fazer do mundo um lugar melhor”, diz.

Central European University/Divulgação

Ferguson, 53, faz palestra nesta terça em São Paulo, às 20h30, no ciclo Fronteiras do Pensamento, com ingressos esgotados. A seguir, trechos de entrevista realizada por telefone, na segunda (27).

*

Folha – Num ensaio recente na revista “Foreign Affairs”, o sr. escreve sobre a “falsa profecia da hiperconectividade” e os impactos políticos das redes sociais. Quais são eles? O sr. poderia resumir a crítica do que chama de “visões messiânicas” espalhadas pelo Vale do Silício?

Niall Ferguson – A promessa do Vale do Silício era que as redes sociais gigantes on-line fariam o mundo melhor. Nós todos seríamos “netizens” [cidadãos da internet] igualmente conectados, igualmente capazes de publicar, igualmente capazes de confrontar o poder. Mas não saiu bem assim. E eu acredito que era previsível que não sairia.

Previsível?

Ainda que só soubesse um pouco de história e de ciência das redes, você podia ver que criar redes gigantes não produziria uma “comunidade global”, como diz a frase de Mark Zuckerberg [presidente do Facebook]. Que mais provavelmente produziria polarização, “fake news” [notícias falsas ], visões extremistas e outros problemas que se tornaram muito evidentes na eleição dos EUA no ano passado. Aquele tipo de problema era inerente ao projeto de redes sociais gigantes on-line, e fomos ingênuos de acreditar no que o Vale do Silício nos falou. Afinal, empresas como Facebook e Google têm como prioridade gerar receita de publicidade, não fazer do mundo um lugar melhor.

O sr. está no Brasil, que era festejado como um gigante que acordava e agora está submerso numa crise política e econômica sem fim, com a sombra da direita radical crescendo dia a dia. Quais são as suas ideias sobre este país?

Bem, sempre sou cuidadoso ao comentar países que estou visitando brevemente. Professores de Stanford e Harvard têm uma tendência de presumir que sabem mais sobre os países do que as pessoas que moram neles. Portanto, com a humildade necessária, deixe-me responder o seguinte:

Primeiro, eu acredito que a crise da classe política do Brasil é característica do nosso tempo, que não é, de modo nenhum, limitada à América Latina. Uma consequência da maior transparência trazida pela internet foi expor corrupção no hemisfério Norte assim como no Sul e estimular a frustração popular com os establishments políticos. Estamos vendo um fenômeno global, e o Brasil é um entre muitos países onde isso está ocorrendo.

Em segundo lugar, as dificuldades econômicas do Brasil provêm muito claramente daquela grande queda nos mercados de commodities, que aconteceu na segunda fase da crise financeira e parou com a festa econômica que estava acontecendo neste país. Acredito que isso [queda do preço das commodities] em grande parte passou, e estamos vendo fluxos tremendos de dinheiro para a América Latina no espaço do último ano. Portanto, minha sensação é que a crise econômica está chegando ao fim, mas a crise política, não.

O que pode advir disso?

É o ponto final que eu levantaria: nas eleições do ano que vem, os brasileiros vão encarar algumas grandes escolhas, e você já citou o fato de que há um candidato populista da direita radical. O que nós todos devemos esperar, e eu penso que isso se aplica também à eleição mexicana [em julho de 2018], é uma repetição do que aconteceu nos EUA no ano passado —quando a mídia social teve um papel decisivo na eleição de Donald Trump. Devemos esperar que Facebook e outras plataformas de mídia social tenham um papel muito maior do que antes. E o candidato que compreender melhor como usar essas plataformas terá uma chance muito forte de vencer.

O sr. vem alertando para um novo “crash” financeiro, dizendo que as luzes vermelhas estão se acendendo, como antes da crise econômica de 2008. Quais são essas luzes, o que anunciam? É possível evitar o que está a caminho?

