Tecnologia

Redes sociais são uma ameaça à liberdade, afirma Megainvestidor

George Soros

O momento atual da história é doloroso. As sociedades abertas estão em crise, e diversas formas de ditadura e Estados mafiosos, exemplificados pela Rússia de Vladimir Putin, estão em ascensão. Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump gostaria de fundar o seu próprio Estado em estilo mafioso, mas não pode fazê-lo porque a Constituição, as instituições e uma sociedade civil vibrante não permitem.

Não é apenas a sobrevivência da sociedade aberta que está em questão; a sobrevivência de toda nossa civilização está em jogo. A ascensão de líderes como Kim Jong-un, na Coreia do Norte, e Trump, nos EUA, tem muito a ver com isso. Ambos parecem dispostos a arriscar uma guerra nuclear a fim de se manterem no poder.

As causas reais, porém, são mais profundas. A capacidade da humanidade de exercer controle sobre a natureza, tanto para fins construtivos quanto destrutivos, continua a crescer, enquanto nossa capacidade de nos autogovernarmos flutua —no momento, está em baixa.

A ascensão e o comportamento monopolista das gigantescas companhias americanas de internet estão contribuindo fortemente para a impotência do governo dos EUA.

Em muitos casos, essas empresas tiveram papel inovador e libertador. Mas, quando Facebook e Google expandiram seu poder, ambos se tornaram obstáculos à inovação e causaram diversos problemas dos quais apenas começamos a nos conscientizar.

Empresas obtêm lucros ao explorar seus ambientes. Mineradoras e petroleiras exploram o ambiente físico; empresas de rede social exploram o ambiente social. Isso é particularmente nefasto porque elas influenciam o modo como as pessoas pensam e se comportam sem que estas estejam cientes disso, o que interfere no funcionamento da democracia e na integridade das eleições.

Como as empresas que operam plataformas de internet são redes, elas auferem retornos marginais crescentes, o que explica seu crescimento fenomenal.

O efeito de rede é verdadeiramente inédito e transformador, mas também insustentável. O Facebook precisou de oito anos e meio para atingir 1 bilhão de usuários —e metade desse tempo para chegar ao segundo bilhão. Se esse ritmo for mantido, dentro de menos de três anos, o Facebook já não terá pessoas a converter no planeta.

NEGÓCIOS

Na prática, Facebook e Google controlam metade da receita da publicidade digital. Para manter seu domínio, precisam expandir suas redes e aumentar a proporção de atenção que os usuários lhes destinam. No momento, fazem isso pela oferta de plataformas convenientes. Quanto mais tempo o usuário dedica à plataforma, mais valioso se torna para a companhia.

Além disso, como provedores de conteúdo não têm como evitar essas plataformas e se veem forçados a aceitar os termos que lhes são oferecidos, eles também contribuem para os lucros das empresas de mídia social. A excepcional rentabilidade dessas empresas decorre, em larga medida, de sua omissão diante da responsabilidade —e do pagamento— pelo conteúdo.

As empresas dizem que só distribuem informação. Mas o fato de que sejam distribuidoras quase monopolistas as transforma em serviço de utilidade pública, o que deveria sujeitá-las a regulamentação mais severa, com o objetivo de preservar a competição, a inovação e o acesso livre e equitativo.

Os verdadeiros clientes das companhias de mídia social são os anunciantes. Mas está emergindo um novo modelo de negócio, baseado não só na publicidade mas também na venda direta de produtos e serviços. As empresas exploram os dados que controlam, criam pacotes com os serviços que oferecem e manipulam preços, de modo a dividir com os consumidores uma parte menor dos lucros. Essas práticas ampliam ainda mais sua rentabilidade, mas solapam a eficiência da economia de mercado.

As companhias de mídia social enganam seus usuários ao manipular sua atenção, direcionando-a a seus propósitos comerciais, e engendrar mecanismos para aumentar a dependência de seus serviços. Isso pode ser muito prejudicial, sobretudo para adolescentes.

