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QUADRILHAS DO PIX: sequestro-relâmpago dispara em SP; criminosos migram para novo crime da moda

Foto: Shutterstock

Sem chamar a atenção, criminosos passam semanas estudando a rotina de moradores de bairros de alto padrão, na cidade de São Paulo. Nesta semana, uma das vítimas escolhidas levou um golpe na cabeça, foi amarrada, teve o celular roubado e, depois de três horas, mais de R$ 100 mil tinham saído da conta dela em transferências via Pix.

Em entrevista à BBC News Brasil, o delegado da Divisão Antissequestro do Garra Dope, da Polícia Civil, Tarcio Severo, o número de sequestros-relâmpago, crime considerado adormecido, disparou após a implantação do Pix no Brasil.

Segundo ele, há inclusive quadrilhas especializadas em outros crimes que estão ‘migrando’ para roubos envolvendo a ferramenta eletrônica.

“A gente observa criminosos especializados em outros segmentos, como roubo e furto de condomínio, que passaram a aproveitar a oportunidade para fazer o sequestro-relâmpago. Eles perceberam que o Pix permite que eles consigam transferir uma grande quantidade de dinheiro num período curto de tempo. Desta forma, eles mantêm a vítima detida e tiram uma vantagem significativa”, afirmou o delegado.

Ele contou que, nessa ocorrência relatada no início da reportagem, os criminosos ainda levaram diversos objetos pessoais da vítima, como relógio e celular.

O Pix entrou em vigência no Brasil em novembro de 2020. A polícia disse à reportagem que ainda não tem dados suficientes para fazer um comparativo mês a mês para fazer um diagnóstico mais completo. No entanto, o delegado do Garra disse que o crime de sequestro-relâmpago cresceu 100% em relação ao mês em que o Pix foi inaugurado.

Grupos altamente especializados

O delegado contou à reportagem que as quadrilhas que cometem esse tipo de crime são altamente especializadas e formadas por técnicos em diferentes áreas.

“Eles atuam em duas células. Esse crime é de oportunidade, então eles estudam para encontrar uma vítima em potencial. Geralmente, as mais distraídas e descuidadas, que ficam paradas dentro do carro com o farol aceso e falando ao celular, por exemplo”, explicou o delegado do Garra.

Nessas quadrilhas, há um grupo responsável por fazer a seleção das vítimas. Essas pessoas ficam fazendo rondas em motos, carros e até mesmo a pé em bairros nobres. Elas estudam horários, comportamentos e rotina dessas pessoas antes de atacá-las.

Quando as vítimas são escolhidas, entram em cena outros membros da quadrilha ? aqueles que são especializados em atacar, ameaçar e mantê-la em cárcere. Eles atuam simultaneamente com outros dois grupos: os especialistas em tecnologia e os “laranjas”, que apenas têm suas contas bancárias usadas para receber as transferências dos assaltos e sacar o dinheiro.

“Quando eles obtêm os dados bancários da vítima, eles passam para essa segunda célula, um elo financeiro acostumado a mexer com cartões e Pix. Esse grupo tem contas de aluguel ou de passagem, na qual as pessoas recebem dinheiro ao final do crime”, afirmou o delegado Tarcio Severo.

Ele explica que, nessa célula, há cartões e contas “frias”, principalmente de bancos digitais. O delegado explica que os bandidos as criam em bancos digitais porque não precisam ir a uma agência bancária para abri-la.

Isso facilita que eles mandem uma foto de documento falso para abrir uma conta. Em alguns casos, usam verdadeiros, roubados de vítimas de crimes anteriores. Além disso, os bancos digitais têm a vantagem de fazer transações em valores mais altos

Por que é tão difícil prender essas quadrilhas?

Recentemente, programas de TV têm mostrado ao vivo operações policiais em busca de quadrilhas investigadas por aplicar o “Golpe do Pix”. Em algumas delas, criminosos são presos, mas nem sempre é possível identificá-los ou comprovar os crimes por conta da velocidade em que o dinheiro é retirado das contas que recebem.

O delegado Severo disse que já fez reuniões com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e com o Banco Central para solicitar que as equipes de fraudes monitorem e informem a polícia sobre algumas transações suspeitas. O Banco Central é o responsável pela regulação das transferências bancárias e tem o poder de criar novas regras para o Pix.