Bom, não há como evitar crises financeiras, elas são parte recorrente da história. A ideia de uma economia mundial sem crises é ilusória. O que me deixa preocupado no momento é que estamos vendo, depois de quase dez anos de medidas extraordinárias de política monetária, uma mudança na postura dos grandes bancos centrais —começando com o Federal Reserve [nos EUA] e o Banco da Inglaterra, mas também com sinais do Banco Central Europeu e do Banco do Japão. Para usar a palavra favorita dos bancos centrais, “normalização”.

Não acredito que você possa ter juros em alta e balanço do Fed [os títulos de dívida que o banco recomprou ao longo da crise] em queda, sem consequências para a economia como um todo —dado que não só domicílios mas muitas outras entidades, inclusive governos, ainda estão muito endividados, pois não houve maior desalavancagem desde a crise; e dado que a inflação se recusa a voltar, nas economias desenvolvidas. Assim, você vê previsões de aumento de juros, mas pouco sinal de que a inflação vá subir. Ter juros reais maiores, endividando mais os domicílios e outras entidades, é uma perspectiva assustadora.

O que está levando a isso?

Os banqueiros centrais estão usando modelos ultrapassados de funcionamento da economia, que realmente surgiram na metade do século 20. Eles ficam procurando inflação e esperando a Curva Phillips [relação inversa entre inflação e desemprego], perdida há muito tempo, quando na verdade este é um mundo muito deflacionário, por causa da tecnologia. Tudo está ficando mais barato, e o trabalho está sendo cada vez mais substituído por robôs. A combinação de alta de juros e um mundo estruturalmente deflacionário deve acabar com a festa que vêm acontecendo nos mercados de ações, em algum momento do próximo ano, estimo.

Neste domingo, no “Sunday Times”, o sr. escreveu que estamos passando por uma nova revolução moral vitoriana, com o movimento #metoo sendo parte disso. É uma mudança tão grande assim?

Há uma grande mudança, no sentido de que o comportamento que era tolerado há muito tempo, em Hollywood, na cidade de Nova York, naquilo que poderíamos chamar de elite liberal, está sob escrutínio muito mais severo. O que começou com [o produtor] Harvey Weinstein fez aparecer, em poucas semanas, quase 40 casos de assédio por figuras públicas, inclusive o senador [democrata] Al Franken. E não vejo sinal de que esse processo de revelações vá parar. Para a maioria, as regras de combate entre homens e mulheres, no ambiente de trabalho, vêm mudando gradualmente, ao longo de anos. Agora percebemos que essa mudança não havia ocorrido no topo, seja em Wall Street ou em Hollywood.

Minha preocupação é que essas revoluções em conduta têm uma propensão ao exagero, o que pode ser uma das consequências do movimento #metoo [de mulheres que relatam assédio]. Quando o “New York Times” publica um artigo de opinião que sugere que todos os homens são estupradores, estamos numa quadra muito ruim, porque é sem sentido e se torna uma espécie de sexismo reverso, dirigido contra os homens.

O sr. é supostamente o modelo de Irwin, o professor da peça “The History Boys”, de 2004 [lançada como filme em 2006, “Fazendo História”]. O sr. se viu nele? Gostou da peça de Alan Bennett?

Bennett diz no programa e nos seus diários que eu fui o modelo para o personagem. Mas foi um choque para mim, quando fui ver a primeira montagem, em Londres, porque não sabia até ler o programa que estava envolvido.

Acho que o personagem de Irwin, na primeira metade, tem algumas características de Ferguson. Ele encoraja seus estudantes a escrever e pensar o contraditório, a questionar a visão estabelecida e a tornar seus ensaios históricos interessantes. Ele também encoraja seus estudantes a sobressaírem, quer que todos entrem para Oxford ou Cambridge. Eu certamente consigo me identificar com tudo isso, sempre encorajei meus alunos a ir contra a visão convencional e a aspirar por excelência. Mas, talvez você se lembre que, na segunda metade, Irwin tem uma espécie de crise pessoal e acho que se revela gay. Bem, aí a semelhança acaba.

O que o sr. vai abordar, aqui?

Estou dando uma palestra [no Fronteiras do Pensamento] intitulada “A Civilização Ocidental Acabou?”.

E qual é a sua resposta?

