Paula Rousseff, única filha da presidente Dilma, sabe desde pequena que a mãe detesta comemorar aniversário.
Prevendo que a falta de disposição com comemorações pudesse refletir na sua data no ano, a aniversariante Paula costumava ficar em frente à porta do quarto de Dilma logo cedo.
Ao vê-la se abrir, perguntava quase que sutilmente: “Mãe, você me trouxe um presente?”
Tinha cinco anos, no máximo. Paula adorava festa. Reservada e de perfil mais tímido, Dilma nunca gostou de comemorar o 14 de dezembro.
Foi com essa história de família que a presidente abriu a reunião de sua coordenação política, nesta segunda-feira (14) no Palácio da Alvorada, dia em que faz 68 anos.
Cercada por assessores e ministros que ensaiavam cantar o “parabéns a você”, Dilma fez questão de pontuar que era melhor não.
Os ministros Edinho Silva (Comunicação Social) e Gilberto Occhi (Integração Nacional) entregaram presentes.
Edinho deu à presidente o livro “A Casa da Vovó”, do jornalista Marcelo Godoy. Occhi, por sua vez, chegou com uma caixa da joalheria Swarovski. Disse que sua mulher havia mandado um colar a Dilma.
Durante a reunião, a presidente foi avisada de que seu vice, Michel Temer, estava ao telefone para cumprimentá-la pela data. Levantou-se para atender Temer e, ao retornar, disse aos ministros que o vice estava em um compromisso em São Paulo.
A relação entre os dois está cada vez mais distante e protocolar e Temer não tem participado das reuniões de coordenação política do governo.
Na semana passada, o vice enviou a Dilma uma carta em que fazia um desabafo ao dizer que sempre foi figura “decorativa” no Planalto e que a presidente nunca confiou nele nem em seu partido, o PMDB.
EM FAMÍLIA
A presidente costuma passar o aniversário em Porto Alegre ao lado de sua família, com a filha e o neto, Gabriel. Este ano, porém, envolta na crise política e econômica, cancelou a viagem à capital gaúcha que estava prevista para o domingo (13).
Em Brasília, Dilma não terá a companhia do neto nem de Paula, que está grávida do segundo filho e já não pode mais viajar de avião por recomendações médicas.
A presidente deve então jantar com a mãe, Dilma Jane, no Palácio da Alvorada. Ali, apostam alguns aliados, pode ser que ela permita o tradicional “parabéns”.
Folha Press
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