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‘Vamos atrair iniciativa privada com pegada verde’, diz ministro Rogério Marinho

FOTO: ISAC NÓBREGA/PR

Um dos protagonistas no debate sobre a injeção de recursos públicos em obras de infraestrutura, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, afirmou que está em curso uma mudança no perfil da carteira de projetos e ações da pasta para que deixe de ser majoritariamente pública e atraia cada vez mais parceiros privados.

“É o processo de pegar um transatlântico, que estava indo em determinada direção, e ir gradativamente corrigindo seu rumo”, disse. A aposta de Marinho para atrair os parceiros privados é a certificação “verde” de toda a carteira de projetos coordenados pelo ministério. Isso significa que o governo passaria a cumprir uma série de requisitos para que os projetos apresentados pelo ministério às empresas sejam classificados como “investimentos sustentáveis”.

“Como há hoje muita liquidez (sobra de recursos) no mercado, há também uma propensão para que boa parte desses recursos seja alocada em função dessa pegada ambiental. Nós estamos juntando duas necessidades, da sustentabilidade e do respeito ao meio ambiente com a necessidade econômica”, disse.

Um primeiro passo foi dado com a assinatura na terça-feira, 1º, de um memorando com a Climate Bonds Initiative (CBI), organização internacional sem fins lucrativos que faz a certificação de projetos sustentáveis. Com o selo verde, as empresas conseguem acessar a financiamentos mais baratos no mercado. O plano é ter até o fim do ano um cronograma de implantação do acordo.

Marinho esteve no centro de uma crise interna do governo sobre a alocação de mais recursos públicos em obras de infraestrutura para responder aos impactos da pandemia. Seu ministério vai ganhar ainda neste ano, junta com o de Infraestrutura, um reforço no Orçamento. “O que eu defendo: que a partir de 1° de janeiro de 2021 todos os instrumentos de controle fiscal que foram excepcionalizados em razão do decreto de calamidade sejam restabelecidos”, disse.

Confira os principais trechos da entrevista:

A política ambiental do Brasil está em foco e o senhor comentou que a pandemia ressalta a necessidade de projetos sustentáveis. De que forma?

a carteira do MDR (Ministério de Desenvolvimento Regional) tem essa pegada de sustentabilidade. A aprovação do marco do saneamento nos dá a possibilidade de termos um investimento de quase R$ 700 bilhões nos próximos dez anos. Se você certifica a carteira – não é só um projeto – isso é muito mais atrativo para o investidor. Como há hoje muita liquidez no mercado, há também uma propensão para que boa parte desses recursos seja alocada em função dessa pegada ambiental. Nós estamos juntando duas necessidades, da sustentabilidade e do respeito ao meio ambiente com a necessidade econômica.

O País tem sido pressionado – em muito por parte dos investidores – justamente por sua política ambiental…

O Brasil é o grande player mundial, nós temos a mais completa e moderna legislação de proteção ambiental. Infelizmente somos vistos de forma diversa. As pessoas do mundo inteiro nos caracterizam como destruidores de floresta, quando, na verdade, o Brasil é o País que proporcionalmente mais preserva as suas florestas.

Com a certificação verde e a busca por investidores, o ministério vai mudar o perfil de uma carteira que é majoritariamente alimentada com recursos públicos?

Esse é o grande desafio. Nós contratamos uma consultoria via Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (a consultoria entrega todos os estudos até o fim do ano) para mudar o conceito da nossa carteira. Hoje temos dois estruturadores de projetos, BNDES e a Caixa Econômica, mas eles não têm pernas para fazer frente a todo o volume de ações que estão sendo engendradas pelo ministério. Toda a política de águas é, sem dúvida nenhuma, o maior fator de desenvolvimento humano, e isso está sob nossa coordenação. É uma carteira que envolve o tratamento de esgoto, de resíduos sólidos, de água potável, do estabelecimento de canais de transposição, da perfuração de poços artesianos, revitalização de bacias hidrográficas, por exemplo. Temos a possibilidade de atrairmos a iniciativa privada, se mantivermos essa pegada de governança, sustentabilidade e meio ambiente.

Por que a carteira do MDR é tão dependente no investimento público, enquanto os ministérios de Minas e Energia e Infraestrutura já têm um programa de concessões consolidado?