Eu acho que vai mal. No meu livro “Civilização”, escrevi que há seis instituições e ideias que tornaram o Ocidente grande e o fizeram dominante nos séculos 18, 19 e 20. Agora aquelas ideias e instituições são praticamente globais, não mais monopólio de europeus e norte-americanos. Mas, de maneira preocupante, as instituições que eram tão centrais para o sucesso do Ocidente parecem estar em declínio.

Em “A Grande Degeneração [ed. Planeta, 2013], defendi que, se você olhar para as finanças públicas, a regulação, o estado de direito e a sociedade civil, as coisas estavam indo mal para os EUA. Isso foi publicado há quase cinco anos, e as coisas estão piores hoje. O governo Trump se comprometeu a melhorar o problema da regulação excessiva e possivelmente do estado de direito, mas nas finanças públicas e na sociedade civil o quadro está piorando.

O déficit só vai crescer, com o novo projeto tributário republicano, e eu vejo, na sociedade civil, uma grave deterioração, em grande parte por causa das redes sociais, o que nos leva ao início da nossa conversa.

Isso já estava em “Degeneração”?

O que não previ, cinco anos atrás, foi que Facebook, Twitter e os demais polarizariam a discussão política de maneira tão extrema, a ponto de estarmos nos tornando uma espécie de sociedade incivil [grosseira] em que as pessoas são estimuladas a serem abusivas em seus debates on-line. A civilização ocidental está se tornando bastante incivilizada, pelo menos julgando pelas coisas que as pessoas escrevem on-line.

*

RAIO-X

Nome
Niall Campbell Ferguson

Nascimento
abril de 1964 em Glasgow (Escócia)

Formação
História, com pós-doutorado pelo Magdalen College da Universidade de Oxford

Carreira
Lecionou na London School of Economics e na Universidade Harvard; atualmente é professor na Universidade de Stanford e mantém uma consultoria geopolítica, a Greenmantle

Vida pessoal

Casado com a escritora e ativista somali-holandesa de direitos da mulher Ayaan Hirsi Ali, tem cinco filhos, três deles com sua primeira mulher, a jornalista Sue Douglas

Livros

“Paper and Iron: Hamburg Business and German Politics in the Era of Inflation 1897-1927” (1995; Cambridge University Press)
“Virtual History: Alternatives and Counterfactuals” (1997; Macmillan,)
“The World’s Banker: The History of the House of Rothschild” (1998; Weidenfeld & Nicolson)
“O Horror da Guerra” (1998; Planeta, 2014)
“The Cash Nexus: Money and Power in the Modern World, 1700-2000” (2001; Allen Lane/Penguin)
“Império: Como os britânicos fizeram o mundo moderno” (2003; Crítica, 2017)
“Ascensão e Queda do Império Americano” (2004; Planeta, 2017)
“A Guerra do Mundo” (2006; Planeta, 2015)
“The Evolution of Financial Services” (2007, Oliver Wyman; com Oliver Wyman)
“A ascensão do dinheiro – A história financeira do mundo” (2008; Crítica, 2017)
“High Financier : The Lives and Time of Siegmund Warburg” (2010; Penguin)
“A grande degeneração – A decadência do mundo ocidental” (2010; Planeta, 2013)
“Civilização – Ocidente x Oriente” (2011; Crítica, 2017)
“Kissinger: 1923-1968: The Idealist” (2015; Allen Lane)
“The Square and the Tower: Networks and Power, from the Freemasons to Facebook” (a ser lançado em 2018; Allen Lane)

Folha de São Paulo

 

Opinião dos leitores

  1. Está revoltadinho porque a internet democratizou a informação e as pessoas agora não dependem apenas das mídias tradicionais, nem estão limitadas a ouvir apenas as opiniões de "especialistas" como ele. Com todos os problemas que possam existir, ainda é infinitamente melhor do que antes, quando a informação era monopolizada e manipulada pela grande mídia da forma que bem entendiam, inclusive por esse jornaleco que produziu a matéria.

