Judiciário

‘Valor’: fiscais e MPT vão ignorar mudança na CLT

Apesar da alta expectativa com relação à entrada em vigor da reforma trabalhista, no dia 11 de novembro, as empresas poderão continuar a ser fiscalizadas, autuadas e sofrer novas ações civis públicas por práticas que estão previstas na Lei nº 13.467/2017. Depois dos juízes, fiscais do trabalho e procuradores do Ministério Público do Trabalho (MPT) declararam que não devem aplicar os principais pontos da reforma com o argumento de que há violação a princípios constitucionais, a outras leis trabalhistas e normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Entre os aspectos que poderão ser desconsiderados nas fiscalizações estão a predominância do negociado sobre o legislado, a terceirização ampla, o não reconhecimento de vínculo empregatício de trabalhadores autônomos, a contratação de trabalho intermitente para qualquer setor, a limitação de valores de indenização por danos morais e a possibilidade de se estabelecer a jornada de 12 horas de trabalho por 36 de descanso por acordo individual.

O posicionamento do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT) e da Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra) está previsto em 125 enunciados, editados em conjunto durante a 2ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho, que ocorreu na semana passada, em Brasília.

O auditor fiscal do trabalho e representante do Sinait, Alex Myller, afirma que se deve harmonizar as previsões da reforma com a Constituição, com as outras disposições da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e tratados internacionais. “Podemos preservar o que for possível da reforma, mas não posso ir contra o que diz a Constituição. Senão estaria prevaricando”, diz. O sindicato levou 20 teses para discussão no evento e 18 delas foram aprovadas.

Entre os textos que Myller afirma ter participado da elaboração está o que trata do não reconhecimento de vínculo empregatício do empregado autônomo. “Temos que pensar no princípio da primazia da realidade e a própria Constituição diz que a relação de emprego é um direito dos trabalhadores. Por isso, quando a prestação de serviços é continua e exclusiva, tem que ser tradicionalmente considerada relação de emprego”, diz.

Segundo os organizadores do evento, participaram cerca de 600 pessoas na 2ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho. Entre elas, aproximadamente 30 procuradores do MPT, 70 fiscais, 350 juízes e 120 advogados.

Diante do furor que a aprovação da reforma causou no meio jurídico, o evento foi recorde de público. Reuniu o dobro de participantes registrados na 1ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho, ocorrida em 2007, quando foram levantados enunciados sobre a legislação trabalhista como um todo, segundo o presidente da Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra), Guilherme Guimarães Feliciano.

Os enunciados ainda consideraram inconstitucionais as previsões que tratam da cobrança dos valores de perícia e de honorários de sucumbência – pagos ao advogado da parte contrária com relação aos pedidos negados ao trabalhador. Também entenderam pela não aplicação da limitação mais restrita à assistência judiciária gratuita.

Para o presidente da Anamatra, não se trata de “um jogo de resistência ao aplicar a lei”. Segundo o magistrado, “se a lei fosse bem redigida, não haveria uma busca tão grande para interpretá-la. Agora o Poder Judiciário tem que fazer o seu trabalho de interpretar as normas de forma coerente com a Constituição.”

Com relação à terceirização, foi aprovada tese de que ela não se aplica à administração pública direta e indireta, restringindo-se às empresas privadas. Outro enunciado prevê que os empregados das empresas terceirizadas devem ter direito a receber o mesmo salário dos empregados das tomadoras de serviços, bem como usufruir de iguais serviços de alimentação e atendimento ambulatorial.

Ainda em outro texto, houve a proibição da prática da terceirização na atividade-fim (principal) das empresas. “A terceirização, ao nosso ver, só pode ser usada para atividades que são especializadas sem que signifique precarização do trabalho”, diz Feliciano.

A vice-coordenadora nacional de Combate às Fraudes nas Relações de Trabalho (Conafret), procuradora do trabalho Vanessa Patriota da Fonseca, afirma que o órgão apontou diversas inconstitucionalidades desde a tramitação do projeto de lei. “Sancionada a lei, cabe ao MPT, responsável pela defesa da ordem jurídica, atuar na interpretação de acordo com a Constituição”, diz.

