Marcello Casal/Agência Brasil
Em um ano, o número de processos judiciais por “erro médico” em sistemas públicos e particulares de saúde aumentou 506% no Brasil. Os dados são do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e se referem a 2023 e 2024, período que o país registrou 12.268 e 74.358 ações sobre o tema, respectivamente. Os processos são relacionados a danos morais ou materiais, termos que passaram a ser usados pelo sistema judiciário em problemas decorrentes da prestação de serviços de saúde.
Em 2024, apenas no sistema público, as ações por danos morais chegaram a 10.881, e por questões materiais, a 5.854. No serviço particular, os números quase triplicam, com 40.851 e 16.772, respectivamente. Comparado ao ano anterior, os valores cresceram pelo menos seis vezes. Em média, no ano passado foram ao menos 203 processos registrados por dia.
Globalmente, a OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que um a cada dez pacientes sofra danos em cuidados de saúde e 3 milhões de pessoas morram anualmente devido a cuidados inseguros. Entre fatores, estão erros de medicamentos, cirúrgicos e de diagnóstico, além de infecções associadas a cuidados de saúde e outros. Mais de 50% dos danos são evitáveis, e metade deles é atribuído aos medicamentos, informou a organização.
No Brasil, o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar estima que seis mortes foram registradas a cada hora em hospitais públicos e particulares do país por erros em 2017, último ano que uma pesquisa do gênero foi realizada. Em números absolutos, naquele ano foram 235.127 mortes associadas a eventos adversos de qualquer natureza, ocasionados por erros, falhas assistenciais, processuais, ou infecções, entre outros fatores.
“Aproximadamente 30 a 36% dos óbitos determinados por eventos adversos graves podem ser prevenidos. Estabelecer políticas e programas de segurança do paciente com direcionamento para as populações de maior risco e eventos adversos graves mais prevalentes contribui para a maior efetividade destes programas, redução do sofrimento das pessoas, redução dos custos assistenciais e aumento na disponibilidade de leitos hospitalares”, diz o estudo.
Para o especialista em direito do consumidor e saúde Stefano Ribeiro Ferri, o aumento nas ações judiciais por erro médico pode ser explicado por uma combinação de fatores, e não necessariamente pelo crescimento proporcional de erros na prática médica. Entre os motivos, Ferri cita maior acesso à informação e conscientização dos pacientes, judicialização da saúde, piora nas condições de trabalho dos profissionais de saúde e aumento expressivo no número de faculdades de medicina no Brasil.
“Nos últimos anos, houve uma grande expansão desses cursos [de medicina], muitas vezes sem a infraestrutura adequada para a formação de profissionais qualificados. A falta de hospitais-escola estruturados, a deficiência na formação prática e a ausência de um acompanhamento rigoroso na qualidade do ensino podem resultar na formação de médicos menos preparados para lidar com casos complexos, aumentando o risco de falhas no atendimento e, consequentemente, a judicialização por erro médico”, completou.
R7
Muitas das vezes, não é erro médico, é picaretagem dos pacientes pedindo indenizações.
Quando estão fhudidos.e passam a serem curados, esquecem de agradecer os médicos.
O que tem de gente sem vergonhas no Brasil é brincadeira.
Por outro lado, os advogados querendo ganhar o quinhãozinho deles, as vezes da certo, as vezes falha.
Proliferação dessas faculdades de medicina de baixíssimo nível jogando no mercado profissionais medíocres, dá nisso.
Caro amigo Araujo, concordo com plenamente com vc em: proliferação, baixissimo nível, jogando no mercado, profissionais mediocres, so discordo de vc restringir tudo isso a medicina, a formação do nivel superior no brasil acabou, basta vc passar uma manhã em qualquer centro de formação, é uma vergonha com rarissimas exceções, estão trabalhando no mercado, profissionais formados pelo FAMIGERADO EAD, inclusive profissionais da saude tão importantes quanto medicos, vc não vê a companheira do presidente, mulher madura, SOCIÓLOGA, já tendo passado por empregos importantes, hoje ditando as cartas em políticas públicas e tropeçando na soberba e analfabetismo.
É por causa das cotas em universidades. Culpa da esquerda mais uma vez.
Infelizmente vai piora com essa política desvairada e perversa de criar faculdades de medicina em cada esquina , desprezando a qualidade estrutural e recursos humanos especializado dentre outros cuidados essenciais.
ZÉ AREIA, esqueceu de dizer, enriquecendo conglomerados particulares, o nine encheu os bolsos desse povo com financiamento público garantido. O brasil é o paraiso das universidades particulares, muitas delas em um beco sujo e sem saida.