“O banco tem que ter uma equipe de anti-fraude que detecte isso. Um cliente que não costuma movimentar dinheiro naquelas quantias, o banco deveria habilitar uma trava até checar essa informação para saber se é realmente o cliente dela que está fazendo aquela transação”, afirmou.

Ele citou como exemplo o caso descrito na reportagem, no qual os criminosos fizeram mais de 20 transações até transferir mais de R$ 100 mil. Na visão dele, o banco “falha na prevenção” e deveria impor ao menos um bloqueio temporário de duas horas na conta em casos como esses.

O delegado contou que os bancos alegam que um mecanismo como esse colocaria a vida das vítimas em risco, uma vez que os criminosos se irritariam pelo fato de não conseguirem dinheiro.

“Mas, por experiência, sabemos que os criminosos estão interessados no patrimônio, não em matar a vítima. As pessoas que cometem esses crimes estão focadas no dinheiro”, afirmou.

Procurado pela reportagem, o Banco Central afirmou que “por seu desenho tecnológico, todas as operações com o Pix são 100% rastreáveis, o que permite a identificação das contas recebedoras de recursos produtos de golpe/crime, permitindo a ação mais incisiva da polícia e da Justiça, o que não acontece com saques em caixas eletrônicos, por exemplo. Dados recentes do Pix mostram haver suspeita de fraude em apenas 0,001% das transações de Pix. Essa fração é ínfima e se mantém constante ao longo do tempo”.

Por fim, o órgão disse que “está à disposição das forças de segurança pública e da Justiça para colaborar no que puder para a prevenção e o combate a golpes/crimes envolvendo o Pix ou qualquer outro meio de transferência de recursos no âmbito do Sistema Financeiro”.

A Febraban informou em nota que, caso alguém seja vítima de assalto ou sequestro-relâmpago e obrigado a fazer um Pix, “deve registrar um boletim de ocorrência e procurar imediatamente seu banco através de um de seus canais de atendimento disponíveis para receber as orientações de como deverá proceder”.

O órgão disse ainda que “desde abril, os usuários podem controlar seu limite no sistema de pagamento instantâneo, permitindo que ele reduza ou aumente o valor disponível para realizar transações e pagamentos, seguindo à risca as instruções normativas do Banco Central”.

O Banco Central informou ainda que o Pix tem “três características que previnem a transferência de grandes valores por meio de golpes ou sob coação”.

A primeira são os “motores antifraude” que permitem identificar transações atípicas, que bloqueiam para análise as transações suspeitas por até 30 minutos, durante o dia, ou 60 minutos à noite.

Segundo, os bancos podem estabelecer limites máximos de valores para as transações com base no perfil de cada cliente, titularidade da conta, canal de atendimento e procedimento para iniciação. Podem ser menores à noite e seguir os mesmos padrões de TED e cartão de débito.

E, por último, os clientes podem diminuir os limites pelo aplicativo do banco. “Por razão de segurança, aumentos de limites não são imediatos e são analisados pelas instituições para verificar a compatibilidade ao perfil do cliente”.

Além de transferências em Pix, quadrilhas fazem pagamentos em maquininhas de cartão e sacam dinheiro em outras regiões imediatamente | Foto: divulgação/Polícia Civil

Fazendo o dinheiro ‘sumir’

A polícia tem dificuldade para reprimir as quadrilhas rapidamente porque elas atuam em diferentes áreas da cidade simultaneamente. E, logo depois de cometer o crime, elas conseguem se dispersar rapidamente.

Depois disso, o braço financeiro das “Quadrilhas do Pix” têm diversas técnicas para fazer o dinheiro das vítimas “sumir” do rastro da polícia e dos bancos até que seja dividido entre os criminosos.

Com diversas contas abertas, os criminosos colocam limites elevados ? até R$ 10 mil ? de saque. Desta maneira, assim que a quadrilha faz um Pix para uma dessas contas, outro criminoso saca o valor imediatamente em um caixa eletrônico.

“A gente consegue rastrear onde o saque foi feito, mas muitas vezes não conseguimos chegar a tempo de prender as pessoas. Nos dizem: ‘Acabaram de fazer saques em São Mateus (extremo leste da capital paulista)’, mas nosso deslocamento é enorme até lá”, contou.

