Diversos

Ministros de Temer querem a legalização de jogos de azar

Por interino

Ministros do governo Michel Temer querem propor a legalização dos jogos de azar como medida para aumentar as receitas da União.

A ideia é defendida por ao menos dois auxiliares próximos ao presidente interino: os peemedebistas Henrique Eduardo Alves (Turismo) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo).

Segundo Alves, a proposta de legalização deve incluir bingos, cassinos e o jogo do bicho. “A ideia é legalizar todo tipo de jogo. Hoje o jogo existe de forma clandestina e sem gerar qualquer benefício para o Estado”, afirma.

Ele diz que Temer é “simpático” à ideia, mas ainda não tratou dela desde que assumiu como presidente interino, na semana passada.

O ministro sustenta que a liberação do jogo seria um estímulo ao turismo e à retomada da atividade econômica.

Os argumentos são contestados pelo Ministério Público Federal, que se opõe à ideia e vê risco de incentivo à lavagem de dinheiro e à corrupção (leia texto ao lado).

Geddel, que será responsável pelas relações do Planalto com o Congresso, diz ser favorável à legalização. “Pessoalmente, não vejo por que não tocar adiante. Acho importante para o turismo e para a geração de receita.”

O ministro ressalta que esta ainda não é uma “posição de governo” e será discutida pelo Palácio do Planalto.

Congressistas que defendem a legalização do jogo dizem ver Temer como um aliado da causa. O deputado Herculano Passos (PSD-SP) conta ter discutido o assunto com o presidente interino há cerca de um mês, na reta final do processo de impeachment.

Ele diz que o diálogo o deixou otimista e que o afastamento da presidente Dilma Rousseff deve acelerar a liberação de bingos e cassinos.

“O presidente Temer é simpático à causa. Tivemos uma conversa há cerca de 30 dias e ele viu a ideia com bons olhos. Estou otimista, acho que o momento é muito propício à legalização”, afirma.

“A maioria dos deputados com quem converso é favorável, mas o apoio do presidente será fundamental”, acrescenta Passos, colega de partido do ministro Henrique Meirelles (Fazenda).

Além de Henrique Alves e Geddel, pelo menos outros dois ministros de Temer empunham a bandeira da liberação dos jogos de azar.

Maurício Quintella Lessa (Transportes), deputado licenciado do PR, apresentou um projeto de lei para legalizar os cassinos em 2008.

Blairo Maggi (Agricultura), senador licenciado do PP, foi autor de um relatório que libera cassinos, bingos, caça-níqueis e jogo do bicho. O texto foi aprovado em março por uma comissão especial e ainda será votado em plenário.

NOVA CPMF

Não há consenso sobre o potencial de arrecadação com os jogos de azar. Para o ministro Henrique Alves, a liberação geraria até R$ 20 bilhões por ano à União. “Seria uma nova CPMF”, anima-se.

Ele afirma que a atividade seria fiscalizada por uma nova agência reguladora.

O governo Dilma chegou a formar um grupo de trabalho para estudar a possibilidade de legalização do jogo, no fim de 2015, mas não enviou uma proposta ao Congresso.

Folha Press

Opinião dos leitores

  1. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk…vão me matar de rir hoje!!!
    Um desses ministros citados na matéria ganhou o apelido de castiçal em BSB. Quem será????
    Quem terá a alcunha de "pai dos cassinos"???
    Esse é o país que dá certo!!!
    Ordem e progresso!!!! (avise ao interino para atualizar as estrelas da bandeira, desde de 68 ela não é daquele jeito. Interinidade que já nasce mofada dá nisso!)

  2. No Brasil existem jogos em todos os estados, a começar pelo Silvio Santos desde a invenção da televisão.
    Imaginem arrecadar tributos.
    O único estado brasileiro que "proíbem " o jogo do bicho é o Rio de Janeiro. Abertamente fortaleza/ce, tem lojas abertas em pontos comerciais para tratar esse comércio.
    Abram os cassinos, vamos empregar pessoas e que os ricos cuidem das suas fortunas para não depositarem nas jogatinas.

  3. Medida correta. Vide Las Vegas. A Caixa Econômica já é um cassino há muito tempo. E, pior, há muitas suspeitas de resultados fraudados. Entrega os jogos prá iniciativa privada. Sempre funciona melhor.