A prevalência do negociado sobre o legislado, prevista na reforma, por exemplo, deverá ser relativizada. Para a procuradora, o artigo 7º da Constituição não foi revogado e estabelece os direitos dos trabalhadores e somente poderão ser admitidos negociados que sejam mais benéficos aos funcionários. De acordo com ela, os procuradores podem declarar a a inconstitucionalidade da lei incidentalmente, no bojo da ação civil pública, como prevê a própria Constituição. E assim, não aplicar dispositivos previstos na reforma.

A postura de magistrados, auditores fiscais do trabalho e procuradores do MPT é criticada pelo presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Alexandre Furlan. Ele afirma acreditar ser o pensamento da minoria. “Deve atrasar ainda mais o país, ao fazer um debate ideológico, baseado no que eles chamam de justiça social, sem fazer a aplicação da lei”, diz. Para Furlan, os juízes devem ser mais pragmáticos e adotar o que está previsto na legislação que modernizou as relações de trabalho.

O que tem ocorrido, na opinião de Furlan, é uma espécie de embate entre o Judiciário e o Legislativo. De acordo com ele, o Legislativo teria elaborado a reforma contrariando a jurisprudência da Justiça do Trabalho e, agora, o Judiciário afirma que não vai aplicar a lei. “O próximo passo seria pedir o fim da Justiça do Trabalho. Eu não quero o fim. Mas o trabalhador e o empresário que geram riqueza no país estão assistindo de fora essa discussão, que só atrapalha o crescimento da economia”, diz.

O advogado trabalhista e presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Estado de São Paulo (Sinditêxtil-SP), Luiz Arthur Pacheco, afirma que a lei foi aprovada, seguindo todos os trâmites legais, foi sancionada e agora tem que ser aplicada. “As empresas não esperam nada diferente disso. Não se pode criar um viés corporativista em detrimento da visão jurídica.”

Globo, via Valor

 

Opinião dos leitores

  1. País nenhum no mundo tem um Judiciário tão agigantado e fragmentado, como o do Brasil. Portanto, que venha logo a extinção sumária e irrevogável, não somente da Justiça do Trabalho, mas também de toda a chamada Justiça Especializada – composta ainda pelas intencionalmente absurdas "justiças" Eleitoral, Militar e a Desportiva (!).
    A Justiça Federal e seus juizados especiais têm condições assaz suficientes de agregar todo esse farto penduricalho. Aliás, é para isso que serve a decantada "estabilidade funcional" – aliada ao direito de greve – do eficientíssimo, produtivo e veloz serviço público brasileiro.
    Para quem ainda não sabe, a Justiça do Trabalho tem 30 mil servidores, custa R$ 17 bilhões por ano (2016) e paga R$ 8 bilhões em condenações (2017). Ou seja, custa muito mais do que consegue transferir como realização de sua "justiça". Pronto. Agora pode rir.

  2. Ora, se realmente há violação a princípios constitucionais, que entrem com uma ação no STF. Simples assim. Mas deixar de cumprir a Lei?! Não me parece correto.

  3. Engraçado os comentários, parece até um bando de coxinhas conversando… Pra eles, justiça má é justiça que protege o desvalido.

    1. Acho que só tem empresário escravocrata por aqui comentando. Ninguém deve trabalhar de fato. Certamente os comentaristas contrários à Justiça do Trabalho nunca levaram calote de salário de empresário escroto!

  4. Vivemos numa anarquia? As leis não serão obedecidas e nem obserdas pelos juízes. Eu achava que aos juízes cabia aplicar as leis, mas parece que eles também querem fazer as leis

  5. Tem que acabar com essa justiça do trabalho

    Funciona nos outros países mas garanto que não é cara como aqui

    Bando de Marajá

    1. Engano seu Xavier
      Só existe a justiça do trabalho aqui no Brasil em nenhum outro lugar do universo existe isso

  6. Justiça do Trabalho gasta 22 bilhões por ano, enquanto toda a justiça Federal americana gasta 21 bilhões, tem que acabar com esses marajás da justiça do não trabalho, só assim o país irá para frente, há tem outras também, justiça eleitoral e por aí vai.

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Bolsonaro se reúne com governadores antes de ato em São Paulo

Foto: reprodução/X

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) encontrou os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), na manhã deste domingo (29) no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, antes do ato convocado na Avenida Paulista.