Existe uma semelhança entre as plataformas de internet e os empresasde jogos de azar. Os cassinos criaram técnicas para levar seus clientes a gastar todo o dinheiro que têm e até o que não têm.

Algo parecido —e potencialmente irreversível— está acontecendo com a atenção humana. Não é uma simples questão de distração ou vício; as redes sociais estão induzindo as pessoas a abrir mão de sua autonomia. E esse poder de moldar a atenção das pessoas está cada vez mais concentrado nas mãos de poucas empresas.

É preciso empreender um esforço significativo para fazer valer e defender aquilo que John Stuart Mill definiu como “liberdade de espírito”. Uma vez perdida, aqueles que crescem na era digital poderão ter dificuldade de recuperá-la.

Isso pode ter consequências políticas graves. Pessoas que não exerçam a liberdade de pensamento serão facilmente manipuladas. Não se trata de ameaça para o futuro; basta olhar a eleição presidencial norte-americana de 2016.

IMPACTO POLÍTICO

Há uma preocupação ainda mais alarmante no horizonte: uma aliança entre Estados autoritários e os grandes monopólios de tecnologia da informação, controladores de vastos repositórios de dados, o que uniria os sistemas nascentes de vigilância empresarial aos sistemas já desenvolvidos de vigilância estatal. Isso bem pode resultar em uma rede de controle totalitário de uma dimensão que nem mesmo George Orwell poderia ter imaginado.

Esse casamento profano deve ocorrer primeiro na Rússia e na China. As empresas chinesas de tecnologia da informação são rivais à altura das plataformas americanas. Além disso, desfrutam do pleno apoio e da proteção do governo, que tem força suficiente para proteger as principais companhias, ao menos dentro de suas fronteiras.

Os monopólios norte-americanos já se sentem tentados a ceder a tais governos no intuito de ganhar acesso a esses mercados imensos. Os líderes ditatoriais desses países talvez se disponham alegremente a colaborar, no interesse de melhorar seus métodos de controle sobre suas populações e de expandir poder e influência no resto do mundo.

Também há um reconhecimento crescente de uma associação entre os monopólios na internet e o aumento da desigualdade.

A concentração da propriedade nas mãos de poucos indivíduos é parte da explicação, mas a posição peculiar que os gigantes da tecnologia ocupam é ainda mais importante. Eles conseguiram estabelecer monopólios enquanto competiam uns com os outros. Só eles são grandes o bastante para devorar startups que poderiam se tornar concorrentes, e só eles têm os recursos necessários para invadir território de outros gigantes.

Seus proprietários se consideram senhores do Universo. Na verdade, são escravos da necessidade de preservar sua posição dominante. Estão engajados em uma disputa feroz pelo domínio de novas áreas que a inteligência artificial vem ajudando a criar, como a dos carros sem motorista.

MONOPÓLIOS

O impacto dessas inovações sobre o desemprego depende das políticas dos governos. A União Europeia e especialmente os países nórdicos são muito mais previdentes em suas ações sociais. Protegem os trabalhadores, não os empregos. Estão dispostos a custear o retreinamento ou a aposentadoria de pessoas alijadas do trabalho. Isso oferece à população dos países nórdicos um senso maior de segurança e a torna mais simpática às inovações tecnológicas do que os cidadãos americanos.

Os monopólios da internet não têm interesse, nem vocação, em proteger a sociedade contra as consequências de suas ações. Isso faz deles uma ameaça pública, e é responsabilidade das autoridades regulatórias fazer algo diante disso.

Nos EUA, as autoridades regulatórias não são fortes o suficiente para resistir à influência política dos monopólios. A União Europeia está em melhor posição, porque não conta com gigantes de internet sediados em seu território.

A União Europeia emprega uma definição de monopólio diferente da adotada pelos Estados Unidos. Enquanto as ações das autoridades norte-americanas se concentram primordialmente em gigantes formados a partir de aquisições, a lei da União Europeia proíbe o abuso de qualquer poder monopolista, não importa de que maneira tenha sido constituído. As leis de privacidade e proteção aos dados europeiassão muito mais fortes que as dos Estados Unidos.

