Medida tem como objetivo garantir a segurança de banhistas e das tartarugas-de-pente, espécie que se encontra em plena temporada de desova – Foto: Canindé Soares
O Ministério Público Federal (MPF) enviou nesta quarta-feira (16) um ofício ao município de Baía Formosa determinando que a prefeitura local adote, em um prazo máximo de 48 horas, medidas para impedir o tráfego de veículos na beira-mar, fechando todos os acessos às praias localizadas em seu território. O documento requer, ainda, que seja implementada uma fiscalização móvel capaz de abordar e autuar quem vier a desrespeitar os bloqueios.
A urgência na adoção das medidas se dá pelos riscos à segurança tanto dos banhistas, quanto de espécies animais como a tartagura-de-pente, e a pressa é necessária pela proximidade do feriado prolongado de Semana Santa e Tiradentes, que deve intensificar a presença de pessoas e de veículos na região.
Denúncias de que um tráfego intenso vem ocorrendo na beira-mar da cidade chegaram ao MPF e, segundo as informações, não tem havido qualquer fiscalização por parte do poder público municipal.
Perigos – Um dos principais riscos é o esmagamento dos ninhos das tartarugas-de-pente, já que seus ovos são enterrados na praia, sob uma fina camada de areia. A espécie se encontra atualmente em plena temporada de reprodução e desova (que prossegue até junho).
“É de conhecimento incontroverso que o tráfego de veículos nas praias impacta em demasia o processo reprodutivo dessas espécies da fauna que, frise-se, são extremamente raras e estão ameaçadas de extinção”, aponta o ofício.
O MPF lembra que o ir e vir de carros, quadriciclos, motos e outros tipos de veículos também coloca em risco a segurança de banhistas, principalmente crianças e idosos, mas de modo geral todos os usuários das praias, incluindo as pessoas que permanecem no local a trabalho durante todo o dia.
Precedente – Transitar com veículos automotores na orla de Baía Formosa contraria o Código de Trânsito Brasileiro e até mesmo uma Portaria Conjunta do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/RN) e do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema/RN) de 4 de janeiro de 2022.
Com base nessas proibições, o MPF obteve recentemente na justiça a imposição de obrigações semelhantes ao município de São Miguel do Gostoso, para que impeça o tráfego de veículos nas praias daquela cidade. Se, no caso de Baía Formosa, não houver concordância da prefeitura em adotar as medidas necessárias, o Ministério Público poderá buscar judicialmente a solução do problema.
A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU) informou na manhã desta quinta-feira (15), que por conta das chuvas que caem em Natal, foram registrados 13 pontos de alagamento na capital. Segundo a secretaria, todas as vias estão classificadas como transitáveis para os veículos.
Veja os pontos de alagamento em Natal:
Av Solange Nunes Próximo a Unimetais, Cidade Nova
Situação: Transitável
Rua Antônio Freire de Lemos com Rua Marcos Augusto Teixeira, Planalto
Situação: Transitável
Rua Presidente Sarmento – Alecrim (próximo ao mercado)
Situação: Transitável
Av. Hermes da Fonseca com Rua Ângelo Varela
Situação: Transitável
Av. Nevaldo com Coronel Estevam
Situação: Transitável
Av. Da Integração, Próximo a Lagoa de Captação de Candelária
Situação: Transitável
Av. Rui Barbosa com Auris Coelho, sentido Nova Descoberta
A partir de 1º de junho, os brasileiros que viajarem à China para turismo, negócios, visita a parentes e amigos, visitas de intercâmbio ou trânsito poderão permanecer no país por até 30 dias, sem necessidade de visto. A medida vale também para argentinos, chilenos, peruanos e uruguaios.
Foi o que anunciou nesta quinta (15) o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, durante entrevista coletiva. Em princípio, a isenção de visto será válida até 31 de maio de 2026, em caráter experimental. Depois disso, Pequim decidirá se prolonga a política.
Na terça-feira, na abertura do Fórum China-Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe), ao lado de Lula e outros chefes de Estado, o líder chinês, Xi Jinping, havia anunciado a medida para cinco países da região, sem dizer quais.
Não foi detalhada a razão de terem sido selecionados esses cinco países. Também estavam presentes na cerimônia com Xi os presidentes Gabriel Boric, do Chile, e Gustavo Petro, da Colômbia, que não entrou na lista. O argentino Javier Milei, que chegou a anunciar que viria ao fórum, enviou um representante.