Tarcísio publicou uma foto ao lado dos aliados políticos nas redes sociais. No registro, também aparecem o filho mais novo do ex-presidente, o vereador Jair Renan Bolsonaro (PL-SC), e o líder da oposição na Câmara, deputado Zucco (PL-RS).

Jair Bolsonaro desembarcou em São Paulo no sábado (28) e ficou hospedado na ala residencial do Palácio dos Bandeirantes.

A sede do governo paulista tornou-se um ponto de encontro do ex-presidente com correligionários e local de hospedagem em suas passagens pela capital.

A manifestação bolsonarista, marcada para este domingo, deve reunir também o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).

A pauta do ato, desta vez, não é a anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, mas sim “justiça já”.

Os manifestantes questionarão a conduta do STF (Supremo Tribunal Federal) durante o julgamento da denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) que apura uma tentativa de golpe de Estado no país.

Segundo organizadores, uma outra pauta a ser levantada é a prisão de Gilson Machado, ex-ministro do Turismo do governo Bolsonaro, e as recentes polêmicas do governo federal envolvendo o aumento no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e as fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Após o evento, a previsão é que Bolsonaro retorne para Brasília.

CNN Brasil

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Gabriel Bortoleto faz história e conquista os primeiros pontos na Fórmula 1; Brasileiro terminou GP da Áustria na oitava posição

Foto: reprodução/Band

Gabriel Bortoleto fez história no GP da Áustria da Fórmula 1. Neste domingo (29), o piloto brasileiro da Sauber brilhou no circuito europeu para chegar na 8ª posição e conquistar seus primeiros pontos da carreira na principal categoria do automobilismo.

A melhor colocação de Bortoleto em sua temporada de estreia na Fórmula 1 havia sido um 12º lugar, no GP da Espanha.

Gabriel Bortoleto largou na 8ª posição no GP da Áustria, mas fez uma corrida sólida e conseguiu ultrapassagens contra Pierre Gasly, Isakc Hadjar e Nico Hülkenberg, companheiro de equipe.

Após alcançar o 6º lugar, o piloto brasileiro manteve uma distância confortável de cerca de seis segundos para Esteban Ocon, da Haas.

Bortoleto seguiu em busca da 5ª posição, que pertencia a George Russell, da Mercedes, mas o piloto inglês não deu espaço para ser ultrapassado.

A Sauber fez um bom trabalho com Gabriel nos pit stops, gastando cerca de dois segundos por parada, mas o brasileiro acabou perdendo duas posições nas trocas de pneus e caiu para oitavo.

Na reta final da corrida, Gabriel Bortoleto manteve um bom ritmo, tirando a diferença para o espanhol Fernando Alonso, que estava em sétimo. Na última volta, Bortoleto ainda lutou pela posição, mas não conseguiu ultrapassar o bicampeão mundial.

Após o término da corrida, Alonso reconheceu a grande corrida de Gabriel e foi até o carro  do brasileiro para o parabenizar.

Com o histórico 8º lugar, o brasileiro somou quatro pontos na Fórmula 1, pontuando pela primeira vez na principal categoria do automobilismo mundial.

Felipe Massa havia sido o último piloto do Brasil a pontuar na F1, no GP de Abu Dhabi, em 2017.

CNN Brasil

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Jovem é presa após confessar que mandou matar o pai para acelerar herança de R$ 2 milhões

Foto: reprodução

Uma jovem de 19 anos foi presa após confessar à Polícia Civil de Pernambuco que mandou matar o próprio pai para ficar com a herança estimada em R$ 2 milhões. O crime ocorreu na noite de 20 de junho, na cidade do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. A vítima, Ayres Botrel, de 60 anos, era caminhoneiro e foi assassinado a tiros enquanto dormia em casa, na praia de Enseada dos Corais.

Amanda Chagas Botrel, filha do caminhoneiro, foi presa seis dias depois do crime, na quinta-feira (26), após cair em contradição durante os depoimentos.De acordo com a polícia, ela inicialmente afirmou que homens armados invadiram a casa, a mandaram ficar calada e executaram o pai. Mas as imagens de câmeras de segurança mostraram que apenas o carro dela entrou e saiu da residência naquela noite, sem sinal de outras pessoas na rua.