Além disso, a lei norte-americana adotou uma estranha doutrina que define “dano” como um aumento no preço que o consumidor paga pelo serviço recebido. Mas isso é praticamente impossível de provar, já que a maioria das gigantes da internet oferece serviços de graça. Além disso, a doutrina não considera os valiosos dados que as companhias de plataforma recolhem sobre seus usuários.

Margrethe Vestager, comissária da competição da União Europeia, é a paladina da abordagem de seu continente. A União Europeia precisou de sete anos para montar seu caso contra o Google. Mas, como resultado de seu sucesso, a implantação de regras adequadas foi acelerado. Além disso, graças aos esforços de Vestager, a abordagem europeia começou a afetar atitudes nos EUA.

É apenas questão de tempo para que o domínio mundial das companhias de internet dos Estados Unidos seja quebrado. Os esforços de regulamentação e tributação que Vestager vem liderando serão o seu fim.


George Soros, 87, é presidente do conselho da Soros Fund Management e presidente da Open Society Foundations.

tradução de Paulo Migliacci

Texto publicado originalmente pelo Project Syndicate.

Opinião dos leitores

  1. Falou quem quer controlar tudo.
    Não à toa esse sujeito vive dando dinheiro a movimentos de esquerda por todo o Mundo.
    Só que as marionetes acham que quem os financia quer acabar com a propriedade privada.
    O que esses metacapitalistas querem mesmo é um governo que os proteja contra o livre-mercado.

    1. Em tempo: no Brasil ele financia movimentos como o Mídia Ninja e jornalistas de extrema esquerda.

  2. Se esse George Soros for aquele que financia os Black Blocks, a esquerda esquizofrênica, as feminazis, o PT, MST, LBGTX e entidades afins, então é prudente se perguntar qual o interesse dele em fazer todas essas denúncias?

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Geral

Brasil registra média de 60 jovens assassinados por dia; 312 mil morreram na última década

Foto: Fernando Frazão/Arquivo Agência Brasil

O Brasil perdeu 21.856 jovens para a violência letal em 2023, o que equivale a uma média de 60 assassinatos por dia entre pessoas de 15 a 29 anos. Os dados são do Atlas da Violência 2025, produzido pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgados nesta segunda-feira (12).

De 2013 a 2023, foram 312.713 jovens mortos por homicídio no país. A maioria das vítimas são homens — 94% do total —, com destaque para a faixa dos 20 anos, que concentra o maior número de anos de vida interrompidos de forma precoce.

Jovens morrem mais que todos os outros grupos

A violência é a principal causa de morte entre os jovens brasileiros, de acordo com o levantamento. Só em 2023, quase metade de todos os homicídios registrados no país (47,8%) teve como vítimas pessoas entre 15 e 29 anos.

Apesar da grande quantidade de óbitos, os dados mostram uma tendência de queda desde 2017, quando o Brasil registrou o maior pico da série histórica: 72,4 mortes por 100 mil jovens. Em 2023, essa taxa caiu para 47,0 por 100 mil, uma redução de 6,2% em relação ao ano anterior.

Bahia e Amapá lideram taxas de homicídio

Mesmo com a redução nacional, 17 estados ainda registraram taxas acima da média do país em 2023. Os casos mais graves são os do Amapá (134,5 por 100 mil jovens) e da Bahia (113,7 por 100 mil). A letalidade juvenil nesses estados chega a ser mais de 12 vezes superior à de São Paulo, que teve a menor taxa do país (10,2 por 100 mil).

Já os estados com os maiores aumentos na taxa de homicídios entre jovens foram o Amapá (+49,1%) e o Mato Grosso do Sul (+17,1%), ambos na contramão da média nacional.

Armas de fogo foram usadas em 8 da cada 10 mortes

g1

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Geral

Fraude do INSS supera nas redes debate sobre saúde de Bolsonaro, anistia e taxação do Pix

Foto: reprodução/.Gov

A fraude nos descontos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) superou em grupos de mensageria outros temas de amplitude nacional, como a saúde de Jair Bolsonaro (PL) nas semanas em que o ex-presidente esteve no hospital e a possibilidade de anistia aos envolvidos nos ataques golpistas do 8 de janeiro.

