As ações da Petrobras caíram 37% nos últimos cinco anos, enquanto as dos seus rivais internacionais subiram mais de 70%. No dia 19 de maio de 2009, os papéis preferenciais da petrolífera brasileira estavam cotados a US$ 12,85. Em dia equivalente de 2014, as mesmas ações eram negociadas a US$ 8,11.
Os números, calculados pela consultoria Economatica, estão ajustados por proventos, ou seja, já embutem o que os acionistas ganharam com dividendos e juros sobre o capital próprio.
No mesmo período, o NYSE Arco Oil Index, um indicador que reúne os papéis de gigantes do petróleo internacional, como Chevron, ExxonMobil e Shell, registrou uma alta de mais de 70%. A Chevron subiu 87% e puxou a média para cima, enquanto a ExxonMobil avançou 43%, e a Shell, 58%.
Essa queda de 37% das ações da Petrobras é medida em dólares, para poder ser comparada com os papéis dos concorrentes internacionais. Em reais, o recuo foi de 32%.
Se olharmos para a variação dos papéis nos últimos dez anos, no entanto, vemos que a Petrobras havia subido muito mais que as concorrentes em anos anteriores, por causa da alta do real (estamos comparando sempre os preços das ações em dólares) e também das descobertas do pré-sal.
O gráfico abaixo mostra um pico em 2008, quando foi confirmado que o país tinha potencial para se tornar um dos grandes exportadores de petróleo do mundo.
Por este segundo gráfico, vemos que a queda das ações da Petrobras nos últimos cinco anos não foi forte o suficiente para anular a alta registrada nos cinco anos anteriores. Desde 19 de maio de 2004, os papéis preferenciais da estatal subiram 333% em dólares, enquanto o índice das empresas rivais aumentou 172%. Em reais, a alta acumulada da estatal em dez anos é de 208%, de acordo com a Economática, valor que já considera os ganhos dos acionistas com dividendos e juros sobre capital próprio.
O economista Flávio Conde, analista chefe da Gradual Investimentos, concedeu ao blog Achados Econômicos a entrevista abaixo, a respeito do assunto.
Sílvio Crespo: As ações da Petrobras caíram quase 40% em cinco anos, enquanto as dos concorrentes subiram 70%. Isso é um sinal de que os papéis da estatal podem estar baratos?
Flávio Conde: Não. Para saber se está barata ou cara, é preciso comparar o lucro esperado de cada uma. O que esses dados mostram é que os investidores gostaram do que aconteceu com os resultados das petrolíferas estrangeiras e não gostaram dos resultados da Petrobras ao longo desses anos analisados.
SC: Qual a perspectiva que vocês traçam para os papéis da Petrobras?
FC: A gente acha que a perspectiva agora é melhor do que há quatro ou cinco anos. Independentemente de quem vai ser o próximo presidente, a companhia tende a apresentar resultados melhores, porque a produção está crescendo. A empresa projeta aumento de 7,5% em 2014 e nós consideramos factível.
Além disso, a capacidade de refino da Petrobras vem crescendo, depois de ficar parada um bom tempo. Isso também deve continuar em 2014 e 2015, não importa quem será o presidente.
SC: E o preço da gasolina?
FC: Essa é a parte preocupante. A gasolina e o diesel precisam subir cerca de 20% para ficar no mesmo nível do mercado externo.
Com a eleição, então, a gente tem três cenários. Se a Dilma ganha, a política deve continuar a mesma, ou seja, a gasolina e o diesel continuam com preço baixo. Se o Aécio ganha, o preço dos combustíveis deve subir, e isso é bom para os acionistas da empresa. Se o Eduardo Campos ganha, existe uma esperança de que o preço suba um pouco mais do que se o atual governo continuar.
SC: O que vocês recomendam aos investidores?
FC: Considerando tudo isso – a perspectiva de aumento da produção e também os três cenários possíveis na eleição – nossa recomendação é manter as ações da Petrobras, com viés de alta, ou seja, achamos que a chance de subir é maior do que de cair.
A gasolina e o diesel não vão subir antes da eleição, mas isso já está embutido no preço das ações.
Para quem não tem ações e está pensando em comprar, então tem que decidir com base no que acha que vai acontecer nas eleições. Quem acha que a Dilma vai perder, pode comprar Petrobras. Se a pessoa não sabe, sugiro que compre só metade do que gostaria de comprar. Mas se ela tem certeza de que a Dilma vai ser reeleita, não deve comprar.
Achados Econômicos – UOL
ROBERTO AMARAL nos diz que : "Vivemos, vive a Humanidade, sob o avanço do pensamento conservador, produto de visões de mundo que remontam ao mais puro fascismo. Um só exemplo é a onda de racismo e xenofobia que domina a Europa.
Da Europa, “este nobre continente” que, após séculos de colonialismo predador e genocida nos deu o fascismo, o nazismo e o stalinismo e duas guerras mundiais, sopram os ventos do mais tacanho ideário conservador, de par com o recuo ideológico e político da esquerda, sob todos os seus matizes, ou seja, englobando desde os comunistas às organizações socialdemocratas.
Os mais velhos dirão: ‘eu já vi este filme’."
Ele nos diz ainda que: A destruição do orgulho de ser, da satisfação do pertencimento e do amor-próprio é a forma mais eficaz de minar uma nação. Em seu lugar se instala a idealização do outro, superior, mais culto, mais forte.
E continua: No mundo e no Brasil – para o bem e para o mal não somos uma ilha – o avanço do cardápio conservador tem as características de uma hegemonia ideológica: faz parecer que os interesses de uma classe – a classe dominante – coincidem com os interesses da maioria, ou seja, dos pobres. Assim é que vemos desqualificar a política quem mais precisa dela, combater o Estado quem mais depende dele, criticar a presença do governo quem mais precisa dela. É a vitória da manipulação ideológica.
E nesse imbróglio, a Petrobrás é apenas um "boi de piranha" usado como "bode expiatório" para o delírio dos Neoliberais de plantão e dos alienados subservientes desconhecedores da história e sem consciência de nacionalidade e amor próprio pela sua terra natal.
Mais um mandato do governo do PT e esse país irá quebrar em tantos pedaços, que ficará difícil remendá-lo.
O que é mais interresante para o povo, a disparada no valor de mercado da Petrobras ou o controle de preço dos combustíveis?
Para a valorização imediata da Petrobras basta o governo Dilma deixar de controlar os preços praticados pela companhia. Isso interessa exclusivamente aos investidores que possuem ações.
Para entender isso basta ler trecho do texto:
"Com a eleição, então, a gente tem três cenários. Se a Dilma ganha, a política deve continuar a mesma, ou seja, a gasolina e o diesel continuam com preço baixo. Se o Aécio ganha, o preço dos combustíveis deve subir, e isso é bom para os acionistas da empresa. Se o Eduardo Campos ganha, existe uma esperança de que o preço suba um pouco mais do que se o atual governo continuar."
A Petrobras é uma empresa de economia mista, que tem o Governo Federal como maior acionista, a principal finalidade de uma empresa com essas caracteristicas não é ter lucro e gerar riqueza para seus acionistas, sua principal finalidade é atender os interesses da administração pública e consequentemente da população.
Nesse ponto prefiro ficar com a política do atual governo que regula os preços praticados pela Petrobras, beneficiando toda a população, do que ficar com a política de libera o preço para beneficiar os acionistas.