O delegado explica que as pessoas que cedem as contas para fazer esses saques são investigadas como coautores do crime.

“Muitas vezes vamos na casa dessas pessoas e elas dizem que apenas sacaram o dinheiro que caiu na conta delas via Pix de um conhecido. Elas falam que não sabiam que a origem daquela quantia era de uma pessoa sequestrada e chegam a falar que a conheceram numa tabacaria, mas dizem que não tem nenhum contato dela, como telefone, nem mesmo são amigas em nenhuma rede social”, relata o delegado.

Ele também explica que, muitas vezes, também são feitas transações com cartões de débito e crédito em maquininhas de pagamento. Com isso, os criminosos passam os cartões em aparelhos adquiridos com documentos falsos e também sacam o valor instantaneamente, enquanto a vítima é mantida refém.

Essa é uma evolução do sequestro tradicional, quando os bandidos precisavam usar os cartões em compras no shopping ou pela internet. Ou até mesmo levá-la a um caixa eletrônico para forçá-la a sacar dinheiro. Dessa maneira, eles se expunham muito mais e corriam o risco de não conseguir a mercadoria. Hoje, tudo acontece de maneira mais rápida e, ao invés de produtos, eles recebem dinheiro.

Questionado pela reportagem, o delegado disse que os bancos costumam reembolsar apenas algumas das vítimas desse tipo de crime. Quem tem seguro do cartão recupera o dinheiro com mais facilidade. Quem não tem, precisa aguardar a conclusão do procedimento administrativo aberto pelo banco.

Ele disse que, nesses casos, orienta que as vítimas façam um protocolo de reclamação no Site do Banco Central ? algo semelhante a um Procon dos bancos.

Mas qual a diferença entre sequestro e sequestro-relâmpago?

O delegado do Garra explica que o primeiro ocorre quando a vítima vai para um cativeiro e quem paga o resgate é outra pessoa e está enquadrada no artigo 159 do Código Penal. No sequestro-relâmpago, a própria vítima é quem paga para ser solta, artigo 158.

Como evitar ser uma vítima

Para efeito de comparação com o sequestro-relâmpago, no primeiro semestre de 2020, foram registrados quatro sequestros em todo o Estado de São Paulo, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública. Já no mesmo período de 2021, foram registradas oito ocorrências, um aumento de 100%.

O delegado disse que é difícil prever e evitar quando um sequestro-relâmpago pode acontecer. Ele cita como exemplo de vulnerabilidade o apresentador Silvio Santos, que já foi sequestrado duas vezes.

“Mesmo em condomínios de alto padrão e com equipamentos modernos de segurança, os bandidos entram, roubam, furtam e fica difícil evitar. Mas você pode tomar alguns cuidados. Entre eles, você pode estabelecer limites de transferência na sua conta bancária para que os assaltantes não consigam transferir”, afirmou.

No entanto, o delegado afirmou que a pessoa deve procurar um gerente para alterar esse valor para alterar o limite de transferência da conta, não apenas do Pix. Isso porque o limite da conta se sobrepõe ao das transferências via Pix e, caso ele continue alto, o assaltante conseguirá concluir a operação.

Também há cuidados para não se tornar um alvo fácil dos bandidos. Um deles, segundo o delegado, é não ficar dentro do carro parado na rua ou falando ao celular. Ele também orienta que as pessoas sejam breves ao entrar e sair de casa, pois é um dos principais momentos de distração que os bandidos aproveitam para atacar.

A delegacia antissequestro do Garra tem 13 policiais para investigar todos os sequestros-relâmpago que acontecem na cidade de São Paulo, que possui 12 milhões de habitantes.

“Todo dia a gente está ralando para investigar e prender esses bandidos. Mas a segurança é um dever de todo mundo, então pedimos sempre o apoio dos bancos e da própria população para que a gente evite esse tipo de ocorrência que está crescendo numa proporção enorme”, concluiu o delegado Tarcio Severo.

A pena para quem pratica sequestro-relâmpago pode chegar a mais de 20 anos de prisão, dependendo dos agravantes.

Em média, a pena é de 18 a 22 anos, pois acumula os crimes de roubo e extorsão mediante sequestro. Em alguns casos, também há associação criminosa pela quantidade de integrantes e por envolvimento em outros crimes.