O tema também puxou mais discussão se comparado à crise do Pix na época em que esta ocorreu, revela pesquisa da Quaest feita de 21 de abril a 7 de maio .

Por meio de uma plataforma automatizada, o instituto de pesquisa coletou cerca de 3,6 milhões de mensagens no WhatsApp, Discord e Telegram que citavam diretamente o tema. Foram considerados 30 mil grupos públicos acompanhados pela Quaest. A análise foi feita a partir de uma metodologia chamada social listening, na qual conversas são monitoradas para identificar tendências e sentimentos.

O resultado mostra que 50% das mensagens tinham falas críticas. Com a maior proporção, aparecem notícias sobre o tema (47%). Apenas 3% do conteúdo foi classificado como de defesa ao governo Lula (PT). A Quaest estima que as mensagens atingiram, em média, 818 mil pessoas por dia nos grupos públicos.

O esquema de fraude no INSS promovia descontos ilegais nos benefícios de aposentados e pensionistas por associações e sindicatos. Segundo a Polícia Federal, a soma dos valores descontados de 2019 a 2024 chega a R$ 6,3 bilhões. A porcentagem ilegal ainda vai ser apurada.

A operação que investiga o esquema foi deflagrada em 23 de abril pela CGU (Controladoria-Geral da União) e pela PF. O evento gerou o primeiro pico de mensagens, segundo a Quaest. Ele foi seguido por outros dois picos, um no dia 29 de abril, motivado por relatório da PF, e outro em 6 de maio, mobilizado a partir de um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG).

Segundo a consultoria, o vídeo impulsionou uma alta de 204% das menções em 24 horas. A publicação correspondeu a 20% de todos os links compartilhados sobre o tema, incluindo notícias.

O impulsionamento foi superior a outro vídeo feito pelo deputado no caso da fiscalização do Pix. Em janeiro, o parlamentar fez uma publicação a respeito do assunto em meio a uma onda de desinformação sobre taxação que gerou crise para o governo Lula.

Segundo o levantamento da Quaest, a comparação dos primeiros 15 dias de repercussão dos dois casos mostra um volume de mensagens 2,6 vezes maior no episódio do INSS.

O tema também superou o interesse pela saúde do ex-presidente Bolsonaro e pela anistia, nesse segundo caso em muito.

Segundo a Quaest, o perdão aos envolvidos no 8 de janeiro tem mobilizado pouco os grupos nos últimos dias, inclusive na direita.

Para Felipe Nunes, cientista social e CEO da Quaest, a pesquisa nas plataformas de mensagem ajuda a identificar um “comportamento coletivo silencioso” e às vezes invisível a “olho nu”.

“Quando algum assunto interessa e mobiliza a população, ele aparece de forma muito clara nos grupos de mensageria, que são espaços seguros para opinar sem aparecer. Enquanto a anistia nunca conseguiu protagonismo no cardápio de interesse das pessoas, os desvios no INSS ganharam rapidamente a atenção e curiosidade da população.”

Segundo ele, “resta saber se, assim como a chamada taxação das blusinhas e o Pix, o INSS vai ou não ser mais um detrator de popularidade para o governo”.

No caso da fraude do INSS, as mensagens tinham, de início, um teor sobretudo noticioso, aponta a pesquisa. Após a divulgação do relatório da PF, porém, as menções começaram a ter cunho mais político.

“Em grupos de direita, o possível envolvimento do irmão de Lula no esquema para acusar o presidente de corrupção foi o principal tema. As mensagens relembravam escândalos de governos anteriores e ressuscitaram termos como ‘LULADRÃO’. Além disso, bolsonaristas responsabilizam Lula e o PT por uma suposta revogação da lei antifraudes que havia sido sancionada por Bolsonaro”, aponta relatório da Quaest.