A influenciadora Virginia Fonseca, 26, perdeu mais de 230 mil seguidores no Instagram após prestar depoimento, na terça-feira (13), à CPI das Bets, no Senado.
Virginia possui, no momento da publicação deste matéria, 53 milhões, 184 mil e 70 seguidores na rede social. Antes da CPI, ela possui um número de 53 milhões 424 mil e 41 acompanhantes. Os dados foram retirados do site de estatísticas Social Blade.
A todo, a influenciadora perdeu um total de 239 mil e 311 seguidores. O número, no entanto, representa nem 1% do total de seguidores dela na plataforma.
Virginia Fonseca compareceu ao Senado Federal para depor sobre campanhas publicitárias relacionadas a jogos de azar e apostas online.
Durante a sessão, Virginia respondeu questionamentos sobre cachês recebidos por publicidades e contratos com grandes empresas de apostas online. Na coasião, ela se recusou apenas a responder sobre o maior valor recebido em propaganda para empresas de apostas.
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL) protocola, na manhã desta quinta-feira (15/5), um pedido de impeachment do ministro Flávio Dino (STF) por suposto crime de responsabilidade. A representação acusa o magistrado de atuação político-partidária, vedada a integrantes do Supremo, após Dino sugerir uma “chapa imbatível” para as eleições ao Governo do Maranhão, encabeçada por Felipe Camarão (PT), atual vice-governador.
“Sob qualquer ângulo, dúvidas não pairam de que Sua Excelência transpôs os limites impostos aos magistrados e efetivamente atuou com viés político em evento público de notoriedade”, afirma a denúncia de Nikolas obtida pela coluna. O documento é direcionado ao Senado, Casa responsável por analisar o afastamento de ministros do Supremo. Já interlocutores de Dino argumentam que a declaração do ministro “foi em tom de brincadeira” e negam qualquer tipo de atuação partidária.
A fala de Flávio Dino que provocou o pedido de impeachment ocorreu durante aula magna do curso de direito do Centro Universitário UNDB, em São Luís (MA). Diante de uma plateia de estudantes, e na presença de Felipe Camarão e da professora Teresa Helena Barros, o ministro afirmou. “É um prazer te ver, Felipe. Em nome dessa amizade, quero te dar uma sugestão: coloque a Teresa como vice-governadora, que essa chapa vai ficar imbatível, porque essa mulher é popular”.
Em outro trecho, o ministro comentou a recepção do público às figuras políticas. “Quando vocês aplaudiram, eu disse: ‘Camarão é o cara’. E quando vocês aplaudiram mais a Teresa, pronto”, declarou, sob aplausos da plateia. Para Nikolas Ferreira, as falas ultrapassam os limites da liberdade de expressão pessoal e representam “interferência indevida no processo político local”.
Felipe Camarão é o pré-candidato do PT ao Governo do Maranhão em 2026. Foco do gracejo de Dino, a professora Teresa Helena Barros não faz planos de ingressar na política. Veja abaixo o discurso que fez Nikolas protocolar o pedido de impeachment contra o ministro do STF.
O documento protocolado por Nikolas Ferreira sustenta que o ministro violou preceitos constitucionais e infraconstitucionais ao abandonar a exigida neutralidade que rege a conduta dos membros do Judiciário.
A peça menciona ainda o desconforto entre aliados do governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), adversário político de Camarão após romper com o vice. “A ativa atuação do ministro, do ponto de vista político, no que diz respeito aos rumos das eleições para o governo do estado, pode ser verificada no vídeo em que o atual vice-governador afirma que o ministro elegeu diversos vereadores em 2024”, argumenta o deputado.
Nesse segundo vídeo, Felipe Camarão afirma: “Para você ter uma ideia, são 31 vereadores em São Luís. Nós elegemos 26 [em 2024]. Nosso campo político, nosso time: Lula, Brandão, Dino e Camarão”, disse o vice-governador, em entrevista ao canal MyNews.