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Geral

João Fonseca é campeão do ATP 500 da Basileia e conquista maior título de um brasileiro desde Guga Kuerten

João Fonseca na final do WTA 500 da Basileia — Foto: REUTERS/Pierre Albouy

João Fonseca ergueu o troféu do ATP 500 da Basileia. Neste domingo, o tenista de 19 anos não deu chances para o espanhol Alejandro Davidovich Fokina, número 18 do mundo, e venceu por 2 sets a 0 a final do torneio na Suíça – parciais de 6/3 e 6/4. Foi a maior conquista de um brasileiro em chaves masculinas de simples desde o título de Gustavo Kuerten no Masters 1.000 de Cincinnati, em 2001, quando João nem era nascido.

Quinta taça no currículo

O troféu da Basileia é o segundo da carreira de João Fonseca em duas finais na ATP. Em fevereiro, ele foi campeão do ATP 250 de Buenos Aires. Também tem no currículo o ATP Next Generation de 2024, torneio que reúne os melhores jovens tenistas da temporada. Conquistou ainda três títulos de Challenger, sendo dois deles neste ano.

Maior título do Brasil desde Guga

A conquista de João Fonseca é a maior do tênis do Brasil em chaves de simples masculinas desde o título de Gustavo Kuerten no Masters 1.000 de Cincinnati, em agosto de 2021, quando o tenista de 19 anos nem era nascido. João foi o primeiro brasileiro a alcançar uma final de ATP 500 desde que a categoria foi criada, em 2009. Foi também o quinto mais jovem do mundo a disputar uma decisão desse nível, e o segundo mais jovem campeão da Basileia, atrás apenas do americano Jim Courier, campeão de 1989.

Subindo no ranking

Com os 500 pontos da Basileia, João Fonseca soma agora 1.615 pontos. No início do ano, o jovem tenista ocupava o 145º lugar da ATP. Ainda era promessa do tênis mundial. Dez meses depois, subiu mais de 100 posições, alcançando o 28º posto. É o sexto melhor brasileiro da história entre homens e mulheres.

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Geral

VÍDEO: Amiga expõe vídeo de agressões de Dado Dolabella a Marcela Tomaszewski

Um vídeo divulgado com exclusividade pelo jornalista Erlan Bastos mostra o momento em que Marcela Tomaszewski, então namorada de Dado Dolabella, aparece abalada após ter sido agredida pelo ator.

De acordo com informações, a discussão teria começado por um desentendimento envolvendo o sal na comida, e acabou resultando na agressão. O episódio reacende o debate sobre o histórico de comportamentos violentos de Dado Dolabella, que já foi acusado de agressão por outras ex-companheiras.

Quem também compartilhou as imagens foi Rafa Clemente, conhecida dos dois, que também deu detalhes de bastidores sobre o relacionamento entre Marcela e Dado.

Antes de compartilhar as imagens, Rafaela criticou Dado Dolabella pelas atitudes e também falou sobre a amiga, que a teria bloqueado quando ela pediu para que Marcela apagasse um vídeo onde ela desmente que tenha sofrido agressões. “Postarei aqui tudo o que você me enviou da agressão”, afirmou.

Com informações do Canal Paulo Mathias e Metrópoles

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Geral

Continuidade da negociação entre representantes de Brasil e EUA é adiada para segunda-feira

Foto: AP Photo/Mark Schiefelbein

A reunião entre Brasil e Estados Unidos para discutir a suspensão das tarifas sobre produtos brasileiros, prevista para este domingo (26), foi adiada para segunda-feira (27), às 8h.

O adiamento ocorreu devido a conflitos de agenda das equipes. O novo horário foi definido em uma ligação, por volta das 21h em Kuala Lumpur (9h no Brasil), entre o ministro Mauro Vieira, o secretário-executivo do MIDC Márcio Rosa, o assessor internacional do Planalto Audo Faleiros e o chefe do USTR, Jamieson Greer.

O resultado da negociação será apresentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista à imprensa.

Enquanto isso, chamou atenção o silêncio dos EUA sobre o encontro entre Lula e Donald Trump. O ex-presidente americano não se pronunciou nas redes sociais, e a Casa Branca apenas publicou uma foto dos dois, acompanhada de uma breve frase de Trump reclamando das perguntas dos jornalistas.

