Jornalismo

Verba publicitária do Governo Bolsonaro irrigou sites de jogos de azar e de fake news na reforma da Previdência

O governo de Jair Bolsonaro veiculou publicidade sobre a reforma da Previdência em sites de fake news, de jogo do bicho, infantis, em russo e em canal do YouTube que promove o presidente da República.

As informações constam de planilhas enviadas pela Secom (Secretaria Especial de Comunicação da Presidência) por determinação da CGU (Controladoria-Geral da União), a partir de um pedido por meio do Serviço de Informação ao Cidadão.

A Secom contrata agências de publicidade que compram espaços por meio do GoogleAdsense para veicular campanhas em sites, canais do YouTube e aplicativos para celular.

O anunciante escolhe que tipo de público quer atingir, em que tipos de sites não quer que sua campanha seja veiculada e quais palavras-chave devem ser vetadas. Então o Google distribui os anúncios para sites ou canais do YouTube que cumpram os critérios estabelecidos pelo anunciante.

O montante pago pela Secom é dividido entre o Google e o site ou canal do YouTube. As porcentagens do Google variam, de 40% a 20% ou menos, dependendo da negociação entre os sites e a plataforma. No final, o anunciante recebe um relatório sobre todos os seus anúncios, onde foram veiculados, quantas impressões e outros dados.

Segundo as planilhas da Secom, disponíveis no site de Acesso à Informação do governo federal, dos 20 canais de YouTube que mais veicularam impressões (anúncios) da campanha da Nova Previdência no período reportado, 14 são primordialmente destinados ao público infantojuvenil, como o canal Turma da Mônica e Planeta Gêmeas.

Um dos canais de YouTube que mais receberam anúncios, segundo a Secom, é o Get Movies, que não só é destinado ao público infantil mas tem 100% do seu conteúdo em russo. “O destino no YouTube para russos que querem assistir a desenhos animados e outros tipos de programa para a família”, diz a descrição do canal que recebeu 101.532 anúncios, segundo a tabela.

Usando os filtros do Google, é possível que o anunciante ou a agência de propaganda que o representa excluam, por exemplo, sites ou canais infantis, de conteúdo político, de temática ilegal (como jogo do bicho) ou pornográficos, para garantir que a publicidade não será veiculada nesses canais.

Os anunciantes também recebem uma lista detalhada de todos os sites, aplicativos e canais de YouTube que veicularam campanha publicitária. O canal infantil Kids Fun, por exemplo, foi um dos campeões em anúncios (469.777).

Ao contratar anúncios pelo Google, é possível selecionar conteúdo para adolescentes e adultos e excluir o infantil.

Em 11 de novembro de 2019, foi pedido à Secom, por meio do Serviço de Informação ao Cidadão, um relatório de canais nos quais os anúncios do governo federal contratados por meio da plataforma Google Ads foram exibidos, para o período de 1º de janeiro a 10 de novembro de 2019.

A Secom negou duas vezes o pedido. Após recursos, a CGU determinou em fevereiro que a Secom deveria disponibilizar o relatório pedido no prazo de 60 dias contados da notificação da decisão.

A resposta da Secom só foi encaminhada ao site em 17 de abril deste ano, mais de cinco meses após o pedido inicial. No entanto, as planilhas enviadas abrangem apenas o período de 6 de junho a 13 de julho de 2019 e 11 a 21 de agosto de 2019.

As planilhas devem ser encaminhadas à CPMI das Fake News nos próximos dias. Os documentos não especificam o total gasto pela Secom com os anúncios. Em maio de 2019, a secretaria anunciou que gastaria R$ 37 milhões em inserções publicitárias sobre a reforma da Previdência, em televisão, internet, jornais, rádio, mídias sociais e painéis em aeroportos.

Outra publicação que recebeu uma quantidade considerável de anúncios com dinheiro público foi um site com resultados do jogo do bicho. O resultadosdobichotemporeal.com.br recebeu 319.082 anúncios, segundo a planilha enviada pela Secom. O jogo do bicho é ilegal no Brasil.

Sites de fake news também receberam muitos cliques —e verba— de anúncios do governo. Um dos campeões, com 66.431 anúncios, foi o Sempre Questione.

Na página inicial deste site, nesta sexta (8), havia notícias como “Ovni é flagrado sobrevoando Croata, interior do Ceará, e aterroriza moradores” e “Kiko do Chaves diz que coronavírus é farsa de Bill Gates e da Maçonaria”.

