Política

Moro deveria ter feito quarentena ética, diz José Eduardo Cardozo

Foto: Zeca Ribeiro/Agência Câmara

Ex-ministro da Justiça dos governos Lula e Dilma e advogado da ex-presidente no processo de impeachment, José Eduardo Cardozo diz ter encerrado a carreira política de 27 anos em 12 de maio de 2016, dia em que a presidente Dilma Rousseff foi afastada do cargo de presidente da República. Ele inclui nessa trajetória, além dos cargos no Legislativo, a passagem de cinco anos pelo Ministério da Justiça.

É um contraponto à ideia defendida pelo juiz federal Sergio Moro, que diz que quando assumir o Ministério da Justiça, em janeiro, estará exercendo um cargo técnico. “Não existe cargo de ministro que não seja político. Um ministro tem que guardar uma relação com o governo e sua visão política”, diz.

Cardozo afirma que Moro, ao aceitar o convite do presidente eleito, Jair Bolsonaro, lança dúvidas sobre sua isenção na Lava Jato e diz que o juiz deveria ter se imposto uma “quarentena ética” antes de ir para o Executivo.

Como o senhor viu a nomeação do juiz Sergio Moro para o Ministério da Justiça? O convite eu acho que o próprio presidente eleito, Bolsonaro, já há muito tempo falava que algo poderia ocorrer. Eu me lembro que por volta de julho eu vi entrevistas do presidente eleito dizendo que iria nomear o Sergio Moro para a Suprema Corte. O que me espantou não foi o convite, foi a aceitação. Eu imagino, e me parece claro aos olhos de todos, que o juiz Sergio Moro tomou decisões que diretamente influenciaram o processo eleitoral.

Eu poderia até remontar a situações anteriores, como a divulgação dos áudios de uma conversa entre a presidente Dilma Rousseff e o presidente Lula, a prisão decretada por ele do candidato que se encontrava em primeiro lugar nas pesquisas (Lula) e mais recentemente, na véspera do primeiro turno, o juiz Moro utilizou um expediente jurídico para divulgar parcialmente a delação do ex-ministro (Antonio) Palocci, que já havia sido rejeitada na sua negociação pelo Ministério Público, que achava inconsistente e desacompanhada de provas. Aquilo atingia diretamente o partido político do presidente Lula e obviamente a candidatura de Fernando Haddad.

Mas o senhor vê relação entre essas decisões e a eleição? Diante disso tudo o que imaginar? O que eu imaginava? Que Moro, um defensor público da ética, defensor público da magistratura, ele sempre disse que não aceitaria nenhum cargo político porque isso poderia inclusive prejudicar o seu trabalho. Então eu imaginava: não, ele vai recusar.

Para minha surpresa, e fiquei estupefato, ele aceita. E não só desdizendo tudo aquilo que ele vinha dizendo antes, mas colocando evidência sobre uma acusação que já existia há muito tempo contra ele, de que ele tomava decisões arbitrárias e que tinha motivação política. Mais do que nunca agora isso precisa ser analisado e considerado.

Moro diz que o cargo é técnico, não político. Não existe cargo de ministro que não seja político. Um ministro tem que guardar uma relação com o governo e sua visão política. Ocupei como ministro da Justiça um cargo político, porque eu era totalmente fiel ao programa de governo de Dilma Rousseff. E todo ministro era assim. Não é possível imaginar transformar o Ministério da Justiça num cargo técnico. Ministro é governo e governo é político. Eu acho que se está tentando dourar uma pílula que não tem possibilidade de ser dourada.

Mas o senhor vê problema em ele assumir um cargo político? No fundo, ele está encontrando retoricamente uma maneira de dizer que o cargo é técnico para que ele possa se justificar diante daquilo que ele disse anteriormente. Agora, vamos ser sinceros? Ele não só disse isso como também o presidente disse que ele poderia ser nomeado para a Suprema Corte. Ora, depois disso ele tomou decisões que influenciaram o processo eleitoral. É uma situação que exigia dele, no mínimo, uma quarentena ética. Não é legal, porque não existe uma situação legal, mas deveria ter uma quarentena ética. Alguém que influencia o processo eleitoral tem que se considerar impedido de assumir cargos de livre nomeação de um governo que foi eleito a partir de decisões que ele tomou. Isso é questão de moralidade, questão de ética.