Nesses casos, mudanças foram feitas há 15 anos, 20 anos. No MDR estamos começando isso agora, com o marco zero em março de 2020. É o processo de pegar um transatlântico, que estava indo em determinada direção, e gradativamente corrigir seu rumo.

Os projetos de saneamento são pulverizados pelo País, justamente pelo fato de a competência não ser da União, mas dos municípios. Como vai funcionar a qualificação desses projetos para uma carteira verde?

A ideia é abranger toda a nossa carteira, onde entra saneamento, iluminação pública, mobilidade urbana, por exemplo. Estamos fazendo um grupo de trabalho com a CBI e até dezembro vamos apresentar um plano com um cronograma de implantação dessa certificação verde.

Como vai funcionar a estruturação desses projetos, já que Caixa e BNDES não têm condições de abraçar a todos esses projetos?

Esses dois instrumentos não têm pernas e capacidade de responder a toda a demanda que está sendo criada. Por isso estamos tratando internamente da remodelação dos fundos de desenvolvimento regionais. Pelo menos nas regiões mais fragilizadas do ponto de vista econômico, que são Norte, Centro-Oeste e Nordeste, a ideia é redefinir o papel desses fundos, para que eles também possam contratar estruturação de projetos e aumentar a amplitude dessa carteira e colocá-las à disposição da iniciativa privada.

Essa nova destinação precisa de aprovação do Congresso?

Nós estamos debruçados com um grupo de trabalho sobre esse tema, esperamos apresentar a proposta de alteração da destinação dos fundos nos próximos 40 dias. Talvez seja possível fazer de forma infralegal, talvez haja necessidade de ação junto ao Legislativo.

De quanto recurso esses três fundos dispõem?

Temos algo em torno de R$ 5,3 bilhões e uma carteira de oito a nove anos de duração com mais R$ 8 bilhões ou R$ 9 bilhões, que poderiam ser bem usados na estruturação de projetos para atração de investimentos. São fundos que têm baixíssima alocação. Com a diminuição de taxas de juros, eles perderam um pouco da sua atratividade, além de um processo extremamente burocrático na sua liberação (carteiras que devem retornar ao fundo). É bom frisar que são fundos de desenvolvimento regional, não fundos constitucionais.

Há uma mudança em curso, mas o ministério também pediu mais dinheiro público para bancar obras de infraestrutura. Como fica o Pró-Brasil nessa história? O senhor entende que é preciso flexibilizar o teto de gastos?

A nossa parte (no Pró-Brasil) foi encaminhar uma carteira, a partir de uma solicitação feita a partir da Casa Civil. Temos que aguardar o desfecho. O teto (regra que atrela o crescimento das despesas à inflação) tem uma legislação de 2016, eu estava na Câmara e votei o teto. Lá foi dito quando era a excepcionalidade do teto, e todo mundo concorda que há necessidade neste ano de se gastar excepcionalmente acima do que foi preconizado pela lei de diretrizes orçamentárias e pelo Orçamento do ano anterior, e também pelo que foi contabilizado de investimentos acrescido pela inflação, que é o teto. Nós vamos gastar perto de R$ 800 bilhões do que estava convencionado. Então, o fato é que o teto, de acordo com a própria legislação e com a exceção que ela permite, foi ultrapassado neste ano. O que eu defendo: que a partir de 1.° de janeiro de 2021 todos os instrumentos de controle fiscal que foram excepcionalizados em razão do decreto de calamidade sejam restabelecidos.

Mas isso abre espaço para usar mais recursos em obras públicas?

Já foi definido um remanejamento orçamentário para que as obras que estamos tocando não sejam paralisadas. A exemplo do Pró-Brasil, enviamos o que precisamos para que as obras não sejam paralisadas, de acordo com determinação do presidente da República. Eles têm a nossa pedida, que dá R$ 1,7 bilhão. Eles vão definir, onde vão fazer eventualmente suplementações, cortes, etc.

Estadão

 

Opinião dos leitores

  1. Escroto! Se tivéssemos uma imprensa ativa, deveria ser cobrado a todo momento pelas vagas de emprego prometidas na reforma trabalhista! Até agora, fumo no trabalhador e nada de vagas. Alguma novidade?

  2. Levou peia pra Deputado Estadual em 1994, Vereador em 2000, Prefeito em 2012, Deputado Federal em 2010 e 2018, mas sempre consegue um cargo no governo pra lascar com o trabalhador. Quando gerar os empregos prometidos pela Reforça Trabalhista ela ganha pra alguma coisa aqui no RN.