Com informações de Valor Econômico

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Geral

Maior projeto social de reprodução assistida do Brasil, o Ninho Solidário, em parceria com o DNA Fértil, anuncia as duas mulheres contempladas com FIVs gratuitas

O maior projeto social de reprodução assistida do Brasil, o Ninho Solidário, acaba de escrever um novo capítulo de amor e superação no Rio Grande do Norte. No último dia 23 de outubro, foram anunciadas as duas mulheres contempladas com a Fertilização in Vitro (FIV) gratuita da 12ª edição do projeto, realizado pelo Nós Tentantes, com apoio do DNA Fértil e da Igenomix Brasil.

As selecionadas foram Karla Pimenta Lima, de 41 anos, moradora de Angra dos Reis (RJ), e Valéria Felizardo, de 45 anos, de Parnamirim (RN). Ambas participaram da edição 2025, que trouxe o tema “Mamãe de Anjo”, voltado a pacientes que enfrentaram a perda dos filhos.

A história de Karla é marcada por uma dor profunda e pela força em recomeçar após a perda do filho Pedro. “Perder Pedro me tirou a perspectiva de futuro, a alegria de viver e a beleza da vida. Manter-me viva um dia após o outro foi a minha maior superação nessa vida”, contou emocionada. Durante a live de anúncio dos vencedores, ela relembra o momento em que ouviu o nome do filho. “Quando a Karina falou o nome de Pedro, eu comecei a tremer, mal conseguia falar e só chorei. Chorei até dormir.”

Aos 41 anos, ela encara a oportunidade como uma nova chance de ser mãe. “Eu senti que essa seria a minha última tentativa, sabe? Ser chamada de mamãe era o melhor som do mundo.”

Valéria Felizardo, perdeu uma gestação de gêmeos e teve sua única filha , Márcia Anália, 23 anos, morta por feminicídio, descreveu o momento como um renascimento. “A emoção de descobrir que eu fui selecionada no projeto Ninho Solidário é indescritível, surreal. É como se a vida tivesse sendo me devolvida”, disse. Para ela, a oportunidade representa mais do que a chance de uma nova gestação: é um reencontro com o sentido da vida. “Não substitui minha filha, não substitui filho nenhum. Mas são razões, são motivos pra viver, pra buscar. Foi uma emoção totalmente indescritível, surreal e tão boa. E fé.”

A médica Dra. Kyvia Mota, especialista do DNA Fértil, reforça a importância de projetos como este. “A história dessas mulheres é de superação e muita dor. O projeto vai devolver para elas um pouco de esperança na vida. E isso é o que nos emociona. Vamos tornar esse projeto anual no DNA Fértil.”

Para Karina Steiger, idealizadora do Ninho Solidário e fundadora do projeto Nós Tentantes, o propósito vai além da medicina: “O Ninho Solidário nasceu para oferecer esperança e acessibilidade a famílias que encontram na barreira financeira o maior obstáculo para realizar um tratamento de Fertilização in Vitro. Com a união da nossa rede de apoio e dos filiados da plataforma, já impactamos mais de 3 mil famílias e possibilitamos que famílias de diferentes histórias e configurações familiares tenham acesso a um tratamento 100% gratuito.”

Com o apoio do DNA Fértil, referência em reprodução assistida no Nordeste, e da Igenomix Brasil, o Ninho Solidário segue transformando histórias de perda em novas oportunidades de vida.

Nesta edição, além da FIV gratuita completa, o projeto também inclui o Teste de Compatibilidade Genética (CGT), que aumenta a segurança na formação dos embriões.

Mais do que um tratamento, o Ninho Solidário reafirma que a reprodução assistida também é um ato de amor, acolhimento e esperança, um recomeço possível para quem nunca desistiu de sonhar.