Ele participar do governo suscita dúvidas sobre sua isenção na Lava Jato? Eu diria que as dúvidas já estavam colocadas antes da aceitação. Há muitos juristas brasileiros e estrangeiros dizendo que há várias decisões que não se sustentavam e que qualificavam arbítrio. No entanto se faz isso. Por que se faz isso? Essa decisão dele agora coloca uma outra dimensão. Uma dimensão de, olha, quer dizer que existia um afinamento do juiz com aquele que seria eleito, com aquele que iria derrotar um certo campo ideológico e político? Havia um afinamento com aquele que derrotaria uma candidatura de centro-esquerda no Brasil? É isso? Não vão dizer que é arbitrário o que ele decidiu porque agora ele virou ministro. Essa discussão do arbítrio já existia muito antes e agora se coloca uma outra dimensão, que seria a finalidade, a razão de ser de possíveis arbítrios.

O juiz Moro se defende dizendo que a Lava Jato atingiu vários partidos, não só o PT. É impossível que as investigações de corrupção não atingissem um espectro amplo da política brasileira. A corrupção não nasceu agora no Brasil. Ela é estrutural. Ela é histórica. Agora, vamos olhar quantas prisões preventivas foram decretadas em relação a membros do PT durante tanto tempo, algumas delas, ao meu ver, sem justificativa, e outras que foram só recentemente decretadas em relação aos do PSDB.

Mas as decisões contra o PT foram arbitrárias e outras não? Eu acho que houve todo um conjunto de situações arbitrárias. Nem toda prisão é arbitrária. Houve prisões com provas, com indícios que justificam preventivas. Essas efetivamente devem ser decretadas. Agora, prisões sem provas para as pessoas delatarem? Prisões em várias situações que obviamente atingem o Estado de Direito. Situações desse tipo parece que foram muito mais reiteradas em relação a um campo político e particularmente ao PT. Eu não vou dizer que não se deve investigar o PT. Deve investigar todo mundo. Agora, houve uma construção de situações arbitrárias muito claramente colocadas contra um campo político.

O juiz Moro diz que não haverá perseguições políticas. Eu acredito que o juiz Moro perde agora a condição de julgador e passa a ter o papel de ser fiscalizado e ser julgado. É diferente. Eu espero que ele fique atento, porque o ministro da Justiça é o responsável pela harmonia do Estado de Direito, a harmonia entre poderes e buscar o funcionamento desta forma de estado. O temor que eu tenho é que ele não tenha a dimensão da grandiosidade funcional do Ministério da Justiça. O ministério não pode se limitar a combater a corrupção, embora seja muito importante este combate. Eu temo que ele avalie que o Ministério da Justiça tenha que ser a extensão da Lava Jato. Mas a Lava Jato é importante, não? Ele tem que continuar combatendo a corrupção, mas esta é uma das atividades do Ministério da Justiça. Ele é muito maior. A questão da segurança pública, das fronteiras, do sistema prisional, do consumidor, da política indígena, a relação com o Ministério Público e Judiciário, a redução de acidentes nas estradas federais, ou seja, há muitas prioridades.

Moro e o presidente Bolsonaro parecem divergir em alguns assuntos. Pode haver choque entre eles? Eu temo que isso vá acontecer em algum momento. Embora eu discorde muito da atuação judicial do ministro Moro, eu acredito que ele tem visões mais acirradas das conquistas da civilização humana. Acho eu que ele não defenderá o enquadramento de movimentos sociais em organizações terroristas, acho eu que ele não vai defender que um policial possa matar livremente qualquer pessoa, sem ser em legítima defesa, sem qualquer punição. Acho que em muitas questões o que o Bolsonaro fala ao meu ver são sinais da barbárie, um retrocesso no processo civilizatório. Eu acho que o juiz Moro, pelo o que eu conheço, não defenderá. Isso vai tornar inexorável que ou o presidente se submeta ao ministro da Justiça ou o ministro da Justiça se submeta ao presidente.

Opinião dos leitores

  1. Esquece esse PTista que o Eugênio Aragão foi ministro da Justiça do governo Dilma – deixou de ser membro do ministério público sem esse tal da quarentena kkkkk

    1. Eugênio Aragão assumiu quando homi?
      De desinformação em desinformação se monta um monte de mentiras e gera confusão na mente de fanáticos, lunáticos e sem razão.
      Acorde inocente. Eugênio Aragão foi indicado, mas não chegou a assumir porque o impediram alegando justamente o que hoje não se alega mais: suspeição.