Nikolas x Dino
Para Nikolas, a declaração do vice-governador reforçaria a suposta participação eleitoral de Flávio Dino mesmo após sua ida para o STF, em dezembro de 2023. O parlamentar prepara uma outra representação a ser protocolada no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Nikolas também aponta que Dino assumiu o STF em fevereiro de 2024, sem intervalo, após longa trajetória político-partidária. Flávio Dino foi governador do Maranhão de 2015 a 2022 e ministro da Justiça no governo Lula. Para o parlamentar, esse histórico exige ainda mais rigor quanto à neutralidade institucional esperada. “O indigitado agente público não apenas rompeu com o dever de neutralidade, como utilizou evento institucional, sua visibilidade pública e sua autoridade de ministro do Supremo Tribunal Federal para interferir diretamente na seara política do Maranhão”, diz o texto.
Juiz federal entre 1994 e 2006, Flávio Dino foi governador do Maranhão de 2015 a 2022, quando foi eleito senador. Em 2023, assumiu o Ministério da Justiça no governo Lula. No mesmo ano, em novembro, foi indicado pelo presidente para uma vaga no Supremo Tribunal Federal. Sua nomeação foi aprovada pelo Senado em dezembro, e ele tomou posse como ministro da Corte em fevereiro de 2024.
A Americanas divulgou na 4ª feira (14.mai.2025) os resultados financeiros do 1º trimestre de 2025. O relatório indica que, de janeiro a março, a rede registrou um prejuízo de R$ 496 milhões. No mesmo período do ano anterior, a companhia teve lucro de R$ 453 milhões.
Segundo o documento, os resultados financeiros do 1º trimestre “foram impactados pelo descasamento da data da Páscoa, importante evento da companhia e que, este ano, ocorreu no 2º trimestre, no dia 20 de abril”.
A empresa encerrou o 1º trimestre de 2025 com um GMV (sigla para Volume Bruto de Mercadorias) total de R$ 4,1 bilhões, representando uma queda de 24,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. O desempenho foi impactado pela retração de 21,1% no GMV físico, um reflexo da data da Páscoa, segundo a companhia.
O lucro bruto consolidado da Americanas nos 3 primeiros meses de 2025 foi de R$ 891 milhões, representando uma queda de 27,6% em relação ao mesmo período de 2024. A margem bruta no trimestre foi de 29,1%, uma redução de 4,1 pontos percentuais na comparação anual.
A empresa teve crescimento de 14,2% nas vendas brutas no conceito “mesmas lojas” (que engloba as unidades que operam há mais de 12 meses) nos 4 primeiros meses de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior. O desempenho foi impulsionado pela Páscoa, cuja expansão foi de 16%, um novo recorde de vendas para a empresa na data, totalizando R$ 1,2 bilhão.
O relatório cita o período da volta às aulas, em que houve um crescimento de mais de 11% nas vendas brutas “mesmas lojas” em relação ao ano anterior.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chegou à capital turca, Ancara, nesta quinta-feira (15) para uma reunião com o presidente Tayyip Erdogan, enquanto em Istambul autoridades russas e ucranianas deveriam iniciar negociações de paz separadamente.
O avião de Zelensky pousou no Aeroporto de Esenboga, em Ancara, e ele se encontraria com Erdogan às 7h (horário de Brasília).
Ao chegar, o líder de Kiev afirmou que a Ucrânia decidirá sobre os próximos passos nas negociações com a Rússia após o encontro com Erdogan.
O ucraniano também disse aos repórteres, no aeroporto de Ancara, que não foi oficialmente informado sobre quem está na delegação russa e que ela é “decorativa”.
O chefe da diretoria de comunicação presidencial turca, Fahrettin Altun, declarou que Erdogan discutirá com Zelensky todos os aspectos dos últimos acontecimentos na guerra entre Rússia e Ucrânia, em uma publicação na rede social X.
Segundo o gabinete do líder turco, ele enfatizará a visão da Turquia de que deve haver um cessar-fogo e negociações de paz sem demora para encerrar a guerra com Moscou.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar a regulação das redes sociais. Em entrevista ao portal UOL, nesta quarta-feira, 14, o ex-chefe do Executivo disse que a proposta pode levar a uma “censura bruta”.
Bolsonaro também negou ter incentivado a manifestação que ocorreu em 8 de janeiro de 2023. Ao UOL, o ex-presidente atribuiu responsabilidade à esquerda. Ele lembrou que, à época, o governo já estava sob o comando do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Bolsonaro criticou governadores de direita
Além disso, o ex-chefe do Executivo criticou o silêncio dos governadores de direita diante de sua inelegibilidade. Bolsonaro sugeriu que eles deveriam questionar os motivos da decisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal.