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Geral

Menina de 7 anos é morta durante tentativa de assalto em São José de Mipibu

Foto: reprodução

Uma criança de 7 anos, identificada como Cecília Cândido Duarte, morreu após ser baleada durante uma tentativa de assalto na noite de sábado (25) em São José de Mipibu, na Grande Natal. Segundo as primeiras informações, criminosos saíram da mata próximo à linha do trem e tentaram roubar o carro da família e efetuaram um disparo que atingiu a menina quando a pessoa que conduzia o veículo tentou fugir diante da ameaça. Cecília foi levada para uma UPA do município, mas não sobreviveu à tentativas de reanimação.

O caso será investigado pela Polícia Civil, e o corpo passou por perícia na Polícia Científica do RN (PCI-RN).
Em nota, a Prefeitura de São José de Mipibu lamentou a morte da criança e prestou solidariedade à família. “Neste momento de dor, externamos nossa solidariedade e o mais profundo sentimento de pesar aos familiares e amigos, pedindo a Deus que conceda força e consolo a todos”.

Com informações de Portal da Tropical

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Gastronomia

PAPO DE FOGÃO – Sabor & Tradição: Confira as receitas de Nhoque do Sertão; e mil folhas com brigadeiro de milho e calda de goiabada

NHOQUE DO SERTÃO
Nhoque
Ingredientes:
850g de banana da terra cozida e sem casca
150g de farinha de arroz
1 gema (25g)
5g sal
50g de manteiga de garrafa

MODO DE PREPARO:
Cozinhe a banana por 30min até ficar bem macia, ou no forno ou no vapor. (importante que as bananas estejam bem amarelas).
Retire a casca, amasse bem a banana no espremedor de batata e espere esfriar.
Coloque a gema e a farinha de arroz, aos poucos, e sove até ficar uniforme. Com ajuda de mais farinha, abra rolinhos e corte o noques com a espátula ou com uma faca.
Numa frigideira quente coloque um pouco de manteiga da terra, doure os nhoques e ajuste o sal.

CARNE DE SOL
1kg de bombom de alcatra limpo sem gordura
30g de sal
⁠40g de manteiga de garrafa

Modo de preparo:
Pese a carne e salgue na proporção de 3% do peso.
Leve para a geladeira em uma peneira por 48h.
Lave os cortes e seque bem com papel toalha.
Aqueça bem uma frigideira e sele a carne de todos os lados até ficar bem dourada.
Leve ao forno por 10 min a 200g. Se tiver um termómetro veja a temperatura no interior da carne(40º mal passada/60º ao ponto)
Ao atingir a temperatura do forno deixe descansar ambiente por 6 minutos e fatie bem fino.

BASE FONDUTA DE QUEIJO DE MANTEIGA
⁠500ml de leite integral
800g de queijo de manteiga ralado grossa
3g sal

MODO DE PREPARO:
Leve tudo ao fogo baixo até dissolver todo queijo e ficar um creme.

Tempo de preparo: 48h
Tempo de cozimento: 40min

DICA RÁPIDA

MIL FOLHAS COM BRIGADEIRO DE MILHO E CALDA DE GOIABADA

10 unid de folhada doce Jucurutu

Brigadeiro de milho
65g de leite condensado
30g de milho verde
40ml de leite integral
5g de manteiga sem sal

Modo de preparo:
Passe o milho no processador.
Em fogo baixo, coloque o leite condensado, o milho verde, o leite integral e a manteiga em uma panela antiaderente.
Cozinhe, mexendo sempre, até que a mistura engrosse e desgrude do fundo da panela (aprox. 10–12 minutos).
Retire do fogo e transfira para um recipiente. Deixe esfriar antes de servir.

Calda de goiabada
80g Goiabada
15ml vinho do Porto
5g manteiga sem sal

Modo de preparo:
Em uma panela pequena, derreta a goiabada com o vinho do Porto e a manteiga em fogo baixo.

Mexa até formar uma calda lisa e brilhante.

Sirva sobre o brigadeiro de milho ou como acompanhamento de sobremesas.

Montagem:
Abra uma bolacha mil folhas ao meio e coloque o brigadeiro de milho cobrindo toda a bolacha.
Coloque um pouco da calda de goiabada sobre o brigadeiro.
Coloque a outra banda da bolacha por cima e aperte um pouco, pra fixar.
Vire de lado e com a ajuda de um saco de confeitar coloque a calda de goiabada sobre as bolachas.