Conhecido como Frei Chico, o irmão de Lula José Ferreira da Silva é vice-presidente do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical), entidade investigada pela CGU e pela Polícia Federal no caso.

A entidade posteriormente ficou fora da lista de associações consideradas como o “núcleo do esquema de fraudes” em ação movida pela AGU (Advocacia-Geral da União).

Em relação ao outro ponto da mensagem, segundo a iniciativa de checagem Projeto Comprova, não é verdade que Lula tenha derrubado a lei de combate a fraudes sancionada por Bolsonaro.

Folhapress

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Geral

Ancelotti receberá R$ 5 milhões por mês na Seleção Brasileira; Contrato prevê bônus de R$ 31 milhões caso conquiste a Copa do Mundo

Foto: Divulgação/Instagram/@mrancelotti

Carlo Ancelotti foi contratado como técnico da seleção brasileira com um salário mensal de R$ 5 milhões, podendo chegar a R$ 6 milhões a partir de 2026, além de um bônus de R$ 31 milhões em caso de vitória na Copa de 2026.

Anunciado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) como novo técnico da Seleção Brasileira, o italiano Carlo Ancelotti, de 65 anos, receberá um salário milionário e uma possibilidade de bônus de R$ 31 milhões.

Segundo o jornalista Marcel Rizzo, do jornal O Estado de S. Paulo, para que Ancelotti aceitasse a oferta e deixasse o Real Madrid, a CBF ofereceu a ele um salário de R$ 5 milhões por mês. Além disso, o contrato prevê um bônus de 5 milhões de euros (cerca de R$ 31 milhões) caso a Seleção Brasileira vença a Copa do Mundo de 2026.

Apesar do salário parecer astronômico em comparação a quanto ganhava outros treinadores da Seleção –Dorival Júnior, antecessor de Ancelotti, recebia um salário de R$ 1,5 milhão por mês–, o objetivo da CBF foi se aproximar do que o italiano ganhava no Real Madrid.

De acordo com o divulgado na imprensa espanhola, Ancelotti recebia US$ 10,7 milhões por ano, o que dá quase R$ 61 milhões anuais, cifra muito próxima dos R$ 60 milhões que receberá à frente da seleção canarinho.

O contrato entre Ancelotti e a CBF prevê ainda que para o ciclo seguinte, de 2026 a 2030, o salário do treinador aumentará em 20%, alcançando R$ 6 milhões mensais (R$ 72 milhões por ano), caso as partes queiram estender o acordo.

Terra

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Geral

Superlotação na maternidade Januário Cicco deixa cerca de 60 mulheres à espera de atendimento

Foto: Divulgação/MJEC/UFRN

A Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), localizada na zona leste de Natal, está operando com 46% acima da capacidade, segundo nota oficial da própria unidade. O aumento na demanda tem gerado superlotação, com cerca de 60 mulheres internadas nos corredores aguardando atendimento, inclusive para trabalho de parto.

Em imagens recebidas por meio de denúncia ao RN1, é possível ver mulheres nos corredores da maternidade. Algumas aparecem deitadas no chão, mas não há confirmação se são pacientes ou acompanhantes. As imagens foram borradas para preservar a identidade das pessoas envolvidas.

Segundo a nota emitida pela maternidade, o aumento da demanda é provocado pela chegada de pacientes vindas de outras unidades de saúde do estado, tanto da capital quanto do interior. A unidade informou que a busca por atendimento decorre da “falta de profissionais nessas unidades iniciais”.

A maternidade declarou que “está trabalhando para solucionar a situação e garantir a segurança não somente das mães, mas também dos filhos que vão nascer”. Também ressaltou “a necessidade de cooperação entre todos os entes que atuam no SUS”.

A telespectadora que fez a denúncia relatou que a situação ocorre pelo menos desde a quinta-feira da semana passada, quando deu entrada na unidade. Ela afirmou que havia resistência por parte de alguns funcionários em permitir que mulheres permanecessem deitadas nos corredores, mesmo quando não havia cadeiras ou macas disponíveis.