  2. Quem é ele? que autoridade moral possui de tecer comentário crítico a autoridade de MORO!
    O silêncio lhe cairia em dose certa, como uma prenda valiosa.

  3. Sou anti-petista, e tenho uma visão clara da devastação que os governos do PT causaram no Brasil. Tanto ética, moral e economicamente. Mas tenho respeito por esse cara. Um ponto fora da curva. O que não entendo é como ele permanece ligado aos quadros do PT.

  4. Lógico que ele não aprovaria o Moro!!! Ele é o fiel defensor da quadrilha!!!
    BG o PT, assim como o seu governador acabou!!!’

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Economia

Riachuelo vende Midway Mall por R$ 1,6 bilhão — o maior negócio imobiliário da história do RN

Foto: Reprodução

O maior shopping do RN tem novo dono. A Guararapes, controladora das Lojas Riachuelo, fechou a venda do Midway Mall, em Natal, por impressionantes R$ 1,6 bilhão. O negócio atende a uma antiga cobrança dos investidores, que pediam há anos uma melhor alocação de capital do grupo potiguar, segundo informações do Metro Quadrado.

O valor é gigante: equivale a quase 30% do valor total da Guararapes na Bolsa, que encerrou a sexta-feira (7) valendo R$ 5,5 bilhões na B3. A notícia empolgou o mercado — as ações da empresa subiram quase 3% no pregão de hoje.

A companhia assinou um memorando de entendimento com um grupo de investidores liderado pela Capitânia, gestora de fundos imobiliários. O consórcio também reúne outros fundos do setor, um player que já atua na região e uma família tradicional do Nordeste.

Com o acordo, a Riachuelo reforça o caixa e dá um passo estratégico num momento de forte disputa do varejo nacional. O Midway Mall, ícone de Natal e um dos maiores shoppings do Nordeste, muda de mãos, mas continua sendo símbolo do poder econômico do RN no cenário nacional.

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Arte

Cesar Revorêdo une arte e cinema em “Todas as Mulheres do Mundo”, em São Miguel do Gostoso

Foto: Divulgação

São Miguel do Gostoso será palco do novo mergulho artístico de Cesar Revorêdo. O artista plástico potiguar apresenta a exposição “Todas as Mulheres do Mundo”, com curadoria de Manoel Onofre Neto, na Galeria Sol da Meia Noite, a partir do dia 15.

A exibição propõe um encontro entre arte e cinema, dialogando com a 12ª Mostra de Cinema de Gostoso e prestando uma homenagem sensível ao cineasta Domingos de Oliveira e à atriz Leila Diniz, ícones que transformaram a representação do feminino nas telas brasileiras.

“Todas as Mulheres do Mundo” é uma profunda reflexão sobre o universo feminino, apresentada pelas lentes sensíveis de Revorêdo. A exposição se alinha perfeitamente à Mostra de Cinema, funcionando como um enquadramento fixo e poético para a diversidade de narrativas em movimento do cinema.

O título da exposição é uma referência ao filme “Todas as Mulheres do Mundo”, de 1966, dirigido por Oliveira, tendo Diniz como atriz principal”, explica o curador Manoel Onofre Neto.

Fotos: Divulgação

Com pinturas e esculturas inéditas, Revorêdo celebra a força, liberdade e reinvenção da mulher contemporânea. “As obras são um tributo à mulher que se despede de velhos moldes para construir seus próprios presentes e futuros”, afirma o curador Manoel Onofre Neto.

A mostra representa um desdobramento natural da exposição Alma Mater, apresentada pelo artista há um ano em Natal, e agora ganha novos contornos em diálogo com o cinema e a paisagem de São Miguel do Gostoso.

Nas composições de Revorêdo, figuras femininas se entrelaçam a elementos simbólicos — gatos, cadeiras, escritas e cores intensas —, criando um território poético de intuição, coragem e delicadeza. “Todas as Mulheres do Mundo” é, sobretudo, um convite à contemplação da beleza que habita as pequenas grandezas da vida.