A campanha também foi veiculada em sites que disseminam desinformação, como o Diário do Brasil (36.551 anúncios).

A Secom relata nas planilhas gastos com anúncios veiculados em sites e canais que promovem o presidente Jair Bolsonaro. No Bolsonaro TV –que se descreve como “canal dedicado em apoiar o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro”– houve 5.067 impressões, segundo a planilha.

Aplicativos para celular como “Brazilian Trump”, “Top Bolsonaro Wallpapers” e “Presidente Jair Bolsonaro” também veicularam a campanha. Ainda segundo a planilha, foram veiculados anúncios em sites de políticos eleitos, como o do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

“Usar dinheiro público para anunciar em sites que promovem o presidente pode, potencialmente, ferir o princípio da impessoalidade”, diz Diogo Rais, professor de direito eleitoral da Universidade Mackenzie e diretor do Instituto Liberdade Digital. “Além disso, ao anunciar em sites que disseminam notícias falsas, o governo está financiando a produção de fake news.”

Para Manoel Galdino, diretor-executivo da Transparência Brasil, ao anunciar em sites de jogos de azar ilegais, o “governo está remunerando atividades criminosas”. “Segundo a Constituição, a propaganda do governo precisa seguir a moralidade, o que não inclui incentivar atividades antiéticas, como fake news, ou ilegais, como jogo do bicho.”

O canal de YouTube Terça Livre TV, que pertence ao blogueiro Allan dos Santos, consta na planilha da Secom de veículos que receberam anúncios do governo. Segundo o documento, houve 1.447 anúncios no canal.

Em depoimento à CPMI das Fake News, em novembro de 2019, Santos afirmou: “Sou dono do maior portal conservador da América Latina e não recebo nenhum centavo do governo”.

Procurada, a Secom afirmou, em nota, que “a plataforma de anúncios da Google atua automaticamente a partir de parâmetros para a entrega do conteúdo publicitário aos públicos de interesse. As definições são abrangentes e não determinam com exatidão o local na internet em que o anúncio será veiculado. Porém, neste caso específico, buscou-se perfis reconhecidos pela ferramenta do Google que tenham afinidade para o tema “Previdência” e demais correlações de acordo com sintaxe para o tema da campanha”.

“Foram realizados comandos para o bloqueio da entrega da publicidade em sites de conteúdos impróprios, que incitem a violência ou que atentem contra os direitos humanos. Trata-se de procedimento padrão, em cumprimento às diretrizes da lei 6.555/2008″, finaliza a nota.

O Google afirmou, em nota: “Mesmo quando um site ou vídeo não viola nossas políticas, compreendemos que os anunciantes podem não querer sua publicidade atrelada a determinados conteúdos e, por conta disso, nossas plataformas permitem bloquear categorias de assuntos e sites específicos, além de gerarem relatórios sobre a exibição dos anúncios”.

Por meio de sua assessoria, o senador Angelo Coronel (PSD-BA), presidente da CPMI das Fake News, afirmou que não iria comentar o assunto porque “não recebeu e não conhece as informações”.

FOLHAPRESS

Opinião dos leitores

  1. No governo do molusco/Dilma só a globolixo ganhou 10 bilhões e ninguém falou nada.
    E não precisa sites específicos para os esquerdistas se manifestarem nem valor eles criticam de qualquer jeito.

  2. Isso dá um processo bonito. O Google não “irriga” os sites contra o governo também não?
    Que leseira

  3. Que fase… Botou bandido a frente da Secom, esperaria o que? Estamos vivendo uma completa distopia! Alguém pare esse cara!

  4. Kkkkkk ?????. Dinheiro do Governo Federal indo para empresa Russa, não tem preço. E o Gado à murgir mito, mito. ???????????

  5. Pode anotar…

    Esse aí é o dinheiro que paga as fake news disseminadas por Carluxo e o escritório do ódio…

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Geral

Prêmio acumula e Mega da Virada pode pagar R$ 1 bilhão

Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil

O prêmio da Mega da Virada pode chegar a R$ 1 bilhão, o maior da história das loterias brasileiras. O valor acumulou após o último concurso regular do ano, sorteado neste sábado (20), não ter ganhadores na faixa principal.

A partir de agora, todas as apostas da Mega-Sena valem automaticamente para o sorteio especial, marcado para 31 de dezembro, às 21h, com apostas abertas até 20h30. Os jogos podem ser feitos em lotéricas, no site ou no aplicativo das Loterias Caixa.