Ainda não há respostas sobre a existência de ações emergenciais, como transferências para outras unidades, inclusive privadas, ou previsão para normalização do atendimento.

Agora RN

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Geral

Assassinatos de mulheres e de crianças de 0 a 4 anos cresceram em 2023 no Brasil, diz Atlas da Violência

Foto: Freepik

O Brasil voltou a registrar queda na taxa de homicídios em 2023, mas a de mulheres segue em estagnação preocupante, mostra dados do Atlas da Violência, divulgados nesta segunda-feira (12).

Segundo o documento, a taxa de homicídios, que representa o número de mortes a cada 100 mil habitantes, foi de 21,2 no Brasil em 2023, um recuo ante os 21,7 de 2022, segundo o Atlas. Em números absolutos, foram 45.747 mil assassinatos, ante 46.409 do ano anterior.

A taxa de mulheres, porém, permaneceu inalterada pelo 3º ano seguido, em 3,5. O número de mulheres assassinadas cresceu 2,5% entre 2022 e 2023, passando de 3.806 para 3.903.

De acordo com o Atlas, quase 1/3 dos homicídios de mulheres aconteceram dentro da casa delas.

O Atlas da Violência é um relatório anual produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), do governo federal, e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Região Amazônica teve maiores taxas de mortes de mulheres

Em 2023, as maiores taxas de homicídios femininos foram registradas em estados da região amazônica. Roraima ficou no topo, com 10,4 homicídios a cada 100 mil mulheres, seguido por Amazonas e Rondônia, ambos com 5,9.

Variação da taxa de homicídios de mulheres entre 2022 e 2023

Estado Variação (%)
Acre -25,5%
Alagoas -4,5%
Amapá -13,5%
Amazonas 5,4%
Bahia 11,3%
Ceará -8,8%
Distrito Federal 22,7%
Espírito Santo -4,2%
Goiás -15,4%
Maranhão 5,7%
Mato Grosso -8,1%
Mato Grosso do Sul -32,0%
Minas Gerais 4,0%
Pará -6,5%
Paraíba -9,8%
Paraná -4,9%
Pernambuco 26,7%
Piauí -4,9%
Rio de Janeiro 28,6%
Rio Grande do Norte -12,8%
Rio Grande do Sul -9,5%
Rondônia -18,1%
Roraima 0,0%
Santa Catarina 12,0%
São Paulo 6,7%
Sergipe 13,8%
Tocantins 0,0%

Mulheres negras são quase 7 em casa 10 mulheres assassinadas

Opinião dos leitores

  1. A culpa continua sendo do Bolsonaro. 2023, ainda é cedo para culpar Lula. Ele ainda não assumiu o governo.

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Jornalismo

“Globo” quer 50% de atores negros em novelas até 2030

Foto: Reprodução

A Globo estabeleceu como meta alcançar 50% de atores negros nos elencos de suas novelas até 2030. A informação foi divulgada pelo portal F5, da Folha de S.Paulo, nesta 2ª feira (12.mai.2025).

Segundo o portal, a representatividade negra nas produções da emissora atingiu 43% em 2024, o maior índice desde a adoção de políticas de inclusão em 2022. As novelas “Renascer” e “Volta por Cima”, exibidas no ano passado, foram citadas como produções com presença significativa de pessoas negras no elenco.

“Das novelas exibidas em 2024, tivemos mais de 40% de participação de negros no elenco principal. No time de direção, todas as novelas tiveram participação de pessoas negras. Já em séries, ‘Os Outros 2’ teve quase metade do seu elenco composto por pessoas negras”, informa o documento.

A meta de inclusão também se estende ao quadro geral de funcionários. O relatório indica que 50% das novas contratações até o final da década devem ser de pessoas negras. Em 2024, esse índice chegou a 43%.

Em relação à contratação de mulheres, 53% das vagas abertas em 2024 foram ocupadas por profissionais do sexo feminino. A meta definida para o ano era de 50%.

O documento também apresenta dados sobre sustentabilidade. No ano passado, 99% da energia consumida nas instalações da empresa teve origem em fontes renováveis.