O ex-presidente rejeitou incluir a inelegibilidade no projeto de anistia e defendeu a ideia de que não deveria ser responsabilizado pelas depredações ocorridas enquanto estava fora do país. “Estava fora em janeiro”, disse. “É justo pagar uma pena por depredação de patrimônio se eu estava na Disney?”
Sobre o escândalo no INSS, Bolsonaro defendeu investigações sobre descontos ilegais em aposentadorias. “Nós, da direita, assinamos a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI)”, disse. “PT, Psol, PCdoB, PDT, ninguém assinou.”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se irritou, nesta terça-feira (13), ao defender o comentário da primeira-dama, Janja da Silva, sobre o TikTok que teria criado um “constrangimento” durante uma reunião com o ditador chinês Xi Jinping. Janja teria reclamado que o algoritimo da plataforma chinesa favorece conteúdos da direita diretamente a Xi Jinping, que teria respondido dizendo que o Brasil tem o direito de regular ou banir o TikTok.
O suposto climão foi divulgado pelos jornalistas Andréia Sadi e Valdo Cruz no portal g1, que ouviram ministros presentes no encontro. Os membros da comitiva presidencial teriam relatado que o comentário de Janja gerou um constragimento com Xi e a primeira-dama da China, Peng Liyuan.
Essa não é a primeira vez que a atuação de Janja no governo é alvo de controvérsia.
A Gazeta do Povo selecionou outras “janjadas” (entre gafes, deselegâncias e descomposturas) cometidas pela socióloga — e que ilustram sua insistência em protagonizar a cena política, mesmo sem sequer ter um cargo oficial para isso.
As controvérsias e gafes de Janja
1. Gafe de Pequim
Janja teria reclamado que o algoritmo da plataforma chinesa TikTok favorece conteúdos da direita diretamente a Xi Jinping, que teria respondido dizendo que o Brasil tem o direito de regular ou banir o TikTok. Membros da comitiva teriam relatado que Janja gerou um constrangimento com Xi e a primeira-dama da China, Peng Liyuan.
2. Diplomacia de baixo nível
Durante o G20 Social, em novembro de 2024 no Rio de Janeiro, Janja defendia a regulamentação das redes sociais quando o sinal sonoro de um navio interrompeu sua fala. Na tentativa de fazer uma piada, afirmou: “Deve ser o Elon Musk”. Em seguida, ela garantiu não ter medo do empresário e disse: “F* you, Elon Musk”, deslocando o foco do encontro concebido para servir de vitrine para o Brasil.
3. Resposta Grosseira
Em outro painel do G20, a primeira-dama se irritou com uma mulher que chamou o evento de música da cúpula de “Janjapalooza”. “Não, filha, é Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. Vamos ver se você consegue entender a mensagem, tá?”, disse Janja, em tom grosseiro e causando um mal estar geral entre os presentes.
4. A decoradora
Em 2023, Janja culpou o ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira dama Michelle de terem “levado tudo” do Palácio do Alvorada, referindo-se aos móveis. Os itens foram encontrados meses depois e o governo foi condenado a indenizar o casal Bolsonaro por danos à sua imagem e reputação. Nesse meio tempo, Janja comandou uma redecoração do espaço, gastando mais de R$ 26 milhões.
5. Dancinha insensível
Em setembro de 2023, enquanto o povo do Rio Grande do Sul sofria com enchentes devastadoras, Janja literalmente, dançou. A cena descontraída foi gravada por sua própria equipe, logo após o desembarque da primeira-dama na Índia.
Após receber uma enxurrada de críticas por sua desconexão com a realidade, ela apagou o vídeo e deu a desculpa mais esfarrapada do mundo: “Meu sorriso e minha alegria nunca significarão falta de empatia e solidariedade pelo próximo”.
6. Deboche e desdém
Questionada sobre a morte de Francisco Luiz, autor do atentado na Praça dos Três Poderes, em novembro de 2024, Janja riu da situação e disso: “o bestão lá acabou se matando com fogos de artifício”. Ela ainda aproveitou a ocasião para defender a regulamentação da internet e alfinetar a direita: “Olha só o que faz (sic) as redes sociais na mente das pessoas.”