  3. Um grande nome desse excelente ministério montado pelo presidente Bolsonaro. O RN precisa valorizar as pessoas capazes, que têm algo de bom a oferecer ao estado. Enquanto vemos esse cidadão trabalhando, o que dizer de vários membros da bancada do RN no Congresso? O que fizeram nossos senadores até agora? E um deles ainda se dá ao desplante de ser candidato a prefeito de Natal. E os deputados federais? Com duas ou três exceções, o que fizeram os demais até o momento? Cadê a "patricinha bolivariana" do PT? Aprenda, povo potiguar.

  4. O eleitor do RN rejeitou esse mala, mas o presidente trouxe de volta. Alguém sabe como andam os processos que ele responde no STF? Alguém? Ou a memória é curta demais?

    1. COISA FEIA.
      O BRASIL TÁ LOTADO DE INVEJOSOS
      NUNCA FIZERAM NADA PELO RN E NEM PELO BRASIL
      QUANDO ALGUÉM SE DESTACA E DEIXA LEGADO
      A INVEJA BATE
      VAI PRÁ LÁ JACARÉ

  5. Sabe TUDO de meio ambiente esse aí Inclusive andou indicando gente pro Ibama aqui de Natal não faz muito tempo…deu no que deu! Pesquisem…

    1. OLHA O NARIZ CRESCENDO
      NÃO APAGUE O BRILHO DOS OUTROS
      ISSO É FEIO
      RM UM DOS POLITICOS MAIS CAPACITADO DO PAÍS

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BRUTAL: Presos abrem barriga de detento morto e picham parede com sangue dele durante motim em penitenciária de SP

Foto: Reprodução/SAP-CE

Um detento morto durante um motim na Penitenciária 1 de Potim, no interior de São Paulo, teve a barriga aberta por outros presos que usaram o sangue dele para pichar uma das paredes do presídio com a expressão “novo cangaço”. A frase faz referência a ações criminosas de quadrilhas armadas que atacam cidades do interior. O caso aconteceu na sexta-feira (26).

A vítima, Fagner Falcão de Oliveira Silva, de 36 anos, foi assassinada com golpes de lâmina no pátio da unidade. De acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), o motim ocorreu durante o banho de sol, quando presos de um pavilhão agrediram outros detentos. A situação foi controlada pela Célula de Intervenção Rápida.

A Secretaria da Segurança Pública informou que quatro homens, com idades entre 31 e 40 anos, foram presos em flagrante pelo homicídio.

Familiares de detentos relataram ao Metrópoles, sob sigilo, aumento da violência na unidade após a transferência de presos de facções rivais para o mesmo presídio, sem separação adequada. Eles também denunciaram dificuldades de comunicação com a direção e falta de itens básicos para os internos.

Fagner já havia sido associado, em registros administrativos do sistema penitenciário, a diferentes facções criminosas ao longo dos anos. Condenado por roubo e tráfico, ele chegou a cumprir pena em prisão domiciliar, mas perdeu o benefício após descumprimentos e foi transferido ao regime fechado. Há cerca de quatro meses, foi enviado para a penitenciária de Potim, onde acabou morto.

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Dono do Banco Master, Daniel Vorcaro recebeu Alexandre de Moraes e políticos para jantar em mansão

Foto: Rosinei Coutinho/STF

Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, costumava receber políticos e autoridades para jantares numa mansão de 1,7 mil metros quadrados de área construída, avaliada em R$ 36 milhões, localizada no Lago Sul, em Brasília.

Segundo informação publicada pelo jornalista Lauro Jardim, em seu blog no O Globo, pelo menos em uma dessas noites, Alexandre de Moraes esteve presente — embora sem sua mulher, Viviane, cujo escritório de advocacia tinha o ex-banqueiro como o seu melhor cliente.

Neste jantar, ocorrido no último trimestre do ano passado, quando já estava em vigor o contrato de R$ 129 milhões de Viviane com o Banco Master, Moraes dividiu as conversas com políticos poderosos do Centrão, deputados, ex-ministros e, naturalmente, com o gentil anfitrião, segundo escreveu Jardim.

Moraes era o único ministro do STF entre os cerca de vinte convidados, todos homens. Segundo o relato de um dos participantes deste e de outros jantares na casa brasiliense de Vorcaro, eram noites de conversas amenas.