Manuel Belmar, diretor de finanças, jurídico, infraestrutura e produtos digitais da Globo, disse no relatório que as metas foram revisadas em 2024 e que a empresa manterá suas diretrizes atuais. “Acumulamos muitos aprendizados, sem perder de vista o compromisso de aliar solidez empresarial a uma atuação responsável com o mundo e com todo mundo”, afirmou.

Poder 360

Opinião dos leitores

  1. Se continuar com essa programação chibata, pode até ser 100%, ninguém aguenta mais esse lixo.

  2. Não importa a cor da pele, pode ser branco, azul, amarelo, preto, qualquer cor desde que tenha capacidade e vocação para o cargo ou função que for ocupar.

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Geral

China é exemplo no comércio mundial, diz Lula

Foto: Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 2ª feira (12.mai.2025) que a China é um exemplo no comércio mundial por buscar parcerias com países que, segundo o petista, “estavam esquecidos” pelas outras potências, referindo-se aos países da África e da América Latina.

Em discurso em Pequim, o chefe do Executivo brasileiro disse que outras potências globais tratam a China como um “inimigo” porque os chineses priorizam relações com países do Sul Global.

“A China tem sido tratada, muitas vezes, como se fosse uma inimiga do comércio mundial, quando na verdade está se comportando como um exemplo de país que está tentando fazer negócios com países que foram esquecidos nos últimos 30 anos por muitos países”, disse Lula.

O presidente citou a União Europeia como um exemplo de potência que voltou suas costas às regiões periféricas e que preferiu se fechar no continente depois da queda do muro de Berlim em 1989, às custas de recursos que eram comercializados com latinos e africanos.

“A União Europeia, que sempre foi um parceiro muito grande do Brasil e ainda é, mas que depois da queda do muro de Berlim se dedicou muito mais ao leste europeu, transferindo suas importações para o leste europeu, diminuiu muito os investimentos na África e na América do Sul”, declarou.

Poder 360

Opinião dos leitores

  1. Fazer negócio com a África? Temos denúncias desses “negócios” vindos de missionários, em algumas regiões eles adquirem toda a extensão de rios e passam a exportar a preço de banana pra própria China; outras denúncias dão conta de trabalho escravo e forçado na áfrica com punições físicas (chicotadas). Não precisamos nem ir pra África, aqui na Bahia escravos foram libertados da obra da fábrica da BYD. É um nível de canalhice impressionante e assustador.

  2. Esse ex-presidiario é um hipócrita mentiroso, fala do livre comércio, mas cobra 100% em impostos de produtos importados.
    Canalha.

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Esporte

Ancelotti assina contrato com a CBF para treinar a Seleção, diz jornal

Foto: Reprodução

Carlo Ancelotti e a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) chegaram a um acordo e o técnico italiano assinou contrato para assumir o comando da Seleção Brasileira. A informação é do jornalista David Ornstein, do The New York Times.

De acordo com a reportagem, o treinador de 65 anos comandará o Real Madrid até a última rodada de LaLiga, contra a Real Sociedad, no dia 25 de maio, e já a partir do dia 26 iniciará o trabalho à frente do Brasil.

As negociações foram conduzidas pelo empresário Diego Fernandes em nome da CBF.

A Seleção Brasileira está sem técnico desde a demissão de Dorival Júnior, em março deste ano, após a goleada de 4 a 1 sofrida para a Argentina pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo.

A equipe nacional ocupa a quarta colocação com 21 pontos, dez a menos que a líder Argentina, atual campeã mundial.

O trabalho no comando do Brasil será o primeiro de Carlo Ancelotti como treinador principal de uma seleção. Ele já trabalhou na comissão técnica da Itália, mas como auxiliar, durante a Copa do Mundo de 1994.

