Foto: Tiago Rolim de Moura
O secretário-executivo substituto do Ministério da Saúde, Élcio Franco, recomendou nesta terça-feira a estados e municípios que estão retomando suas atividades econômicas que mantenham o distanciamento entre as pessoas e adotem outras ações, como triagem na porta das empresas, para evitar a “disseminação coletiva” da Covid-19.
Ele mencionou por diversas vezes em coletiva de imprensa, ao ser questionado sobre o tema, que as sugestões da pasta sobre medidas de isolamento estão no boletim 11 do Ministério da Saúde. O documento é de 17 de abril e foi produzido ainda pela equipe do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, demitido um dia antes. Franco ponderou, no entanto, que a decisão sobre regras de distanciamento cabe a prefeitos e governadores.
– Temos as medidas de prevenção e as de distanciamento. As de prevenção, a recomendação do ministério é que sejam implementadas até para a volta das atividades comerciais e industriais, com manutenção do distanciamento entre as pessoas, com medidas de higienização, com postos de triagem na entrada de estabelecimentos comerciais e industriais, para que se possa evitar uma disseminação coletiva do vírus. E, como falei, (a decisão de relaxamento ou aumento de restrições) cabe aos estados e municípios considerando a realidade regional.
Franco enumerou aspectos que devem ser considerados antes de se pensar em flexibilização ou aumento do rigor de medidas de isolamento, entre eles questões econômicas e culturais:
– Essa flexibilização ou não das medidas de distanciamento ocorrem de acordo com a realidade local, com aspectos socioeconômicos e culturais, e que tem que ser verificado não isoladamente, mas por toda a região. Considerando a evolução da curva epidemiológica, a capacidade de resposta da estrutura de saúde, e a dinâmica da economia e da cultura daquela região, para que sejam implementadas medidas mais ou menos restritivas.
O Ministério apresentou um balanço com dados sobre o enfrentamento da Covid-19: 7.441 leitos de UTI foram habilitados, ou seja, passarão a receber recursos federais; R$ 7,7 bilhões foram transferidos a estados e municípios apenas para o combate à doença, e R$ 2 bilhões para hospitais filantrópicos.
No total, foram 2.651 ventiladores pulmonares distribuídos a 22 unidades da Federação. Dessa forma, a pasta cumpre a promessa de entregar 2.600 equipamentos até o fim de maio. As compras anunciadas pelo ministério na indústria nacional chegam a cerca de 15 mil respiradores no total, ainda a serem recebidos e repassados a estados e municípios.
Franco, que está como substituto na secretaria-executiva da pasta, negou que a ausência de titulares em cargos da pasta tenha atrapalhado o combate à pandemia. Depois da saída de Mandetta, o oncologista Nelson Teich ficou cerca de um mês como ministro e pediu demissão. Assumiu de forma interina Eduardo Pazuello, que está montando sua equipe. O empresário Carlos Wizard, investidor bilionário, é um dos convidados e aguarda os trâmites burocráticos para assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos da pasta.
– Todas as funções do Ministério tem nomeados eventuais substitutos. Isso não faz a máquina parar de funcionar. Ela continua girando. Então, penso que não há comprometimento da estrutura. Sobre os secretários, eles estão em fase de entrevista. Os candidatos. Para a definição e futura nomeação – afirmou.
O Globo
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