UOL

Opinião dos leitores

  1. Se a polícia tivesse poder, autonomia e gastasse um mísero projétil com cada féla da puta desse que fosse pego, queria ver os valentes aprontarem outra vez. Brasil, país onde o crime compensa! (independente de partidos e de políticos, ouviram, mimizentos?) E TENHO DITO!!!

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Lula e Lupi devem decidir situação do ministro no governo nesta sexta (2)

Foto: José Cruz/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Previdência, Carlos Lupi, devem conversar nesta sexta-feira (2) sobre a situação do PDT no governo, em meio ao desgaste da fraude bilionária no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).

Ao longo da tarde desta quinta-feira (1º), Lupi se aconselhou com aliados sobre a possibilidade de deixar o governo, mas indicar um substituto para pasta. A decisão dependerá da conversa com Lula.

Segundo interlocutores, o ministro demonstra chateação e irritação com o Planalto.

A decisão do Planalto de indicar o novo presidente do INSS, Gilberto Waller, sem consultá-lo, incomodou Lupi e o PDT. O ministro foi apenas comunicado pela ministra de Relações Institucionais Gleisi Hoffman, depois de tomada a decisão.

Waller é procurador federal. Ele não é conhecido ou próximo de pedetistas, o que foi interpretado como um rebaixamento do PDT no governo.

Apoiadores avaliam que Lupi não irá admitir continuar no governo sem a autonomia de fazer novas indicações e tomar decisões mesmo sentado na cadeira de ministro.

CNN

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Ministros do STF sinalizam não resistir a redução de penas do 8/1 e atribuem proposta ao Congresso

Foto: Gabriela Biló/Folhapress

Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) atribuem ao Congresso Nacional a iniciativa de buscar uma alternativa para a redução de penas dos condenados pelos ataques às sedes dos Poderes em 8 de janeiro.

A proposta de alterar o Código Penal para mudar a dosimetria das condenações foi discutida pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e ao menos três ministros do Supremo.

Eles negam ter dado aval à proposta em gestação no Congresso. Sinalizam, porém, que não devem resistir ao projeto de lei, segundo três ministros afirmaram à Folha.

Uma ala mais política do Supremo, que tem Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes como expoentes, diz que o tribunal tem aplicado nos casos de 8 de janeiro as penas previstas na Lei de Defesa do Estado Democrático de Direito, aprovada pelo Congresso em 2021.

De acordo com essa perspectiva, as críticas às penas elevadas para os denunciados por golpe de Estado deveriam ser dirigidas aos congressistas, e não ao Supremo. O ajuste na legislação, como propõe Alcolumbre, seria uma confissão do Legislativo, disse um ministro sob reserva.

Essa ala no Supremo tem defendido que o STF conseguiria conter a crise, com a ofensiva bolsonarista por anistia, analisando individualmente os processos contra os condenados. Essa tática envolve conceder prisões humanitárias, soltar presos provisórios e autorizar a progressão de penas ao longo deste ano.

Relator de mais de 1.500 processos do 8 de janeiro, Moraes chegou a colocar a estratégia em prática. O movimento foi entendido no Supremo como um gesto do ministro pela pacificação.

De 28 de março até 30 de abril, ele determinou a soltura de 28 denunciados pelos ataques aos três Poderes. Os casos envolvem presos provisórios e condenados com problemas de saúde.

Também liberou para julgamento no último mês somente casos de pessoas que estavam acampadas no Quartel-General do Exército, cujas penas de um ano de reclusão são substituídas pela obrigação de fazer um curso sobre democracia e prestar serviços comunitários.

Desde 28 de março, o Supremo julgou 40 casos do 8 de janeiro. Todos foram condenados a somente um ano de reclusão —exceto a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, cujo julgamento foi liberado por Luiz Fux após pedido de vista (mais tempo para análise).

Outros dois ministros ouvidos pela Folha dizem ser favoráveis à proposta de redução de penas como alternativa à anistia irrestrita apoiada pelos bolsonaristas. Eles rejeitam, porém, a tese de que a mudança no Código Penal seja fruto de um acordo institucional entre o Legislativo e o Judiciário.

Folha de S.Paulo

Opinião dos leitores

  1. É importante lembrar a esses ” ministros iluminados” que a proposta de ANISTIA é constitucional e também é uma prerrogativa do Congresso Nacional.