Diante da contradição, Amanda acabou confessando que planejou o assassinato. Segundo a delegada Myrthor Freitas, ela teria levado os criminosos até o local e facilitado a entrada deles.

A polícia suspeita que o crime tenha sido motivado por questões financeiras. Ayres Botrel era dono de um caminhão, imóveis e outros bens que podem somar até R$ 2 milhões. Amanda já possuía um duplex em seu nome.

Após a prisão, a jovem passou por audiência de custódia e foi encaminhada para a Colônia Penal Feminina, no bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife. Ela responde por homicídio qualificado.

A delegada afirmou que Amanda mantinha boa relação com os pais e morava com eles. Segundo o depoimento da mãe, a filha “tinha tudo do bom e do melhor”, estava na faculdade e não passava necessidade. Mesmo assim, segundo a investigação, decidiu encomendar a morte do pai para acelerar a herança.

Outro ponto que levantou suspeitas foi o tempo que Amanda demorou para pedir ajuda. Ela só ligou para a mãe cerca de 15 a 20 minutos depois dos tiros. A ligação foi registrada em um restaurante onde a mãe trabalhava, e a polícia cruzou o horário com as imagens das câmeras da rua.

O delegado Rodrigo Belo, da 14ª Delegacia de Homicídios, afirmou que Amanda mostrou frieza ao confessar o crime e não reagiu ao saber da prisão, nem mesmo ao ver a mãe chorando. Segundo ele, a jovem demonstrava carinho pelo pai em público, mas o crime foi premeditado.

A Polícia Civil segue investigando o caso para identificar quem foram os executores do assassinato e se há mais envolvidos. Até o momento, Amanda é considerada a autora intelectual do crime.

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Regras definidas pelo STF para remoção de conteúdo das redes entram em vigor em setembro

Foto: Unsplahsh/dole777

O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu na quinta-feira (26) ampliar os critérios para responsabilizar as redes sociais por publicações de usuários. A nova regra, que determina às plataformas removerem conteúdos, deve entrar em vigor até setembro.

A tese proclamada no julgamento definiu quando será necessária uma decisão da Justiça para excluir posts das redes, em que casos basta uma notificação privada e em quais situações as plataformas devem remover o conteúdo por conta própria.

A tese ainda precisa ser publicada no Diário de Justiça. Depois disso, os autores das ações –Google e Meta– podem questionar a decisão. A determinação, portanto, deve passar a valer apenas depois que acabarem as possibilidades de recurso.

A projeção é do advogado, professor e especialista em liberdade de expressão e direito digital André Marsiglia. Em vídeo publicado no X, ele explicou que ainda deve existir um período de adaptação para as plataformas de redes sociais passarem a cumprir a nova regra.

Marsiglia explicou que não há uma regra ou precedentes para definir o tempo que as big techs terão para se adequarem às mudanças estabelecidas pela Corte. O advogado afirma que se espera “bom senso” do colegiado em decorrência da natureza reestruturante da decisão.

“Como envolve uma série de reestruturações operacionais por parte das plataformas, espera-se bom senso dos ministros ao preverem no acórdão o tempo para ajustes e adaptações. Por ora, isso não foi anunciado”, declarou.

Ele ressaltou que esse prazo deve ser definido no acórdão, documento contendo a decisão judicial de um tribunal. A peça deve ser publicada em até 60 dias depois de um julgamento, mas pode sofrer alterações mesmo após a publicação, por conta dos recursos.

Marsiglia afirmou que há uma “expectativa” de que o acórdão inclua qual será o órgão fiscalizador das novas obrigações das plataformas.

Durante o julgamento, alguns ministros propuseram que um órgão fosse responsável por observar o cumprimento das medidas práticas pelas big techs. Na tese consensual, no entanto, esse ponto não foi incluído.

O ministro Dias Toffoli, relator de um dos recursos, sugeriu a criação de um novo órgão, que estaria vinculado ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) –o DAI (Departamento de Acompanhamento da Internet no Brasil). Moraes, por sua vez, propôs que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) fosse a responsável.

