Economia

‘Melhora do emprego depende de Previdência’, diz secretário

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Enquanto a economia brasileira segue em compasso de espera de olho nas chances de aprovação da reforma da Previdência, o desempenho do mercado de trabalho está diretamente atrelado ao sucesso da proposta. A avaliação é do secretário de Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcolmo. Em entrevista ao Estadão/Broadcast, plataforma de notícias em tempo real do Grupo Estado, ele projetou um resultado positivo para o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de 2019, embora a criação de apenas 34.313 vagas com carteira assinada em janeiro tenha decepcionado analistas de mercado. O secretário também comentou os planos do governo em editar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para garantir a liberdade sindical dos trabalhadores. Segundo ele, isso poderá levar a um processo de consolidação dos sindicatos, com o desaparecimento das entidades menos representativas.

O Caged de janeiro veio abaixo do esperado pelo mercado e muitos analistas já estão revisando a projeção para o PIB deste ano. Preocupa o resultado do mercado de trabalho em 2019?

Uma recuperação mais lenta da economia é claro que preocupa. Todos concordam que a intenção é que a economia entre nos eixos e que, com isso, o PIB volte a crescer, puxando o mercado de trabalho, que é a parte mais frágil de toda essa cadeia. Temos mais de 12 milhões de desempregados, e essa taxa de desemprego se mantém alta há muitos anos. O anseio de todos é que a economia se recupere, mas é preciso fazer um dever de casa para chegar lá. Estou falando da reforma da Previdência, que é a grande agenda econômica do País. Não adianta fazer nenhuma outra reforma sem colocar as finanças do País em ordem. Mas ela sozinha também não opera milagres. Ela precisa ser acompanhada de outras mudanças estruturais, seja no sistema tributário, seja na simplificação do trabalho.

A reforma da Previdência tem o tempo do Congresso, enquanto a economia segue em compasso de espera. Se a aprovação ficar para o segundo semestre ou para o fim do ano, terá impacto direto no Caged?

Enquanto a reforma da Previdência não for aprovada, é natural que as expectativas não se recuperem. Após o processo eleitoral, houve uma melhora acentuada das expectativas. Agora é a hora de pagar para ver, ou seja, de ver se aquelas expectativas se realizarão ou não. Claro que quanto mais demorar a discussão da Previdência, mais comprometido ficará o crescimento do PIB no ano. Mas há uma compreensão muito grande do Legislativo sobre a importância da reforma. A discussão vai ficar um pouco nos contornos da proposta. Ninguém imagina a não aprovação do centro da reforma.

Mesmo assim a expectativa é de um resultado positivo no Caged em 2019?

Isso, a expectativa é de Caged positivo. Ano passado foi de recuperação depois de dois ou três anos em que a economia mergulhou em um abismo bastante profundo. Naturalmente sair de uma situação recessiva como aquela nunca é muito fácil. Se já tivéssemos uma reforma da Previdência aprovada, a recuperação dos investimentos já teria acontecido e estaríamos em uma situação melhor.

O governo editou há alguns dias uma medida provisória para garantir o recolhimento apenas voluntário da contribuição sindical. Havia muito debate judicial sobre a questão?

A MP 873 não traz grandes novidades. Existem os bons e sérios sindicatos, e os maus sindicatos que acabam se aproveitando dos trabalhadores e do marco regulatório. Esses maus sindicatos viram uma brecha e passaram a restituir o imposto sindical via assembleias, que na maior parte das vezes não são representativas. Muitas empresas terminaram concordando porque era conveniente na hora de fechar acordos que fosse positivo para elas. Isso é ir totalmente contra o que o Congresso decidiu

A medida já provocou reclamações por parte dos sindicatos.

O chororô (dos sindicatos) é normal, só aí temos R$ 350 milhões em jogo. Quem atuava corretamente vai continuar recebendo os seus valores. Os sindicatos precisam se conscientizar que o Brasil mudou, o Estado paternalista acabou. Os sindicatos que não representam seus trabalhadores com transparência e não obtêm bons resultados tendem a perder importância. É possível que haja inclusive uma consolidação dos sindicatos e isso é positivo. Ter 17.500 sindicatos não é razoável em lugar nenhum do mundo. Normalmente, os países têm algumas dezenas de sindicatos, no máximo uma centena.

A carteira de trabalho verde e amarela foi promessa de campanha do presidente Jair Bolsonaro, mas não há ainda uma clareza sobre ela. Houve até certa expectativa de que ela viesse com a Previdência, mas vai ficar para um segundo ou terceiro momento. O que já pode ser dito sobre essa carteira?