CNN

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Jornalismo

Mulher dá à luz em avenida de Natal com ajuda da Polícia Militar no Dia das Mães

Foto: Divulgação

Na manhã deste domingo (11), Dia das Mães, policiais militares do 1º Batalhão de Polícia Militar (1º BPM) e da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (ROCAM) prestaram auxílio a uma gestante que entrou em trabalho de parto dentro de um veículo, na Avenida Prudente de Morais, bairro Lagoa Nova, em Natal.

A ocorrência, registrada por volta das 11h, teve início quando um soldado da ROCAM, que possui curso de socorrista, percebeu um veículo parado. Ao se aproximar, identificou que uma jovem gestante estava em trabalho de parto, prestes a dar à luz. Com conhecimento técnico, o policial realizou o parto e executou os procedimentos necessários para reanimar o recém-nascido logo após o nascimento.

Em seguida, outra equipe da ROCAM chegou ao local e realizou a escolta da mãe, de 22 anos, e do bebê até a Maternidade Dr. Araken Irerê Pinto, no bairro Petrópolis, onde ambos receberam atendimento médico adequado.

Em um gesto de sensibilidade e reconhecimento à força da mãe, os policiais retornaram à unidade hospitalar no fim da tarde para entregar um buquê de flores e se certificar do estado de saúde da criança, que seguia bem.

A ação reforça o compromisso da Polícia Militar com o cuidado e a proteção da população, mesmo nas situações mais inesperadas.

Opinião dos leitores

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Cidades

Parnamirim e Aeronáutica firmam parceria histórica para instalação de parque tecnológico no antigo aeroporto

Foto: Divulgação

Em uma reunião concorrida na Base Aérea de Parnamirim, a prefeita Professora Nilda firmou, nesta sexta-feira (09/05), uma parceria estratégica com a Aeronáutica para a criação do Parque Tecnológico Parnamirim Aeroporto Digital, no espaço do antigo aeroporto da cidade. O projeto representa um passo ousado rumo ao desenvolvimento econômico e à inovação em Parnamirim.

Ao lado da comandante da Base Aérea e do secretário de Planejamento, Kelps Lima — que coordena a iniciativa —, a prefeita oficializou o início de uma nova etapa para o município, conectando passado e futuro. Durante a Segunda Guerra Mundial, a cidade ganhou destaque mundial como o “Trampolim da Vitória”, ponto estratégico das operações militares aliadas. Agora, a mesma base histórica se prepara para abrigar um polo de tecnologia e conhecimento.

“Estamos dando um passo firme e ousado rumo ao futuro. Nosso sonho é fazer com que o nome de Parnamirim volte a ecoar no mundo, agora como uma cidade inteligente, inovadora e conectada às novas economias”, declarou a prefeita Nilda.

A parceria prevê o uso planejado da área para a instalação de startups, centros de pesquisa, empresas de tecnologia e instituições de ensino — com destaque para projetos voltados à inovação na área aeronáutica, aproveitando a vocação natural da cidade e sua relação histórica com a aviação. Startups de outras áreas também farão parte do ambiente, que será voltado à criatividade, à geração de emprego e à transformação social.

Também participaram da reunião o Coronel Sérgio Roberto Rodrigues Silva, comandante do Esquadrão de Comando; o Capitão Burton Monteiro de Gois Júnior, assessor de Relações Institucionais da BANT; e o Tenente-Coronel Eduardo Maia Arantes, presidente do Grupo de Trabalho Via Verde.

Opinião dos leitores

  1. Deveria se mobilizar para nosso aeroporto volta para Parnamirim, não ficar na quela desgraça que se encontra hoje

  2. Entreguem essa base ao EUA logo, não serve de nada para povo de Parnamirim, o aeroporto que era a melhor coisa do RN retiraram, quem sabe teremos novidades e evoluções em nosso município com investimentos americanos

  3. Enquanto isso, a cidade fica abandonada devido uma administração medíocre da professora Nilda, ela tá mais preocupada em eleger a filha Deputada estadual.

  4. Tudo no papel é maravilhoso. Parnamirim só perdeu e continua perdendo desde a saída do aeroporto para São Gonçalo. Nada faz voltar a pujança do passado, tudo por culpa da classe politica da cidade.

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