O decano Gilmar Mendes falou na ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados). Flávio Dino sugeriu a PGR (Procuradoria Geral da República), enquanto André Mendonça propôs a CGU (Controladoria Geral da União). Os demais ministros não fizeram nenhuma proposta.

De acordo com Marsiglia, o órgão responsável pode ser diferente do que o anunciado na sessão. O advogado explica que, se não houver uma definição, é possível que os autores das ações entrem com recursos para esclarecer esse ponto.

“Se não houver definição do órgão, é o que acredito que acontecerá. Não há como obrigar as plataformas a retirar conteúdos proativamente [o chamado ‘dever de cuidado’], sem que algum órgão seja responsável pela fiscalização, ainda que o próprio STF ou a PGR“, disse ao Poder360.

O advogado ponderou ainda que a nova regra definida pelo STF pode deixar de valer se o Congresso editar uma lei que defina como deve ser a remoção de conteúdos pelas plataformas de redes sociais.

“A menos que o Legislativo se prontifique a confrontar a nova regra com outro tipo de projeto que possa se sobrepor à regulação –e aí o projeto do Legislativo é que valerá–, terá mais força a regulação do STF. Mas, por enquanto, nada nesse sentido está sendo feito”, declarou no vídeo.

Na tese, o STF estabeleceu que, enquanto o Congresso não aprovar uma nova legislação, as redes sociais poderão ser responsabilizadas civilmente por conteúdos ilícitos, sobretudo em casos de crimes ou publicações feitas por contas falsas.

RESPONSABILIZAÇÃO

Os ministros do STF chegaram na 5ª feira (26.jun.2025) a um consenso sobre os critérios para responsabilizar as redes sociais por publicações de usuários.

A tese proclamada no julgamento definiu quando será necessária decisão da Justiça para excluir posts, em que casos basta uma notificação privada e em quais situações as plataformas devem remover o conteúdo por conta própria.

A Corte analisou recursos que questionavam a validade do artigo 19 do Marco Civil da Internet (lei nº 12.965 de 2014). A decisão tem repercussão geral e deve ser seguida por outras instâncias da Justiça. Vale apenas para casos futuros.

O artigo 19, que exige ordem judicial para remover qualquer conteúdo, passará a ser a exceção. Como regra geral, irá vigorar o modelo do artigo 21, que estabelece que a notificação privada é suficiente para excluir uma publicação. Caso contrário, as redes poderão ser punidas. O dispositivo era restrito a conteúdos de nudez sem consentimento. Com a nova tese, a notificação valerá para qualquer tipo de crime ou ato ilícito.

Poder 360

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Geral

São João do Papo de Fogão: Confira as receitas de baião de dois; e bolo de milho verde

BAIÃO DE DOIS
Ingredientes:
500g de feijão verde cozido com caldo
4 xícaras (chá) de arroz cozido
1 cebola branca picada
1 cebola rocha em tiras
200g de bacon picado
200g de carne de sol desfiada
3 dentes de alho picado
150g de nata
100g queijo coalho em cubos
Cheiro verde picado
Sal a gosto

Modo de preparo:
Coloque um pouco de manteiga da terra na panela bem quente e acrescente o bacon até fritar.
Acrescente a cebola, o alho e refogue até murchar a cebola.
Coloque a carne de sol desfiada e deixe refogar por 5 minutos.
Acrescente o feijão verde com o caldo, misture e em seguida coloque o arroz e misture bem.
Acrescente a cebola roxa em tiras e misture.
Coloque o queijo de coalho, a nata e misture bem.
Coloque o cheiro verde por cima e sirva em seguida.

Tempo de preparo: 8 min
Tempo de cozimento: 20 min

DICA RÁPIDA

Bolo de milho verde
Ingredientes:
380g de milho verde (1 ½ lata)
5 ovos
100g de coco fresco ralado
100g de queijo ralado
200ml leite de gado ou coco(1 xic)
1 colher (café)de canela
400g de açúcar (2 xíc.)
200g de margarina ou manteiga
200g de farinha de trigo com fermento (1 ½ xíc).