Sirva em seguida.

Tempo de preparo: 15min
Tempo de cozimento: 20min

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Geral

Governo Lula ainda busca recursos para comprar livros didáticos para 2026

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O Ministério da Educação (MEC) ainda tenta garantir recursos para entregar todos os livros didáticos previstos para 2026. A pasta pede desde agosto que o orçamento do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) seja ampliado de R$ 2,3 bilhões para R$ 3,7 bilhões.

Sem o reforço, o MEC admite risco de atraso ou até falta de material para estudantes da rede pública. Segundo o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), responsável pelas compras, o aperto no orçamento se deve aos ajustes do novo arcabouço fiscal.

A situação já preocupa editoras e associações do setor. A Abrelivros afirma que não haverá reposição em 2025 de disciplinas como ciências, geografia e história, e que ainda não há garantia de recursos para o material completo do ensino médio em 2026.

O Tribunal de Contas da União (TCU) também investiga possíveis falhas nas compras. Em julho, o governo havia adquirido apenas livros de português e matemática, como forma de contornar a falta de verba.

Outra preocupação é com a produção dos livros em braile. A Abridef alerta que o tempo técnico para impressão não é mais suficiente para garantir a entrega no início do ano letivo de 2026. O FNDE, porém, afirma que o atendimento a estudantes cegos e com baixa visão está assegurado.

Dos R$ 2,3 bilhões previstos, o governo já empenhou R$ 1,3 bilhão e pagou R$ 376 milhões. O MEC tenta liberar mais recursos para evitar o atraso na produção e distribuição — processo que, segundo o FNDE, é complexo e depende de planejamento com meses de antecedência.

Com informações de Folha de S. Paulo

Opinião dos leitores

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Geral

VÍDEO: Veja íntegra de conversa entre Lula e Trump na Malásia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Os chefes de Estado se encontraram na capital da Malásia na tarde deste domingo (26/10), madrugada no Brasil. O encontro durou cerca de uma hora e marcou o início da reaproximação entre os países e o pontapé para negociação sobre o tarifaço imposto por Washington a produtos brasileiros.

Trump e Lula demonstraram uma postura pragmática. O estadunidense afirmou que seria possível acordar a redução de algumas das tarifas já a partir desta primeira conversa. “Acho que vamos conseguir fazer alguns acordos muito bons que estamos discutindo, e eu acho que vamos acabar tendo um relacionamento muito bom”, disse o estadunidense.

Lula disse que não há impasse grande o suficiente para os dois não resolverem suas divergências e que não há motivos para desavenças com os EUA. O presidente pediu a suspensão das tarifas diante do início da negociação. Ficou acordada uma reunião entre o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado, Marco Rubio, já neste domingo (26/10) que pode levar à suspensão ou redução das taxas para alguns setores.

“É uma grande honra estar com o presidente do Brasil. É um grande país, um grande e belo país. Eu acho que vamos conseguir fazer alguns acordos muito bons que temos falado sobre, e acho que vamos acabar tendo uma relação muito boa”, disse Trump no encontro.

O petista, num momento de descontração, apontou que a agenda de assuntos a serem discutidos era extensa, e que trouxe os assuntos listados em escritos e em inglês. Lula e Trump estão na Malásia para participar da 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). Tanto Brasil quanto Estados Unidos são convidados do bloco econômico, e encontraram no país uma espécie de “terreno neutro” para conversar.

Assista:

Metrópoles

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Geral

VÍDEO: Trump elogia Bolsonaro antes de reunião com Lula e ignora pergunta sobre nome do ex-presidente na pauta: “Não é da sua conta”

No encontro em Kuala Kampur, na Malásia, o presidente Lula da Silva (PT) teve que ouvir Donald Trump elogiar Jair Bolsonaro (PL) e lamentar a perseguição que o ex-presidente enfrenta no Brasil.