Serviço

Exposição: Todas as Mulheres do Mundo
Artista: Cesar Revorêdo
Curadoria: Manoel Onofre Neto
Vernissage: 15 de novembro, às 19h
Período da exposição: de 15/11 a 01/02/2026
Horário: Terça a domingo, das 19h às 21h
Durante a 12ª Mostra de Cinema de Gostoso (20 a 24/11): das 17h às 21h
Local: Galeria Sol da Meia Noite — Av. dos Arrecifes, 2452, São Miguel do Gostoso (RN)

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Política

Eduardo expõe Nikolas: “Quer se livrar do Bolsonaro sem perder votos bolsonaristas”

Foto: Reprodução

O deputado federal Eduardo Bolsonaro lançou mais uma farpa contra o colega Nikolas Ferreira. Em post compartilhado na rede social X, Eduardo acusa Nikolas de tentar se desvincular do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas mantendo o eleitorado bolsonarista. “Eles querem continuar sendo eleitos pelos bolsonaristas, mas não querem mais prestar contas ao Bolsonaro”, afirma a publicação.

Essa não é a primeira vez que Eduardo critica Nikolas publicamente. Em julho, chamou atenção ao dizer que era “triste ver a que ponto o Nikolas chegou”, mostrando que o racha na direita vem de longa data. O clima entre os jovens políticos bolsonaristas esquenta à medida que surgem dissidências internas, com Nikolas liderando parte desse movimento.

O episódio ganhou reforço nos registros da Polícia Federal. No relatório que embasou o indiciamento de Bolsonaro e do filho Eduardo por coação, consta que Eduardo compartilhou críticas a Nikolas com o pai via WhatsApp, em 17 de julho. As mensagens incluíam links de postagens que cobravam o deputado mineiro por não divulgar manifestações em apoio a Bolsonaro e por tentar se “descolar” do ex-presidente.

Uma das publicações compartilhadas diz: “Divulgar a manifestação na Av. Paulista, zero. Divulgar palestra em Curitiba, vale até repostar o Silvio Grimaldo. Jair Bolsonaro está em BH, já já veremos na prática a arte de ‘colar no Bozo’ pra depois ‘descolar do Bozo’”. O confronto evidencia o conflito interno que agita a base bolsonarista, enquanto jovens políticos tentam equilibrar popularidade e lealdade dentro do PL.

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Política

Lula quer taxar super-ricos e multinacionais para bancar clima: “Conta não fecha sem o capital privado”

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Lula voltou a defender impostos sobre multinacionais e sobre os super-ricos como forma de financiar o combate às mudanças climáticas. Segundo ele, sem mexer no bolso de quem concentra riqueza, a conta “não fecha”.

Em discurso na abertura da sessão sobre os 10 anos do Acordo de Paris, na Cúpula de Líderes antes da COP30 em Belém, Lula afirmou que os mais ricos poluem muito mais e, portanto, devem contribuir mais. “Um indivíduo do 0,1% mais rico emite, em um único dia, mais carbono que metade mais pobre do planeta em um ano”, disse.

O presidente também criticou o modelo atual de financiamento climático. Para ele, a maior parte dos recursos oferecidos a países em desenvolvimento vem na forma de empréstimos, obrigando o Sul a pagar o Norte. “Isso é um financiamento reverso, do Sul para o Norte Global. Não faz sentido ético ou prático”,.

Lula aposta que impostos sobre grandes corporações e patrimônio de super-ricos podem gerar recursos “valiosos” para ações climáticas, enquanto os orçamentos nacionais encolhem. A ideia reforça a pressão do Brasil por mais recursos internacionais para enfrentar os efeitos do aquecimento global.

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Política

PT e Planalto mandam silêncio sobre condenação de Bolsonaro

Foto: Reprodução

O PT e o Palácio do Planalto deram a ordem: ninguém deve comentar a decisão do STF que manteve a condenação de Jair Bolsonaro no inquérito do golpe. A orientação vale para ministros, parlamentares e aliados do governo. A justificativa oficial? A decisão “já era esperada” e não merece debate público.

Segundo informações do Metrópoles, a estratégia é clara: minimizar Bolsonaro e evitar qualquer repercussão negativa que tire o foco do governo. No momento, a prioridade do Planalto é a COP30, conferência da ONU sobre clima em Belém, e não brigar com o ex-presidente condenado.

Integrantes do PT reforçam que Bolsonaro “já está no passado” e que não será o adversário de Lula em 2026, tentando desarmar politicamente a narrativa da oposição. A mensagem interna é: não alimentar polêmica com o ex-presidente e manter a atenção em políticas e eventos positivos para o governo.

Enquanto isso, no STF, a Primeira Turma manteve a condenação de Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão, com votos de Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin. Mas no Planalto, o recado é simples: foco na gestão, silêncio sobre o ex-presidente.