7. Desrespeito à História
Em novembro de 2024, durante a reabertura da galeria dos ex-presidentes do Brasil, instalada no Palácio do Planalto, Janja fez pouco caso da história do país: “Pascoal Ranieri Mazilli, vocês tinham ouvido falar desse presidente? [No poder] do dia 2 ao dia 15. Gente, ele não merece estar aqui. Ah, bom, tem vários que não merecem”, afirmou, em frente à imagem de Mazilli, que era presidente da Câmara em 1964.
A Advocacia-Geral da União (AGU) notificou nesta quarta-feira (14/5) as empresas Meta e TikTok para que removam de suas redes sociais, em até 24 horas, publicações que contenham “fake news” (conforme a visão da órgão) sobre a viagem da comitiva do governo brasileiro à Rússia. A Meta é detentora das redes Facebook, Instagram e Threads.
Nas notificações extrajudiciais enviadas às duas empresas, a partir de pedido da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom-PR), a AGU aponta os principais links de acesso aos “conteúdos falsos”. Depois, ressalta que a manutenção de “desinformação nas redes contraria os Termos de Uso das próprias plataformas”.
Janja
Por meio da Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia (PNDD), a AGU ressalta que as publicações, entre outros aspectos, “atribuem falsamente à primeira-dama do Brasil, Janja, integrante da comitiva brasileira durante a viagem institucional, conduta de transporte de valores em espécie de origem ilícita, associada a uma suposta apreensão do material, que teria acarretado escândalo diplomático com autoridades da Rússia”.
A AGU classifica como “desinformação” os fatos centrais das postagens:
Que a viagem teria ocorrido em avião de carga da Força Aérea Brasileira (FAB), na qual constariam como bagagens 200 malas com dinheiro desviado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS);
e que a primeira-dama teria sido detida em aeroporto na Rússia com o referido conteúdo, fato que teria ocasionado incidente diplomático entre os dois países.
Para a AGU, o objetivo da divulgação de “informações falsas” é atingir a legitimidade da própria missão diplomática do Estado brasileiro.
“Conteúdo desinformativo”
A AGU considera que “trata-se, segundo as notificações, de conteúdo desinformativo com potencial de vulnerar a estabilidade institucional e de comprometer a integridade das políticas públicas tuteladas pela União, em especial a de relações exteriores do Brasil com outras nações, de competência desse ente federativo, tal como previsto no art. 21, inciso I, da Constituição Federal”.
Os procuradores classificam os conteúdos como “de manifesta desinformação, desprovida de qualquer lastro ou evidência, pois expõem manifestação sobre ocorrências que não condizem com a realidade, com o efeito de enganar o público sobre as ações do Poder Público com vistas estreitar laços com outros países”.
“Omissão culposa”
Caso não removam as “fake news” listadas, de acordo com a AGU, as plataformas poderão incorrer em omissão culposa, ensejando sua responsabilização: “As mensagens têm o condão de confundir o público interno sobre tema relevante (relações diplomáticas) e sensível (missão oficial do Estado brasileiro)”.
A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) condenou por unanimidade a deputada Carla Zambelli (PL-SP) a dez anos de prisão, além da perda do mandato, por invasão ao sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e falsidade ideológica.
O relator do caso, Alexandre de Moraes, havia votado na sexta-feira (9) pela condenação, sendo acompanhado pelos ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia. Embora já houvesse maioria para a decisão, ainda faltava o voto de Luiz Fux, que se manifestou nesta quarta (14), formando o placar de 5 a 0.
Depois do final do julgamento no plenário virtual, aberto até a próxima sexta (16), ainda caberá recurso no STF, e as penas só deverão ser aplicadas após o trânsito em julgado do processo (quando não são possíveis mais recursos).
Em seu voto, Moraes disse que a perda do mandato deve ser aplicada porque a pena de prisão em regime fechado provocaria a ausência da parlamentar por mais de 120 dias. A Constituição prevê que, nesses casos, a suspensão dos direitos políticos é automática.
Os ministros da Primeira Turma também votaram pela condenação do hacker Walter Delgatti Neto.
A pena sugerida por Moraes para Delgatti é menor, de oito anos e três meses de prisão. Os dois também devem pagar uma multa de R$ 2 milhões a título de danos materiais e morais coletivos e ficam inelegíveis pelo prazo de oito anos.
Em nota, a defesa de Zambelli afirmou que o Supremo desprezou argumentos que levariam à nulidade do processo e cerceou o trabalho dos advogados.
