A cúpula do governo pediu para o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, “submergir” e parar de falar sobre investigações em andamento. O recado foi transmitido a Segovia, nos últimos dias, após ele ter indicado que o inquérito contra o presidente Michel Temer – aberto para apurar denúncias de irregularidades na edição do Decreto dos Portos – seria arquivado.
Na avaliação do Palácio do Planalto, a entrevista de Segovia à agência de notícias Reuters causou constrangimento a Temer e ao delegado Cleyber Lopes, responsável pelas apurações. Em conversas reservadas, auxiliares de Temer lembraram não ser a primeira vez que o diretor-geral da PF “fala demais”, provocando mal-estar no governo.
O presidente da comissão, Mauro Menezes, afirmou que Segovia pode ser alvo de um inquérito para apurar se houve alguma conduta não condizente com o cargo ocupado por ele. “Se houver o ingresso de alguma representação, nós certamente levaremos na reunião de segunda-feira. Se não houver nada até lá, a própria comissão poderá discutir o caso e decidir se abre ou não um processo”, disse Menezes ao Estado.
Segovia também foi intimado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso a se manifestar nos autos sobre o teor de suas declarações a respeito do inquérito contra Temer. Barroso é relator do inquérito no Supremo e, em seu despacho, escreveu que a conduta de Segovia, “se confirmada, é manifestamente imprópria e pode, em tese, caracterizar infração administrativa e até mesmo penal”.
O diretor-geral da PF disse ter sido “mal interpretado” e pediu audiência com Barroso, marcada para segunda-feira.
No Congresso, partidos de oposição, como o PT, ameaçam entrar com representação contra Segovia, na próxima semana.
Segundo o líder do PSOL na Câmara, deputado Ivan Valente (SP), a estratégia será não apenas acionar a Comissão de Ética Pública da Presidência como convocar Segovia a dar explicações no Congresso. “Essa investigação sobre o presidente Michel Temer tem um potencial muito explosivo”, argumentou Valente.
O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), por sua vez, anunciou que apresentará convitepara ouvir o diretor-geral da PF na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
ESTADÃO CONTEÚDO
A permanência de Segovia no cargo configura ofensa à moralidade administrativa e desvio de finalidade.
Sem comentários. E viva a Paraíso da Tuiuti. Ou tapa gostoso na cara dos otários.
Abafa……
Trocando em miúdos, cala a boca e deixa a poeira baixar pra fazermos isso sem despertar a atenção.