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Brasil se prepara para “guerra” na Venezuela: embaixador em Caracas quer providências para proteger brasileiros

Marco Bello – 18.jul.2017/Reuters

O embaixador brasileiro em Caracas, Ruy Pereira, marcou para as próximas terça e quarta (25 e 26) uma reunião com os representantes diplomáticos na Venezuela para, segundo o chanceler Aloysio Nunes Ferreira Filho, discutir providências para proteger a comunidade de brasileiros no país na eventualidade de um agravamento de uma crise que já está em ponto de combustão.

A conta mais recente indica que vivem na Venezuela cerca de 32 mil brasileiros.

A iniciativa do embaixador é sábia, a julgar pela descrição que faz da conjuntura venezuelana um de seus melhores analistas, Luis Vicente León, responsável pelo centro de pesquisas Datanalisis:

“O governo acredita que está morto politicamente se não consegue passar a sua Constituinte [votação convocada para dia 30]. Mas, da mesma forma, a oposição sente que essa Constituinte representa sua morte e também a da democracia, da República, dos direitos humanos e econômicos e as possibilidades de resgatar a paz”, escreveu.

Como nenhum dos lados em confronto quer morrer, é inevitável que soem tambores de guerra em um país já conflagrado por manifestações diárias há cem dias (96 mortos até agora) e por uma situação econômica e social que fica mais dramática a cada dia.

O drama do dia (quarta-feira, 19): o custo da cesta básica subiu 24,1% de maio para junho. Em um ano, o aumento foi de 343,2%.

Para poder adquirir a cesta básica, um venezuelano precisa de 18,9 salários mínimos.

Não há quem consiga viver nesse ambiente, o que ajuda a explicar a notável mobilização para votar no domingo (16) em um plebiscito não oficial, convocado pela oposição.

Compareceram, segundo os oposicionistas, 7,6 milhões de pessoas, que era o máximo para o qual se preparara a coalizão opositora MUD (Mesa de Unidade Democrática). Foram montados locais de votação para apenas um terço do eleitorado total (19,8 milhões), o máximo de capacidade logística que a oposição conseguiu. O comparecimento foi, portanto, praticamente o total do esperado.

Com base nesse resultado, a MUD declarou nesta quarta-feira que a mudança de governo “é inevitável e iminente” e anunciou seu compromisso de “formar um governo de união nacional”, para “garantir a governabilidade do país no caso de que se logre a saída de Nicolás Maduro do poder”.

A oposição acredita que o sucesso de uma greve geral convocada para esta quinta-feira (20) servirá para tornar ainda mais “inevitável e iminente” a queda de Maduro.

Mas o governo não está nem remotamente disposto a ceder um milímetro nesta batalha.

Toca, ele também, os tambores de guerra, na forma, por exemplo, da convocação do Conselho de Defesa. Trata-se do “organismo máximo de consulta para a planificação e assessoramento do Poder Público em assuntos relacionados com a defesa integral da Nação, sua soberania e a integridade de seu espaço geográfico”.

É, em tese, resposta à ameaça dos Estados Unidos de impor sanções à Venezuela, se não for desconvocada a votação para a Assembleia Constituinte.

Na prática, contudo, é a preparação do governo Maduro para a guerra antevista pelo analista Luis Vicente León.

Folha de São Paulo – Colunista Clóvis Rossi

 

Opinião dos leitores

  1. Já pensaram se os marginais do PT estivessem no poder? Com certeza mandariam tropas brasileiras pra lá pra lutar por Maduro, esse bosta que está destruindo a Venezuela!

  2. Lá tá morrendo menos que aqui no RN. Lá morre morreu 96 em 100 dias (menos de 1 diário) ? Aqui a média é 5 a 6 por dia em 2017.

    1. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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