  4. Isso já deveria ter ocorrido há muito tempo….
    A proibição vem desde 1961 qdo o "desequilibrado" Jânio Quadros na Presidência do Brasil decretou o fechamento dos cassinos,bem como o uso de "biquínis" pelas mulheres nas praias do pais….

  5. Agencia reguladora para fiscalizar o jogo do bicho. Kkkkkkkkkkkkkk. Vai gerar muito emprego. Bote ai 30 mil agentes. Cada uma. Kkkkkkkkkkkkk.

  6. Uns dois Casinos de alto padrão na Via Costeira seria Top!! Se viessem dois de luxo mesmo, com certeza teriam o poder de angariar mais turistas e gerar mais empregos (diretos e indiretos) que a concessão da área para novos hotéis ali na Via.

    1. Sou contra usar a área da Via Costeira para isso.
      Poderiam utilizar áreas como Lajes, Angicos…
      Áreas menos densamente povoadas, mandando o turista específico do jogo para o interior do Estado.
      Las Vegas foi criada no meio do deserto e não para de crescer…
      É uma idéia.

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Hacker Walter Delgatti anuncia plano de lançar empresa de bet com o ex-jogador Robinho, preso com ele

Foto: Reprodução

Presos em Tremembé, complexo penitenciário no interior paulista, o hacker Walter Delgatti Netto e o ex-jogador Robinho estariam planejando o lançamento conjunto de uma plataforma de apostas esportivas. A intenção vem sendo alardeada pelo próprio hacker, que cumpre pena de 8 anos e 3 meses de reclusão imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A defesa do ex-atleta não respondeu ao contato do blog True Criminal.

Delgatti e Robinho estão em celas diferentes em Tremembé, mas convivem regularmente durante o banho de sol no pátio da prisão. O hacker de Araraquara, como também ficou conhecido, mencionou a futura bet em conversas com seu advogado, Ariovaldo Moreira, e também em comentários a funcionários da penitenciária.

Segundo ele, a ideia de entrar no ramo das apostas teria partido de Robinho, condenado a 9 anos de prisão por um estupro ocorrido na Itália. A empresa seria aberta assim que ambos deixassem a cadeia numa eventual progressão de regime. A estratégia comercial passaria por unir a fama do ex-jogador à experiência de Delgatti em tecnologia.

Delgatti ganhou projeção após invadir contas do Telegram de procuradores da Operação Lava-Jato e do então juiz Sergio Moro, vazando mensagens que deram origem a uma série de reportagens capitaneadas pelo portal Intercept Brasil sobre a força-tarefa. Mais recentemente, ele foi preso após forjar um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, sob orientação da deputada federal Carla Zambelli (PL-DF), também condenada pelo caso e hoje foragida na Itália.

Atualmente, Robinho tenta progredir para o regime semiaberto, mas enfrenta entraves judiciais. Seus recursos no Superior Tribunal de Justiça (STJ), com os quais tentava anular a pena da Justiça italiana, também já foram rejeitados.

Enquanto aguarda nova decisão, o ex-jogador recebe visitas frequentes em Tremembé da mulher e dos três filhos. Nas últimas semanas, de acordo funcionários da penitenciária, Robinho tem apresentado sinais de instabilidade emocional. Recentemente, ele conseguiu autorização para que seu pastor particular o visitasse no espaço ecumênico.

Pouco tempo após ser preso, Robinho havia passado a jogar futebol com os colegas de pavilhão, tornando-se líder da equipe. Agora, no entanto, abandonou até as partidas. A saudade do filho mais velho, Robson Júnior, de 17 anos, seria um dos fatores a abalar o ex-atleta. O jovem estreou recentemente no time profissional do Santos, repetindo os passos do pai. Quando o filho faz visitas em Tremembé, segundo relatos, Robinho se anima e caminha com ele no pátio, sorridente e apresentando o herdeiro com orgulho a outros presos.

A defesa do ex-jogador também não retornou os pedidos de comentário sobre o estado emocional de Robinho.

O Globo

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Líder do governo na Câmara é internado para procedimento no coração

Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados

O deputado federal José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara dos Deputados, foi internado neste domingo (27) em um hospital de São Paulo, onde passará por um procedimento cirúrgico no coração na próxima segunda-feira (28).

“Agradeço desde já o carinho, as orações e a compreensão de todas e todos. Assim que possível, volto com boas notícias”, escreveu em suas redes sociais.