Como será dividido o prêmio da Mega da Virada 2025, que não acumula

  • 90% são distribuídos entre os acertadores dos 6 números sorteados (Sena);
  • 5% entre os acertadores de 5 números (Quina);
  • 5% entre os acertadores de 4 números (Quadra);

A aposta simples, com seis dezenas, custa R$ 6,00. O valor final da premiação pode variar conforme o número de apostas. Em 2024, por exemplo, o prêmio estimado era de R$ 600 milhões, mas chegou a R$ 635,4 milhões, dividido entre oito apostas.

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Política

Sem consenso, debate sobre Código de Conduta no STF é adiado para 2026

Foto: Antonio Augusto/SCO/STF

O debate sobre o Código de Conduta no STF (Supremo Tribunal Federal) deve ficar para 2026, apesar das movimentações e discursos recentes em defesa da proposta. Com o recesso do Judiciário iniciado nesta semana, ainda não houve acordo entre os ministros sobre o conteúdo do texto, que tem sido prioridade do presidente da Corte, Edson Fachin.

No discurso de encerramento do ano judiciário, na sexta-feira (19), Fachin afirmou que o projeto precisa ser resultado do diálogo interno. Ele também sinalizou que o tema estará de volta à pauta no próximo ano, ao citar “diretrizes e normas de conduta para os tribunais superiores e a magistratura em todas as instâncias” como parte dos desafios para 2026.

A CNN Brasil apurou que Fachin tem consultado ministros em atividade e aposentados, além de presidentes de tribunais superiores, que demonstraram apoio inicial à iniciativa. A proposta prevê que o código seja válido para toda a magistratura e não apenas para os ministros do Supremo, com votação planejada também no CNJ. Ainda assim, como o STF não é subordinado ao Conselho, qualquer regra precisará passar por aprovação interna da própria Corte.

Inspirado no modelo da Suprema Corte da Alemanha e influenciado por códigos dos Estados Unidos, Canadá e Inglaterra, o documento em elaboração não prevê punições formais, mas busca orientar o comportamento de ministros e juízes. O objetivo é estabelecer padrões de decoro, transparência e conduta, mas o debate deve avançar somente após o retorno das atividades em 2026.

Com informações da CNN

Opinião dos leitores

  1. É duvidoso deixar nas mãos deles tais decisões.A maioria neste círculo legislam🫣OPS!ELES NÃO LEGISLAVAM – a favos de seus maus feitos.Pensem! Em que estes homens e mulheres transformaram país! Em uma ditadura. TOFOLLI em nome de todos nomeou Alexandre de Morais de o ceifeiro…Derruba tudo o que possa atrapalhar o governo de corrupção de Lullad. Zanin,Dino,Carmem Lúcia,Fachin…Correm por fora ratificando os mus feitos com o destoante de dizer que é para proteger a DEMOCRACIA. 😑Alguém vai abrir mão de tanto poder?

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Esporte

Vasco e Corinthians decidem título da Copa do Brasil no Maracanã

Foto: Riquelve Nata/Sports Press Photo/Getty Images

Vasco e Corinthians entram em campo neste domingo (21), às 18h, para o segundo jogo da final da Copa do Brasil, no Maracanã. Após o empate por 0 x 0 na primeira partida, a decisão está totalmente aberta, com promessa de estádio lotado e maioria vascaína nas arquibancadas. O duelo marca o encerramento da temporada do futebol brasileiro.

Os dois clubes chegam à final buscando fechar o ano com um título importante, já que fizeram campanhas irregulares no Campeonato Brasileiro. O Corinthians terminou o torneio em 13º lugar, o Vasco ficou em 14º, e ambos assegurariam vaga na Sul-Americana de 2026. No entanto, quem levantar a taça neste domingo garante classificação direta para a Libertadores.

Será a terceira final de Copa do Brasil na história vascaína. O clube foi vice em 2006, diante do Flamengo, e campeão em 2011, quando superou o Coritiba após vitórias por 1 x 0 em São Januário e 3 x 2 no Couto Pereira. Já o Corinthians disputa sua oitava final, buscando o quarto título — venceu em 1995, 2002 e 2009, este último sobre o Internacional.

Com equilíbrio técnico e forte rivalidade interestadual, a decisão aponta para um confronto intenso. Como não há vantagem por gol marcado fora de casa, qualquer empate leva a disputa para os pênaltis. Vitória simples de qualquer lado define o campeão no tempo normal e encerra um dos torneios mais prestigiados do país.

