Jornalismo

Investigação da Lava Jato mira campanhas e núcleo de confiança de Dilma

Mesmo sem ter sido alvo de buscas ou de outras medidas cautelares, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) está no centro das atenções dos trabalhos mais recentes da Lava Jato.

As últimas duas operações, deflagradas em 23 de agosto e nesta terça-feira (10), foram concentradas em pessoas ligadas diretamente à ex-presidente da República, além de tratar do financiamento das suas duas campanhas presidenciais, de 2010 e de 2014.

As investigações tratam tanto de contratos da Petrobras como das obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, principal bandeira de Dilma no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Batizada de Pentiti (palavra em italiano que significa arrependimento), a 64ª fase da Lava Jato foi uma referência às acusações do ex-ministro Antonio Palocci, único petista importante a assinar acordo de delação premiada com a Lava Jato.

Ela motivou buscas na casa da ex-presidente da Petrobras Graça Foster, nomeada em 2012 por Dilma, e também mirou Guido Mantega, ministro da Fazenda da petista.

Já a 65ª etapa levou à prisão nesta terça de Márcio Lobão. Ele é filho do ex-senador e ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (MDB), que foi encarregado por Dilma de tocar a obra de Belo Monte.

Alvo de suspeita de propina pela Odebrecht, a obra entrou no rol de acusações da delação de Palocci.

O Ministério Público Federal acusa Edison Lobão de contar com a ajuda do filho no esquema de propina —a quem caberia a suposta lavagem de dinheiro por meio de obras de arte. O ex-ministro de Minas e Energia já havia sido denunciado por esse caso e se tornado réu em julho.

Palocci foi preso em setembro de 2016, na fase Omertà. Em prisão domiciliar desde novembro, ele obteve no mês passado direito ao regime aberto, mas com uso de tornozeleira eletrônica.

O ex-ministro petista não conseguiu fechar um acordo delação premiada com a Procuradoria, que justificou falta de provas. Mas a colaboração foi aceita pela PF e homologada no Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

A delação de Palocci, que atuou nos governos Lula e Dilma, e os depoimentos de executivos da Odebrecht foram a base para as medidas cautelares adotadas no mês passado pela Polícia Federal.

Enquanto investigações anteriores da Lava Jato foram focadas principalmente no entorno de Lula, os principais alvos diretos da investigação agora são do núcleo de confiança de Dilma.

Graça Foster e Guido Mantega são acusados por Palocci de usar negócios da Petrobras para arrecadar fundos para a campanha da petista.

Além de fazer buscas em endereços da ex-presidente da Petrobras, a PF também mirava apreensões em endereços de Mantega, mas a Procuradoria e a juíza Gabriela Hardt consideraram a medida desnecessária, porque ele já havia sido alvo de medida semelhante com resultados infrutíferos.

Na delação, Palocci trata da venda de blocos de exploração de petróleo na África ao banco BTG, de André Esteves. Segundo ele, o negócio teve preço abaixo da avaliação inicial, favorecendo o banqueiro. A contrapartida, diz o ex-ministro, seria contribuições à campanha de Dilma em 2014.

Palocci afirmou ter sido informado por Lula que “entre Graça Foster e Guido Mantega havia um fluxo de informações permanentes, de modo que a então presidente da Petrobras passava listas de empresas que a estatal auxiliava ou que acabara de efetuar grandes pagamentos”.

Desse modo, segundo ele, Guido poderia operar “junto a tais empresas, pessoalmente ou pelo tesoureiro do partido, buscando recursos de propina para a campanha de 2014”.

André Esteves, segundo a delação de Palocci, já havia dado R$ 5 milhões para cobrir custos da campanha de Dilma à Presidência da República em 2010.

A contrapartida seria a gestão petista transformá-lo no “banqueiro do pré-sal”, segundo Palocci disse aos policiais federais.