A carteira verde e amarela foi bastante comentada durante a eleição. O ministro Paulo Guedes gosta de oferecer uma visão de mundo diferente. A reforma da Previdência e a modernização trabalhista são maneiras de se otimizar o sistema atual. Mas Guedes não se satisfaz com isso, ele tenta mudar a realidade. Na Previdência, seria o regime de capitalização e na trabalhista a carteira verde e amarela.

As duas propostas então seriam enviadas juntas ao Congresso?

Não sei. Acho que não. Elas não vêm em um documento só. Claro que não há como pensar Previdência sem trabalho. Mas a carteira verde e amarela é um assunto que precisa ser pensado com cuidado ainda. Uma mudança estrutural como essa não é fácil.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estadão Conteúdo

Opinião dos leitores

  1. e a reforma trabalhista não ia gerar milhões de empregos,para fechar o caixão vem a reforma da previdencia.

  2. O rapazinho aí do time do banqueiro Oaulo Guedes querendo tirar do povo para enriquecer o mercado financeiro.

  3. Mais é isso o que eles "políticos" têm certeza que somos, ou seja, meros imbecis, essa inércia por parte do povo só leva a isso. Deixei faz tempo de acreditar nessa porcaria de país. Pena que não posso fazer nada.

  4. Palhaçada botar culpa na previdência para a crise
    A culpa é da má gestão e roubalheira dos políticos e gestores públicos

  5. Essa mesma conversa fiada o governo de Temer dizia pra fazer a reforma trabalhista e até agora ninguém viu esses milhões de empregos que deveriam ser criados. Esse alarmismo falso só engana bestas desinformados. Essa crise vai passar como outras crises passaram. De tempos em tempos surge uma crise em ciclos, às vezes pela conjuntura interna ou pela influência econômica externa. Se é uma exigência do mercado e dos investidores que digam a verdade e deixem de ludibriar o povo com argumentos falsos. Fala-se se em combater privilégios onde os parlamentares são os verdadeiros privilegiados com todo tipo de vantagem e benefícios e Bolsonaro foi depurato federal por 28 anos e nunca abriu mão da mamata.

    1. tratam a todos como idiotas. Não faz muito tempo que calhordas saíram emprenhando a mente das pessoas dizendo que o emprego voltaria com a reforma trabalhista. Perdemos direitos e o desemprego continua em alta, o que cresceu foi o subemprego e a pobreza. Pouco tempo depois, com a ajuda ($), a midia e os mesmos calhordas usam o mesmo discursos pra nós pho…

  6. A reforma trabalhista também iria melhorar os empregos e o resultado foi o contrário. Conta outra menino!

    1. É verdade: prometeram após a reforma TRABALHISTA, que seria 2 MILHÕES de EMPREGOS direto e ñ chegou 500 mil, está reforma da PREVIDÊNCIA, literalmente deixa os pobres na miséria.

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Polícia

Sargento é executado em Parnamirim por membros de uma facção criminosa

Foto: Reprodução

Na manhã desta segunda-feira (25) o sargento Roberto Trindade foi morto em uma ação criminosa no Condomínio Bosque das Tulipas, em Bela Parnamirim. Segundo informações preliminares, três indivíduos armados efetuaram disparos contra o policial, balearam ele na cabeça e fugiram do local levando a arma do sargento.

De acordo com populares, ao balear o PM, os criminosos teriam gritado o nome de uma facção criminosa. Os suspeitos teriam utilizado uma caminhonete Fiat Strada verde antiga para escapar, e estavam vestidos com camisa amarela e blusão preto. Após o ataque, os meliantes teriam fugido para o Bairro de passagem de areia.

A Polícia Militar foi acionada e realiza buscas na região na tentativa de capturar os responsáveis pelo crime.

Sem Mordaça RN

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Polícia

Bebê de 11 meses é resgatado em Jucurutu após ficar sozinho em casa; mãe foi presa em festa

Foto: Reprodução

Na madrugada deste domingo (24), a Polícia Militar de Jucurutu atendeu a uma denúncia de abandono de incapaz e resgatou um bebê de apenas 11 meses que estava sozinho em casa.

Segundo a corporação, o choro da criança pôde ser ouvido da rua, e a responsável não atendia aos chamados. Diante da situação, os policiais entraram no imóvel e retiraram o bebê com segurança.