Em junho, o parlamentar já havia informado que estava realizando um pré-operatório para uma “intervenção no coração”, e que o procedimento aconteceria no início deste mês.

Guimarães ainda confirmou que está no Hospital Sírio-Libanês e que a cirurgia será conduzida pela equipe do Dr. Roberto Kalil e Dr. Fábio Jatene.

Veja nota do deputado José Guimarães:

Amigos e amigas, Informo que estou internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para a realização de um procedimento cirúrgico, que ocorrerá nesta segunda-feira, dia 28, às 10h. A cirurgia será conduzida pela equipe do Dr. Roberto Kalil e Dr. Fábio Jatene, a quem confio plenamente.
Agradeço desde já o carinho, as orações e a compreensão de todas e todos. Assim que possível, volto com boas notícias.

CNN

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Governo Lula diz que soberania é inegociável após Trump confirmar taxas

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços afirmou neste domingo (27.jul.2025) que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “continua e seguirá aberto” para negociar o tarifaço de 50% com os Estados Unidos, mas que a soberania do Brasil e o Estado democrático de Direito são “inegociáveis”.

Em nota, o órgão chefiado pelo vice-presidente e ministro, Geraldo Alckmin (PSB), disse que as conversas com os norte-americanos, por orientação de Lula, são feitas “com base em diálogo, sem qualquer contaminação política ou ideológica”.

“O Brasil e os Estados Unidos mantêm uma relação econômica robusta e de alto nível há mais de 200 anos. O governo brasileiro espera preservar e fortalecer essa parceria histórica, assegurando que ela continue a refletir a profundidade e a importância de nossos laços”, afirmou.

O comunicado foi divulgado depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), confirmar que o tarifaço começará em 1º de agosto –sem adiamento.

“O 1º de agosto é para todos. Todos os acordos começam em 1º de agosto”, disse o republicano ao lado de Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, durante entrevista a jornalistas em Turnberry, na Escócia. Quando questionado se há algum outro acordo que os EUA buscam, Trump disse que tenta chegar a uma negociação com “3 ou 4 países”, mas não especificou quais.

6 MESES DE ISOLAMENTO

Apesar de dizer que o governo Lula tem buscado negociar “sem qualquer contaminação política ou ideológica” desde 9 de julho, quando Donald Trump anunciou o tarifaço, os atos e declarações do presidente, de integrantes do PT e do governo não têm seguido essa orientação. O clima para uma possível negociação de alto nível piorou. Essa deterioração foi sentida em Washington também por causa de algumas decisões controversas recentes do ministro Alexandre de Moraes.

O presidente Lula protagonizou na semana passada uma escalada de uma retórica beligerante contra Trump e os EUA. O petista nunca se interessou em ter uma reunião direta com Trump desde a posse do norte-americano (em 20 de janeiro). Disse que não teria assunto para conversar e teria de ficar contando piada. Passaram-se 6 meses de isolamento do Brasil em relação aos EUA. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que nunca conseguiu ser recebido pelo chefe do Departamento de Estado norte-americano, Marco Rubio.

Lula disse na semana passada que se Trump estava trucando ao impor tarifas, o Brasil iria pedir 6 –numa alusão ao jogo de cartas truco, em que o blefe é uma das estratégias principais. Em suma, o presidente brasileiro sugeriu que o norte-americano está blefando.

O petista também reclama que ninguém atende aos pedidos de conversa com o Brasil —sem relembrar que em 2024 disse que Trump era uma espécie de fascismo e nazismo com nova cara.

No caso de Moraes, quando o ministro determinou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deveria usar tornozeleira eletrônica, tratou os Estados Unidos como uma nação inimiga. O ministro também disse que Bolsonaro poderia dar entrevistas, desde que o conteúdo não aparecesse em redes sociais (algo inexequível pela impossibilidade de impedir que uma entrevista seja replicada na internet). Na prática, as entrevistas do ex-presidente ficaram proibidas. Esse tipo de medida é vista como cerceamento à liberdade de expressão nos EUA.

Na madrugada de sábado (26.jul), por determinação de Moraes, foi retirado da praça dos Três Poderes o deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ), que estava disposto a ficar ali, em silêncio e numa barraquinha, para protestar contra o que considera ser um processo injusto contra Jair Bolsonaro (acusado de suposta tentativa de dar um golpe de Estado em 2022). O magistrado mandou expulsar o congressista e também proibiu qualquer tipo de manifestação no local, que fica em frente à sede do Supremo Tribunal Federal. Nos EUA, em frente à Casa Branca, em Washington, ou em outros locais da capital norte-americana é comum haver barraquinhas montadas com pessoas praticamente morando nesses locais para protestar contra alguma política do Executivo, do Legislativo ou do Judiciário.