Nem é preciso discutir a possibilidade de algum assunto do Master ter sido conversado naquela noite. Até porque, se fosse o caso, teriam ocasiões mais discretas para isso. Mas parece claro que a simples presença de um integrante da Corte num jantar na casa do melhor cliente de sua mulher pode soar inconveniente“, assim classificou a situação, o jornalista Lauro Jardim em seu blog.

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[VÍDEO] HIPOCRISIA? Após comparar trabalho em aplicativos de delivery à ‘escravidão’, Fábio Porchat vira garoto-propaganda de empresa chinesa do setor

Imagem: reprodução/redes sociais

O humorista Fábio Porchat virou alvo de críticas após assumir o papel de garoto-propaganda de um aplicativo chinês de delivery, mesmo depois de ter atacado duramente esse modelo de trabalho em declarações públicas.

Porchat firmou contrato com a Keeta, subsidiária internacional da gigante chinesa Meituan, e será embaixador da marca no Brasil até 2027.

A parceria causou forte repercussão nas redes sociais, onde internautas apontaram contradição entre o discurso anterior do humorista e sua nova atuação comercial.

O probema é que Porchat já havia comparado o trabalho em aplicativos de entrega a formas modernas de exploração, chegando a usar o termo “escravidão” para descrever as condições enfrentadas por entregadores.

Até o momento, Fábio Porchat não se manifestou publicamente sobre as críticas.

A mudança de postura foi interpretada como incoerência, oportunismo e hipocrisia. Entre eles, o deputado federal Luiz Lima (RJ) publicou um vídeo criticando o humorista, acusando-o de abandonar o discurso crítico ao aceitar contrato publicitário com uma empresa do mesmo setor que condenava.

Assista:

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STF acelera derrocada da Operação Lava Jato em 2025 anulando medidas na raiz

Várias ações da Lava Jato foram anuladas pelo ministro Dias Toffoli – Imagem: Nelson Jr./SCO/STF

Mais de dez anos após o início da Lava Jato, os efeitos da operação continuam a ser desfeitos no Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2025, o tribunal ampliou as anulações de processos ao invalidar, em decisões únicas, todas as ações contra determinados réus, inclusive atos da fase de investigação, destaca reportagem produzida pelo UOL.

O principal fundamento é a conclusão de que houve conluio entre o então juiz Sergio Moro e o então procurador Deltan Dallagnol, tese reforçada pelas mensagens reveladas na série Vaza Jato. Desde que o STF declarou Moro suspeito no caso de Lula, em 2021, esse entendimento passou a beneficiar outros investigados.

Só neste ano, foram anulados processos contra Antonio Palocci, Alberto Youssef e João Vaccari. Em 2024, decisões semelhantes favoreceram José Dirceu e Marcelo Odebrecht. O caso mais amplo envolve a megadelação da Odebrecht, que sustentava mais de 270 inquéritos: o STF proibiu o uso das provas e suspendeu a multa bilionária do acordo.

As anulações não são automáticas e dependem de pedidos das defesas, mas têm sido majoritariamente acolhidas. As decisões costumam ser apertadas, com placar de três a dois na Segunda Turma. De um lado, votam Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Nunes Marques; do outro, André Mendonça e Edson Fachin.

Para a ala crítica à Lava Jato, as mensagens revelam práticas ilegais, como alinhamento entre juiz e acusação e uso de prisões prolongadas para forçar delações. Procurados pela reportagem do UOL, Sergio Moro e Deltan Dallagnol não comentaram.

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Morre a atriz francesa Brigitte Bardot, ícone do cinema, aos 91 anos

Fotos: reprodução | Gilles BASSIGNAC/Gamma-Rapho via Getty Images

A atriz e cantora francesa Brigitte Bardot morreu aos 91 anos, informou neste domingo a fundação que leva seu nome. A causa da morte não foi divulgada, assim como o local e o horário do falecimento.

“Com imensa tristeza, a Fundação Brigitte Bardot anuncia a morte de sua fundadora e presidente, Madame Brigitte Bardot, atriz e cantora de renome mundial, que escolheu abandonar sua prestigiada carreira para dedicar sua vida e sua energia à defesa dos animais e à sua fundação”, diz o comunicado enviado à agência AFP.