A mãe, que estava em uma festa, foi localizada e presa em flagrante. O Conselho Tutelar foi acionado e assumiu os cuidados com a criança.

A acusada foi conduzida à delegacia e permanece à disposição da Justiça. A Polícia Militar reforça o compromisso de proteger crianças e garantir a segurança da população.

Portal da Tropical

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Cidades

Preso morre na Penitenciária de Alcaçuz; secretaria apura causa

Foto: Adriano Abreu

A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) confirmou, na manhã desta segunda-feira (25), a morte de um detento da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, Região Metropolitana de Natal.

Em nota, a pasta informou que ainda aguarda o relatório da direção da unidade prisional para esclarecer as circunstâncias do óbito. Até o momento, não há detalhes sobre a identidade do detento ou a causa da morte.

A Seap acrescentou que, assim que obtiver mais informações, divulgará um comunicado atualizado à imprensa. O Complexo de Alcaçuz é a maior unidade prisional do Rio Grande do Norte.

Tribuna do Norte

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Saúde

Em São Paulo, Rafael Motta segue internado na UTI em estado estável

 

Foto: Reprodução

O ex-deputado federal Rafael Motta foi transferido com sucesso para o Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, na noite desta segunda-feira (25). Segundo nota oficial divulgada por sua equipe, a transferência aeromédica ocorreu sem intercorrências.

Motta encontra-se estável e está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital, sob os cuidados da equipe coordenada pela cardiologista Dra. Ludhmila Hajjar.

A família agradeceu as manifestações de apoio e pediu que as orações pela plena recuperação do ex-parlamentar continuem.

Opinião dos leitores

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Brasil

Níquel brasileiro é vendido por US$ 500 milhões à China, enquanto concorrente europeu afirma ter ofertado quase o dobro

Foto: Reprodução

Níquel brasileiro entra no centro de disputa bilionária na geopolítica global. Venda de minas em Goiás e no Pará para a estatal chinesa MMG acende alerta em EUA e Europa e coloca o níquel brasileiro no epicentro da transição energética.
O níquel brasileiro deixou de ser apenas um ativo mineral e passou a ocupar espaço estratégico na geopolítica global. A venda da operação da Anglo American em Goiás para a estatal chinesa MMG, avaliada em US$ 500 milhões (R$ 2,7 bilhões), desencadeou uma disputa que envolve interesses de China, Estados Unidos, União Europeia e concorrentes privados.

Segundo a Folha de S. Paulo, a transação inclui as plantas de Barro Alto e Niquelândia (GO), além de projetos em Pará e Mato Grosso, ampliando a presença chinesa em um setor vital para baterias e a transição energética mundial.
O que está em jogo com o níquel brasileiro
O níquel é considerado minério crítico para a produção de aço inoxidável e baterias de carros elétricos. Com a corrida global por tecnologias limpas, o controle sobre reservas estratégicas se tornou prioridade para as maiores potências.

A China já domina o refino mundial de níquel, cobalto e terras raras, mas ainda depende de minas estrangeiras para alimentar sua indústria. Por isso, a compra das jazidas brasileiras fortalece o domínio de Pequim sobre 60% da oferta global, segundo contestação da concorrente holandesa Corex Holding.

A disputa entre China e concorrentes europeus
A Corex Holding, controlada pelo bilionário turco Robert Yüksel Yıldırım, afirma que ofereceu US$ 900 milhões (R$ 4,9 bilhões) quase o dobro do valor pago pelos chineses e mesmo assim perdeu a disputa. A empresa questiona a lisura do processo e acionou o Cade no Brasil e a Comissão Europeia em Bruxelas.

Click

Opinião dos leitores

  1. Falta só descobrir o valor da propina, porque quem recebeu não tenho dúvidas que foi a quadrilha petralha como sempre foi…

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Política

PARANÁ PESQUISA: Lula e Bolsonaro empatariam em 1º turno de eleição

Levantamento do Paraná Pesquisas divulgado nesta segunda-feira (25/8) mostra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível até 2030, e o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tecnicamente empatados no primeiro turno de uma eventual disputa pela faixa presidencial.

O estudo foi realizado entre 17 e 21 de agosto de 2025, por meio de entrevistas pessoais. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, com grau de confiança de 95%.

No total, 35,2% dos participantes afirmaram que votariam em Bolsonaro, enquanto 34,8% disseram que escolheriam Lula. A diferença dos dois não chega a 1 ponto percentual.

O petista lidera no Nordeste, com 45,6% das intenções de voto, contra 28,1% de Bolsonaro. Já no Sul, o ex-presidente aparece à frente, com 41,4%, contra 23,8% de Lula.