Leia abaixo a íntegra da nota do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços:

“Desde o anúncio das medidas unilaterais feito pelo governo norte-americano, o governo brasileiro, por orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vem buscando negociação com base em diálogo, sem qualquer contaminação política ou ideológica.

“Reiteramos que a soberania do Brasil e o Estado democrático de Direito são inegociáveis. No entanto, o governo brasileiro continua e seguirá aberto ao debate das questões comerciais, em uma postura que já é clara também para o governo norte-americano.

“O Brasil e os Estados Unidos mantêm uma relação econômica robusta e de alto nível há mais de 200 anos. O governo brasileiro espera preservar e fortalecer essa parceria histórica, assegurando que ela continue a refletir a profundidade e a importância de nossos laços.”

Poder 360

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Geral

Com disparada de mortes, governo Lula cria plano de segurança para motociclistas

Foto: Pedro Affonso/Folhapress

Para tentar reduzir os altos números da letalidade em sinistros envolvendo esse tipo de veículo —no estado de São Paulo, por exemplo, o número de motociclistas mortos no primeiro semestre deste ano foi recorde—, o governo Lula (PT) está desenvolvendo uma versão para duas rodas do Pnatrans (Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito).

O Programa Nacional de Segurança de Motociclistas, como deve ser chamado o texto, vai usar todas as referências sobre motos do plano que envolve todo o trânsito e incluir sugestões debatidas por especialistas de tráfego e de saúde que se reúnem a partir desta segunda-feira (28) em Brasília.

A elaboração do programa faz parte da Semana Nacional de Prevenção a Acidentes com Motociclistas, que será realizada pela primeira vez e instituída a partir de lei sancionada em outubro de 2024.

A ideia é que o texto final fique pronto ainda nesta semana, espera Maria Alice Nascimento Souza, diretora de Segurança Viária do Ministério dos Transportes.

Os motociclistas são as principais vítimas do trânsito. Conforme o Datasus, do Ministério da Saúde, em 2023, um total de 13.521 ocupantes de motos morreram em acidentes no país. O quantitativo representa quase 40% das 34.881 mortes no trânsito daquele ano —dados mais recentes.

Gradativamente, cresce a quantidade de motos nas ruas e estradas brasileiras. Em junho de 2019 eram 22,7 milhões de unidades registradas, segundo o Ministério dos Transportes, e representavam 22,15% de todos os veículos. No mês passado, o número saltou para mais de 29 milhões e o percentual na frota total foi a 23,01%.

“É uma estratégia de governança e midiática, para chamar a atenção”, afirma Adrualdo de Lima Catão, titular da Secretaria Nacional de Trânsito.

Com um plano voltado para motociclistas, a pasta espera conseguir alcançar resultados com ações de fiscalização e de comunicação, semelhantes às da Lei Seca (que coíbe álcool e direção), por órgãos de trânsito e municípios.

Desconhecido da maioria, o Pnatrans prega, entre outros tópicos, aumentar a proporção de usuários de motocicletas que utilizam corretamente capacetes padronizados para cerca de 100% até 2030.

“No interior e nas periferias, não se usa capacete”, afirma Catão. “Quando a fiscalização orienta essas pessoas, pode-se criar efeitos semelhantes aos da Lei Seca”, diz —a implantação da legislação diminuiu em 24% a taxa de mortes no trânsito por consumo de álcool entre os anos de 2010 e 2023.

O programa busca chamar a atenção para outros problemas que tendem a ampliar o problema. Um relatório publicado pelo governo federal em agosto do ano passado mostrou que de 34,2 milhões de proprietários de motocicletas, motonetas e ciclomotores, 17,5 milhões (ou 53,8%) não têm CNH (Carteira Nacional de Habilitação) para conduzir esses veículos.

Há também expectativa que seja referência na adoção de medidas de engenharia de trânsito, como orientação para se reduzir a velocidade máxima tolerável em vias onde passam muitas motocicletas.

O uso de vias segregadas, como a faixa azul, também será discutido nas conferências desta semana em Brasília, mas a entrada do modelo no programa de segurança é incerta.