“Sempre gostei dele. Me sinto muito mal pelo que aconteceu com ele. Sempre achei que ele era um cara honesto, mas ele já passou por muita coisa, já passou por muita coisa”, disse Trump

À pergunta da repórter da Globo se Bolsonaro estaria na pauta de conversa com o petista, Trump respondeu à jornalista: “Não é da sua conta”. No momento da pergunta, Lula fez um gesto de quem não gostou do questionamento.

Com informações de BZ Notícias

Opinião dos leitores

    1. Boiada é uma coisa, quadrilha é outra coisa…
      Entendeu ou terei que desenhar?

    2. O sempre achei aí é uma certeza, que incomoda o de forma sutil, o lembra o outro da certeza em quem é ladrão, por sinal, é interessante os abestalhados vermelhinho comemorar uma conversa com um imperialista convicto, bem como, capitalista de quatro contados, só gente burra não percebe a pegadinha.

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Geral

Marco Rubio confirma encontro de Trump com Lula, fala em ‘superar’ problemas e indica intenção dos EUA de afastar Brasil da China

Foto: Fadel Senna/AFP

A caminho da Malásia, o secretário americano de Estado, Marco Rubio, confirmou que Donald Trump tem planos de se encontrar com o presidente Lula em Kuala Lumpur, em uma reunião bilateral, e indicou que o objetivo dos EUA é afastar o Brasil da China.

Também manifestou preocupação em relação a ações da Justiça brasileira contra big techs americanas, mas afirmou que os EUA estão dispostos a “superar” dificuldades com o Brasil. No entanto, indicou que o encontro de hoje pode terminar sem definições a respeito de um eventual alívio no tarifaço de 50% imposto a produtos brasileiros exportados para os EUA, objetivo de Lula.

A reunião entre os dois presidentes é esperada para a tarde de hoje na Malásia, início da manhã no Brasil.

Em conversa com jornalistas no sábado no avião que o levava de Doha, no Catar, a Kuala Lumpur, na Malásia, transcrita pelo Departamento de Estado, Rubio demonstrou não se lembrar bem do local em que a reunião aconteceria, mas depois confirmou que a intenção de Trump é ter uma reunião com Lula na capital malaia, em paralelo à cúpula da Asean, grupo que reúne economias do Sudeste Asiático:

— Sim, é lá que eles vão se encontrar. Eles se verão.

Rubio mencionou decisões da Justiça brasileira contra big techs americanas como um dos problemas que provocaram rusgas entre os dois países, mas afirmou que Trump buscará na conversa com Lula uma forma de “superar tudo isso”. E não tocou na situação jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O auxiliar de Trump indicou que o plano do governo americano é convencer o Brasil a estabelecer com os EUA uma relação de parceria “preferencial” em vez da China. E destacou a relevância da economia brasileira ao ser perguntado sobre o objetivo do encontro de Trump com Lula:

— Veja bem, o Brasil é um país grande e importante. Achamos que, a longo prazo, é benéfico para o Brasil nos escolher como parceiro preferencial no comércio em vez da China, por motivos de geografia, cultura e alinhamento em muitos aspectos.

E continuou, referindo-se ao que o governo Trump avalia como cerceamento à livre expressão em redes sociais americanas pela Justiça brasileira:

— Obviamente, temos alguns problemas com o Brasil, particularmente em relação a como alguns de seus juízes têm tratado o setor digital dos Estados Unidos, afetando pessoas localizadas em nosso país por meio de postagens em redes sociais. Teremos que lidar com isso também. Isso acabou se misturando a toda essa questão. Mas o presidente vai explorar se há maneiras de superar tudo isso, porque acreditamos que seria benéfico. Vai levar algum tempo.

O secretário mencionou o rápido encontro de Lula e Trump nos bastidores da Assembleia Geral da ONU, a conversa telefônica que os dois tiveram há duas semanas — que classificou como “muito positiva” e “produtiva” — e também a reunião com o chancelar brasileiro, Mauro Vieira, na semana passada, em Washington.

— Eles se encontraram brevemente na ONU. Tiveram uma ligação muito boa há cerca de duas semanas, uma conversa produtiva. Mas essas coisas… é uma economia muito, muito grande, então vai levar tempo para resolver algumas dessas questões comerciais — afirmou Rubio.

O Globo

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