Modo de preparo:
Bater no liquidificador o milho verde, sem a água, os ovos, o coco fresco, o queijo ralado, o leite de gado ou de coco e a canela, até ficar bem misturado.
Na batedeira, bater o açúcar e a margarina ou manteiga até ficar um creme.
Junte a mistura do liquidificador e misture bem.
Acrescente a de farinha de trigo com fermento e misture até ficar bem uniforme.
Colocar em uma assadeira, untada e polvilhada.
Se desejar pode temperar com erva-doce e cravo.
Leve ao forno pré aquecido a 180 graus e asse, em média, por 35 a 40 min.

Tempo de preparo: 10 min
Tempo de cozimento: 40 min

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Política

Em semana marcada por derrotas no Congresso, governo libera R$ 1,5 bilhão em emendas parlamentares

Foto: Ton Molina/Foto Arena/Estadão Conteúdo

A última semana do mês de junho ficou marcada por derrotas políticas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda assim, o Congresso teve uma boa notícia ao ver R$ 1,5 bilhão em emendas parlamentares sendo empenhadas.

Segundo dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop), somente na terça-feira (24) o Executivo reservou mais de R$ 831 milhões para o pagamento das indicações de senadores e deputados ao Orçamento. Este foi o maior salto no montante reservado para emendas parlamentares ao longo de 2025.

Até o momento, ainda de acordo com o Siop, o governo já empenhou mais de R$ 2,328 bilhões para o pagamento de emendas. O montante efetivamente pago é, no entanto, menor: cerca de R$ 465 milhões.

A maior parte dos valores reservados pelo governo é de emendas individuais — impositivas e indicadas por um único parlamentar —. Porém, nenhuma emenda de comissões, que desde o ano passado vem sendo alvo de críticas e reclamações por parte do Supremo Tribunal Federal (STF), foram empenhadas.

  • Emendas empenhadas: são aquelas que o governo reserva para poderem ser executadas. Nem sempre o valor liberado refere-se ao total solicitado na emenda.
  • Emendas liquidadas: aquelas que já foram autorizadas a serem executadas.
  • Emendas pagas: tudo o que foi pago na execução do pretendido pela emenda.

Ao todo, os parlamentares registraram 8.854 emendas. Desse total, 1.353 foram empenhadas, 555 liquidadas e 343 pagas. Do total pago, apenas três eram emendas de bancadas, totalizando R$ 2,2 milhões. O restante pago, R$ 463 milhões foram emendas individuais.

No fim da noite de terça (24), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou que a Casa votaria no dia seguinte uma proposta para derrubar decretos do governo Lula que elevaram as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

A decisão, que pegou o Planalto de surpresa, desencadeou uma série de reuniões e articulações do governo para tentar barrar a análise do projeto. Nada surtiu efeito.

E, ao longo desta quarta, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), também decidiu incluir a proposta na agenda de votações da Casa.

Derrota histórica escancara insatisfação

O resultado foi uma derrota histórica para o governo Lula no Congresso. Em um intervalo pequeno, as duas Casas aprovaram a derrubada de três decretos editados para aumentar o IOF.

Na Câmara, a derrota foi consolidada com 383 votos a favor da derrubada dos decretos e apenas 98 contrários. Do total de votos, 242 vieram de partidos com ministérios no governo. Do lado do Senado, a articulação política do Planalto evitou o registro nominal de votos e a derrubada dos decretos foi aprovada de forma simbólica.

Parlamentares têm reclamado que há um atraso do governo na liberação de emendas em 2025. A insatisfação, que abrange tanto senadores quanto deputados, foi um dos fatores apontados pelos congressistas para a noite de derrotas do Planalto.

Para este ano, o Congresso aprovou mais de R$ 50 bilhões em emendas parlamentares – recursos direcionados por deputados e senadores para suas bases eleitorais. A maior parte é de emendas individuais (R$ 24,7 bilhões).

Diante das críticas, o governo tem justificado que houve mudanças no rito de liberação e pagamento de emendas, atendendo a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).

A Secretaria de Relações Institucionais (SRI) argumenta que o atraso na aprovação do Orçamento de 2025, apenas no fim de março, também contribuiu para a demora.

g1

Opinião dos leitores

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Tecnologia

VÍDEO: Influenciador utiliza inteligência artificial para avaliar produtos em tempo real

Um criador de conteúdo viralizou ao mostrar, na prática, como a inteligência artificial Gemini pode ser uma aliada nas compras do dia a dia.