Branislav Kontic, ex-assessor de Palocci, teria se encontrado com o próprio banqueiro na sede do BTG, em São Paulo, e saiu com R$ 5 milhões, que teriam sido usados para pagar fornecedores de campanha, segundo o ex-ministro.

Kontic negou à Folha que tenha ido pegar dinheiro com o banqueiro. Palocci não apresentou documentos que comprovem seu relato aos policiais.

Palocci também disse que uma parte dos recursos, R$ 250 mil, foi usada para pagamento de despesas de viagem que Dilma fez após a eleição para descansar.

Na versão que se tornou pública, esta viagem para a Bahia teria sido custeada pelo advogado Márcio Thomaz Bastos (1935-2014), ex-ministro da Justiça de Lula.

Palocci assumiu a responsabilidade pela operação, disse que Esteves não sabia da destinação do dinheiro e que Márcio Thomaz Bastos não tinha ideia de origem da verba usada para custear a viagem de Dilma.

Graça Foster é acusada pela Polícia Federal de ter acobertado atividades ilícitas na Petrobras, sobretudo envolvendo contratos internacionais da estatal.

A nomeação dela por Dilma, segundo os investigadores, teve como efeito esvaziar a influência de Lula na estatal e aumentar o poder da petista na petrolífera. Para confirmar essa tese, os policiais ouviram delatores da Odebrecht, como Marcelo Odebrecht e Alexandrino Alencar.

Graça substituiu Sérgio Gabrielli, que havia sido nomeado por Lula em 2005.

OUTRO LADO

A assessoria da ex-presidente Dilma Rousseff não comentou a investigação da Polícia Federal focada nas campanhas presidenciais da petista, mas disse que Antonio Palocci “mente mais uma vez e, como das outras vezes, sequer apresenta provas ou indícios”.

Na nota, ela classifica Palocci como “um mentiroso contumaz”.

A defesa do ex-ministro diz que ele “continuará colaborando com a Justiça, esclarecendo os fatos que são objeto dos processos e apresentando suas provas de corroboração”.

O advogado de Guido Mantega, Fabio Tofic, afirmou, na ocasião em que seu cliente foi alvo da operação, que as medidas impostas representavam “estardalhaço e espetáculo público” da Lava Jato.

“Para colocar talvez uma cortina de fumaça nos abusos e nas arbitrariedades que estão sendo reveladas na condução desse processo”, declarou.

A defesa de Graça Foster disse que a ex-presidente da Petrobras não iria comentar.

O BTG disse, por meio de sua assessoria, que não irá se manifestar sobre esse caso.

A defesa de Márcio Lobão afirmou que a operação desta terça tratou de fatos antigos, envolvendo diferentes investigações, sobre as quais não houve tentativa de interferência por parte dele.

A defesa de Edison Lobão afirmou que ele não foi alvo nesta fase da operação e que as acusações são baseadas apenas em palavras de delatores.

FOLHAPRESS

Opinião dos leitores

  1. Ta na hora de colocar junto ao LULADRAO, o poste. Ela como todos sabem, tudo que fazia, tinha o "dedo" de LULADRAO, portanto, sujeira é o que não falta durante seu guverno. Cadeia nela.

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Mundo

Trump exige US$ 230 milhões do governo dos EUA por “perseguição” do FBI e do Departamento de Justiça

Foto: Reprodução

O ex-presidente Donald Trump não está para brincadeira: ele está cobrando US$ 230 milhões do governo federal dos EUA, alegando que foi alvo de investigações ilegais do FBI e do Departamento de Justiça. A ação sem precedentes abre um conflito ético gigante, já que o governo que deve decidir sobre o pagamento é o mesmo que ele comandou.