Com informações do Metrópoles

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Política

Mais de 80% das decisões do STF em 2025 foram individuais

Foto: Reuters/Ueslei Marcelino

Mais de 80% das decisões do STF em 2025 foram monocráticas, segundo balanço apresentado pelo presidente da Corte, ministro Edson Fachin, na sessão de encerramento do ano judiciário. Ao todo, o Supremo recebeu mais de 85 mil processos e proferiu cerca de 116 mil decisões ao longo do ano. Do total, 80,5% foram individuais e apenas 19,5% colegiadas. Fachin destacou ainda que houve crescimento de 5,5% no volume de decisões coletivas em comparação a 2024.

As decisões monocráticas — tomadas por apenas um ministro — são usadas em casos urgentes ou quando já há entendimento consolidado do Tribunal, permitindo agilizar análises e evitar repetição de temas já julgados. Nesses casos, o relator pode negar seguimento a recursos, conceder ou recusar liminares e aplicar precedentes, o que ajuda a desafogar a pauta do plenário e das turmas. Em determinadas situações, essas decisões precisam ser posteriormente confirmadas pelo colegiado.

Nos últimos anos, o uso de decisões individuais pelo STF tem sido alvo de críticas de parlamentares, que veem no mecanismo um acúmulo de poder excessivo nas mãos dos ministros. A discussão ganhou força em novembro, após decisão monocrática de Gilmar Mendes restringir à PGR o poder de pedir impeachment de ministros do próprio Supremo, provocando reação imediata no Congresso.

No mesmo dia, a CCJ da Câmara aprovou um projeto que limita decisões individuais contra leis aprovadas pelo Legislativo e impede partidos de recorrerem sozinhos ao STF para derrubar normas. A proposta obriga que decisões monocráticas sejam submetidas ao plenário na sessão seguinte, sob pena de perda de validade. O texto ainda precisa passar pelo Senado antes de entrar em vigor.

Com informações da CNN

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Geral

Marinho vê efeito Chile e aposta em “superbancada” para eleger Flávio Bolsonaro em 2026

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O secretário-geral do PL, senador Rogério Marinho (RN), afirmou que a vitória da direita no Chile e a construção de uma “superbancada” no Senado serão fatores decisivos para eleger Flávio Bolsonaro presidente em 2026. Segundo ele, a direita pode chegar fragmentada ao primeiro turno, mas deve repetir o modelo chileno e se unir na etapa final para derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O parlamentar tem atuado diretamente nas articulações estaduais para ampliar o palanque do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Marinho também sustenta que a recente tentativa do ministro Gilmar Mendes, do STF, de restringir impeachment de magistrados fortalece o projeto do PL de ampliar sua presença no Congresso. Para o senador, há uma necessidade de “redefinir o papel dos Poderes” e conter o que classifica como interferência judicial nas prerrogativas do Legislativo. O avanço de discursos anti-STF, segundo ele, faz parte da estratégia eleitoral da direita para 2026.

O senador defendeu ainda que a construção de candidaturas fortes para o Senado deve caminhar junto com o projeto presidencial, ressaltando que a formação dessa superbase legislativa seria essencial para sustentar um eventual governo de Flávio Bolsonaro. Rogério Marinho também confirmou que Eduardo Bolsonaro participará da campanha e que o PL busca uma chapa ampla com apoio de diferentes setores da direita — incluindo nomes como Ricardo Nunes e Pablo Marçal.

Questionado sobre disputas regionais e impasses em estados como Ceará e Distrito Federal, Marinho afirmou que o partido segue avaliando alianças e que eventuais pausas fazem parte do processo. Em relação ao PL da Dosimetria — aprovado por ampla maioria no Congresso — disse acreditar na derrubada de um possível veto presidencial. O senador reforçou que a oposição votará contra Jorge Messias ao STF e negou qualquer vinculação entre negociações legislativas e indicação ao Supremo.

Com informações do Estadão

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Política

Especialistas duvidam de ‘surra’ que Lula prometeu na direita em 2026

Foto: Ricardo Stuckert/PR e Flickr

A fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a possibilidade de “dar uma surra” na direita nas eleições de 2026 elevou a temperatura política e reacendeu o debate sobre o cenário eleitoral. Apesar da confiança demonstrada em evento realizado em São Paulo, especialistas afirmam que o caminho para uma vitória ampla está longe de ser simples. Para analistas, o discurso tem forte caráter mobilizador, mas não reflete necessariamente uma vantagem consolidada.