No vídeo, gravado dentro de um supermercado, ele entra no corredor de cafés e pede para a IA avaliar qual produto oferece o melhor custo-benefício, além de comparar os preços com os de outros estabelecimentos.

Em questão de segundos, a ferramenta entrega uma resposta detalhada, surpreendendo pela eficiência e agilidade.

A demonstração impressionou internautas e reforçou o potencial da IA como ferramenta útil até nas tarefas mais cotidianas.

Canal do Paulo Mathias

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Geral

Gestão Jaime Calado firma convênio para garantir parceria com a Secretaria Estadual de Segurança Pública

Na manhã desta sexta-feira (27), o prefeito Jaime Calado se reuniu com o secretário de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (SESED), coronel Araújo, na sede da secretaria, localizada no Centro Administrativo, em Natal, para assinatura de convênio com as forças de segurança do Governo do Estado.

Ao iniciar sua fala, o prefeito agradeceu o apoio recebido durante o Festival São Gonçalo Junino: “Quero agradecer ao apoio prestado no nosso Festival São Gonçalo Junino, que garantiu segurança efetiva no nosso evento”, afirmou Jaime Calado. Ele continuou: “Esse convênio que assinamos vai integrar os órgãos de segurança municipal, porque sem segurança nada funciona.”

“Dr. Jaime, essa é uma soma de esforços. Reconhecemos sua atuação pública e o compromisso em garantir uma segurança de qualidade para a população”, destacou o secretário estadual Coronel Araújo.

O convênio tem como objetivo reforçar a segurança pública em São Gonçalo do Amarante, promovendo a integração entre os órgãos estaduais e as estruturas municipais, como a Guarda Municipal, a Defesa Civil e a Secretaria de Defesa Social.

Também participaram da reunião: Carlos Leão (secretário municipal de Defesa Social) Mário David (secretário-chefe do Gabinete Civil), Ledson França (secretário de Comunicação), Osmir Monte (secretário adjunto da SESED), Marcos Vinícius (delegado da Polícia Civil da Grande Natal), Matheus Maicon (delegado da Polícia Civil de São Gonçalo do Amarante), comandante Alarico José (comandante-geral da PMRN) e comandante Monteiro Júnior (comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do RN).

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Geral

Orçamento da UFRN cai 11% e universidade entra na lista de cortes mais severos no país

Foto: Igor Jácome/G1

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) está entre as instituições de ensino superior com cortes relevantes no orçamento para 2025. A queda estimada é de 11% em relação ao ano anterior, segundo levantamento feito pela Gazeta do Povo, com base nos programas orçamentários federais voltados à manutenção do ensino superior.

Depois de um crescimento expressivo em 2023, impulsionado pela chamada “PEC da Transição”, os recursos voltados às universidades federais voltaram a apresentar retração. Em 2024, o orçamento atualizado sofreu uma queda real de 7,6%, e para 2025, a previsão inicial indica novo recuo de 4,9%.

Apesar do aumento de previsão no papel, apenas cerca de 70% do valor orçamentário é efetivamente executado a cada ano. Isso compromete o funcionamento das universidades, que acumulam aproximadamente R$ 3 bilhões anuais em valores não pagos. Entre os anos de 2021 e 2025, também houve um acréscimo de R$ 166 milhões em “Despesas de Exercícios Anteriores” — valores liquidados com atraso.

Os recursos são destinados a despesas que vão desde auxílio a estudantes e compra de materiais até obras, serviços de TI e pagamento de diárias. As chamadas “Despesas Correntes” envolvem o funcionamento cotidiano, enquanto as “Despesas de Capital” são voltadas a investimentos em infraestrutura. Entre os cortes mais significativos, além da UFRN, estão universidades como UniRio (menos 39%) e UFRRJ (menos 31%).

A UFRJ, maior orçamento entre as federais em 2021, também enfrentou quedas sucessivas. Já a UFDPar, no Piauí, teve o maior aumento percentual no período recente: 95%.

Em maio, após reunião com reitores, o governo federal anunciou a recomposição parcial dos valores e o desbloqueio de R$ 300 milhões, além da promessa de R$ 400 milhões adicionais via remanejamento no MEC.