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Política

Fátima trava diárias de R$ 5,4 mil e embarque do RN para COP30 vira impasse

Foto: Reprodução

A viagem da comitiva do RN para a COP30 virou impasse antes mesmo de começar. O motivo? As diárias de US$ 400 (cerca de R$ 5.400) que seriam pagas a cada integrante. Em 14 dias, cada participante poderia receber quase R$ 30 mil, segundo informações do Blog do Dina.

O Gabinete Civil do RN vetou os pagamentos e passou a buscar hospedagem via governo federal. A governadora Fátima Bezerra determinou que quem for à COP30 terá direito apenas à diária normal do estado, de até R$ 400. O impasse fez a comitiva reduzir a estadia em Belém, e a partida do grupo está prevista para amanhã.

Entre os nomes confirmados pelo governo no evento estão a própria governadora Fátima Bezerra, o secretário de Comunicação Daniel Cabral, a coordenadora Michelle Ferret Badiali, Emilia Dalva do Vale Casanova, Marina Melo Alves, Laíssa da Costa Ferreira, Diego Pereira Negrellos e o diretor do Idema, Werner Farkatt. Outro email obtido pelo Blog revela que a procuradora Gilka da Mata também faria parte do grupo.

Um ponto polêmico envolve a hospedagem em cruzeiros do governo federal, que cobrariam US$ 200 de quem optasse por essas acomodações. Até agora, não há confirmação do valor final das diárias nem de onde todos os integrantes ficarão hospedados. A expectativa é que esses detalhes sejam definidos nos próximos dias.

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Geral

Sindicato acusa MPRN de maquiar dados e denuncia “precarização recorde” no órgão

Foto: Reprodução

O Ministério Público do RN (MPRN) virou alvo de uma forte reação de servidores e entidades nacionais, que acusam a instituição de tentar maquiar números oficiais sobre o excesso de cargos comissionados e terceirizados, expostos em reportagem do jornal O Estado de São Paulo. As informações constam em nota de repúdio conjunta, assinada pela Federação Nacional dos Servidores dos Ministérios Públicos Estaduais (FENAMP), a Associação Nacional dos Servidores do Ministério Público (ANSEMP) e o Sindicato dos Servidores do Ministério Público do RN (SindsempRN), divulgada nesta sexta-feira (7).

Segundo as entidades, o MPRN tem hoje mais cargos comissionados e vínculos precários do que servidores concursados — desmontando a ideia de um quadro técnico estável. Documentos da própria Procuradoria-Geral de Justiça apontam que apenas 30% dos cargos comissionados são ocupados por servidores efetivos, e esse número vem caindo mês a mês.

Mesmo assim, a Procuradoria tenta emplacar na Assembleia Legislativa um projeto de lei que reduz de 30% para 20% o número mínimo de cargos destinados a servidores de carreira. O artigo polêmico, relatado pela deputada Isolda Dantas (PT), foi embutido no texto que trata da recomposição salarial da categoria — um típico “jabuti legislativo”, segundo os sindicatos.

Além de ser considerado inconstitucional, o projeto ainda prevê reajuste abaixo da inflação, aprofundando a perda de quase 25% no poder de compra dos servidores.

Os números oficiais mostram um quadro alarmante: 515 cargos comissionados, 439 servidores efetivos, 339 terceirizados e 431 estagiários. Ou seja, mais da metade do MPRN é formada por vínculos precários, algo que as entidades classificam como “vergonhoso” e “contrário à moralidade que o próprio Ministério Público cobra dos outros órgãos”.

MPRN desafia STF e piora precarização

O Sindicato lembra ainda que o STF já considerou inconstitucional uma tentativa semelhante de reduzir o percentual de efetivos, e que a nova manobra representa uma “afronta direta” à Corte.

Para as entidades, o MPRN caminha para se tornar um dos Ministérios Públicos mais precarizados do país, desvalorizando o servidor concursado e enfraquecendo o serviço público.

“É inaceitável que uma instituição que deveria ser exemplo de legalidade lidere a precarização do trabalho”, afirmam em nota de repúdio assinada pelas três entidades.

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Geral

Prefeita Janaína de Salin dá pontapé na reforma do Mercado Público de Lagoa de Pedras

Foto: Divulgação

A prefeita de Lagoa de Pedras, Janaína de Salin, anunciou o início da reforma do Mercado Público Municipal, uma das obras mais esperadas pela população. Os serviços começam neste mês de novembro e têm como objetivo revitalizar um dos principais espaços de convivência e geração de renda do município. O projeto vai garantir mais conforto e melhores condições de trabalho para os comerciantes, além de mais segurança e comodidade para os consumidores.