Segundo o cientista político Gabriel Amaral, a declaração precisa ser entendida como estratégia retórica. Lula parte de uma posição relativamente confortável pela força do cargo e pela ausência de uma liderança oposicionista unificada. No entanto, pesquisas recentes indicam equilíbrio em cenários de segundo turno, além de divisão entre nomes conservadores, o que sugere dificuldade real para que qualquer candidato registre vantagem expressiva. “A assimetria favorece Lula, mas não garante uma ‘surra’”, avalia Amaral.

A fragmentação da direita aparece como o principal entrave para que a oposição apresente competitividade eleitoral mais ampla, mas, mesmo dispersa, ela não é considerada fraca. Especialistas afirmam que governadores com projeção nacional ainda não conseguiram construir uma narrativa comum, mas destacam que fatores como custo de vida, inflação e desgaste do governo podem reduzir o alcance do discurso petista. “Mesmo presidentes bem avaliados enfrentam limites claros para vitórias amplas em cenários polarizados”, afirma o analista Márcio Coimbra.

O quadro projetado é de disputa aberta e polarizada. Enquanto Lula aposta na fragilidade atual do bloco conservador, o desafio da direita será unificar nomes e adotar uma estratégia que vá além do antipetismo. Para analistas, a eleição deve ser definida pelo eleitorado indeciso e pelos efeitos da economia no cotidiano, e não por embates verbais. Por ora, a promessa de uma “surra” eleitoral ainda soa mais como discurso político do que realidade garantida.

Com informações do R7

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Geral

PF aponta 6 viagens compartilhadas entre lobista e Lulinha e vê elo direto na investigação

Foto: Reprodução/Instagram

A Polícia Federal identificou pelo menos seis viagens realizadas em conjunto pela lobista Roberta Luchsinger e Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os registros mostram que as reservas dos dois usavam o mesmo código localizador nas passagens aéreas — incluindo uma viagem internacional para Lisboa, em 2024, e cinco trechos nacionais realizados entre abril e junho de 2025. Para os investigadores, as viagens reforçam o vínculo pessoal entre ambos.

Roberta foi alvo de busca e apreensão na quinta-feira (19), durante a nova fase da operação Sem Desconto, que apura fraudes milionárias em aposentadorias e pensões do INSS. Ela agora está proibida de deixar o país, deve usar tornozeleira eletrônica e não pode manter contato com outros investigados. Apesar das menções a Lulinha no inquérito, o filho do presidente não foi alvo da operação e não é formalmente investigado pela PF.

As suspeitas da corporação envolvem movimentações financeiras de alto valor entre Roberta e Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, apontado como líder do esquema de desvio de recursos. Segundo a PF, a lobista atuava como peça central na gestão e ocultação do dinheiro obtido de forma ilegal e seria o elo direto entre o grupo e Lulinha, citado em mensagens interceptadas ao longo da apuração.

Além das viagens, a Polícia Federal mapeou contratos, repasses e consultorias considerados sem lastro técnico, totalizando cinco pagamentos de R$ 300 mil cada — R$ 1,5 milhão no total. Em uma das mensagens, o Careca se refere ao destinatário de um repasse como “o filho do rapaz”. As investigações seguem em andamento, e os documentos indicam que Roberta e o grupo mantiveram tratativas ilícitas mesmo após o início da ofensiva policial.

Com informações do Poder360

Opinião dos leitores

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Política

Bolsonaro soluça até 40 vezes por minuto e deve definir data de cirurgia nos próximos dias

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve definir nos próximos dias a data para realizar uma nova cirurgia, após autorização concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Segundo o analista Teo Cury, da CNN, a estimativa é de que a internação dure de cinco a sete dias, período necessário tanto para o procedimento quanto para uma bateria de exames médicos.

A defesa havia pedido urgência para a cirurgia, mas um laudo da Polícia Federal, assinado por quatro médicos, concluiu que o caso não é emergencial. O mesmo documento, porém, recomenda atenção imediata ao tratamento dos intensos soluços que Bolsonaro apresenta — entre 30 e 40 por minuto, segundo a equipe médica. “O procedimento para o soluço precisa ser feito o mais breve possível”, apontou Cury ao Agora CNN.

A autorização do STF permite que Bolsonaro seja transferido para um hospital próximo à Superintendência da Polícia Federal. Assim que a equipe médica informar a data exata da cirurgia, o caso será enviado à Procuradoria-Geral da República, que terá 24 horas para se manifestar sobre a transferência.