Mesmo com os ajustes, a UFRN permanece no centro das atenções por conta da redução de 11% no orçamento, o que pode impactar diretamente a capacidade de operação da universidade nos próximos meses.

96 FM Natal

Opinião dos leitores

  1. Toda essa turma da UFRN fez o L. O corte do orçamento é por “amor”, afinal o “amor” venceu.

  2. Se deve pagar um salário que deve dar uma dez vezes a média salarial do estado (os contribuintes), com gente recebendo umas vinte vezes. Se se pagasse umas três vezes, ainda teria gente disputando vaga à bala. Claro que falta dinheiro. Mas ninugém quer brigar contra isso, pq nutre a esperança de passar numas provas e disso fazer parte pro resto da vida, sem ter que prestar conta a ninguém.

    1. Antes fizeram o dentinho de vampiro e arminha, taokey!?

  3. Que besteirinha mais besta,os professores que sempre gostaram de fazer um L poderia fazer assim,ficariam com uma parte das despesas
    da universidade,tudo pelo amor 🥰.

    1. Deixe de falar o que não sabe, Zema eo melhor Gov que passou por Minas Gerais.
      A melhor escolha para o Brasil disparado.

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VÍDEO: Zema lança vídeo para rebater campanha do PT sobre disputa de pobres contra ricos

Foto: reprodução

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), compartilhou um vídeo neste sábado (28) no Instagram para rebater a campanha feita pelo PT (Partido dos Trabalhadores) sobre taxação de “BBBs”, bilionários, bancos e bets. Ele afirmou que é mais um “blá-blá-blá” do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que, segundo ele, mente para a população.

O vídeo que aparenta ter sido feito com inteligência artificial mostra uma balança gigante, símbolo da Justiça. De um lado, há uma barra de ouro escrita “governo” com 3 personagens próximos em referência a Lula, ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a primeira-dama Janja da Silva. Do outro lado, há pessoas que representam brasileiros e carregam 5 sacos escritos “impostos”. A balança desequilibra depois que são acrescentados os sacos escritos “Janja”, “roubo do INSS” e “IOF” do lado dos trabalhadores.

“O governo Lula diz que agora a balança é justa, que estão taxando os ricos. Mas a verdade é que, de um lado, Lula, Haddad, Janja, e, do outro, o povo sendo esmagado com as viagens milionárias de Janja, roubo do INSS, corrupção, IOF é o BBB. Mais um blá-blá-blá do governo Lula, sempre mentindo para você”, diz a narração.

O vídeo é uma resposta à campanha do Partido dos Trabalhadores pelas medidas que aumentam tributos. No vídeo compartilhado pela sigla do presidente Lula, também há uma balança gigante, que está desequilibrada: de um lado, há mais sacos de estopa com a inscrição “imposto”. Dezenas de trabalhadores seguram, com esforço, o prato mais pesado da balança, enquanto 3 homens de terno e gravata sustentam com facilidade o outro prato.

Uma mão surge no quadro e retira alguns dos sacos do lado mais pesado e move para o lado mais leve, no intuito de equilibrar a balança.

Ao final, a locução no vídeo faz referência a alguns dos segmentos que seriam mais taxados: “Taxação BBB: Bilionários, Bancos e Bets. Novo IR é justiça histórica. Justiça de verdade”.

Poder 360

 

Opinião dos leitores

  1. Zema esqueceu de colocar no lado da balança que é contrário ao povo o reajuste de 300% que foi concedido a ele.

  2. Perfeito!
    Taxaram tudo, aumentaram tudo que é impostos e ainda soltam uma pérola daquelas.
    Coisas pra enganar trouxas.
    A verdade é essa aí, mais carga no lombo do pagador de impostos para eles darem bagaceira no dinheiro alheio.
    O ladrão e a maior turista do mundo.
    A esbanja.
    Petistas Canalhas!

  3. crie vergonha na cara Governador (MG)cuide de seu Estado que deve mais 165 bilhões a união e não queres pagar e não que negociar.

    1. Deixe de falar o que não sabe, Zema eo melhor Gov que passou por Minas Gerais. A melhor escolha para o Brasil disparado.

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