Trump apresentou queixas administrativas – um passo que geralmente antecede processos judiciais – alegando que seus direitos foram violados. Entre os alvos estão investigações sobre a interferência russa em 2016, supostas conexões com sua campanha e, mais recentemente, a revista do FBI em Mar-a-Lago, sua residência e clube na Flórida, em busca de documentos confidenciais. Ele acusa ainda o Departamento de Justiça de processá-lo de forma maliciosa após deixar o cargo.

A reclamação de Trump cita nomes de peso: Merrick Garland, então procurador-geral; Christopher Wray, diretor do FBI; e Jack Smith, procurador especial que investigava o ex-presidente. Segundo Trump, eles cometeram “assédio” para tentar influenciar resultados eleitorais – uma acusação que coloca em xeque a credibilidade de investigações políticas do governo.

Especialistas alertam que o caso levanta problemas éticos enormes, já que as queixas são analisadas pelos mesmos órgãos que ele acusa. Se a reclamação for rejeitada, Trump ainda poderia levar o caso à Justiça, mas por enquanto, está negociando diretamente com quem está dentro do Departamento de Justiça.

 

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Judiciário

STF reabre investigação contra Valdemar Costa Neto por trama golpista do PL: “bizarro” é pouco, critica Moraes

Foto: Reprodução

A Primeira Turma do STF decidiu, por 4 a 1, reabrir a investigação sobre o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, no inquérito que apura a chamada trama golpista. A medida atende a pedido do ministro Alexandre de Moraes, que apontou elementos para investigar crimes de organização criminosa e tentativa de abolição do Estado democrático de Direito.

O caso está ligado ao relatório produzido pelo presidente do instituto contratado pelo PL, Carlos Rocha, sobre supostas fraudes nas urnas eletrônicas. Esse documento foi usado pelo partido para questionar o resultado das eleições de 2022 no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ação que Moraes chamou de “uma das coisas mais bizarras” que a Justiça Eleitoral já recebeu. Rocha já foi condenado a sete anos e seis meses de reclusão em regime semiaberto.

Valdemar ainda não foi denunciado, conforme informações do Uol. Ele foi indiciado pela Polícia Federal por apoiar e financiar os questionamentos ao sistema eleitoral, mas a Procuradoria-Geral da República (PGR) não encontrou provas suficientes até agora. A reabertura do inquérito permitirá que a PGR avalie se há elementos novos para incluir o presidente do PL na investigação ou se serão necessárias diligências extras.

Moraes criticou duramente a postura do PL, que tentou contestar todas as urnas e acabou multado em R$ 22 milhões por litigância de má-fé. “Bizarro é pouco para definir essa ação do partido na Justiça Eleitoral”, disse, lembrando que o tribunal manteve a multa e rejeitou os recursos do PL.

O pedido formal será enviado à PGR. Caso a investigação avance contra Valdemar, ele poderá responder pelos crimes de organização criminosa e tentativa de abolição do Estado democrático de Direito.

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Mundo

Maduro transforma venezuelanos em espiões: novo app manda população vigiar vizinhos 24h por dia

Foto: Reprodução

O ditador Nicolás Maduro ordenou a criação de um aplicativo para que a população reporte “tudo o que vê e tudo o que ouve”, alegando que a medida ajudará a proteger a Venezuela de supostas ameaças externas. A ordem foi dada durante evento público transmitido pela TV estatal VTV, com ênfase na participação da milícia bolivariana e da Força Armada Nacional Bolivariana.

O sistema, chamado VenApp, já existia desde 2022 para denúncias de falhas em serviços públicos, mas agora será usado para monitorar cidadãos. Maduro exaltou o papel do povo como “olhos do Estado”, reforçando o controle social em um país já marcado pela repressão política e pelo autoritarismo.

Críticos e organizações internacionais alertam que o app pode ser usado para perseguição e intimidação. Em 2024, após eleições questionadas, o VenApp foi denunciado pela Anistia Internacional por permitir que simpatizantes do governo delatassem opositores, prática considerada violação de direitos humanos. O regime nega os abusos, afirmando que os detidos eram criminosos ou agitadores.