A sinalização no asfalto exclusiva para motos, inclusive, terá um fórum especial de debates.

A faixa azul começou a ser testada na cidade de São Paulo em 2022 e atualmente o modelo é replicado por outros municípios, como São Bernardo do Campo e Santo André, no ABC Paulista, e as capitais Salvador e Recife.

O modelo, entretanto, não é consenso. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), da Prefeitura de São Paulo, afirma que o projeto pioneiro diminuiu o número de óbitos de motociclistas em 47,2%, passando de 36 em 2023 para 19 em 2024, nos trechos de vias com a sinalização.

Em toda a cidade, porém, o número de motociclistas mortos disparou entre os dois anos comparados. Passou de 366 óbitos em 2023 para 433 no ano passado, conforme dados do Infosiga, sistema estadual que mede a violência no trânsito.

Para se tornar uma política pública de trânsito regulamentada, a faixa azul precisa ser aprovada pela Senatran, que está analisando os números, e depois passar pelo crivo do Contran (Conselho Nacional de Trânsito). Não há prazo para isso.

Cerca de 500 mil motos circulam diariamente pelos 232,7 km de faixas azuis instaladas em 46 vias paulistanas, afirma a CET, que irá mandar palestrantes a Brasília nesta semana.

“Moto é um transporte individual altamente vulnerável. Os números são preocupantes, pois as mortes têm aumentado tanto em rodovias federais quanto nos estados”, diz Catão.

O Programa Nacional de Segurança de Motociclistas também deverá chamar a atenção à ineficiência do transporte público no país. Na teoria, ônibus desconfortáveis e que não passam no horário empurram o passageiro para transportes individuais como as motos.

Folha de S.Paulo

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Economia

Tarifaço de Trump entra na semana decisiva e perspectiva de acordo com os EUA fica mais distante

Foto: Wilton Junior/Estadão e Evan Vucci/AP Photo

O Brasil entra esta semana em um período decisivo, que pode mudar para pior o rumo de sua economia – pelo menos no curto prazo. Está prevista para entrar em vigor na sexta-feira, 1º de agosto, a tarifa de 50% prometida pelo presidente americano, Donald Trump, para todos os produtos brasileiros vendidos para o mercado americano. E, pelo menos até o momento, não há o menor sinal de que esse movimento poderá ser revertido ou adiado.

As tentativas do governo brasileiro de negociar com os EUA, encabeçadas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, têm se mostrado infrutíferas. Na semana passada, Alckmin disse ter tido no sábado, 19, uma conversa de 50 minutos com o secretário de Comércio americano, Howard Lutnick. “Nós conversamos com o governo norte-americano, tivemos uma conversa com o secretário de Comércio, longa, colocando todos os pontos e destacando o interesse do Brasil na negociação, e destacando que o presidente Lula tem orientado negociação, não ter contaminação política nem ideológica”.

Mas o próprio presidente Lula parece não ter muita esperança de uma reversão da cobrança até o dia 1º. Na sexta-feira, 24, disse que o vice-presidente liga todos os dias para conversar sobre a tarifa, mas que ninguém responde. “Ninguém pode dizer que o Alckmin não quer conversar. Todo dia ele liga para alguém, e ninguém quer conversar com ele”, disse Lula.

Neste domingo, 27, Howard Lutnick afirmou que as tarifas, previstas para começar em 1º de agosto, não serão adiadas. “Sem mais períodos de carência”, afirmou, em entrevista, à Fox News. Mesmo assim, Lutnick afirmou que, quando as taxas começarem, os países ainda poderão falar com o governo americano. “O presidente está definitivamente disposto a negociar e conversar com as grandes economias, com certeza”.

Brasil tem a maior taxa

O prazo de 1º de agosto não é exclusivo para o Brasil. É a data dada por Trump para subir as tarifas para dezenas de países que não conseguirem fechar um acordo a tempo. Mas é no Brasil onde a tarifa será mais alta – nenhum outro país terá a taxa de 50%.

Alguns países já haviam conseguido fechar acordos com Trump, evitando o “mal maior”: Reino Unido, Vietnã, Indonésia, Filipinas e Japão. Neste domingo, 27, foi a vez de União Europeia também finalizar um acerto com o governo americano, com uma tarifa básica de 15% – a ameaça de Trump era elevar a taxa para 30%.