Brigitte Anne-Marie Bardot nasceu em Paris, em 28 de setembro de 1934, e formou-se em balé clássico no Conservatório Nacional de Música e Dança antes de ser descoberta pelo cinema. Aos 15 anos, já estampava capas de revistas como Elle, iniciando sua trajetória como modelo.

Carreira

Estreou nas telonas em 1952, no filme “A Garota do Biquíni”, mas foi em 1956 que ganhou fama mundial com “E Deus Criou a Mulher”, dirigido por seu então marido, Roger Vadim. O longa, repleto de sensualidade e ousadia para a época, foi censurado em Hollywood — o que apenas aumentou sua popularidade.

Descrita como “a mulher que inventou Saint-Tropez”, Bardot transformou-se em um ícone da liberdade sexual feminina, desafiando padrões conservadores e provocando escândalos onde passava. Em 1957, padres em Nova York chegaram a pedir que fiéis boicotassem seus filmes, e o Vaticano a classificou como “má influência”. O resultado foi o oposto: as filas nos cinemas só cresceram.

Durante sua carreira, Bardot atuou em mais de 45 filmes e gravou 70 músicas, tornando-se referência estética e cultural. Ela criou a “pose Bardot” — sentada, pernas cruzadas e olhar provocante — e popularizou o decote ombro a ombro, que até hoje leva seu nome.

Brigitte e Brasil

Em 1964, Brigitte Bardot transformou Búzios, na Região dos Lagos, Rio de Janeiro, em destino turístico famoso. Ela visitou a cidade pela primeira vez em janeiro, retornando no final daquele ano. Veio fugindo dos holofotes e encontrou na vila um refúgio, ficando por cerca de quatro meses na primeira visita com o então namorado, o franco-marroquino-brasileiro Bob Zagury.

A segunda visita, no entanto, foi marcada pela perseguição de repórteres e fotógrafos, o que a levou a partir. Bardot mexeu com a economia da cidade, que batizou a beira-mar de Orla Bardot, e instalou uma estátua de bronze em sua memória.

Vida pessoal

A atriz teve quatro casamentos: com Roger Vadim (1952–1957), Jacques Charrier (1959–1962), Gunter Sachs (1966–1969) e Bernard d’Ormale, seu atual marido desde 1992. Com Charrier, teve seu único filho, Nicolas-Jacques, em 1960, mas manteve uma relação conturbada.

— Não fui feita para ser mãe — admitiu Bardot anos depois. — Adoro animais e crianças, mas nunca fui adulta o suficiente para cuidar de uma criança.

Nicolas foi criado pela família paterna e só se reconciliou com a mãe décadas depois, em 1996.

Apaixonada e impulsiva, Bardot também viveu romances com o cantor Sacha Distel e com o ator Warren Beatty. — Sempre busquei paixão — disse ela. — Quando ela acabava, eu fazia as malas.

Após se aposentar do cinema em 1973, aos 39 anos, dedicou sua vida ao ativismo pelos direitos dos animais, criando a Fundação Brigitte Bardot em 1986. A organização atua em resgate, proteção e campanhas de esterilização. Vegetariana convicta, chegou a doar mais de £ 90 mil (R$ 657 mil) para ajudar cães de rua em Bucareste e ameaçou se mudar para a Rússia após um zoológico francês negar tratamento a dois elefantes doentes.

Apesar da carreira humanitária, sua imagem se viu novamente cercada por polêmicas. Em 2004, foi condenada por incitação ao ódio racial em um livro, e seu apoio à extrema direita francesa, especialmente à candidata Marine Le Pen, reacendeu debates sobre sua figura pública.

O Globo

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Deputados que ajudaram a livrar Glauber receberam mais emendas do governo Lula

Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados

Deputados do Centrão e da direita que votaram a favor de Glauber Braga (PSol-RJ) acabaram sendo beneficiados com um volume maior de emendas individuais empenhadas pelo governo Lula no fim do ano. Levantamento mostra que esses parlamentares tiveram, em média, quase 10% a mais em recursos liberados após a votação que salvou o mandato do psolista.

A informação é da colunista Andreza Matais, do Metrópoles. De acordo com os dados, os congressistas desses grupos que contrariaram suas bancadas e apoiaram Glauber receberam, em média, R$ 1,92 milhão em emendas empenhadas entre o dia da votação e esta sexta-feira (26). Já os deputados do mesmo campo político que votaram contra o psolista ficaram com cerca de R$ 1,75 milhão no mesmo período — uma diferença de 9,8%.

