Política

Governo começa a demitir aliados de deputados ‘infiéis’

Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

O governo exonerou o superintendente do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) em Santa Catarina como punição ao deputado Jorginho Mello (PR-SC), que votou contra o presidente Michel Temer na Câmara na última quarta-feira (2).

O engenheiro Vissilar Pretto ocupava o comando do órgão desde abril de 2014, apadrinhado por Mello. A portaria com a exoneração do superintendente foi publicada nesta sexta-feira (4) no Diário Oficial da União.

Fontes do Palácio do Planalto confirmaram que trata-se de uma retaliação a deputados da base aliada que votaram a favor da denúncia por corrupção passiva contra Temer encaminhada pela Procuradoria-Geral da República. O governo conseguiu rejeitar a denúncia no plenário, mas 89 parlamentares de partidos governistas votaram contra o presidente.

Dos 39 deputados do PR, nove votaram contra o relatório que recomendava a rejeição da denúncia –ou seja, votaram contra Temer. Jorginho Mello foi um deles. “Sou a favor de toda e qualquer investigação. Peço vênia a meu partido e voto não ao relatório”, declarou o deputado no plenário na quarta-feira.

O PR comanda o Ministério dos Transportes e distribuiu as superintendências regionais do Dnit entre seus parlamentares. O órgão comanda a realização de obras em estradas, consideradas um ativo eleitoral importante para muitos deputados.

Mello é o único deputado do PR em Santa Catarina. Ele participava de inaugurações e vistorias ao lado de Pretto, e divulgava notícias que vinculavam seu nome às ações do Dnit no Estado.

A cúpula do partido pressiona o governo para demitir outros aliados dos deputados que “traíram” Temer no plenário, para que os cargos possam ser distribuídos aos parlamentares “fiéis”. Uma das vagas em questão é a diretoria de Administração e Finanças do Dnit, cujo atual ocupante foi indicado pelo deputado Wellington Roberto (PR-PB), que também votou contra Temer.

CENTRÃO

Os partidos da base aliada de Temer que votaram em massa a favor do presidente aumentaram a pressão por cargos ocupados pelos chamados infiéis. Eles ameaçam travar a discussão da reforma da Previdência e até retirar apoio ao presidente na votação de uma provável segunda denúncia apresentada pela PGR.

O principal alvo das reclamações é o PSDB, que ocupa quatro ministérios e cargos em escalões inferiores, mas entregou menos da metade de seus 46 votos a favor de Temer.

Horas depois da vitória do governo na Câmara, dirigentes do PMDB e de siglas do chamado centrão mandaram recados ao Planalto para exigir uma recompensa imediata pela fidelidade demonstrada no placar de 263 votos.

Além do partido do presidente, o bloco formado por PP, PR, PSD, PTB, PRB e outras legendas reclama de “sinais trocados” enviados pelo Planalto nos últimos dias, que demonstrariam um recuo em promessas de reorganização dos cargos ocupados pela base.

Folha de São Paulo

Opinião dos leitores

  1. Ano que vem o eleitor dará o troco nessa cambada de safados….A vida dessa gente até lá não será fácil,basta ver nas redes sociais as gentilezas (vaias) a q são submetidos,qdo se encontram em eventos ou lugares públicos….

  2. Vejam as aberrações nos comentários abaixo. Antes os hipócritas criticavam o governo do PT e diziam q esse aparelhava as instituições, vomitavam absurdos contra o governo quando este pagou o mensalão para aprovar reformas. Agora essa mesma turma de hipócritas aprovam tdo do governo golpista! Será q esses hipócritas agem assim perante seus filhos?
    Que vergonha!

  3. Tem que ser assim. O País está saindo do buraco. Vai demorar afinal foram anos de roubalheira desenfreada. Graças ao povo não viramos uma Venezuela.

  4. Muito bem presidente. Só fica quem for a favor do Brasil. Este tem coragem. O país tá melhor, sim.

  5. Temer está só demonstrando como funciona a relação patrão-empregado após a reforma trabalhista, discordou manda embora.