A oposição, que reivindica vitória nas eleições com Edmundo González, teme que o aplicativo amplie a vigilância e a repressão contra cidadãos contrários ao governo. Maduro, por sua vez, promove a ferramenta como “instrumento de paz e segurança”, transformando o próprio povo em informantes do regime.

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Geral

VÍDEO: Com R$ 27 milhões, Paulinho Freire moderniza coleta de resíduos com 35 caminhões novos

Imagens: Divugação/PMN

A Prefeitura do Natal deu, nesta terça-feira (21), um passo firme na limpeza urbana: 35 caminhões novos começaram a reforçar a coleta de resíduos na cidade. A entrega, realizada no estacionamento do Ginásio Nélio Dias, na Zona Norte, faz parte de um investimento de R$ 27 milhões, dentro de um total de R$ 50 milhões destinados à modernização da frota da Urbana.

São 30 caminhões compactadores e 5 microcompactadores, veículos maiores que reduzem viagens e agilizam a coleta. O objetivo é claro: mais eficiência, menos lixo acumulado e menos emissão de gases poluentes. Para quem vive em Natal, isso significa ruas mais limpas e operação mais rápida em toda a cidade.

Além dos caminhões, a Urbana recebeu reforço com trituradores de podas, caçambas, retroescavadeiras, tratores roçadeiras e carros-pipa, ferramentas que ajudam a manter ruas e áreas de grande circulação limpas e organizadas. A ação também fortalece a sustentabilidade e prepara a cidade para novas modalidades de coleta e ecopontos de reciclagem.

Para o prefeito Paulinho Freire, a entrega é resultado de uma gestão séria e comprometida com a população. “Modernizar só traz benefícios. É importante que a população mantenha parceria com a Urbana para conservar nossa cidade limpa”, afirmou. O presidente da Urbana, Alvamar Vale, reforçou: “Essa frota representa um marco para Natal. Paulinho Freire mostra dedicação real com o bem-estar da população”.

 

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Saúde

Fecomércio e UFRN vão testar bebidas em Natal para detectar metanol: sigilo e imparcialidade garantidos

Foto: Cedida/SP

A Fecomércio-RN anunciou nesta terça-feira (21) um esquema inédito para colocar fim ao risco de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas vendidas em Natal e no resto do estado. A ação, em parceria com a UFRN, vai testar destilados de supermercados, atacadistas e distribuidoras de forma totalmente sigilosa e técnica.

Segundo o diretor executivo da Fecomércio, Laumir Barreto, todas as amostras serão codificadas. “O laboratório não sabe qual bebida está analisando. Só trabalha com códigos. Assim garantimos um resultado totalmente imparcial”, explicou. A iniciativa protege consumidores e empresários sérios, evitando que marcas sejam acusadas injustamente.

O acordo técnico, assinado na segunda-feira (20), prevê o uso do Laboratório de Combustíveis e Lubrificantes da UFRN (LCL-UFRN), equipado com cromatografia a gás — tecnologia de ponta usada para detectar até pequenas quantidades de metanol. É a primeira vez que o método será aplicado em bebidas alcoólicas no RN, embora seja rotina no monitoramento de combustíveis.

A coleta ficará a cargo da Fecomércio, que vai lacrar e codificar cada garrafa antes do envio ao laboratório. “É um processo pensado com critério técnico e transparência total”, garante Barreto. O objetivo é claro: segurança para quem consome e justiça para quem produz legalmente.

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Geral

STF condena militares e aliados de Bolsonaro na ‘trama das fake news’ por 4×1

Foto: Gustavo Moreno/STF

O STF concluiu nesta terça-feira (21) a condenação de todos os réus do núcleo 4 da chamada “trama das fake news”. A maioria dos condenados é formada por militares e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusados de questionar falhas no sistema eleitoral. O placar final foi 4 a 1, com o presidente da Primeira Turma, Flávio Dino, seguindo integralmente o voto de Alexandre de Moraes.