No caso brasileiro, porém, as negociações se tornam um pouco mais complicadas pelo viés político que tomaram. Quando anunciou que taxaria os produtos brasileiros, Trump condicionou a reversão da decisão ao fim do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF, que o presidente americano disse ser uma “caça às bruxas”.

“Não estou enxergando um caminho no curto prazo para poder reduzir essas tarifas”, disse o diretor para as Américas da consultoria Eurasia, Christopher Garman. “Nós estamos num embate, e o problema é que o presidente Trump se enxerga no drama do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nós precisamos lembrar que o Trump se sentiu vítima de uma caça às bruxas de medidas judiciais. Ele se sentiu censurado. Ele enxerga o movimento progressista Democrata como uma ameaça à democracia. Então, quando ele vê o drama do entorno da família Bolsonaro e as queixas da direita brasileira, o Trump encontra respaldo.”

Para Garman, o melhor cenário para o Brasil, nesse caso, é receber as tarifas e não retaliar. Ao longo do tempo, avalia, pode ser que as empresas e o governo brasileiro consigam algum espaço para aliviar o cenário. “O impacto das tarifas globais tende a chegar ao bolso do consumidor através de mais inflação. Portanto, a Casa Branca pode ficar mais passível de aceitar tarifas menores”, afirma.

O economista André Perfeito, por sua vez, diz que o acordo entre União Europeia e Estados Unidos anunciado neste domingo traz ainda mais pessimismo para a situação do Brasil na busca de uma solução para a questão da tarifa de 50%. “O Brasil está definitivamente isolado e as tarifas ganham ares de sanção que buscam restabelecer a América como quintal dos EUA”, disse.

Para o economista, o acordo aponta para a perspectiva de que os EUA não permitirão que o Brasil se alie de maneira individual a blocos ou projetos que não sejam do interesse de Washington, o que, para Perfeito, “cria uma novidade política que há muito tempo não se via”. Ele considera que a revista The Economist apontou corretamente, em sua edição da semana passada, que o que ocorre com o Brasil só pode ser comparado ao período da Guerra Fria.

Estadão

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Geral

Operações sobre desvios milionários se multiplicam em órgão cobiçado por partidos

Foto: Divulgação

O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) foi alvo de pelo menos 11 operações da Polícia Federal e da CGU (Controladoria-Geral da União) desde 2018. O órgão é cobiçado por partidos políticos, com uma influência que se estende por diferentes governos.

As investigações têm o objetivo de combater o desvio de dinheiro público em estados de todas as regiões do país. Os inquéritos envolvem suspeitas de fraude em licitação, cobrança de propina, direcionamento de obras e superfaturamento. Os casos tramitam sob sigilo.

Na última semana, uma ação realizada pela PF teve entre os alvos um suplente de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente do Senado. O parlamentar não é investigado.

O órgão, atualmente vinculado ao Ministério dos Transportes, é palco histórico de escândalos de corrupção e de atuação de partidos, por ser responsável por obras em rodovias e ferrovias federais espalhadas pelas bases eleitorais dos políticos.

No primeiro mandato de Dilma Rousseff (PT), em 2011, suspeitas de irregularidades levaram ao afastamento da cúpula do Dnit e resultaram em um pedido de demissão do então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento.

A pasta era comandada à época pelo PR, que se tornou o atual o PL —Nascimento foi presidente do partido—, e seguiu sob controle a legenda durante o governo de Michel Temer (MDB).

Atualmente, o Ministério dos Transportes é chefiado por Renan Filho, ex-governador alagoano filiado ao MDB. O Dnit é dirigido pelo ex-superintendente do órgão em Alagoas Fabricio de Oliveira Galvão.

O departamento afirma que atua constantemente para prevenir e sanar casos de fraude e corrupção e, muitas vezes, detecta indícios de irregularidades e os encaminha para órgãos de investigação. Segundo o departamento, esse foi o caso da operação no Amapá.

Mesmo com trocas de gestões presidenciais e de ministérios, as suspeitas sobre irregularidades em obras e ações do órgão não cessaram.

Só uma dessas operações, chamada Rota BR-090, teve oito fases deflagradas de 2019 a 2023. A investigação levantou desconfianças sobre desvios em contratos de mais de R$ 2 bilhões em Minas Gerais.