O levantamento levou em conta o primeiro requerimento votado na sessão de 10 de dezembro, quando o PSol tentou substituir a cassação recomendada pelo Conselho de Ética por uma suspensão de seis meses. O pedido não atingiu os 257 votos necessários, mas deixou claro que a oposição não tinha maioria para cassar Glauber.

Diante do impasse, a Câmara acabou optando pela suspensão temporária do mandato. Com isso, Glauber Braga será afastado por seis meses, período em que a suplente Heloisa Helena (Rede-RJ), crítica do governo Lula, assumirá a vaga. Ao todo, 91 deputados do Centrão e da direita votaram a favor do psolista nessa primeira votação.

As emendas individuais são de execução obrigatória, mas o governo controla o ritmo dos empenhos. Em 2025, o limite total foi de R$ 24,7 bilhões, dos quais R$ 23,5 bilhões já foram empenhados. O restante precisa ser reservado até 31 de dezembro, sob risco de ser perdido, o que intensifica a disputa por prioridade na liberação dos recursos.

Procurada, a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência negou qualquer favorecimento político. Em nota, a pasta afirmou que a execução das emendas segue critérios técnicos e o cronograma dos projetos apresentados, sustentando que não há privilégio para parlamentares que votaram a favor de Glauber Braga.

Com informações do Metrópoles

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Geral

Avião que caiu em Copacabana fazia voo irregular de propaganda, diz prefeitura

Foto: Reprodução

O avião monomotor que caiu no mar de Copacabana, na manhã deste sábado (27), realizava um voo publicitário sem autorização, segundo informou a Prefeitura do Rio de Janeiro. A aeronave pertencia à empresa Visual Propaganda Aérea, que não tinha permissão para executar a campanha exibida no momento do acidente.

Especialistas apontam que o avião pode ter sofrido uma pane no motor ou no sistema de controle. Para o especialista em gerenciamento de risco Gerardo Portela, as imagens do acidente indicam dificuldades para manter o voo. Ele explica que, em situações assim, o piloto precisa se livrar da faixa publicitária, que gera arrasto e reduz drasticamente as chances de um pouso forçado com sucesso.

O piloto, Luiz Ricardo Leite de Amorim, de 40 anos, era o único ocupante da aeronave e estava em seu primeiro dia de trabalho no avião publicitário. O corpo foi localizado mais de duas horas após a queda, que ocorreu na altura do Posto 4. Vídeos gravados por banhistas mostram o momento em que o monomotor atinge o mar e afunda em poucos segundos.

Testemunhas relataram que o resgate foi acionado rapidamente. Segundo uma pessoa que estava na praia, equipes do Corpo de Bombeiros chegaram ao local logo após a queda para iniciar as buscas pelo piloto e pela aeronave, que desapareceu rapidamente sob a água.

Funcionários do aeroporto de Jacarepaguá, na Zona Sudoeste do Rio, confirmaram que o avião partiu do terminal naquela manhã. As causas do acidente, no entanto, ainda não foram oficialmente determinadas.

Em nota, a Força Aérea Brasileira informou que o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), por meio do Seripa III, foi acionado para conduzir a investigação. Segundo a FAB, a equipe vai coletar dados, preservar evidências e analisar os danos para esclarecer as circunstâncias da queda da aeronave de matrícula PT-AGB.

Com informações do G1

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Política

‘A esquerda entra em 2026 sem direção clara para o futuro’, diz sociólogo

Foto: Ricardo Stuckert / PR

O sociólogo Jessé Souza avalia que a esquerda brasileira entra em 2026 sem uma direção clara e dependente quase exclusivamente da liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista ao O GLOBO, o autor de Por que a esquerda morreu? afirma que o campo progressista falhou em disputar narrativas com a extrema direita e não conseguiu construir um imaginário social capaz de dialogar com os setores populares.

Segundo Jessé, a força política de Lula “mascara” a fragilidade estrutural da esquerda, que não apresenta projeto consistente para o período pós-Lula. Para ele, o PT acabou se acomodando como uma espécie de “plano B da elite”, enquanto a direita avançou ao oferecer uma narrativa simples e sedutora ao chamado “pobre de direita”, baseada em mérito individual e valores conservadores.