Durante a internação, Bolsonaro também passará por exames ligados ao câncer de pele que enfrenta, além de outras avaliações clínicas. Segundo Cury, parte desses resultados poderá ser utilizada futuramente como estratégia da defesa em novos pedidos de prisão domiciliar.

Com informações da CNN

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Política

Motta desarma tensões no Congresso e mira aliança com Lula para 2026

Foto: Breno Esaki/Metrópoles

Com a pauta econômica destravada e sem grandes urgências legislativas no horizonte, o governo Lula (PT) inicia 2026 em ambiente político mais previsível. Após um fim de ano marcado pela aceleração de votações na Câmara, a expectativa é de um período menos conturbado entre Executivo e Legislativo, com o foco voltado para a disputa eleitoral do próximo ano.

Aliados avaliam que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tende a se aproximar do Planalto. A coordenação entre Motta e o governo deve influenciar diretamente projetos como o PL Antifacção e a PEC da Segurança Pública, que ficaram para 2026 e poderão tramitar com menos resistência. O movimento também carrega peso eleitoral: Motta tem força na Paraíba e uma relação afinada com Lula pode fortalecer seu projeto político no estado.

O clima de pacificação surge após um ano de atritos pontuais entre os Poderes, incluindo derrotas do governo, como a aprovação do PL da Dosimetria — medida que Lula já sinalizou que deve vetar. Parte do esforço em 2025, segundo Motta, foi “limpar a pauta” antes do recesso para evitar que temas polêmicos contaminem o calendário eleitoral.

No campo político, pesquisas recentes animaram o Planalto e reforçaram a confiança de Lula para 2026. Em evento nesta sexta-feira (19), o presidente afirmou que dará “uma surra” na extrema-direita nas urnas. Com o xadrez eleitoral montado e a pauta legislativa menos travada, Brasília observa agora os movimentos de Hugo Motta — e o impacto dessa aproximação no equilíbrio de forças do próximo ano.

Com informações do Metrópoles

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Geral

VÍDEO: EUA apreendem mais um petroleiro perto da costa da Venezuela, dias após de Trump declarar bloqueio naval ao país

A Guarda Costeira dos Estados Unidos apreendeu um petroleiro próximo à costa da Venezuela, em águas internacionais, em mais um episódio da escalada de pressão do governo Donald Trump contra o regime de Nicolás Maduro. A ação ocorreu dias após o anúncio de um bloqueio naval a embarcações que transportem petróleo venezuelano sob sanções.

Segundo autoridades americanas e fontes do setor petroleiro, o navio Centuries, de bandeira panamenha, foi interceptado na madrugada de sábado, sem resistência da tripulação. A embarcação transportava petróleo da Venezuela com destino à Ásia e não consta na lista de sanções do Departamento do Tesouro. De acordo com o New York Times, o navio pertence a uma empresa chinesa que atua com frequência no transporte de petróleo venezuelano.

A secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, confirmou a apreensão e afirmou que Washington seguirá combatendo o que chamou de “movimento ilícito de petróleo usado para financiar o narcoterrorismo”.

Em resposta, o chanceler venezuelano Yvan Gil classificou a ação como “pirataria” e “terrorismo internacional”. Ele afirmou ter conversado com o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, que ofereceu cooperação para enfrentar as ações americanas.

A apreensão ocorre em meio à maior mobilização militar dos EUA na região em décadas, com cerca de 15 mil soldados, navios de guerra e aeronaves. O foco da pressão tem sido o petróleo, principal fonte de renda da Venezuela, cujas exportações seguem sob sanções americanas.

No dia 10, os EUA já haviam apreendido o petroleiro Skipper, este sim listado nas sanções por transportar petróleo iraniano. O Centuries é o primeiro navio interceptado após o decreto formal do bloqueio naval, medida classificada por Caracas como “irracional”.

Trump afirmou recentemente que os venezuelanos “tomaram todo o nosso petróleo” e que os EUA querem “tudo de volta”, em referência à nacionalização do setor energético iniciada nos anos 1970. Atualmente, apenas a Chevron mantém operações no país, sob licença especial.

Oficialmente, o Pentágono afirma que a Operação Lança do Sul visa combater o narcotráfico. Até agora, 29 embarcações foram alvo de ações militares, com ao menos 104 mortos, sem divulgação de provas públicas. Maduro é acusado pelos EUA de liderar o chamado Cartel de los Soles e tem uma recompensa de US$ 50 milhões por sua captura — acusações rejeitadas pelo governo venezuelano, que vê nelas uma tentativa de justificar uma intervenção.

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