Outra operação foi a Círculo Fechado, de 2020, centralizada no Distrito Federal. O caso envolveu a suspeita de desvio até em contratações feitas na área de tecnologia da informação e resultou no bloqueio de R$ 40 milhões dos investigados.

Folha de S.Paulo

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Geral

VÍDEO: Veja 10 vezes em que Lula criticou Trump antes da taxação de 50% por parte dos EUA

Nos primeiros meses de seu mandato, presidente norte-americano foi alvo de discursos do petista por diversas vezes.

Veja uma dezena de exemplos:

Vídeo: Reprodução/Metrópoles

Metrópoles

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Geral

Maduro não é o presidente da Venezuela e seu governo é ilegítimo, dizem EUA

Foto: REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria

O Departamento de Estados dos Estados Unidos afirmou em um comunicado neste domingo (27) que o ditador Nicolás Maduro não é o presidente da Venezuela e que seu regime não é o governo legítimo. O texto é assinado pelo secretário de Estado, Marco Rubio.

O comunicado marca o aniversário de um ano desde que Maduro foi declarado vencedor das eleições presidenciais, em 28 de julho de 2024. A oposição alega ter vencido o pleito, e o resultado foi amplamente contestado por observadores internacionais.

Rubio também faz referência às eleições municipais que acontecem neste domingo.” Ao agendar as eleições municipais na véspera do aniversário da eleição presidencial roubada de 28 de julho, o regime mais uma vez pretende mobilizar militares e policiais para reprimir a vontade do povo venezuelano”, afirma o secretário.

Além de denunciar o resultado divulgado pelas autoridades eleitorais, aliadas a Maduro, nas eleições presidenciais do ano passado, o secretário também alega que Maduro é líder do grupo Cartel de Los Soles, designado como terrorista pelos Estados Unidos esta semana.

“Ele é responsável pelo tráfico de drogas para os Estados Unidos e Europa. Maduro, atualmente indiciado por nossa nação, corrompeu as instituições da Venezuela para auxiliar o esquema criminoso de narcotráfico do cartel para os Estados Unidos”, diz Rubio.

Por fim, o comunicado reforça que os Estados Unidos continuarão os esforços para responsabilizar o “regime corrupto, criminoso e ilegítimo de Maduro”.

CNN Brasil

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Geral

[VÍDEO] Condenado por matar cabeleireira desacata juiz e ameaça irmã da vítima: “Ainda tem a irmã dela, que eu vou mandar matar”

Jorge Bezerra da Silva, condenado a 29 anos e 8 meses de prisão em regime fechado pelo assassinato da ex-companheira, Priscilla Monnick Laurindo da Silva, protagonizou um episódio revoltante durante seu julgamento na última sexta-feira (25), no Fórum Thomaz de Aquino, no Recife (PE).

Logo no início, assim que chegou ao local para ser interrogado, ele quis se posicionar de costas para o juiz Abner Apolinário, que preside a sessão. O objetivo de Jorge era ficar frente a frente com uma das irmãs da vítima que não concordava com o relacionamento, a qual ele ameaçou de morte. O magistrado o ordenou para que o acusado ficasse de frente para ele.

Além de desacatar o promotor, ele ameaçou a irmã da vítima em plena audiência: “Ainda tem a irmã dela, que eu vou mandar matar”, disse em voz alta, conforme registrado em vídeo. Diante da gravidade da fala, o juiz Abner Apolinário determinou sua retirada imediata do plenário.

O crime ocorreu em janeiro de 2022, dentro da casa da vítima, na frente da filha do casal, que na época tinha apenas dez meses de vida. Priscilla, que era cabeleireira, foi morta a facadas. Durante a sessão do júri, realizada na 4ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, foram ouvidas familiares da vítima e do réu, além de testemunhas próximas ao casal. O caso, mais um triste retrato da violência contra a mulher no Brasil, gerou forte comoção e revolta.

Canal Paulo Mathias

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Geral

VÍDEO: Fátima recebe vaias em Caicó

A governadora Fátima Bezerra foi vaiada em Caicó no momento em que teve seu nome citado pelo prefeito Dr. Tadeu na noite de sábado (26). O público que aguardava o show de Wesley Safadão não poupou a governadora.

O secretário Cadu Xavier também foi alvo das vaias do público na Festa de Sant’ana em terras caicoenses.

Opinião dos leitores

  1. Fatima era para ser vaiada constemente, desde da saída de sua casa até o centro Administrativo

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