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Lula dá carta branca para novo presidente do INSS, que vai trocar diretores

Foto: Divulgação/CGU

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu carta branca para o novo presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, fazer as modificações que considerar necessárias no órgão.

Assessores presidenciais dão como certa a reformulação da autarquia e troca de seus diretores.

Lula nomeou Waller para o cargo nesta quarta (30), após o antecessor, Alessandro Stefanutto, ser demitido em razão de fraudes no INSS investigadas pela PF.

Conforme relatos de assessores próximos a Lula ouvidos pelo blog da Ana Flor, o Planalto buscou mais do que um perfil técnico para o cargo, mas uma pessoa com ampla experiência em auditorias, para um pente-fino no INSS.

“Precisava ser mais do que um nome técnico, mas um especialista em auditoria”, afirmou ao blog um ministro.

Missões

Waller recebeu algumas missões prioritárias do Planalto.

A primeira é organizar a restituição dos valores descontados de aposentados e pensionistas, trabalho a ser concluído nos próximos meses.

A segunda é reestruturar o órgão, com um pente-fino em todos os setores.

O diagnóstico feito no Planalto é que há décadas o INSS é terreno fértil para fraudes e que, para conseguir sair da crise que atinge politicamente o governo, é preciso remodelar a autarquia para que ela se torne confiável.

Outra tarefa do novo presidente será zerar a fila de pedidos de benefícios – o que todos os governos tentam sem sucesso.

Nesta sexta-feira, o novo presidente e integrantes da AGU e CGU terão a primeira reunião para traçar o plano de ressarcimento dos pensionistas que foram alvo de fraude e tiveram descontos no contracheque sem autorização.

O governo não quis estabelecer ainda um prazo para realizar as devoluções.

Apesar da autonomia, a nova direção será acompanhada de perto por outras áreas do governo responsáveis por investigações e controle.

O primeiro passo será identificar as vítimas e solicitar às entidades responsáveis pelos descontos para que provem que eles foram autorizados.

G1 – Ana Flor

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‘Apagão’ no Planejamento: principais auxiliares abandonam Simone Tebet

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Dos seis secretários do alto escalão nomeados pela ministra Simone Tebet (MDB) no início do governo Lula 3 para o Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), apenas um permanece. Isso se dá em dois anos e quatro meses depois da posse. O único remanescente é Gustavo Guimarães, considerado o número dois da pasta.

Todos os demais deixaram seus cargos: Sérgio Firpo (Monitoramento e Avaliação), Renata Amaral (Assuntos Internacionais), Leany Lemos (Planejamento), Paulo Bijos (Orçamento) e Totó Parente (Relações Institucionais). A saída mais recente, confirmada nesta quarta-feira, 29, foi a de Firpo.

Tebet: desgaste interno e frustrações com a estrutura

Conforme a CNN, Firpo já demonstrava havia algum tempo o desejo de deixar o cargo. O motivo foi principalmente a dificuldade de ver as revisões propostas tornarem-se mudanças concretas. O caso dele, porém, não é isolado. Do mesmo modo, outros secretários também saíram, insatisfeitos com as dinâmicas internas do governo.

Entre os fatores que ganharam repercussão, está a frustração com os obstáculos para levar adiante agendas estruturantes da pasta. A avaliação entre técnicos do MPO é que o “imediatismo” que rege parte das decisões do governo atrapalha iniciativas de médio e longo prazo.

Interlocutores ressaltam, contudo, que a gestão de Simone Tebet garante autonomia técnica à equipe, o que seria um mérito da ex-senadora, que concorreu à Presidência da República e, no segundo turno, apoiou Lula. A postura improdutiva do presidente, aliás, explicaria o entrave para o funcionamento da pasta.

A própria posição de Tebet representaria um fator de isolamento político. O Planejamento tem pouca inserção nas negociações estratégicas do governo, que ficam concentradas no núcleo mais próximo de Lula, composto de nomes como Gleisi Hoffmann, Rui Costa e Fernando Haddad.

Para onde foram os assessores; confira

Os secretários que deixaram o ministério seguiram rumos variados. Totó Parente saiu com alegação de motivos pessoais. Renata Amaral assumiu cargo no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Leany Lemos migrou para o setor privado. Paulo Bijos, por sua vez, retornou à Câmara dos Deputados, de onde saiu ‘sob empréstimo’.