  6. Isso aí, meu presidente.
    Quem traiu as reformas e o progresso deve ser estirpado do governo. O Brasil precisa mudar e progredir.

    1. Acho que você está voando. Aonde você acha que tirando direitos dos trabalhadores e precarizando as relações de trabalho e os salários nós vamos ter progresso???? O que vai acontecer será no futuro um caos social. Veja o que aconteceu no resto do mundo com medidas neoliberais ultrapassadas como a que este Governo sem voto está implementando goela abaixo. Um dia a corda rói.

    2. Incrível é a pessoa defender o indefensável em nome de reformas feitas por corruptos , onde só nós , os pagadores de impostos pagamos as contas dos roubos. A honra , ética e honestidade não existem para essas pessoas. Que nojo !

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Política

Procurador-geral da República vai pedir cassação de ‘mais de uma dezena’ de deputados infiéis

2013-664073642-Retomada-do-julgamento-do-mensalao_20131115O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, anunciou que vai ingressar ainda nesta quinta-feira com ações de perda de mandato por infidelidade partidária contra “mais de uma dezena” de deputados federais. Os alvos das ações são deputados que recentemente mudaram de partido mais de duas vezes. Para o procurador-geral, o mandato pertence ao partido e não ao parlamentar.

– Quando esses parlamentares vão de um partido existente a outro existente já antigamente, como numa escala em um novo, na verdade isso é uma forma de superar o obstáculo da fidelidade partidária. Por isso nós estamos entrando com mais de uma dezena de demandas para a cassação dos mandatos – afirmou o procurador-geral.

Janot fez a declaração depois de participar de um encontro com chefes das procuradorias regionais eleitorais. O procurador comparou a troca por mais de um partido a um voo com escala. A escala seria só um desvio momentâneo para se chegar ao verdadeiro destino.

– Quando eu pego um voo daqui (Brasília) para Fortaleza e faço uma escala em Salvador, meu voo continua sendo Brasília-Fortaleza, o que eu fiz foi uma simples escala em Salvador – afirmou.

Na abertura do encontro, Janot afirmou que o combate ao financiamento ilegal de campanhas eleitorais está entre as prioridades do Ministério Público Eleitoral nas eleições de 2014. Segundo ele, a movimentação irregular de dinheiro durante as campanhas eleitorais tem sido a origem de grande quantidade de casos de corrupção na administração pública.

– Essa irrigação ilegal de campanhas é uma fonte inexorável na estrada da corrupção. Aquele que se elege com financiamento espúrio deve prestar contas a esse financiador. Isso é fonte de uma diversidade enorme de delitos – disse Janot.

O procurador-geral fez a declaração na abertura de um encontro com os chefes das procuradorias regionais eleitorais. Num rápido discurso, o procurador apresentou as maiores preocupações que deverão nortear a atuação do Ministério Público na fiscalização das próximas eleições. No topo das prioridades, está o combate à corrupção.

– O dinheiro que vai para a corrupção é aquele dinheiro que falta à educação, saúde, a infraestrutura. É o que falta a a sociedade brasileira – disse.

Janot alertou ainda que os procuradores devem estar atentos à campanhas eleitorais, ao abuso do poder econômico e a compra de votos, situações que podem desequilibrar a concorrência entre os candidatos. O procurador-geral também defendeu a atenção dos colegas em relação às restrições estabelecidas pela lei do Ficha Limpa.

– Temos que consolidar a lei da Ficha Limpa. É uma conquista da cidadania – afirmou o procurador-geral.

Campanha antecipada

O vice-procurador-eleitoral, Eugênio Aragão, afirmou que todos os candidatos já estão em campanha. Para ele, é importante coibir os abusos, mas sem impedir o debate político, que ele considera saudável.

– Eu acredito que não podemos ser hipócritas. Sabemos que todos os candidatos estão falando e fazendo campanha.Coibir esse tipo de prática em campanha tem que ser dentro de um limite que não sufoque o debate – disse.

O vice-procurador reafirmou também que os procuradores devem evitar o estrelismo no processo de fiscalização.

– Nós não somos os atores mais importantes. Os atores mais importantes são os candidatos e os eleitores.

O Globo

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