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Paralisação dos caminhoneiros em oito estados afeta produção de carne, soja e leite

A paralisação dos caminhoneiros, que atinge oito Estados nesta terça-feira (24), já prejudica a produção de carne, soja e leite em Mato Grosso, Santa Catarina e Paraná. Se prolongado, o cenário tende a afetar, inclusive, parte da exportação de culturas importantes para a balança comercial brasileira.

Em Mato Grosso, que está em época de safra da soja, 50% da produção total no Estado já foi colhida. No entanto, o protesto dos caminhoneiros impede o escoamento dos grãos, de acordo com o Movimento Pró-Logística.

“As lavouras estão com os estoques de seus armazéns no limite”, disse Edeon Vaz Ferreira, coordenador executivo do movimento na Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho do MT).

A soja é o carro-chefe da balança comercial no país e o Estado de MT, um de seus principais produtores. O chamado “complexo soja” -que inclui grãos, farelo e óleo- rendeu em exportações cerca de US$ 30 bilhões em 2014.

Em Lucas do Rio Verde (MT), onde há cerca de 500 caminhões parados na rodovia e na entrada da cidade desde quarta-feira (18), há também cargas de soja, de acordo com Gilson Pedro Pelicioli, dono de três caminhões e vereador do município pelo PMDB. “Mais três dias de paralisação e toda a carga de soja será perdida”, disse.

Além disso, a colheita nas lavouras está sendo reduzida, já que os veículos começam a ficar sem combustível. Ferreira, da Aprosoja, disse que a situação tende a piorar caso as chuvas que estão atingindo a cidade nos últimos dias cessem.

LEITE

Já em Santa Catarina, foi afetada a produção de leite. De acordo com o Sindileite (Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtores Derivados), toda a produção foi paralisada nesta segunda-feira (23) em decorrência do movimento dos caminhoneiros e o setor calcula prejuízo de, no mínimo, R$ 10 milhões por dia sem produção.

Em nota, a entidade informou que 70% da produção de leite no Estado está na região oeste, o epicentro da paralisação em Santa Catarina -na região, há falta de combustível em postos e alimentos hortifrúti.

De acordo com o sindicato, o bloqueio nas estradas impossibilita que o leite seja levado até as indústrias e também que o produto final chegue ao mercado. Na nota, o Sindileite afirmou haver “perda de matéria-prima e insegurança estabelecida em praticamente todas as regiões produtoras do Estado”.

As indústrias da região de São Miguel do Oeste (SC), que produzem alimentos perecíveis, como leite e queijo, suspenderam o carregamento dos caminhões, de acordo com Vilmar de Souza, presidente da Acismo (Associação Comercial e Industrial de São Miguel do Oeste).

AVES E SUÍNOS

Também em Santa Catarina e no Paraná, as gigantes do setor alimentício BRF e Aurora interromperam a produção nos setores de aves e suínos em 17 cidades. A paralisação representa cerca de 15% do abate do grupo BRF e a totalidade das fábricas da Aurora, que deixou de exportar nesta segunda.

De acordo com as empresas, elas não conseguem enviar as cargas para os portos, receber animais para o abate e demais matérias-primas, como ração e embalagens. A situação também começa a preocupar indústrias do Centro-Oeste, inclusive frigoríficos de carne bovina.

EXPORTAÇÃO AMEAÇADA

Segundo Luciano Nakabashi, professor da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto), da USP (Universidade de São Paulo), a paralisação ameaça as exportações e pode refletir na inflação.

“Mas depende de quanto tempo durar o movimento. É um impacto negativo na economia”, afirmou.

Ele prevê, no entanto, que o impacto negativo seja temporário, bem como uma possível alta nos preços em decorrência de escassez de produtos no mercado.

Ferreira, da Aprosoja, disse que a esperança do setor é a de que a Justiça Federal autorize que as polícias façam ações de desbloqueios nas rodovias, conforme pediu a AGU (Advocacia-Geral da União).

MOVIMENTO DOS CAMINHONEIROS

O protesto da categoria se dá devido a uma combinação de motivos: redução no preço dos fretes e aumento de custos. Nesta segunda (23), caminhoneiros bloquearem trechos de rodovias em sete Estados.

Rodovias no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais foram bloqueadas, causando prejuízo a produtores rurais e indústrias dessas regiões.

Nesta terça (24), os protestos chegaram a São Paulo, mas só na madrugada.

Folha Press

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Polícia

PF cumpre 80 mandados de prisão e desarticula rede de tráfico em oito estados, inclusive, o RN

A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (16/12/2014), a Operação PAÇAGUÁ, que envolveu 215 (duzentos e quinze) policiais federais nos estados da Paraíba, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Goiás, Paraná e Santa Catarina, para dar cumprimento a 80 (oitenta) mandados judiciais expedidos pelo Juízo de Direito da Vara de Entorpecentes de Campina Grande/PB, sendo 49 (quarenta e nove) mandados de prisão preventiva, 27 (vinte e sete) de busca e apreensão e 4 (quatro) de condução coercitiva.

A Operação tem por finalidade desarticular organização criminosa com atuação voltada para o tráfico interestadual de drogas, responsável pelo abastecimento de grupos criminosos sediados na cidade de Campina Grande, que coordenavam distribuição de drogas nos bairros Jeremias, Pedregal, Monte Santo, Malvinas e Bodocongó. Dentre os municípios paraibanos em que acontece a operação estão as cidades de Patos e São Bento, situadas no Sertão do Estado.

Consoante as provas carreadas ao inquérito policial, foi possível comprovar atuação de organização criminosa no comando do tráfico na cidade de Campina Grande, associada a grupos criminosos nas cidades de São Bento/PB, Foz do Iguaçu/PR e São Paulo/SP, que engendraram complexo esquema delitivo para envio de grandes quantidades de entorpecentes para o estado da Paraíba.

A investigação realizada pela Delegacia de Polícia Federal em Campina Grande/PB, com o apoio da Delegacia de Polícia Federal em Patos, foi iniciada há aproximadamente um ano e meio, resultou, até a presente data, na prisão de 28 pessoas e apreensão de aproximadamente 1 tonelada de maconha e 270 Kg de cocaína/crack, permitindo a obtenção de provas de autoria e materialidade necessárias à comprovação do crime organização criminosa praticado mediante a associação estável e permanente de um grupo de pessoas com o objetivo de obtenção de lucro com o comércio ilícito de droga.

O nome da operação “PAÇAGUÁ” refere-se ao termo da língua indígena Tupi-Guarani relacionado ao instrumento de pesca, composto por uma pequena rede na extremidade de uma vara, utilizado para recolher grandes peixes fisgados com anzol.

Os presos serão conduzidos para o sistema prisional do estado da Paraíba e responderão criminalmente como incursos nos tipos previstos nos artigos arts. 33, 35 e 40, inciso V, da Lei nº 11.343/06 (tráfico interestadual de drogas e associação para o tráfico de drogas) e art. 2, § 2º, da Lei nº 12850/13 (organização criminosa armada).

Será concederá entrevista coletiva para divulgação do resultado da Operação Paçaguá às 15:00, na sede da Delegacia de Polícia Federal em Patos.

PB Agora, com assessoria PF/PB

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