Com a permanência de Gustavo Guimarães, o Planejamento tenta preservar alguma continuidade na condução da agenda técnica, em meio às dificuldades enfrentadas para consolidar espaço na estrutura decisória do governo federal.

Revista Oeste

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Malafaia detona pastor Miguel Oliveira: “Inteligente, mas é uma farsa”

Foto: Reprodução

Liderança do segmento evangélico, Silas Malafaia afirma que o pastor Miguel Oliveira, que tem 15 anos e se diz profeta, é uma farsa. Para Malafaia, Miguel é um menino “inteligente” que está sendo usado para “enganar pessoas”.

“Sou um pastor pentecostal. Creio nos dons espirituais. Mas Miguel Oliveira é um menino que tem gente manipulando por trás. Um garoto inteligente, que tem capacidade de imitação, mas o que ele faz não é espiritual. Isso aí ele aprendeu com gente mais velha, de ver gente mais velha fazer. E tá repetindo porque é um garoto de inteligência aguçada. É só ver para comprovar o que estou falando”, disse Malafaia.

Malafaia: “Isso daí é uma farsa”

“Isso daí não é poder de Deus, não é unção do Espirito Santo. Isso daí é uma farsa. Lamento dizer e tenho até pena desse menino. É um garoto inteligente. Tem uma inteligência aguçada para a idade dele, mas tá sendo usado para o mal, para enganar pessoas”, finalizou Malafaia, que é líder da Assembleia de Deus Vitória em Crito (Advec).

Como mostrou a coluna do Paulo Cappelli, o Conselho Tutelar impediu Miguel Oliveira de publicar suas pregações nas redes sociais. O religioso, que atua na Assembleia de Deus Avivamento Profético (Adap), poderá frequentar a igreja e atuar como pastor, mas sem expor publicamente as atividades.

O adolescente passou a sofrer ataques e amaças na internet após ser acusado de explorar a fé alheia para obter vantagens financeiras. Caso a família e Miguel Oliveira descumpra a medida, o pastor mirim poderá ser afastado dos pais.

Metrópoles – Paulo Cappelli

Opinião dos leitores

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Teremos assinaturas para CPMI do INSS na semana que vem, diz Rogério Marinho

Foto: CNN

A oposição no Congresso Nacional está prestes a conquistar a instauração de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar supostas irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A informação foi revelada pelo senador Rogério Marinho (PL-RN) durante sua participação no programa WW da CNN Brasil.

Segundo Marinho, a oposição já possui as assinaturas necessárias do Senado para a abertura da CPMI. “Nós já temos as assinaturas do Senado, como você anunciou, tem quase 30. Já temos mais de 100 assinaturas de deputados”, afirmou o senador.

Para a abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), são necessárias as assinaturas de 27 senadores e 171 deputados federais. A oposição está perto de garantir as assinaturas necessárias, de acordo com o senador: “Na próxima semana, a gente vai conseguir o número suficiente (na Câmara)”.

O parlamentar ressaltou a importância da comissão: “Eu acredito que é importante a CPMI, é essencial a CPMI”. Ele também explicou que, de acordo com o regimento do Congresso Nacional, a leitura do requerimento de abertura da CPMI no início da sessão congressual resulta em sua instalação automática.

Críticas ao governo e ao ministro Carlos Lupi

Durante a entrevista, Marinho não poupou críticas ao governo atual e ao ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. “São os mesmos personagens, os mesmos métodos. Nós já sabemos o final desse filme”, declarou o senador, fazendo referência à gestão anterior de Lupi no Ministério do Trabalho, da qual foi exonerado em 2011 sob suspeitas de corrupção.

O senador também destacou ações implementadas durante sua gestão como secretário de Previdência e Trabalho entre 2019 e 2020, incluindo uma medida provisória contra fraudes que, segundo ele, economizou quase R$ 5 bilhões no primeiro ano.

Marinho criticou ainda a narrativa do governo atual sobre o início dos problemas relacionados aos empréstimos consignados, afirmando que a questão remonta a 1991, e não a 2019, como sugere o governo. O senador enfatizou a necessidade de uma investigação aprofundada sobre as práticas atuais no INSS e a importância da CPMI para esclarecer os fatos.