Em cenários sem Bolsonaro, Lula aparece com 35,1% contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL-DF), que aparece com 28,9% do votos, e também com 35,1% contra o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que soma 24,5% dos votos.

Na simulação de segundo turno, Lula aparece em empate técnico com Bolsonaro, Michelle e Tarcísio. O ex-presidente teria 44,4% contra 41,5% do petista. A ex-primeira-dama teria 43,4% e Lula, 42,3%. Já contra Tarcísio, o resultado seria de 41,9% para cada um.

Metrópoles 

 

Opinião dos leitores

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Política

PARANÁ PESQUISA: Gestão Lula é desaprovada por 53,6% e aprovada por 42,9%

Foto: Ricardo Stuckert

O governo do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é aprovado por 42,9%dos brasileiros, de acordo com um levantamento do instituto Paraná Pesquisas, divulgado nesta segunda-feira (25).

A aprovação da administração federal variou positivamente 3,7 pontos percentuais deste as últimas pesquisas. Em abril deste ano, Lula era aprovado por 39,2% dos eleitores. Já em junho, contabilizou 39,8%. 

Por outro lado, a rejeição à gestão do chefe do Executivo caiu 3,8 pontos percentuais, com 53,6%.

O instituto também mediu a avaliação do presidente. São 44,6% que consideram a gestão de Lula “ruim” ou “péssima”. Para 29,6%, a atuação do governo é avaliada como “ótima” ou “boa”. 

São 24,6% os que julgam como “regular”, outros 1,1% não sabem ou não opinaram. 

Foram entrevistados 2.020 eleitores entre os dias 17 e 21 de agosto. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

CNN

 

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Mundo

Líder do Irã rejeita negociação direta com EUA: “Problemas insolúveis”

Foto: Handout

Após mais de 24 dias de ausência do cenário político, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, apareceu em público nesse domingo (24/8) para mais uma vez rejeitar qualquer negociação direta com os Estados Unidos e pedir unidade diante do que descreveu como esforços dos EUA para “subjugar” seu país.

O líder iraniano compareceu à mesquita de sua residência no centro da capital Teerã. Em seu discurso, o aiatolá Ali Khamenei afirmou que defender negociações diretas com Washington era uma ideia superficial, porque, segundo ele, os EUA teriam a intenção de comandar o país.

“Aqueles que dizem ‘por que vocês não negociam diretamente com os Estados Unidos para resolver seus problemas?’ estão apenas enxergando a superfície. Nossos problemas são insolúveis. Os norte-americanos querem que o Irã esteja sob seu comando”, disse Ali Khamenei.

Seus comentários, publicados em seu site oficial, estão entre suas raras declarações desde o cessar-fogo anunciado por Washington em 24 de junho, que encerrou uma guerra de 12 dias entre Israel e Irã.

O país ainda enfrenta uma instabilidade depois do fim do conflito, que matou mais de mil pessoas e envolveu confrontos armados com Israel e Estados Unidos, culminando na destruição das principais instalações nucleares iranianas.

Pressão de países europeus

A posição do aiatolá surge no momento em que França, Alemanha e Reino Unido afirmaram que poderão acionar o mecanismo de “snapback” se o Irã não retomar as negociações com os EUA até o final de agosto, bem como sua cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

O mecanismo permite o restabelecimento de todas as sanções da ONU contra o Irã, suspensas há dez anos pelo acordo nuclear de 2015. Mas, por enquanto, Teerã não dá sinais de ceder.

O risco de um retorno das sanções da ONU é muito alto, visto que o Irã vive uma situação econômica catastrófica, com inflação anual superior a 50%.

Metrópoles

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Geral

CPMI do INSS: governo Lula arrocha torneira de emendas após derrota

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Planalto arrochou a torneira de liberação de emendas após sofrer nocaute na instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Apesar de o baixo ritmo de pagamento das rubricas do Congresso ser citado como um dos motivos que levou à reviravolta, o governo federal segurou a vazão dos recursos parlamentares na quarta-feira (20/8), dia da abertura do colegiado, e na última quinta-feira (22/8), dia seguinte à surpresa na votação da presidência e relatoria do órgão.

O governo pagou apenas R$ 6,29 bilhões dos R$ 50,38 bilhões em emendas autorizadas para este ano, o que representa desembolso 13% menor do que o esperado pelos parlamentares. Considerando o pagamento de rubricas de anos anteriores que não foram pagas, o montante liberado pelo Planalto sobe para R$ 15,4 bilhões em 2025. Os dados foram obtidos por meio do Siga Brasil.