A intervenção contempla melhorias estruturais completas, como a recuperação das instalações elétricas e hidráulicas, modernização dos boxes, reforma dos banheiros, ampliação das áreas de circulação e adequação às normas de acessibilidade. Com a obra, a Prefeitura pretende transformar o mercado em um ambiente mais limpo, organizado e funcional, incentivando o comércio local e fortalecendo a economia da cidade.

Foto: Divulgação

Segundo a prefeita Janaína de Salin, a obra representa um passo importante na valorização dos espaços públicos e na melhoria da qualidade de vida dos moradores. “É com muita alegria que anunciamos essa conquista. O Mercado Público é parte da história e da rotina da nossa cidade. Com essa reforma, queremos oferecer um ambiente digno, moderno e acolhedor para todos que fazem e frequentam o comércio local”, destacou a gestora.

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Geral

Com voto de Zanin, STF tem maioria para manter condenação de Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão

Foto: Ton Molina/STF

A Primeira Turma do STF formou maioria para negar os recursos apresentados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e outros seis condenados por participação na tentativa de golpe de Estado. O julgamento ocorre no plenário virtual e vai até 14 de novembro.

O relator, Alexandre de Moraes, votou pela rejeição dos recursos e foi acompanhado por Flávio Dino e Cristiano Zanin. Falta apenas o voto de Cármen Lúcia.

Os réus apresentaram embargos de declaração, recurso usado para pedir esclarecimentos sobre a decisão. As defesas questionavam pontos como cálculo das penas e suposta falta de provas.

Moraes afirmou que o recurso de Bolsonaro apenas repetiu argumentos já rejeitados e destacou que ficou demonstrado que o ex-presidente atuou como líder de uma organização criminosa com objetivo de manter-se no poder via ruptura institucional.

Em setembro, os ministros concluíram que o grupo formou uma organização criminosa armada que tentou impedir a posse do presidente Lula em 2023.

A defesa ainda pode apresentar um segundo embargo. Só após a rejeição definitiva é que poderá iniciar o cumprimento da pena, definida em 27 anos e 3 meses para Bolsonaro.

Atualmente, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar em outro processo, relacionado à tentativa de influenciar o governo Trump contra o Judiciário brasileiro. No caso da trama golpista, Moraes ainda definirá se a pena será cumprida em casa, em unidade militar ou na sede da PF.

Com informações de O Globo

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Geral

Abin aponta envolvimento do Comando Vermelho em todos os confrontos entre facções no Brasil

Foto: reprodução/TV Senado

O coordenador-geral de análise de conjuntura da Abin, Pedro de Souza Mesquita, afirmou que o Comando Vermelho (CV) está presente em todos os confrontos entre facções criminosas no país. A declaração foi feita em reunião no Senado que discutiu o avanço do crime organizado no Brasil.

Segundo Mesquita, o CV iniciou sua expansão em 2013 e se consolidou em 2024, tornando-se um dos principais desafios à segurança nacional. O diretor de inteligência interna da Abin, Esaú Feitosa, destacou que o tema já ultrapassou o âmbito policial: “O crime organizado deixou há muito tempo de ser um problema somente policial”.

A Abin também apontou o crescimento do Terceiro Comando Puro (TCP). Um relatório da agência mostra que o grupo já atua em nove estados além do Rio de Janeiro: Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Ceará, Amapá, Acre, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.

De acordo com a Abin, o CV amplia sua influência oferecendo logística para compra de drogas e armas a facções locais. Já o TCP passou a disputar territórios oferecendo a mesma estrutura — fornecimento de armas, drogas e abrigo em comunidades sob seu domínio.

A expansão simultânea de CV e TCP, segundo a inteligência brasileira, acende um alerta nacional, pois leva a outros estados o padrão de confrontos violentos típico do Rio de Janeiro.

Com informações de g1

Opinião dos leitores

  1. Segundo a especialista da Globo, é fácil desarmar essa e todas outras facções: É só levar um bisaco de pedras e jogar nos meliantes armados com .50, fuzis e entres outras armas de fogo, afinal segundo o molusco de 9 dedos eles são vítimas dos viciados e da sociedade.

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