CNN

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Morre Nana Caymmi, aos 84 anos

Foto: reprodução @nanacaymmi/Instagram

Morreu, nesta quinta-feira, 1, Nana Caymmi, aos 84 anos. A cantora estava internada na Casa de Saúde São José, na Zona Sul do Rio, há algumas semanas, após passar por um procedimento de cateterismo e implante de marcapasso. Primogênita do violonista Dorival Caymmi e da cantora Stella Maris, Dinahir Tostes Caymmi, conhecida por todos como Nana, nasceu em abril de 1941. Aos 19 anos, a artista se casou com o médico venezuelano Gilberto José Aponte Paoli, com quem teve duas filhas, Stella Teresa e Denise Maria.

Na época, ela já havia entrado de vez no mundo da música, com a gravação de Acalanto, escrita pelo pai quando ela ainda era criança, e com o lançamento do seu primeiro disco solo, em 1960. Após quatro anos morando em Caracas, na Venezuela, Nana voltou ao Brasil com as duas filhas e grávida do terceiro filho, João Gilberto. Em 1966, venceu o Festival Internacional da Canção com uma interpretação de Saveiros, composta por seu irmão Dori Caymmi e Nelson Motta.

Em 1967, ao lado do então marido Gilberto Gil, apresentou a composição Bom dia no Festival de Música Brasileira, na TV Record. O casal se separou em 1969, e a cantora engatou um namoro com o músico João Donato, Já na década de 1970, fez turnês com o irmão Dori pelo Uruguai e na Argentina. Ao longo dos mais de 50 anos de carreira, a cantora interpretou mestres da música, como Tom Jobim, Milton Nascimento e Vinicius de Moraes, em mais de 50 gravações. Em 1998, ganhou um Disco de Ouro pela canção Resposta ao Tempo, de Cristóvão Bastos e Aldir Blanc, tema de abertura da série Hilda Furacão, da TV Globo.

Veja

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VÍDEO: Duas pessoas morrem e uma perde braço após colisão que fez carro cair de ponte em Mossoró

Duas pessoas morreram e uma precisou amputar o braço direito no hospital após um acidente na tarde desta quinta-feira (1º) em Mossoró, na Região Oeste do Rio Grande do Norte. O carro envolvido no acidente caiu da ponte, ficando próximo ao Rio Mossoró.

As vítimas morreram no Hospital Regional Tarcísio Maia, após serem atendidas. Elas foram identificadas como:

Letícia Santiago, de 23 anos, que estava no carro;
Lucicleide Gomes dos Santos, de 28 anos, que era passageira da moto por aplicativo.

O motociclista por aplicativo, de 43 anos de idade, precisou amputar o braço direito no hospital por conta do acidente.

“Duas vítimas chegaram em estado bastante grave. Tivemos o suporte necessário da parte politrauma. Infelizmente vieram a óbito, uma passageira da moto e uma passageira do carro”, disse o médico Lázaro Fernandes, que atendeu as vítimas no hospital.

O acidente aconteceu na Avenida Estadual Jerônimo Dix-Neuf Rosado, conhecida popularmente por Leste Oeste. A via ficou interditada no trecho por aproximadamente 1h30.

Segundo a Polícia Militar, cinco pessoas estavam no carro, que bateu na barra de proteção e caiu da ponte. Já a motocicleta por aplicativo envolvida na colisão tinha o motociclista e a passageira.

Acidente aconteceu em Mossoró — Foto: Antonio Dias/Inter TV Cabugi

Carro atingiu barra de proteção da Ponte em Mossoró — Foto: Antonio Dias/Inter TV Costa Branca

Carro caiu da ponte sobre o Rio Mossoró — Foto: Antonio Dias/Inter TV Costa BrancaFotos: Antonio Dias/Inter TV Cabugi

Como foi o acidente

De acordo com a PM, o carro seguia no sentido do bairro Alto de São Manoel e a motocicleta teria batido na traseira do veículo. O motorista do carro, então, segundo a PM, teria perdido o controle, batendo na barra de proteção da ponte e caindo perto do Rio Mossoró.

“Informações que passaram para a gente é que o condutor teria sentido algum impacto na traseira do veículo, perdeu o controle e acabou caindo aqui de cima da ponte. Ele bateu na barreira de proteção, quebrou e foi cair lá embaixo”, explicou o Sargento Ademar, do 12º Batalhão da PM.