A única exceção foi Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, engenheiro e presidente do Instituto Voto Legal, condenado apenas por organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Apesar das acusações graves, muitos apontam que o STF transformou patriotas em “criminosos de Estado”.

Entre os condenados estão o major expulso Ailton Gonçalves Barros, que discutiu golpe com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o major da reserva Ângelo Denicoli, ligado a estratégias de descredibilização das urnas; e o subtenente Giancarlo Rodrigues, acusado de usar sistemas da Abin para espalhar informações sobre supostas fraudes.

Também figuram o tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida, que em áudio defendeu “sair das quatro linhas da Constituição” para proteger o país; o coronel Reginaldo Vieira de Abreu, investigado por planejar atentados contra Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes; e o agente da PF Marcelo Bormevet, acusado de atuar como núcleo paralelo da Abin. O STF, mais uma vez, mira patriotas que questionam irregularidades, transformando dissidência em crime.

STF define penas

O julgamento agora avança para definir as penas. Os réus respondem por crimes como organização criminosa armada, golpe de Estado e danos ao patrimônio público, acusações usadas pelo Supremo para atacar opositores do governo Lula e do PT.

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Economia

Governo Fátima antecipa 50% do ICMS e sufoca empresas potiguares: setor produtivo vê “bomba tributária” em plena crise

Foto: Reprodução

O Governo do RN voltou a apertar o cerco contra quem ainda gera emprego e renda no Estado. A Secretaria Estadual de Fazenda (SEFAZ-RN) publicou a Portaria nº 1.065/2025, determinando que empresas beneficiadas pelo PROEDI, atacadistas e centrais de distribuição terão que antecipar 50% do valor do ICMS devido no mês anterior.

Na prática, a decisão — que vale já para outubro de 2025 — obriga as empresas a pagar metade do imposto antes mesmo de vender os produtos, com prazo até 28 de outubro para recolher a antecipação. O complemento deve ser quitado até 15 de novembro. O débito será lançado automaticamente no extrato fiscal de cada contribuinte, e quem não pagar dentro do prazo enfrentará multas e juros pesados.

O governo de Fátima Bezerra (PT) alega que a medida é “excepcional”, mas empresários e contadores afirmam que a antecipação é um verdadeiro golpe no caixa das empresas, especialmente em um momento de retração nas vendas e aumento de custos. “Querem matar de vez quem ainda resiste no Rio Grande do Norte”, reclamou um empresário do setor atacadista.

O PROEDI, que nasceu como programa de incentivo industrial, agora virou dor de cabeça para os próprios beneficiados. Muitos afirmam que a cobrança antecipada anula o benefício fiscal, reduzindo o capital de giro e colocando em risco empregos e investimentos.

Enquanto o governo federal de Lula segue aumentando impostos e o governo estadual do PT aperta o setor produtivo, empresários potiguares pedem socorro e cobram medidas que realmente incentivem o desenvolvimento, em vez de asfixiar quem trabalha e movimenta a economia.

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Judiciário

STF forma maioria para condenar militares e aliados por “tentativa de golpe”; Cármen Lúcia acompanha Moraes e Zanin — Fux é o único a divergir

Foto: Rosinei Coutinho/STF

A Primeira Turma do STF formou maioria nesta terça-feira (21) para condenar sete réus do chamado “núcleo da desinformação”, acusados de tentar um golpe de Estado após as eleições de 2022. O voto da ministra Cármen Lúcia, que acompanhou Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin, selou o placar de 3 a 1 pela condenação. Apenas Luiz Fux discordou, afirmando que o Supremo não tem competência para julgar o caso e defendendo a absolvição de todos.