O sociólogo defende que justiça tributária e soberania nacional podem ser eixos centrais para uma reconstrução do discurso progressista, desde que deixem de ser tratados de forma tecnocrática. Ele avalia que temas como exploração do trabalho, herança escravocrata, imperialismo econômico e desigualdade precisam ser colocados no centro do debate, com linguagem acessível e foco no protagonismo popular.

Jessé Souza também aponta a segurança pública como o maior desafio eleitoral da esquerda, exigindo equilíbrio entre combate ao crime, defesa de direitos individuais e enfrentamento do racismo estrutural. Para ele, sem disputar ideias, valores e identidade nacional, a esquerda corre o risco de chegar a 2026 vencendo apenas “apesar do povo” — e não com ele.

Com informações do O Globo

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Geral

Pedro Bial faz mea-culpa e tenta reaproximação com Lula após fala polêmica

Foto: Reprodução/TV Globo

O jornalista Pedro Bial afirmou que se arrepende de ter chamado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de “mentiroso” em uma declaração feita em 2021. A revelação ocorreu durante entrevista ao programa Provoca, da TV Cultura, apresentado por Marcelo Tas, quando o comunicador comentou o desgaste provocado pela fala e disse que gostaria de voltar a entrevistar o petista.

A polêmica teve início no programa Manhattan Connection, quando Bial ironizou que só entrevistaria Lula acompanhado de um polígrafo, popularmente conhecido como detector de mentiras. A declaração repercutiu mal e, segundo o jornalista, magoou profundamente o então ex-presidente, resultando no rompimento do contato entre os dois.

Durante a entrevista, Bial fez um mea-culpa público, mas também criticou a postura de Lula diante do episódio. “Eu me arrependo da piada que fiz, mas acho que ele também poderia deixar de guardar mágoa, porque ele sabe perdoar quando interessa a ele”, afirmou. O jornalista relatou ainda que foi alvo de diversos cancelamentos nas redes sociais após o comentário.

Apesar do distanciamento, Pedro Bial disse manter o desejo de entrevistar Lula novamente e relembrou a conversa exibida pelo Fantástico em 2006, durante a campanha de reeleição do petista. Segundo ele, aquela entrevista foi decisiva para a trajetória política de Lula. “Foi uma entrevista dura, firme, e depois dali ele só cresceu”, avaliou.

Com informações de O Antagonista

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Mundo

Pressão dos EUA em 2025 pode selar destino de Maduro na Venezuela

Foto: Jesus Vargas/Getty Images

Após mais de duas décadas no poder, o chavismo liderado por Nicolás Maduro enfrenta um dos cenários mais críticos desde sua consolidação na Venezuela. Sob a condução de Donald Trump, os Estados Unidos intensificaram a pressão política e militar sobre o país, com movimentações no Caribe e sinais claros de que não descartam uma ofensiva para retirar Maduro do comando e pôr fim ao regime, classificado como ditatorial por Washington.

Nos últimos meses, o governo norte-americano anunciou recompensas de até US$ 50 milhões por informações que levem à prisão de Maduro, apontado pela gestão Trump como chefe do Cartel de Los Soles. Paralelamente, houve mobilização naval com navios de guerra, caças, um submarino nuclear e o porta-aviões USS Gerald R. Ford, ampliando o cerco militar sob o discurso de combate ao narcotráfico. Especialistas avaliam que essa pressão pode culminar na queda do regime ainda em 2025.

Para o cientista político Maurício Santoro, uma intervenção dos EUA é “altamente provável”, com diferentes desfechos possíveis: morte de Maduro, deposição por militares ou fuga do país. Ainda assim, ele alerta que a estrutura do chavismo — entranhada nas Forças Armadas, no Judiciário e em outras instituições — não seria desmontada rapidamente. “Mesmo com a saída de Maduro, o legado autoritário levará anos para ser superado”, afirma.

A eventual intervenção teria impactos diretos na América do Sul, especialmente no Brasil, que já recebeu quase 148 mil venezuelanos apenas neste ano, segundo o OBMigra. O presidente Lula alertou que uma ação militar pode provocar instabilidade regional e ampliar a crise migratória. Já o professor Antônio Jorge Ramalho, da UnB, avalia que, apesar das fragilidades, a Venezuela conta com apoio de Rússia e China e que, em caso de conflito, o Brasil poderia assumir um papel diplomático de mediação para conter o avanço do caos regional.

Com informações do Metrópoles

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