O governo tem concentrado o pagamento de emendas em poucas datas, mas em média foram pagos R$ 66,3 milhões em emendas por dia em 2025. Na quarta-feira da derrota na CPMI do INSS, foram pagos R$ 32 milhões em rubricas dos parlamentares. Somente no dia seguinte o valor subiu, mas se manteve na média, com desembolso de R$ 68 milhões.

Ou seja: após a derrota, o governo pagou R$ 100,6 milhões em emendas. Detalhando os autores das rubricas liberadas pelo Planalto, observa-se que R$ 22,2 milhões são de integrantes da CPMI.

Oposição aproveitou descontentamento com emendas

A movimentação que levou à eleição de Carlos Viana (Podemos-MG) começou na noite antes da instalação da comissão. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), convidou o senador mineiro para um jantar, no qual propôs a candidatura. Depois do aval, o deputado articulou durante a madrugada pelos votos de parlamentares descontentes com o governo Lula.

A principal reclamação, e vista como uma oportunidade pelo PL, é a demora no pagamento de emendas parlamentares. Há um constante mau-humor entre os parlamentares, principalmente do Centrão, a respeito da liberação de recursos.

A avaliação de integrantes da oposição, que articularam pela eleição dos dois nomes da oposição, é que a eleição de Viana e Gaspar serviu como demonstração de força da direita, que estava fragilizada depois da ocupação dos plenários em protesto pela prisão domiciliar de Bolsonaro, mas também dos próprios parlamentares diante do governo.

Ante a derrota histórica, aliados de Bolsonaro esperavam reação do governo para recuperar esse apoio, na forma do pagamento de emendas. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, responsável pela articulação política do governo, chegou a convocar os líderes da base para ensaiar reação, mas, por ora, a resposta não veio na liberação de recursos.

Metrópoles

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Golpe

Tarifaço: Consumidores estão gradualmente arcando com os custos

Foto: REUTERS/Evelyn Hockstein

Segundo o Presidente Donald Trump, países estrangeiros e empresas internacionais estão absorvendo os custos da política tarifária dos Estados Unidos. Mas as evidências mostram que consumidores e as companhias americanas estão pagando caro pelas tarifas que a Casa Branca implementou como sua principal ferramenta política.

“Está provado que, mesmo neste estágio avançado, as tarifas não causaram inflação ou quaisquer outros problemas para a América, além de quantias massivas de dinheiro entrando nos cofres do nosso Tesouro”, publicou Trump em sua rede social, Truth Social, no início deste mês.

“Além disso, foi demonstrado que, na maior parte, os consumidores nem estão pagando essas tarifas. Os custos são principalmente de empresas e governos, muitos deles estrangeiros, que estão arcando com as contas”, completou.

Há um crescente conjunto de evidências que apontam o contrário: dados econômicos, pesquisas acadêmicas, despesas empresariais e experiências em primeira mão estão mostrando que, na verdade, são as empresas e os consumidores americanos que estão enfrentando custos cada vez mais altos devido às tarifas.

Espera-se que esse fardo se torne ainda mais pesado nos próximos meses — e, potencialmente, anos — conforme mais tarifas entram em vigor e outras se estabelecem profundamente nas cadeias de suprimentos.

Se os exportadores estrangeiros estivessem absorvendo os custos das tarifas, uma possível maneira de ver isso nos dados econômicos dos EUA seria através da redução dos preços de exportação pré-tarifa.

No entanto, dados dos últimos meses mostraram que os preços de importação (que excluem os custos de tarifas, seguros e transporte) permaneceram praticamente estáveis. Eles aumentaram 0,5% desde a eleição de novembro e 0,2% desde março.

“Um argumento que parecia plausível até recentemente era que os preços de importação haviam sido sustentados pelo estoque pré-tarifa na [última parte de 2024 e nos primeiros três meses de 2025], que viu as importações de mercadorias atingirem níveis recordes”, escreveram os economistas da Pantheon Samuel Tombs e Oliver Allen, em uma nota de 19 de agosto.

“Isso deixou os exportadores estrangeiros com muitos pedidos, fornecendo pouco incentivo para cortar preços. Mas os preços de importação permaneceram resilientes apesar das importações de mercadorias terem caído acentuadamente [no segundo trimestre], sugerindo que uma queda acentuada nos preços à frente é improvável.”

CNN

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