O Corpo de Bombeiros informou que precisou amarrar o carro em uma árvore para o veículo não cair por cima das vítimas que ficaram próximas ao rio.

A Polícia Militar informou que os demais passageiros estavam bem. O motorista do veículo passou por teste de bafômetro e apontou que ele não estava alcoolizado.

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Oito em cada dez brasileiros dizem que Lupi deveria ser demitido do ministro da Previdência, diz pesquisa AtlasIntel

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Pesquisa AtlasIntel divulgada nesta quinta-feira (1º) mostra que 85,3% dos brasileiros dizem que o ministro da Previdência, Carlos Lupi, deveria ser demitido do cargo após a crise no INSS (Instituto Nacional de Seguro Social), alvo de operação que apura um esquema que, segundo a Polícia Federal, causou um prejuízo de R$ 6,3 bilhões a milhares de aposentados.

A pesquisa também diz que 84,4% dos brasileiros “acompanharam bem o caso”, ante 15,6% que sabem pouco do assunto.

O levantamento ouviu mil brasileiros entre esta terça-feira (29) e esta quinta-feira. A margem de erro é de três pontos porcentuais para cima ou para baixo. A pesquisa também ouviu se os entrevistados conhecem ou não pessoas afetadas, ou se eles próprias foram lesadas.

O resultado mostra que 58% dos brasileiros não foram vítimas e nem conhecem prejudicados; outros 35,6% conhecem quem foi teve descontos indevidos em benefícios do INSS e outros 6,4% foram vítimas.

Até o momento, o governo sinaliza que Lupi deverá permanecer no cargo. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu a permanência de Lupi no governo, mas afirmou que se houver algo no futuro será afastado.

O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (MG) critica a condução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nessa crise e o tratamento dado ao ministro da Previdência, Carlos Lupi.

Segundo ele, a demissão do chefe da pasta também poderia levar à saída da bancada da base. Na Câmara, a pressão sobre o governo e sobre Lupi crescem. Também na quarta-feira, a oposição protocolou um requerimento pedindo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as fraudes.

Cabe ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), abrir ou não a CPI. Em audiência na Câmara nesta terça-feira, o ministro da Previdência, Carlos Lupi se defendeu e disse que não houve ações sobre as fraudes agora sob investigação em governos passados e afirmou que já está aparecendo quem são os mentores.

R7

 

Opinião dos leitores

  1. O perigo é ele sair Dra. Gleisi e detonar esse governo de ladrões, provavelmente ele vá ser canonizado junto com o larápio de nove dedos e a fura fila da Janjinha Santa igual vc.

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VÍDEO: Erika Hilton culpa show de Lady Gaga no RJ por pouco público no 1º de Maio em SP

Diante do baixo comparecimento ao ato realizado pela esquerda nesta quinta-feira, 1º de maio, em São Paulo, pelo Dia do Trabalhador, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) declarou que o show da cantora Lady Gaga no Rio de Janeiro “desfalcou” o público da manifestação na Avenida Paulista.

“Infelizmente, a cidade de São Paulo está um pouco desfalcada por conta do show da Lady Gaga, mas mesmo assim, o povo veio para as ruas e nós seguiremos manifestando”, disse Erika em entrevista à emissora CNN Brasil na manhã de hoje. A cantora pop americana se apresenta na praia de Copacabana no próximo sábado, 3, em show gratuito com expectativa de público de mais de 1 milhão de pessoas.

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Opinião dos leitores

  1. O problema não é lady Gaga, é que o povo, inclusive os trabalhadores também,
    descobriu que voces, são dez vezes pior que o pessoal da direita. A direita só quer pra eles, porém trabalhando. Vocês só querem pra Vocês, porém roubando.

  2. O problema não é lady Gaga, é que o povo, inclusive os trabalhadores também,
    descobriu que voces, são dez vezes pior que o pessoal da direita. A direita do quer pra eles, porém trabalhando. Vocês do querem pra Vocês, porém roubando.

  3. Na esquerda, no Brasil, o cabra é mulher, o cabra é homem, o cabra pode ser o que quiser, só não pode entrar nos Estados Unidos sendo homem dizendo que “muier”.

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