Entre os réus estão militares e agentes públicos acusados de espalhar supostas “fake news” sobre as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral. Entre eles, o major da reserva Ailton Barros, o engenheiro Carlos César Rocha, do Instituto Voto Legal (IVL), e o subtenente Giancarlo Rodrigues, apontado por criar uma rede clandestina de espionagem na Abin.

Cármen Lúcia afirmou que os acusados “espalharam mentiras” que colocaram em dúvida a integridade das eleições e das instituições democráticas. Segundo a ministra, há “fartas evidências” de que o grupo agiu de forma organizada para sustentar uma narrativa golpista e abalar a confiança no sistema eleitoral.

Os sete são acusados de organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e outros crimes. As penas ainda serão definidas. A defesa alega perseguição política e diz que o julgamento é parte de uma ofensiva contra apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, o que reforça o clima de tensão entre o STF e a direita brasileira.

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Política

RN estoura limite de gastos com servidores e expõe falta de controle do governo Fátima, aponta Tesouro Nacional

Foto: Reprodução

O governo do RN, comandado por Fátima Bezerra, ultrapassou novamente o limite de gastos com pessoal previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Segundo dados do Tesouro Nacional, divulgados nesta terça-feira (21), o Estado comprometeu 55,73% da sua receita corrente líquida apenas com a folha de pagamento entre maio e agosto de 2025 — bem acima do teto de 49% permitido por lei.

A informação mostra o que os potiguares já sentem na pele: o Estado gasta demais e entrega de menos. Enquanto falta dinheiro para áreas essenciais, como saúde e segurança, a gestão do PT segue inchando a máquina pública com cargos, gratificações e despesas que estouram qualquer limite de bom senso — e agora, também o da lei.

O Relatório de Gestão Fiscal em Foco dos Estados e do Distrito Federal mostra que o RN não está sozinho na farra de gastos públicos. Alagoas (3,58%) e Roraima (3,84%) também ultrapassaram o limite de despesas com pessoal do Poder Legislativo, que é de 3%. Já os limites do Judiciário (6%) e do Ministério Público (2%) foram respeitados por todos os Estados.

Com a marca de 55,73%, o RN figura entre os piores desempenhos do país em equilíbrio fiscal. Um retrato fiel de uma gestão que parece ter perdido o controle das contas públicas — e que, mais uma vez, coloca o Estado na contramão da responsabilidade e da eficiência que o potiguar tanto espera.

Opinião dos leitores

  1. E, ainda fica iludindo os pobres concurseiros, anunciando que vai ter concursos para penal e detran. Mente, e mente muuuuuito. Caso tenha, só nomeia em 2050.

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Judiciário

STF: Fux pede vaga na Segunda Turma e balança decisões sobre o 8 de Janeiro

Foto: Andressa Anholete/STF

O ministro Luiz Fux, do STF, surpreendeu ao enviar um ofício ao presidente da Corte, Edson Fachin, pedindo para trocar a Primeira Turma pela Segunda Turma. A mudança promete abalar o tabuleiro dos julgamentos do tribunal.

Fux atualmente integra a Primeira Turma ao lado de Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Cármen Lúcia. Esse colegiado é responsável pelas ações penais relacionadas à trama do 8 de janeiro de 2023, que envolveu ataques ao Congresso e ao STF. Nos julgamentos, Fux se destacava como contraponto, mas agora busca novas posições dentro do tribunal.

O ministro manifestou interesse em assumir uma vaga na Segunda Turma, composta por Gilmar Mendes, Nunes Marques, Dias Toffoli e André Mendonça. A mudança pode alterar a dinâmica das decisões, especialmente nos casos ligados à desinformação e à tentativa de golpe após as eleições de 2022.

Durante o julgamento do Núcleo 4 — grupo ligado à desinformação — Fux indicou que vai absolver os réus pelos crimes de tentativa de golpe, abolição e organização criminosa, além de rever os danos imputados pelo episódio do 8 de janeiro. É uma guinada que muda o rumo das análises da Primeira Turma.

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