Idealizadora da oficina conta que foi preciso quatro meses de masturbação diária para a ejaculação virar algo rotineiro: “Como uma ioga da vagina”
Foto: shutterstock
Uma, duas, três vezes. Esse foi o tanto que Thiare gozou até sentir um jato de água mais forte saindo do próprio corpo na quarta vez. Era a sua primeira experiência com a ejaculação feminina , também conhecida como squirting. “Eu resolvi me masturbar várias vezes e foi uma surpresa, foi curioso”, conta em entrevista ao Delas.
Muita gente acredita que a ejaculação feminina é um mito. Na verdade, assim como vários temas ligados à sexualidade da mulher, esse é mais um assunto pouco explorado e, por isso, gera dúvida. De acordo com especialistas, mulheres podem, sim, ejacular e, ao contrário do que se imagina, o ato não está ligado a um orgasmo mais ou menos intenso.
Você pode sentir muito prazer e não ejacular, assim como pode ejacular sem ter sentido o maior orgasmo da sua vida. A ejaculação nada mais é do que um líquido expelido pelas mulheres quando determinada glândula é estimulada.
“É um líquido que sai da próstata feminina, um órgão feminino conhecido como ponto G ou glândula Skane”, explica Sue Nhamandu, psicanalista e instrutora da oficina “Siririca molhada”, onde propõe às mulheres repensar o sexo e a sexualidade, além de ensinar como ejacular.
Ao Delas , a especialista explica que é o mesmo líquido que sai da próstata masculina, mas com uma quantidade maior de água e ureia e, claro, sem espermatozoide. Por isso, algumas mulheres acham que fazem xixi durante o sexo ou a masturbação, quando, na verdade, ejaculam.
Desde que ejaculou pela primeira vez, Thiare passou a buscar cada vez mais informações sobre o assunto. Criadora do site “Heretica.co”, onde discute sexualidade e heteronormatividade, conheceu o trabalho de Sue e se interessou pela oficina proposta pela psicanalista.
Lá, vivenciou algo único e transformador. “Conseguir pensar o sexo de uma maneira um pouco mais desintoxicada foi bastante importante”, conta.
Detalhes da oficina de ejaculação feminina
“Siririca molhada” é uma vivência idealizada por Sue com o objetivo de empoderar outras mulheres para que descubram o poder da ejaculação. Dividida em uma parte teórica e outra prática, a oficina provoca as participantes a pensar o sexo sob uma nova perspectiva e apresenta informações e técnicas de ejaculação feminina.
Sentadas em círculo, na primeira parte da oficina as mulheres têm contato com teorias da filosofia e da ciência sobre heterossexualidade e gênero, momento em que Sue propõe reflexões sobre sexualidade e liberdade política.
Já a parte prática é dividida em três momentos. A instrutora convida as mulheres a carimbarem a sua própria vulva em um papel. “É um momento lúdico do curso para deixá-las mais confortáveis com a ideia de tirar a parte de baixo da roupa”, conta. Para isso, elas passam beterraba na parte externa da vulva e carimbam em um papel.
Depois, é hora de partir para as técnicas de ejaculação. “Eu convido as meninas a usarem uma luva descartável e, com um pouco de lubrificante, as convido a inserirem a mão na minha vagina para que elas possam encontrar a próstata através do meu corpo”, relata. Depois disso, para aquelas que têm interesse, Sue veste uma luva e ensina cada uma a encontrar a sua própria próstata.
Em seguida, as participantes escrevem e compartilham com as outras mulheres da oficina um sonho erótico. “É para contextualizar o erotismo fora do corpo do sujeito”, explica a instrutora. Então, elas partem para a masturbação na tentativa de vivenciar a ejaculação sem a ajuda de Sue.
Para Thiare, participar de momentos como esse foi uma forma de conhecer mais sobre a anatomia do próprio corpo, além de exercer a confiança e quebrar certos tabus. “Fizemos perguntas sobre medicina e anatomia e trocamos fantasias. Foi surpreendente e poderoso”, lembra.
Como chegar lá?
Para algumas mulheres, a primeira ejaculação acontece como uma surpresa na hora do sexo ou da masturbação, sem que elas estejam esperando. Para outras, é preciso treino e técnica. Sue conta que para que tivesse uma ejaculação em todas as suas masturbações, precisou se masturbar durante quatro meses todos os dias. “Como uma ioga da vagina”, explica a especialista.
A psicanalista comenta que suas alunas que levam a prática a sério e se masturbam diariamente também passam a ejacular. Essa prática de masturbação diária, com estimulação clitoriana, é fundamental para conseguir ter orgasmos. “Quando você passar a ter orgasmos, você passa a pensar no squirting”, diz.
Sue também dá outras dicas que são fundamentais para conseguir ter a tão desejada ejaculação feminina. “A maneira mais eficiente de garantir que você tenha um squirting é, em primeiro lugar, não ficar preocupada em tê-lo. É um processo lento e você precisa respeitar o processo do seu corpo”, explica.
A segunda coisa que a mulher deve fazer é sempre se manter bem hidratada – o ideal é beber até três litros de água. Se você não bebeu muita água naquele dia, dificilmente vai ejacular. “Tenha certeza de que você está com a sua saúde física, mental e emocional funcionando de maneira holística e não só pensando no seu corpo genitalmente”, completa.
A maneira mais interessante de ter a ejaculação é massagear o ponto G. Para encontrá-lo, a forma mais fácil é inserir o dedo na vagina e fazer um movimento de “vem cá”, procurando pelo ponto próximo à região mais esponjosa.
Além das dicas da psicanalista, Thiare completa incentivando as mulheres a buscar informação sobre a ejaculação feminina , porque, ao contrário do que muita gente diz, ela realmente pode ser vivenciada. “Eu diria para as mulheres que ainda não ejaculam: vocês podem ejacular. É uma questão de prática, de anatomia e de fisiologia”, fala.
IG
Siririca é a mulher ou irmã do Tiririca?
ISSO JÁ SE NASCE SABENDO, PRECISA DE CURSO NAO…!!! REALMENTE AQUI SÓ HÁ ISSO QUE O SR. EVERTON MENCIONOU!!!!!
Os comentadores assíduos daqui com ctz não fazem nem ideia do que é dar prazer a uma mulher, pois estão sempre a destilar ódio.
De fato. Só querem saber de chamar os outros de comunistas ou fascistas.
Alguns comentadores assíduos daqui, com pseudônimos masculinos (nem dá prá ter certeza pois defendem uma tal ideologia de gênero), só devem entender de prazer para homens. Afinal, só valorizam relações homoafetivas e quem sabe lidar com as mulheres são os héteros. Kkkkkkk
Ô Big, pq vc não escolheu uma versão em espanhol? É fã dos EUA?