“Absolutamente injusto que a deputada tenha sido julgada e condenada sem provas irrefutáveis e induvidosas, ainda mais por fatos que desconhecia, como por exemplo os alvarás falsos que o mitômano Walter fez para seu primo e terceiras pessoas”, disse o advogado Daniel Bialski.
A deputada afirmou que é vítima de perseguição política e que o voto de Moraes desconsidera os fatos. “Não há qualquer prova que sustente essa condenação. O que existe é uma tentativa clara de silenciar uma mulher de direita, deputada eleita pelo povo, que não se curva diante de abusos de poder.”
Em março, o STF já havia formado maioria para condenar Zambelli a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto e à perda de mandato por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma. O julgamento foi suspenso devido a um pedido de vista de Kassio.
O TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) também decidiu em janeiro cassar o mandato de Zambelli, por desinformação eleitoral no contexto da eleição de 2022. mas os efeitos da decisão só passariam a ser válidos após o esgotamento dos recursos.
No julgamento desta semana no STF, Moraes afirmou que Zambelli “demonstrou pleno conhecimento da ilicitude de suas condutas, agindo de modo premeditado, organizado e consciente, na busca de atingir instituições basilares do Estado democrático de Direito”.
“Como deputada federal, portanto representante do povo brasileiro e jurada a defender a Constituição, utilizou-se de seu mandato e prerrogativas para, deliberadamente, atentar contra a credibilidade do Poder Judiciário”, diz o ministro.
Ao fixar as penas em patamares mais elevados contra Zambelli, Moraes avaliou a conduta social da deputada, a personalidade e os motivos para a prática delituosa.
Ele diz que a conduta social de Zambelli demanda um “incremento na reprimenda penal, pois totalmente desajustada ao meio em que vive a acusada”. A pena também deve ser maior, segundo o ministro, porque a deputada demonstra “desprezo e desrespeito ao ordenamento jurídico, às instituições e, consequentemente, à democracia”.
Walter Delgatti Neto ficou conhecido por ter invadido contas de autoridades no Telegram, entre elas de integrantes da força-tarefa da Lava Jato e do ex-juiz Sergio Moro, responsável pelos julgamentos em Curitiba.
Ele repassou as mensagens ao site The Intercept Brasil, que revelou o caso posteriormente conhecido como Vaza Jato. Outros veículos publicaram reportagens com o conteúdo dos diálogos, entre os quais a Folha.
As mensagens motivaram o STF a anular processos da Lava Jato sob acusação de conluio entre procuradores da Operação Lava Jato e o ex-titular da 13ª Vara Federal de Curitiba Sergio Moro. Delgatti está preso desde 2023, condenado a 20 anos de prisão pela invasão das contas do Telegram.
A denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) diz que Zambelli planejou e comandou a invasão aos sistemas institucionais do CNJ, com o auxílio de Delgatti. O objetivo seria emitir alvarás de soltura falsos e provocar confusão no Judiciário.
Sob o comando de Zambelli, diz a denúncia, Delgatti “emitiu documentos ideologicamente falsos, com o fim de prejudicar direitos”.
A PGR diz que Delgatti conseguiu invadir o sistema do CNJ por meio de credenciais de outros funcionários do órgão e, em 4 de janeiro de 2023, incluiu três alvarás de soltura falsos.
O hacker ainda inseriu no Banco Nacional de Mandados de Prisão um mandado de detenção preventiva falso contra Alexandre de Moraes por “organização criminosa”. Essa credencial forjada foi elaborada a partir do acesso a outra credencial de um funcionário do CNJ.
“A inclusão do falso mandado de prisão ocorreu a partir de uma credencial forjada, com privilégios de magistrado, criada pelo denunciado”, diz o procurador-geral da República, Paulo Gonet.
As invasões ocorreram no contexto da disputa eleitoral entre Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT) no fim de 2022.
Em depoimento à PF, Delgatti confessou que invadiu o sistema do CNJ e incluiu o falso mandado de prisão contra Moraes.
O caso foi investigado pela Polícia Federal em 2023, quando tornou-se público que o hacker Delgatti tinha se aliado a Bolsonaro para planejar ações contra as urnas eletrônicas.
A principal interlocutora de Delgatti no bolsonarismo era Carla Zambelli. Dados de transações financeiras entregues à PF pelo hacker mostram que pessoas próximas à deputada repassaram R$ 13,5 mil a ele —o que, para a PGR, sinaliza possível pagamento para os serviços contra o CNJ.
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