“Överraskning” é uma palavra repetida várias vezes nos jornais da Suécia nesta quinta-feira (19). Em português, a palavra sueca significa “surpresa”. O termo resume bem a reação do país escandinavo ao anúncio de que a Saab foi escolhida para fornecer 36 caças à Força Aérea Brasileira.
O governo nacional comemorou e disse que o acordo criará empregos, o mercado diz que o negócio dará nova vida aos negócios da fabricante de aviões e o prefeito da cidade onde a Saab está instalada prometeu até “dançar samba”.
O acordo anunciado ontem em Brasília é destaque nas versões eletrônicas dos principais jornais suecos. Reportagens destacam especialmente a surpresa de analistas e dos trabalhadores com o acordo. O primeiro-ministro Fredrik Reinfeldt celebrou em comunicado.
— Essa é uma notícia boa para o emprego dos suecos e para a economia sueca. Isso é o resultado do trabalho árduo de muitas pessoas.
O tom sóbrio do primeiro-ministro é bem diferente das demais reações citadas na imprensa sueca. O representante do Sindicato dos Trabalhadores da Saab, Jan Kovacs, por exemplo, admitiu estar “um pouco surpreso” com a notícia. Ao lembrar que as negociações se arrastaram por mais de uma década, ele disse que não era possível saber para onde as conversas caminhavam. Ele disse ao jornal Göteborgs-Posten que ficou “agradavelmente surpreendido”.
Ouvido pelo jornal Dagens Nyheter, o analista do Danske Bank, Bjorn Enarson, disse que o negócio “assegura a sobrevivência” da Saab no longo prazo como produtor de aviões de combate. O analista avalia que o acordo com os brasileiros deve influenciar outros países e pode abrir portas para novos clientes. Segundo o jornal, a Suíça poderia ser o próximo país a anunciar a compra dos caça Gripen.
Paul Lindvall, prefeito de Linköping — cidade onde está instalada a fábrica da Saab, foi um dos mais entusiastas.
Ele falou ao jornal Sydsvenska Dagbladet.
— É um dia desconcertante e absolutamente fantástico para Linköping. Pensei até em dançar samba ao redor da nossa árvore de Natal.
R7
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